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Turismo desportivo deverá ultrapassar 1,2 biliões de euros em 2032
Cada vez mais países acolhem torneios desportivos e eventos musicais internacionais, atraindo fãs de todo o mundo. Estes e estas fãs são leais e procuram fazer destas viagens ocasiões especiais. Prova disso são os valores que estes “turismos” deverão atingir em 2032.
Victor Jorge
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O desporto e a música têm o poder de transcender fronteiras, idades e géneros, gerando um sentimento de união e unidade entre os fãs que viajam. De acordo com uma análise global da Collinson International, “O valor do turismo desportivo e musical” estes dois setores do turismo valerão, em 2032, 1,33 biliões de dólares (um pouco mais de 1,2 biliões de euros) e 13,8 mil milhões de dólares (cerca de 12,5 mil milhões de euros), respetivamente.
Esta situação está a ser impulsionada por três componentes principais: Eventos – com mais eventos desportivos e musicais, os fãs têm mais escolha de destinos; Exposição – a internacionalização de ligas desportivas novas e existentes através da televisão e do serviço de streaming incentivou os fãs a viajar, enquanto os fãs de música estão a descobrir que pode ser mais rentável ver um artista no estrangeiro; Experiência – após anos de restrições de viagem devido à Covid-19, os fãs de eventos ao vivo estão de volta e querem experiências novas e melhoradas.
“Os adeptos querem encontrar aqueles momentos distintos e memoráveis que podem incutir a ideia da ‘viagem de uma vida’ – criando experiências únicas que duram muito mais do que o próprio evento”, referem as conclusões da análise.
Embora a maioria dos fãs viaje a nível nacional, quase metade (46%) dos fãs de desporto e dois em cada cinco (42%) fãs de música viajam internacionalmente. Dos que viajam internacionalmente, 84% já se deslocaram a uma nova cidade ou país para assistir a um evento desportivo ou musical e, destes, 31% afirmaram já ter regressado, com outros 30% a planearem regressar no futuro.
Os dados também mostram que, os que viajam internacionalmente têm mais probabilidades de ter menos de 24 anos, um grupo demográfico fundamental a ter em conta para futuras oportunidades, uma vez que continuam a viajar para eventos desportivos e musicais. Além disso, mais de metade (56%) viaja para eventos mais do que uma vez por ano, com 22% a assistir a três ou mais eventos anualmente.
“A popularidade do turismo de eventos entre os viajantes mais jovens é talvez indicativa da natureza tribal de alguns desportos e, em certa medida, entre os fãs de música”, refere a análise da Collinson International. Sendo o maior desporto a nível mundial, não é surpreendente que a maioria dos adeptos de desportos em viagem assista a futebol (69%). De facto, este grupo demonstra uma enorme paixão, assistindo tanto a jogos internacionais (72%) como nacionais (71%).
Depois do futebol, o basquetebol é o segundo desporto mais popular para o qual as pessoas viajam (27%), seguido dos Jogos Olímpicos, da Fórmula 1 (ambos com 26%) e do ténis (21%).
Por outro lado, os eventos musicais que mais atraem os fãs incluem o Rock in Rio, o Coachella e o Tomorrowland e os artistas mais populares são Taylor Swift, Travis Scott e Ed Sheeran.
“Desportistas” gastam mais
Os fãs de desporto são os que mais gastam, com 51% a ultrapassar os 500 dólares por viagem (acima dos 450 euros), notando a análise que 17% dos inquiridos na Ásia gastam mais de 2.000 dólares (mais de 1.800 euros). A faixa etária dos 25 aos 34 anos é a que gasta mais no geral, com um terço (33%) a ultrapassar os 1.000 dólares (cerca de 900 euros) em desporto e os 31% em eventos musicais.
O gasto típico para os viajantes de eventos em aeroportos é de 100 dólares (44%), mas isto varia consideravelmente com aqueles que viajam para basquetebol (30%), Fórmula 1 (32%) e Jogos Olímpicos (31%) preparados para gastar 200 dólares ou mais. Quanto aos que viajam por música, 25% estão dispostos a gastar 200 dólares ou mais.
