Lucros da Ryanair caem 46% no 1.º trimestre
A Ryanair apresentou, no primeiro trimestre de 2025 (terminado a 30 de junho de 2024), lucros de 360 milhões de euros, uma quebra de 46% face aos 663 milhões de igual período do exercício anterior. No que diz respeito ao número de passageiros transportados, registou, no entanto, um aumento de 10%, alcançando os 55,5 milhões.
Victor Jorge
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No primeiro trimestre do exercício 2025 (terminado a 30 de junho de 2024), a Ryanair registou uma quebra nos lucros, passando de 663 milhões de euros para 360 milhões de euros, representando uma descida de 46%.
As receitas também registaram uma descida, embora mais ligeira, de 1%, totalizando 3,63 mil milhões de euros contras os 3,65 mil milhões de euros de período homólogo do exercício transato, sendo que as receitas regulares diminuíram 6% para 2,33 mil milhões de euros, e as vendas acessórias (Ancillary) aumentaram 10% para 1,3 mil milhões de euros (cerca de 23,40 euros por passageiro).
Já os custos operacionais, aumentaram em 11%, passando os 2,94 mil milhões de euros, no final de junho de 2023, para 3,26 mil milhões de euros no sexto mês de 2024.
A companhia lowcost liderada por Michael O’Leary informa ainda que o número de passageiros transportados passou de 50,4 milhões, no final do primeiro trimestre do exercício de 2024, para 55,5 milhões no final do primeiro trimestre do exercício de 2025, representando um acréscimo de 10%, embora o load factor tenha descido um ponto percentual (p.p.), de 95% para 94%.
Em comunicado, Michael O’Leary destaca o aumento do número de passageiros transportados, “apesar dos múltiplos atrasos na entrega de aviões por parte da Boeing”.
“O grupo Ryanair tinha 156 B737 Gamechangers a 30 de junho e esperamos aumentar este número para mais de 160 até ao final de julho (menos 20 do que as entregas contratadas)”, avança a companhia, referindo que “registámos uma melhoria na qualidade e frequência das entregas durante o 1.º trimestre”. Embora reconheça o “risco de as entregas da Boeing atrasarem ainda mais”, a Ryanair espera garantir a entrega “atempada” dos restantes 50 aviões da Boeing antes do verão de 2025.
“Este verão, estamos a operar o nosso maior programa de sempre com mais de 200 novas rotas (e cinco novas bases)”, assinalando o prolongamento do contrato de aluguer operacional, até 2028, de três A320 com a Lauda, ao mesmo tempo que “continuaremos também a receber B737 até agosto e setembro, apesar de não podermos programar estes aviões para os voos de pico do verão”, diz a Ryanair no comunicado.
“Prevemos que a capacidade europeia de voos de curta distância permaneça limitada durante alguns anos, uma vez que os operadores de A320 estão a efetuar importantes reparações de motores P&W, os fabricantes se debatem com atrasos nas entregas e a consolidação das companhias aéreas prossegue, incluindo a aquisição da ITA (Itália) pela Lufthansa, recentemente aprovada, a aquisição adiada da Air Europa (Espanha) pela IAG e a venda iminente da TAP (Portugal)”.
Mantendo o objetivo de transportar 300 milhões de passageiros no ano fiscal de 2034, a Ryanair indica que os volumes de combustível para o ano fiscal 2025 estão cobertos em 75%, admitindo poupanças superiores a 450 milhões de euros. Além disso, revela que, “aproveitando a recente fraqueza do preço do petróleo”, a companhia aumentou a cobertura de combustível para o ano fiscal 2026 para quase 45%, assinalando que “esta forte posição de cobertura ajuda a isolar o grupo da volatilidade significativa dos preços dos combustíveis”.
Para o restante exercício de 2025, a Ryanair prevê que o tráfego de passageiros cresça 8%, podendo atingir os 200 milhões, “desde que não se registem atrasos na entrega dos Boeing”.
“Embora a procura no 2.º trimestre seja forte, os preços continuam a ser mais baixos do que esperávamos, e esperamos agora que as tarifas do destes próximos três meses sejam materialmente mais baixas do que no verão passado. O resultado final do primeiro semestre está, no entanto, totalmente dependente das reservas e das receitas finais em agosto e setembro. Como é normal nesta altura do ano, temos uma visibilidade quase nula do terceiro e quarto trimestres, embora o quarto trimestre não beneficie da Páscoa antecipada do ano passado”.
Assim, conclui, “é demasiado cedo para fornecer uma orientação significativa para os lucros do exercício de 2025, embora esperemos poder fazê-lo nos nossos resultados do primeiro semestre, em novembro. O resultado final de 2025 continua sujeito a evitar desenvolvimentos adversos durante o exercício, especialmente devido aos conflitos contínuos na Ucrânia e no Médio Oriente, à repetida falta de pessoal e restrições de capacidade do ATC ou a novos atrasos na entrega da Boeing”.