Lisboa, capital atlântica do turismo – Projecto Oceanos I
Aproxima-se 27 de Setembro, o Dia Mundial de Turismo (DMT), sob o tema Turismo e Desenvolvimento Comunitário. Este evento anual tem vindo a banalizar-se, repetindo-se a entrega das medalhas de mérito turístico, sessões e mensagens de várias organizações, e distribuição de lembranças nos aeroportos.
Humberto Ferreira
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Aproxima-se 27 de Setembro, o Dia Mundial de Turismo (DMT), sob o tema Turismo e Desenvolvimento Comunitário. Este evento anual tem vindo a banalizar-se, repetindo-se a entrega das medalhas de mérito turístico, sessões e mensagens de várias organizações, e distribuição de lembranças nos aeroportos.
TURISMO E DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO é o tema do DMT 2014, a debater em Guadalajara, México, no painel TURISMO PARA AS COMUNIDADES, tese apresentada pela secretária de Estado do Turismo de Espanha, e moderado por Gabriela Frias, jornalista da CNN, media-partner do evento.
OPORTUNIDADES EM GUADALAJARA – Ora só este facto merece a presença do nosso Turismo institucional, associativo e empresarial, com um projecto agregador e inovador, desafiando os dirigentes da UNWTO, da CNN e outros órgãos estrangeiros, a valorizar projectos portugueses para a melhoria de vida das populações, através de inovações culturais, desportivas e turísticas, nos nossos principais pólos de desenvolvimento comunitário e turístico.
Aliás, a projecção à escala global dos programas da CNN justificaria que Portugal apresentasse um pacote com uma exemplar proposta a favor de uma comunidade urbana com vocação turística, potenciada para agradar aos defensores do Turismo, Património, e Ordenamento, surpreendendo em simultâneo telespectadores e viajantes globais.
Além de ficar mal a Portugal alhear-se de debates na UNWTO protagonizados por Espanha, ou em língua castelhana.
Segue-se uma antecipação de proposta, oriunda da sociedade civil, visando valorizar BELÉM, o antigo bairro ocidental de Lisboa, rico em monumentos, História e atracções lúdico-desportivas e culturais relacionadas com o Atlântico, oceano que se encontra a curta distância e praticamente à vista da beira-rio e de alguns dos míticos monumentos de Belém.
Espero que esta iniciativa pessoal seja aceite como um ensaio para a mudança do modelo de Turismo adoptado nas últimas décadas, e caído na rotina.
LISBOA, CIDADE ABERTA AO ATLÂNTICO – Se este trabalho reunir o indispensável consenso restará um mês para apresentar em Guadalajara uma nova imagem da abertura de Lisboa ao Atlântico, e das 25 atracções de BELÉM para difundir à escala mundial a secular História da navegação oceânica e do Turismo contemporâneo em Portugal. É um desafio irresistível.
O bairro de Belém justifica, quanto a mim, ser classificado como PARQUE DOS OCEANOS, ombreando com o PARQUE DAS NAÇÕES, na zona oriental onde funcionava a Refinaria de Cabo Ruivo e o cais da Matinha para carga e descarga de combustíveis por via fluvial. Surgiu ali um novo bairro comercial e residencial, recriado da imaginativa Expo Mundial-98 em Lisboa, dedicada aos Oceanos, num dos mais felizes projectos de recuperação urbana de zonas industriais, nos múltiplos espaços das exposições universais.
A frente de Lisboa para o Tejo ficaria assim valorizada a nascente pelo moderno Parque das Nações e a Poente pelo Parque dos Oceanos com o mais importante conjunto monumental do País. Mais uma vantagem para a promoção turística nacional e local.
Este poderá ser um forte ponto de partida para uma nova imagem da modernidade lusitana, e uma mais-valia para o momento positivo vivido no Turismo de Lisboa, Porto e outros dos nossos destinos mais apreciados no exterior.
OPÇÃO – Em vez do Norte ou Algarve escolhi Lisboa porque aqui resido e nasci. Como passo férias em SAGRES, reforcei a paixão pela epopeia dos descobrimentos e pelo aliciante TURISMO OCEÂNICO, há séculos patente em imagens dos principais portos nacionais, com a frequente presença de navios e passageiros das mais diversas bandeiras, o que foi assinalado no congresso do 1º centenário da 1ª repartição de Turismo, em Maio de 2011, sendo praticamente ignorado. Nada se fez depois para tornar Portugal identificado como motor do TURISMO ATLÂNTICO.
Na escala mundial dos portos mais movimentados, Sines ocupa o 108º lugar, Leixões o 123º e Lisboa o 131º, mas Funchal continua a ostentar o maior palmarés em cruzeiros, com 7.640 navios e 7,24 milhões de passageiros, em 37 anos de autonomia assinalados em 2014.
Pede-se uma nova estratégia capaz de atrair mais armadores e passageiros de cruzeiros internacionais.
TENDÊNCIAS – Mas acredito que este notável passado e vocação marítima recompensarão as futuras gerações, se Portugal adoptar uma estratégia mais focada em viagens intercontinentais, vincando os históricos contributos lusos, e colocando o intercâmbio de culturas no topo das suas apostas promocionais. O futuro aponta para um mix de turismo mais sustentável, cultural, tecnológico, artístico, e maior mobilidade. E as preferências de americanos e orientais chegam mais depressa à restante Europa do que a Portugal.
Há quantos anos Portugal não apresenta um Ano Turístico Temático? O último foi em 1998, na Expo Mundial dedicada aos Oceanos. Há que sair da rotina e criar iniciativas que corram o mundo pela positiva.
BELÉM – é ideal para identificar Lisboa no exterior, sendo a nossa zona monumental. Epíteto genérico, sem um título atraente ao nível do seu incomparável património.
Melhorará se for baptizada como PARQUE DOS OCEANOS, com o dístico ABERTO AO ATLÂNTICO, projectando, a par do seu valioso património edificado, a vivência quotidiana de milhares de visitantes, desportistas, estudantes e artistas, que frequentam os seus variados recantos e relíquias.
Dificilmente se encontra em outra cidade ou porto mundial, a mesma densidade de monumentos e símbolos ligados aos Mares, nas vertentes da História, Cultura, Ciência, Desportos, e Hospitalidade. Lisboa é de facto a única capital europeia virada há séculos ao Atlântico e às viagens transatlânticas.
O SÉCULO DO MAR – Em anos seguintes, Portugal apresentará outros projectos de valorização comunitária, em zonas ligadas às Descobertas, ciência marinha, e todas as actividades náuticas, reforçando a estratégia SÉCULO DOS OCEANOS, quando a ONU atribuir as plataformas continentais aos 72 países candidatados, presumivelmente até 2020 – ano final do Projecto Europeu Horizonte 2020, que trará maior coesão sustentável e bem-estar ambiental na Eurolândia. (CONTINUA)