Solférias satisfeita com leque de ofertas
O Publituris conversou com Cláudia Caratão e João Cruz, diretora de Produto e Contratação, e diretor de Produto e Qualidade da Soférias, sobre a programação do operador turístico para o próximo ano. Novidades face ao último verão, apenas a Costa Norte do Egito (El Alamein), numa operação que decorrerá à saída do Porto, às segundas-feiras, de 9 de junho a 8 de setembro, e Enfidha, na Tunísia, tanto de Lisboa, às terças, de 3 de junho a 9 de setembro, com a TAP, como do Porto, com a Air Horizont, às quartas-feiras, de 9 de julho a 3 de setembro.
Carolina Morgado
Cláudia Caratão abriu a nossa conversa com a operação que mais peso tem na Solférias, e que continua a ser o Cabo Verde. “Vamos ter quatro voos para a Ilha do Sal à partida de Lisboa, e três voos à partida do Porto para esta ilha, complementado com o voo charter também para a Boa Vista, vamos manter a operação do Porto às sextas-feiras e depois vamos ter também lugares de garantia na TAP a partir de Lisboa”, confirmando que “esta é sem dúvida a operação com mais peso, com mais risco, portanto continua o Cabo Verde a desempenhar um papel muito importante em termos de programação das Solférias”.
Já João Cruz avançou que “temos também tanto o Egito como a Tunísia, na Tunísia continuamos com o Djerba, tanto de Lisboa como do Porto, com o Monastir à partida do Porto, e temos uma nova saída para Enfidha para apanhar mais as zonas de praia a norte do Monastir”, referenciando que “no Egito, temos o Hurghada, de Lisboa e Porto, bem como a estreia da costa mediterrânica do Egito (Costa Norte)”, para sublinhar que “essa vai ser uma das grandes surpresas e onde pensamos que temos um produto muito especial e que vai fazer a diferenciação neste verão”.
De acordo com o responsável, “vamos continuar com o Marrocos, portanto com Saídia, de Lisboa e do Porto, bem como o Senegal, de Lisboa e do Porto também, e ainda o Porto Santo”.
Em relação à ilha Dourada, a diretora de Produto e Contratação da Solférias esclareceu que “vamos regressar com a operação às segundas-feiras, originalmente esse era o nosso dia de saída, entretanto alterámos, mas este ano de 2025 vamos regressar então às segundas-feiras, com o voo direto do Porto com a Air Horizont, e outro de Lisboa, com a TAP”.
A responsável destacou que “a nossa programação charter já está toda na rua, antecipámos e temos conseguido antecipar cada vez mais de ano para ano, já temos os charters a vender praticamente desde o verão deste ano para o próximo, o que é bom em termos de também poder entregar produto às agências de viagens e para que elas possam dar essa informação aos clientes, e que estes possam reservar de ano para ano com cada vez melhores ofertas e com melhores preços”.
Por sua vez, o diretor de Produto e Qualidade do operador turístico lembra que “ouvimos muitas vezes, em junho e julho, o cliente comentar que já não há o destino que pretendia, ou as datas que queria, por isso temos o produto à venda desde setembro e as pessoas se quiserem realmente uma boa escolha a nível de valores e poderem escolher as datas que pretendem, agora é a altura certa. Temos a disponibilidade de os colocar com quase um ano de antecedência exatamente para isso”.
E em termos de volume, a operação da Solférias aumentou face ao último verão? “Aumentámos o número de lugares, até porque estamos a colocar algumas operações novas. É certo que também saíram algumas, como é o caso de Zanzibar, mas na prática, temos um pouco mais de oferta”, disse Cláudia Caratão, observando que há que ter em conta as dificuldades de slots no aeroporto de Lisboa. “Se tivéssemos oportunidade e facilidade no aeroporto de Lisboa, colocaríamos mais operações ainda das que estamos a programar. Por exemplo, para El Alamein, gostaríamos de colocar um voo de Lisboa e outro do Porto, mas não há capacidade, daí acabarmos por concentrar grande parte da operação à partida do Porto”.
Criando constrangimentos aos passageiros da Grande Lisboa, será? “Por isso é que dizemos que devem reservar o mais cedo possível. A região centro pode escolher Lisboa ou Porto sem qualquer tipo de problema, mas os clientes de Lisboa têm de reservar obrigatoriamente o mais cedo possível para conseguir garantir os lugares” observou o responsável.
Relativamente às vendas, tanto João Cruz como Cláudia Caratão sublinharam, e porque a nossa entrevista foi realizada no arranque da Black Friday, que “foi um dia excelente em termos de vendas, não só porque já temos este avanço de programação para o verão, como também com a muleta das ofertas das companhias aéreas, nomeadamente a TAP, que acaba por ter um maior peso no sentido em que abrange a maior parte da nossa programação de médio curso. Foi um dia extraordinário de vendas, mesmo melhor do que alguns dias de BTL no seu melhor, que já costuma ser um momento muito bom de vendas também”.
Cláudia Caratão salientou que “a expectativa é boa, esperemos que realmente as vendas aconteçam com maior antecedência e que o mercado português consiga reagir a essa ideia de que quanto mais cedo conseguir fazer as suas reservas, melhor preço tem, melhor opção de escolha de destino e de alojamento, tem, com a garantia também que as nossas condições de cancelamento se mantêm exatamente iguais”. Assim, a Black Friday e a BTL são dois bons momentos para o operador turístico medir o pulso ao mercado e reagir aos destinos que são colocados à venda, principalmente, quando se trata de novos destinos.
