Com novos projetos em 2023 GEA criou alicerces para construir o futuro – Carlos Baptista
O Grupo GEA, de acordo com o seu administrador, Carlos Baptista, cumpriu na íntegra os projetos que lançou em 2023, designadamente, uma nova intranet, a Academia GEA, o GEA TVs, e um backoffice de gestão com base em tecnologia Sigav, e diz que são “alicerces fortes para construirmos o futuro”.
Carolina Morgado
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Em conferência de imprensa no âmbito da 19ª convenção anual da GEA Portugal, que decorreu no fim de semana, em Marraquexe, com o tema “Tomorrow”, Carlos Baptista, juntamente com o CEO da rede da gestão das agências de viagens, Pedro Gordon, realçaram que, 2023 foi “um ano de mudança e de implementação de novos projetos, de continuidade do trabalho que vinha a ser feito, mas introduzindo uma nova dinâmica em diversos projetos, um ano de muito trabalho, de muita transformação que, só foi possível com todos os agentes do agrupamento comprometidos”, para acrescentar que “alguns deles ficaram acima das expectativas que tínhamos inicialmente, com sucesso de implementação muito grande”.
Os responsáveis do grupo revelaram que “lançámos uma intranet mais moderna, mais friendly, com mais conteúdos, em que mantivemos os pontos fortes do que vinha de trás, mas modernizámos a tecnologia para poder potenciar futuros projetos que vamos querer desenvolver dentro da rede”.
A destacar a academia de formação, que “era uma necessidade verificada a algum tempo pela GEA e finalmente conseguimos lancá-la em setembro, após um diagnóstico feito junto da rede de maneira a definir as necessidades do ponto de vista da formação”, disse o administrador do agrupamento.
Apontou que “foi um plano ambicioso e acabámos por dar quase duas mil horas de volume formativo certificado, num total de 492 formandos. Estamos muito satisfeitos com esta ação que aconteceu entre outubro e novembro e neste momento já estamos a lançar a formação para o primeiro trimestre de 2024”, mas disse que, “como todos os novos projetos, há sempre aspetos a melhorar e, no novo trimestre, vamos implementar melhorias no processo e lançar formação que permita que o agente de viagens a faça no momento e quando tem disponibilidade”. Garantiu ainda que é um projeto que veio para ficar na GEA, para ser desenvolvido, para crescer e para ir mais de encontro às necessidades das agências de viagens da rede.
Além disso, refira-se, o agrupamento de gestão lançou em 2023 o GEA TV. “Quando o lançámos tínhamos uma estimativa de adoção de 150 pontos de venda, mas teve uma aceitação tal que acabámos por implementar, na primeira fase, 223 televisões nas agências de viagens GEA, o que representa quase 50% de toda a rede equipada”.
Carlos Baptista deu nota que “temos vários pedidos da rede e agora vamos abrir para outras agências que queiram aderir” lembrando que este projeto permite ter toda a parte do marketing e de comunicação, de forma dinâmica”, adiantando que um dos objetivos deste projeto é “ser um braço armado da estratégia comercial da GEA, de maneira a que possamos criar mais valias para os parceiros que estão connosco e para as nossas agências, ligando estes dois ecossistemas e podendo potenciar cada vez mais campanhas”,
Sobre o backoffice de gestão GEA, “é mais uma oferta que damos às agências que queiram aderir, totalmente gratuito, como mais uma oferta na criação de valor da GEA. Sabemos que a transição é um processo complexo e demorado, mas estamos satisfeitos por cumprir uma promessa que fizemos à rede, de ter mais uma ferramenta, principalmente para as novas agências do grupo, que lhes vai criar valor”.
É nisto que o grupo GEA Portugal se focou em 2023, para além de processos e procedimentos internos que considera importantes. “Tudo o que anunciámos para 2023 foi feito e com bons indicadores. Em todos estes projetos, apesar de estarem a correr bem, sentimos que há muito por fazer, e toda esta dinâmica da distribuição que existe no aéreo vai-nos exigir estar muito atentos, nomeadamente, com a introdução do NDC da TAP no próximo ano. Estamos a trabalhar para integrá-lo desde o primeiro momento, dando tempo às nossas agências para se adaptarem e perceberem as diferenças”, foi referido no encontro com os jornalistas.
Travel GEA – braço armado da rede
Entretanto, do ponto de vista da Travel GEA, considerado o braço forte do agrupamento no que diz respeito à atividade de agência e de operador, uma vez que tem RNAVT e onde é trabalhada toda a emissão aérea, um consolidador 100% focado nas agências da rede, os resultados foram muito bons, segundo os dois responsáveis, com um crescimento do volume de faturação em cerca de 78,5%.