Aqueles que viajam para ver a sua equipa desportiva ou artista favorito estão à procura de experiências de viagem mais premium, o que significa que é mais provável que aproveitem as experiências no aeroporto.
Quase metade (47%) utilizou experiências de aeroporto quando viajou para um evento, o que inclui a visita a um hall de aeroporto (29%), salas de jogos (16%), cápsulas de dormir (13%) e spas (12%). Os principais motivos pelos quais os adeptos visitam o átrio de um aeroporto são para relaxar e descontrair antes ou depois de assistir à sua equipa/artista favorito (54% para fãs de música e 53% para desporto), seguido de desfrutar das opções de comida e bebida (50% para música e 49% para desporto).
A utilização de salas VIP nos aeroportos é maior entre aqueles que gastam mais dinheiro na viagem em geral. Curiosamente, aqueles que viajam para eventos de basquetebol (48%), Fórmula 1 (45%) e Jogos Olímpicos (44%) são mais propensos a utilizar lounges, sendo estes adeptos também os que gastam mais.
Mais de metade dos viajantes de eventos (55%) participam em programas de fidelização, sendo que muitos aderiram a programas que oferecem descontos em voos (52%), bilhetes (43%), pontos/milhas (41%) ou alojamento (40%). Mais de um terço (38%) dos viajantes de eventos escolheriam um cartão de pagamento que oferecesse benefícios de viagem exclusivos, como o pacote de eventos (voos, alojamento, transfers e passagens), seguro de viagem (38%) e acesso às salas VIP do aeroporto (33%).
O acesso às salas VIP do aeroporto é um benefício de viagem popular através de cartões de pagamento, especialmente para viajantes da Índia (43%), Hong Kong, Emirados Árabes Unidos, Austrália (todos 41%), Singapura (40%), Alemanha (34%), Reino Unido (33%) e Brasil (32%).
Outra das conclusões da análise da Collinson International é que o desporto e a música podem proporcionar “memórias incríveis e duradouras e muitos adeptos viajam para eventos com outras pessoas para desfrutarem dessas experiências partilhadas”. Assim, um terço dos fãs (33%) viaja para eventos desportivos ou musicais apenas com os seus parceiros e mais de um terço viaja com amigos (38%), sendo a preferência por grupos de menos de cinco pessoas (31%). As viagens para eventos musicais com amigos são mais populares (40%) do que as viagens para praticar desporto (37%).
A construção da experiência
A forma como os fãs constroem os seus itinerários de viagem contribui para as suas experiências globais. Há uma série de opções para os fãs de música e desporto, desde agentes de viagens e pacotes de viagens a clubes desportivos e associações musicais. Mais de metade dos viajantes (54%) recorrem a agências de viagens quando reservam um pacote para um evento. No caso dos fãs de desporto esse valor é de 58%, enquanto nos fás de música é de 55%.
Embora 46% não tenham reservado um pacote com um agente de viagens, mais de 1 em cada 4 (29%) considerá-lo-ia se estivesse disponível.
Também é significativa a importância das experiências no aeroporto para os viajantes que reservam pacotes. Quase dois terços dos viajantes (60%) que visitam as salas de espera dos aeroportos têm maior probabilidade de recorrer a agentes de viagens, com 22% interessados no acesso a salas de espera, cápsulas para dormir (14%) ou acesso a spas (14%) incluídos nas suas ofertas de pacotes.
“A crescente e global base de fãs que viaja para eventos desportivos e musicais emblemáticos procura experiências inesquecíveis e está preparada para gastar significativamente para tornar a sua viagem ainda mais especial. Os fãs são, por definição, sinónimo de lealdade”, considera Christopher Evans, diretor-executivo da Collinson International
Segundo o responsável, as conclusões do estudo são “ótimas notícias para o setor das viagens e para as empresas que têm como alvo os viajantes frequentes, proporcionando a oportunidade de capitalizar o aumento do turismo de eventos, oferecendo os benefícios de viagem que os adeptos desejam. Em contrapartida, verão a vantagem de serem os primeiros a pensar e a ter em conta estes viajantes frequentes, aumentando o envolvimento, construindo lealdade e impulsionando gastos adicionais transfronteiriços.”