Emirates vai dirigir TAAG até 2024
A notícia de 1 de Outubro veio confirmar a minha recente avaliação (já expressa no Turiscópio da primeira quinzena de Outubro) sobre o inevitável avanço do mercado aéreo africano para novos instrumentos de cooperação internacional.
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É inevitável que as empresas africanas progridam em termos de marketing, tráfego, gestão, serviço, e crescimento da procura interna e externa. Desde que descartem a actual desconfiança entre si, e face aos níveis de penetração alcançada pelos patamares em que se situam a Turkish Airlines, Ethiopian, Kenya Airways, South African Airways, Egypt Air, e outro onde actuam as bem sucedidas transportadoras dos Emirados Árabes Unidos, as quais disputam hoje as mais importantes rotas mundiais às consagradas rivais europeias e norte-americanas.
Curiosamente, as notícias que me chegam continuam a revelar dúvidas e desconfiança sobre este acordo, baseadas no facto de Angola gerir ainda o espaço aéreo africano mais restritivo, onde os acordos de Yamoussoukro ainda pouco fazem sentido, sem sequer constar da respectiva regulamentação aérea, devido à questão da proibição de voos TAAG para a União Europeia, por não ter superado os parâmetros europeus de manutenção. Portugal é excepção nesta proibição europeia.
A TAAG voa para as Américas, Portugal, Dubai, etc. E a Emirates espera que a rede da TAAG possa alimentar a sua vasta rede mundial, também com rotas transatlânticas para as Américas e Portugal.
Por outro lado, a Associação Africana de Linhas Aéreas AFRRA vai reunir-se de 9 a 11 de Novembro em Alger, onde alguns destes problemas serão debatidos, nomeadamente sob o tema: «Ganhar em conjunto através da inovação e colaboração».
Com mais pormenor, serão avaliadas as oportunidades de crescimento da aviação comercial no continente africano e as melhores saídas para os operadores fornecerem serviços mais adequados, fiáveis e lucrativos, contribuindo para o desenvolvimento dos países membros. Outro tema em debate será como mobilizar recursos para criar mais parcerias lucrativas, capazes de fomentar o crescimento da aviação comercial, com mais ligações internas e externas. É curioso o enfoque no lucro.
É um naipe de temas que interessarão às empresas europeias focadas em África, e onde estas poderão mostrar a sua vantajosa gama de equipamentos, serviços e soluções tecnológicos.
Mas os anos e as décadas têm passado sem que a TAAG alcançasse o tal patamar internacional das concorrentes do Índico e mar Vermelho.Notei, além disso, uma acertada ironia de que a Emirates assinou este acordo com a TAAG para ganhar dinheiro.
Ora não se tratando de um acordo multinacional de assistência, mas de um entendimento de cooperação bilateral entre duas empresas integradas num sector de alta concorrência, ambas devem lucrar. E se esta aliança for bem sucedida, quem fica a perder são as antigas companhias norte-americanas e europeias, distraídas, e que ainda pensam que não têm rivais à sua altura.
Hoje, as companhias africanas – em especial as quatro mais influentes – transportam apenas um quarto do movimento aéreo gerado no continente, mas as tendências correm contra as companhias europeias e americanas, se estas não fizerem acordos mútuos de cooperação como o que a Emirates acaba de assinar com a TAAG.
COOPERAÇÃO ANGOLA-PORTUGAL – Acredito, assim, na validade da minha sugestão para a privatização da TAP ser esquecida e, em vez disso, nós portugueses continuarmos a apostar na TAP com uma aliança tripartida com parceiras do triângulo atlântico alargado ao Índico e Mar Vermelho.
Ainda na noite passada (de 1 para 2 de Outubro) ouvi o secretário de Estado Leonardo Mathias, titular da Economia e Transportes, falar na TV sobre as viagens de promoção que tem feito à Coreia do Sul, Emirados, e Londres. Mas aos transportes aéreos disse nada!
O acordo TAAG-Emirates prevê a gestão da TAAG nos próximos 10 anos, visando objectivos apontados à melhoria dos índices operacionais, da disciplina financeira e contabilidade internacional. Espero que dê óptimos resultados e que se multipliquem as rotas de Luanda para o Índico. Assim como espero ainda assistir a aliança de Portugal ao Atlântico Sul e Índico.