Carlos Baptista reconhece que, “tendo em conta a dinâmica que tem sido a aviação, entre alterações na estratégia de distribuição, e adoção dos NDC por várias empresas, a Travel GEA tem desempenhado um papel cada vez mais importante no ecossistema da GEA”.
Com os olhos postos nestas alterações, o grupo iniciou, já desde a entrada na Newtour, a introdução de uma plataforma agregadora, em março de 2022, que tem vindo a potenciar desde então “e permite-nos criar competitividade para as nossas agências”. Trata-se de um multi GDS com a Amadeus e Travelport, com NDC diretos implementados e um agregador de LCC- Travelfusion. Mas, garantem os responsáveis da GEA Portugal “queremos estar na vanguarda de tudo o que está a acontecer no mercado e temos capacidade para acompanhar as integrações necessárias para mantermos competitividade”.
Os dois responsáveis disseram ainda que, durante este ano a GEA conseguiu fechar muitos acordos com companhias aéreas, decorrentes da escala ganha com a entrada da rede no grupo Newtour. “Enquanto grupo conseguimos atingir um outro nível de produção e de relevância junto de determinadas companhias aéreas e isso permitiu-nos ter capacidade de criar acordos e mais valias para as nossas agências”, acentuaram.
Assim, na convenção, em sessão fechada, foi feito o balanço das ações implementadas em 2023 e projetado o 2024.
A respeito da implementação do NDC da TAP “vemos com naturalidade. O importante é percebermos como e quando tudo vai acontecer para podermos adaptar essas ferramentas e para que as nossas associadas não estejam em desvantagem em relação ao resto do mercado”, garantiu Carlos Baptista.
O custo desta adoção vai ser assumida pela GEA. “Acho que vamos perder alguma receita junto da companhia aérea, mas vamos tentar trabalhar juntas para as colmatar e para que as nossas agências não tenham um impacto tão gravoso, sabendo que a TAP tem para nós, uma quota de cerca de 50%”, referiu o administrador da rede de gestão de agências de viagens.
Crescimento em 2023
Apesar de não ter sido, em 2023, o foco da GEA ir à procura de novas agências de viagens para o grupo, o facto é que cresceu 5% em números de balcões. Atualmente a rede possui 407 agências de viagens distribuídas por 501 balcões, tendo, no entanto, reforçado a equipa comercial com mais um elemento, neste caso Paulo Lages.
As compras efetuadas pelas agências de viagens do grupo a operadores turísticos, centrais de reservas e companhias de cruzeiros superaram em 32% o volume de 2022, que tinha sido o melhor ano de sempre do grupo. Assim, no que diz respeito aos operadores turísticos, com quem a GEA tem contratos houve um crescimento de 40%, enquanto a venda dos cruzeiros subiu 80% este ano e as centrais de reservas cresceram 16% face ao ano anterior. O ranking dos operadores turísticos não teve grandes alteração, mantendo-se no top a Solférias, a Newblue, Soltour e Soltrópico. Mas quando falamos em grupos, ou seja, com várias marcas, destacam-se em primeiro lugar a World2Meet e depois o conjunto da Ávoris, que os dois, no conjunto, ultrapassaram a Solférias a jogar sozinha.
A convenção em Marraquexe
Para os dois responsáveis a convenção em Marrocos cumpriu os objetivos. “Marrocos é um destino com potencial enorme no mercado português, que junta tradição com modernidade, com muita identidade e faz de Marraquexe um destino único. Acresce que está muito próximo geograficamente de Portugal e com um grande potencial de crescimento”.
Por outro lado, a GEA pretendeu “mostrar aos nossos clientes que o destino está em perfeitas condições para receber turistas e nós, como agentes de viagens somos os primeiros atores a demonstrar isso”. Por isso, “viemos com a intenção para a convenção, mas também de desenvolver e de crescer neste destino turístico”.
É a primeira convenção fora do território nacional e a primeira em África, com cerca de 400 participantes entre agências de viagens GEA, equipa GEA, parceiros e trade marroquino. Assim, Carlos Baptista realça que “culminamos os 20 anos da GEA com uma convenção forte, feita no estrangeiro e num destino que diz muito aos portugueses e tem uma capacidade de crescimento muito efetiva. É também um tónico para lançar os próximos 20 anos”.