Bracarenses têm perceção ‘altamente positiva’ sobre o turismo na cidade
O “Estudo sobre os Impactos do Turismo na Cidade de Braga, na perspectiva dos residentes”, apresentado recentemente, revelara uma perceção “altamente positiva” dos bracarenses sobre o turismo na cidade, com cerca de 90% dos inquiridos a reconhecer efeitos positivos, ou muitos positivos, do turismo em Braga. Além disso, 84% dos inquiridos considera que há espaço para um crescimento do número de visitantes à cidade.

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O objetivo central deste estudo da Associação Empresarial de Braga (AEB), desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa de Braga (UCP), e apresentado pelas docentes Carla Cardoso e Ana Salazar, passou por avaliar as perceções e atitudes Bracarenses, em relação ao impacto do setor turístico na cidade de Braga, com vista a promover uma maior integração entre os residentes e os visitantes.
Na sessão, que contou com a presença de Varico Pereira, vice-presidente da AEB, do diretor-geral da AEB, Rui Marques, António Barroso, adjunto do presidente da Câmara Municipal de Braga, sublinhou que os resultados do estudo evidenciam o equilíbrio que Braga consegue estabelecer entre a qualidade de vida dos residentes e a qualidade de bem receber dos turistas que chegam à cidade. “O turismo só é bom se for efetivamente bom para as pessoas que vivem nesse território e Braga conseguiu atingir este objetivo”.
Agora, segundo o autarca, “o desafio passa por crescer, mas sempre mantendo o equilíbrio e a sustentabilidade, indo ao encontro da estratégia do município em estabelecer parcerias e contactos permanentes com os diversos stakeholders locais, como é o caso da AEB e a da Universidade Católica”, referiu.
“Estes resultados são estimulantes, mas também trazem desafios para os agentes públicos e privados para mantermos o equilíbrio, a qualidade e autenticidade da nossa oferta turística” apontou António Barroso.
Para a execução do estudo, foi implementada uma metodologia centrada na realização de um exercício alargado de auscultação junto dos bracarenses, visando a recolha de dados primários significativos sobre os objetivos propostos para análise. No total, entre janeiro e outubro deste ano, 323 residentes responderam presencialmente a um questionário com esse propósito. Em simultâneo, foram realizadas entrevistas pessoais com representantes do poder local, nomeadamente com os presidentes das juntas de freguesias de Braga com mais turistas. Foi ainda dinamizada uma análise dos dados secundários disponíveis sobre o tema.
Quando questionados sobre os impactos socioculturais, os resultados mostraram que os inquiridos consideram o aumento das atividades de lazer e eventos, a revitalização de artes locais, artesanato e tradições, a melhoria/revitalização da vida social e cultural, e o aumento da qualidade de vida dos residentes importantes contributos do turismo.
No que diz respeito aos impactos económicos, verificou-se que a dinamização do comércio local, o aumento do investimento, a criação de novos negócios e postos de trabalho e a melhoria das infraestruturas (estradas e estacionamento) foram os impactos mais reconhecidos pela grande maioria dos inquiridos.
Por fim, a nível ambiental, verificou-se que os impactos percecionados pela maioria dos inquiridos foram positivos, estando relacionados com a revitalização e recuperação do património, o incentivo a novas medidas públicas para preservar o ambiente, a melhoria da paisagem natural, e a própria melhoria do comportamento dos residentes.
Em termos de constrangimentos associados ao turismo, embora os resultados tenham demonstrado que os efeitos negativos do turismo não são tão percetíveis pelos residentes, uma minoria demonstrou preocupações com o aumento da especulação imobiliária, a diminuição de alojamento disponível para os residentes, a perda de identidade cultural e o aumento dos preços das atividades turísticas. O aumento/congestionamento do tráfego, ruído e lixo foram as principais preocupações demonstradas pelos residentes inquiridos, relativas aos efeitos menos positivos do turismo.
Com base nos resultados, numa segunda parte do estudo, foram propostas prioridades estratégicas e recomendações, agrupadas em seis categorias: comunicação e sensibilização, economia local, conhecimento, experiências autênticas, programas de voluntariado e de intercâmbio cultural e sustentabilidade, num total de 15 ações propostas para implementação.
Refira-se que este estudo decorreu no âmbito do projeto ‘Braga: Cidade Autêntica’, financiado pela Linha de Apoio à Sustentabilidade, do Turismo de Portugal.