Congresso APAVT: Pedro Machado destaca importância da cooperação ibérica
O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, que discursava na sessão de abertura do 49º Congresso da APAVT, em Huelva, destacou a importância da cooperação ibérica na área do turismo, bem como os desafios que se colocam ao setor.
Carolina Morgado
O secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado realçou a sustentabilidade como um dos temas que unem as agendas de vários países e organizações, mas também amplamente analisado na Cimeira Ibérica que decorreu esta semana em Faro, e cujas conclusões refletem “a pressão sobre os nossos recursos, em particular os hídricos”, apontando que “uniram os nossos dois nossos países, os nossos dois governos, no sentido de uma proposta de valor e de responsabilidade, sobretudo para os anos vindouros, mas não é apenas a pressão sobre os recursos, é também o fenómeno da mitigação das alterações climáticas, um tema que nos deve ocupar a todos, em particular, àqueles e àquelas como nós que representamos o setor do turismo, que trata de uma matéria prima muito especial: pessoas”.
Pedro Machado reforçou a necessidade de fazer deste território que é a Península Ibérica, “a maior placa recetiva do mundo”. Para isso, disse, “estamos a trabalhar nesta e noutras agendas, com vista a encontrarmos, quer nos observatórios, quer na recolha de informação, mas muito, no tratamento dessa informação que nos permita consolidar e justificadamente, podermos tomar opções estratégicas para os desígnios do futuro da nossa comunidade”.
Segundo o governante, quando Portugal assume o compromisso da sustentabilidade ao rubricar a Declaração de Belém, saída da última cimeira do G-20, que teve lugar no Brasil, “percebemos que o turismo é identificado como aquilo que ficou denominado intensificador do desenvolvimento. Desenvolvimento que significa criação e captação de riqueza, desenvolvimento que significa mais coesão, e a coesão significa hoje e cada vez mais, um trabalho que não diz respeito a uma comunidade, mas a um conjunto dos territórios contíguos entre si e numa aposta cada vez maior no domínio da mobilidade e da conectividade”.
Pedro Machado destacou ainda o trabalho que tem sido feito com vista a “reforçar verdadeiramente aquilo que é um espaço territorial que tem muito para dar ao mundo. Portugal e Espanha são de facto, essa maior placa recetiva que o mundo conhece em matéria de turismo, mas também queremos reforçar essa cooperação estratégica que já vínhamos a trabalhar há algum tempo”, lembrando as ações levadas a cabo pelas regiões portuguesas do Alentejo, Centro e Porto e Norte, e das espanholas Extremadura e Castilla e Leon, não só nas áreas de conjugação da promoção internacional, mas também da estruturação do produto.
Igualmente, o secretário de Estado do Turismo revelou que, em recente reunião em Elvas com a secretárias de secretária de Estado do Turismo de Espanha “reforçámos alguns dos aspetos, alguns dos programas que consideramos mais importantes para esta cooperação ibérica. Estamos a falar de projetos de redes, por exemplo, as fortalezas e os castelos de fronteira. Estamos a falar na gastronomia, estamos a falar do reforço de uma aptidão que Portugal e Espanha têm, sobretudo naquilo que é o seu património classificado pela UNESCO, e a forma como posicionamos os mais de 20 sítios patrimónios edificados que são hoje uma capacidade enorme de nos projetarmos do ponto de vista internacional e por isso, estamos, no fundo, a decidir esse reforço da cooperação”.