No ano passado, foram criadas 50.705 novas empresas em Portugal, número que traduz uma descida de 2,6% face ao ano anterior e que, segundo dados provisórios do Barómetro da Informa D&B, foi essencialmente provocada pela “queda muito significativa no setor dos Transportes”, onde o número de novas constituições de empresas desceu 22% em comparação com 2023.
“Segundo o dados provisórios do Barómetro da Informa D&B, a descida das constituições ocorreu em mais de metade dos setores de atividade, mas foi sobretudo marcada pela queda muito significativa no setor dos Transportes (-22%; -1 324 constituições), e em especial no Transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros (-28%; -1 370 constituições)”, lê-se na informação divulgada pela consultora, esta terça-feira, 7 de janeiro.
Os dados da Informa D&B mostram que, em 2024, a queda na constituição de novas empresas no setor dos Transportes foi “equivalente à descida das constituições no conjunto de todos os setores”, isto depois desta atividade ter “registado grandes aumentos nos últimos anos”.
Além dos Transportes, também os setores Grossistas (-12%; -287 constituições de empresas), Alojamento e restauração (-2,6%; – 134 constituições de empresas) e Agricultura e outros recursos naturais (-7,2%; -118 constituições de empresas) viram a constituição de novas empresas recuar em 2024.
Apesar destas descidas, a Informa D&B diz que 2024 foi “o segundo mais alto de sempre” na constituição de novas empresa, ficando 1-367 constituições de empresas atrás de 2023 e confirmando “o elevado empreendedorismo no período a seguir à pandemia”.
E houve vários setores a crescer na constituição de novas empresas, com destaque para Construção, que liderou neste indicador, registando um aumento de 7,1%, com mais 409 constituições de empresas, seguindo-se os Serviços empresariais (+1,4%; +124 constituições de empresas), Atividades imobiliárias (+1,2%; +62 constituições de empresas) e Serviços gerais (+0,4%; +28 constituições de empresas).
A Informa D&B realça que, no ano passado, “os setores com maior número de constituições de empresas foram também aqueles onde este indicador mais subiu em 2024”, sendo que os setores da Construção, Serviços empresariais e Serviços gerais registam mesmo crescimento na criação de empresas pelo quarto ano consecutivo.
Por regiões, foi nos distritos de Aveiro, Funchal e Viana do Castelo que se registaram os maiores aumentos na constituição de novas empresas, com subidas de 8,1%, 13% e 19%, respetivamente, enquanto os grandes centros urbanos de Lisboa (-9,3%; -1 628 constituições de empresas) e Porto (-2,5%; -218 constituições de empresas), foram “os que registaram a maior queda no número de constituições de empresas no ano, uma queda que está associada sobretudo do setor dos Transportes”.
Encerramentos descem mas insolvências aumentam
Os dados da Informa D&B mostram ainda que, no ano passado, registaram-se 12.818 encerramentos de empresas em Portugal, um registo abaixo do ano anterior e que se notou a partir da segunda metade do ano, já que o primeiro semestre ficou marcado por um aumento de 5% nos encerramentos.
Tal na constituição de novas empresas, também nos encerramentos o setor dos Transportes volta a liderar, com um aumento de 2,9% neste indicador, o que representa mais 22 encerramentos que em 2023.
Já as insolvências voltaram a aumentar pelo segundo ano consecutivo, registando-se 2.080 empresas com novos processos de insolvência, “o que corresponde a um aumento de 8,2% face a 2023 (+157 empresas com processos de insolvência)”.
“A subida deste indicador verificou-se na maioria dos setores de atividade”, revela a Informa D&B, destacando o setor das Indústrias, que foi o que apresentou o maior número de empresas com novos processos de insolvência e maior crescimento no ano passado.
“O setor das Indústrias é o que apresenta maior número de empresas com novos processos de insolvência e foi também o que registou maior crescimento neste indicador em 2024 (+25%; +116 empresas com processos de insolvência), um crescimento que representa mais de metade do aumento total do ano”, explica a Informa D&B.
Estas subidas, acrescenta a consultora, foram “mais concentradas no subsetor de Têxteis e Moda, em especial na região Norte, mais concretamente nos concelhos de Oliveira de Azeméis, Guimarães e Lousada”.