Um bom verão
Num balanço deste ano que está a terminar, os dois responsáveis da Solférias defenderam que as vendas correram muito bem até abril e depois acalmaram. “Acho que esta vai ser a tendência de facto do mercado no próximo ano, não gostaríamos, mas tem acontecido muito isso. Deu-se um travão nas vendas, e pode haver duas leituras, uma que é se as vendas acontecem com uma maior antecedência, é óbvio que chega à Páscoa não existam na mesma proporção nos meses seguintes, outra é aquele fenómeno das pessoas que não decidiram e estão à espera na última hora conseguir uma oferta fantástica, que às vezes acontece, mas cada vez menos”, resumiu João Cruz.
Ainda no que diz respeito ao último verão, Cláudia Caratão evidenciou que os destinos que mais se destacaram foram Cabo Verde. “Continua a haver uma afinidade muito grande com o destino, os clientes repetem muito as férias em Cabo Verde, o que é fantástico, percebe-se pela proximidade cultural, pela distância de voo, pela oferta do destino em si, que continua a ter um preço competitivo face ao serviço que dá aos clientes”.
Já o diretor de Produto e Qualidade revela que “estamos bastante contentes com a performance da empresa e do mercado, acima de tudo, porque não estamos à espera que o mercado cresça tanto, mas temos, vindo, depois da saída em 2022, sempre em crescendo”, tendo realçado o bom comportamento também de destinos como o Senegal ou o Egito (Hurghada), que apesar dos conflitos existentes naquela parte do globo “foi uma grande surpresa. Nós acreditámos quando colocámos o produto, mas ficamos sempre limitados quando há algo que nos interfere e que não tem a ver diretamente connosco. A mensagem que passamos é que tanto Hurghada como a Costa Norte do Egito estão a grande distância dos conflitos que existem nessa zona”. A Tunísia (Djerba e Monastir) também corre sempre bem, garantiram.
E preços dos pacotes para 2025, subiram face a este ano? “Não tem muito a ver necessariamente connosco, mas com o mercado, isto tem a ver, é a lei da oferta e da procura, mas desde o pós-pandemia tem vindo a ser sempre no sentido ascendente, tanto aas companhias aéreas como os hoteleiros, até mesmo os próprios serviços, com todos os custos fixos que têm, quer em termos de recursos humanos, quer de combustíveis, tudo também tem aumentado, daí que podemos dizer que média os nossos preços aumentaram na ordem dos 5%”, disseram os dois responsáveis, realçando que há um aumento do preço médio do destino que tem sido uma constante. Neste caso, mesmo negociando e tentando minimizar, tem sido impossível não repercutir no preço final do pacote”.
Vasta programação no regular
Além da operação charter, a Solférias disponibiliza, para 2025, uma vasta programação em voos regulares, a começar pela Disneyland Paris, dado ser o destino top 5 do operador turístico, que Cláudia Caratão destacou “pela positiva, uma vez mais é um destino que continua a estar presente no mercado português, muito querido das famílias e também já alguns casais gostam de viver as emoções do parque”.
João Cruz preferiu realçar a questão do NDC. “Temos aqui um grande desafio para 2025 que é o NDC, seja com a TAP, que é um dos maiores players com que trabalhamos, como das outras companhias. Assim, além de destinos, estamos a falar de serviços, ou seja, o NDC vai permitir abrir os serviços que são prestados aos clientes, pelas companhias aéreas, de uma forma diferente. Portanto, vai ser um desafio que nós vamos ter para 2025”.
Mas a nível de voos regulares, a Solférias disponibiliza uma oferta reforçada para a Ásia, embora mantendo os mesmos destinos, como Japão Coreia do Sul, Tailândia ou Vietname, e que têm bastante procura no mercado português. Contam-se ainda as Américas e o Brasil com as várias rotas da TAP e de outras companhias aéreas que operam para aquela zona do globo, a acrescentar as Caraíbas, com Cuba, México e República Dominicana. Nos Estados Unidos, o operador oferece igualmente programação para a Disney em Orlando, sem esquecer o Médio Oriente, com o Dubai, Abu Dhabi, o Qatar e a Turquia.
Segundo a responsável, “temos ainda a destacar as nossas queridas ilhas portuguesas, os Açores e o Funchal, com uma programação sempre muito abrangente e especial, contamos com as Ilhas Espanholas, seja a Gran Canaria como as Baleares em operações regulares com a TAP e a Binter, neste caso nas partidas do Funchal, bem os parques temáticos na Europa, a Grécia e Malta, enquanto mantemos o “Viagens na Minha Terra”, ao qual dedicamos um carinho muito grande na construção de programação temática. Para nós, mais do que vender um quarto de hotel, o importante é vender uma experiência impactada, criando uma mais-valia e oferecendo serviços”.
Para África, e em operação regular, a Solférias volta a programar a Gâmbia no inverno, Marrocos o ano inteiro e Tunísia, juntando à sua oferta de voos especiais, lugares “em firme” no voo direto entre Lisboa e Tunis, com a Tunisair, aos que se juntam o Quénia e a Tanzânia, para férias de praia, safaris e circuitos, o Madagascar, as Seychelles e as Maldivas, “destino que veio para ficar. A nossa oferta é grande, temos mais de 80 alojamentos nas Maldivas que passou a ser visto não só como destino para casais, mas também de famílias, ajustando-se aos seus orçamentos”, concluíram os nossos dois entrevistados.