O ano de todos os recordes na easyJet
Dois mil e dezasseis foi um ano de recordes para a easyJet: 5,4 milhões de passageiros transportados, taxa de ocupação de 95% e crescimento a dois dígitos. A conversa com José Lopes, director comercial da “low cost”, é um lençol de números recorde para o mercado nacional. Para 2017, diz, a “expectativa é a mesma: continuar a batê-los”.

Ângelo Delgado
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Dois mil e dezasseis foi um ano de recordes para a easyJet: 5,4 milhões de passageiros transportados, taxa de ocupação de 95% e crescimento a dois dígitos. A conversa com José Lopes, director comercial da “low cost”, é um lençol de números recorde para o mercado nacional. Para 2017, diz, a “expectativa é a mesma: continuar a batê-los”.
O ano dá os últimos suspiros e os balanços começam a ser actividade recorrente no mundo empresarial. No turismo, claro, e na aviação também. A easyJet não foge à regra e, na hora de fechar para balanço – como vemos em alguns letreiros das lojas de rua – traz boas notícias.
José Lopes, director comercial da low-cost para o mercado português, é o portador das (boas) notícias. “Foi um ano extremamente positivo: fomos a companhia aérea que mais cresceu em termos absolutos em Portugal e registámos um aumento de tráfego relativamente ao ano anterior, que se estimou em 860 mil passageiros. São números óptimos”.
O início de conversa com o Publituris é fulgurante, mas ainda há mais para divulgar. “Outro dado que deve ser sublinhado tem que ver com o facto de este crescimento ter acontecido em todos os aeroportos portugueses onde operamos”, revela, orgulhoso. Segundo José Lopes, além de um bom ano de operações em Portugal, este foi igualmente um período de recordes. Batidos, claro está. “Tínhamos dois grandes objectivos a atingir este ano: um, era atingir, pela primeira vez, os cinco milhões de passageiros em Portugal, número que foi largamente ultrapassado, já que chegámos aos 5,4 milhões. Estes resultados significaram um aumento de 19% relativamente a 2015. Crescemos o dobro do que foi previsto pela Secretaria de Estado do Turismo. Fechámos o ano com uma taxa de ocupação de 95%, o que corresponde a um aumento de 0,7% relativamente ao ano anterior. Outro dos objectivos passava por ultrapassar os dois milhões de passageiros em Lisboa e conseguimo-lo: crescemos 11% e obtivemos uma taxa de ocupação de 96,2%, que também aumentámos em 1,3%”.
O Porto foi, em 2016, outros dos destinos que a easyJet apostou forte. José Lopes sublinhou isso mesmo ao recordar que a cidade Invicta cresce há dois anos de forma robusta. “O Porto, o ano passado, já tinha apresentado um crescimento muito sólido: atingimos os 60%, e em 2016, o aumento foi de 40%. Chegámos aos 1,4 milhões de passageiros e consolidámos o destino como um mercado de grande importância para a easyJet”.
E 2017, como será?
Crescimento em 2015, crescimento em 2016. E 2017? Mais crescimento. “Queremos ultrapassar, pela primeira vez, os seis milhões de passageiros em 2017 e continuar a crescer nos dois dígitos, na ordem dos 10%. Teremos disponíveis mais 550 mil lugares, distribuídos por todos os aeroportos e é nossa intenção ultrapassar a fasquia dos 1,5 milhões de passageiros transportados no Porto e na Madeira os 500 mil passageiros”.
Outra das principais preocupações da “low cost” prende-se em garantir uma maior liberdade e comodidade aos passageiros madeirenses. José Lopes explica como. ”Vamos aumentar a disponibilidade em 100 mil lugares. Queremos que os madeirenses tenham a possibilidade de voarem para o estrangeiro directamente da sua ilha sem terem que fazer escalas. Aos destinos britânicos, acrescentaremos Basileia, na Suíça, que nos ajudará a avaliar, de uma assentada, a reacção do mercado suíço, francês e alemão. Abre-se aqui uma possibilidade de, no futuro, haver um maior número de rotas internacionais de e para a Madeira”.
E novas rotas? “É possível que haja uma ou outra rota nova a ser lançada em 2017, no entanto, o nosso enfoque passa por um crescimento orgânico”. E que destinos são esses? “Estão no segredos dos deuses, a seu tempo serão divulgados”, diz, sorridente.
Brexit e o certificado de operador comunitário
O Brexit é uma questão política, sim, mas que, após a sua total consumação, poderá trazer alterações no “modus operandi” nos mais diversos sectores de actividade. Na linha da frente estará a indústria da aviação, nomeadamente para quem tiver um certificado de operador comunitário baseado no Reino Unido.
A easyJet faz parte desse lote e está, já, a trabalhar nesse sentido de forma a não ter constrangimentos operacionais no futuro. “Queremos tomar medidas que nos salvaguardem, independentemente do resultado das negociações desta questão política [Brexit]. Este certificado permitirá que os voos da easyJet entre Estados-membro da União Europeia (UE) sejam realizados da mesma forma que ocorrem nos dias de hoje”, diz José Lopes. A explicação continua. “Nesta fase – e o Reino Unido ainda faz parte da UE – todo o espaço aéreo encontra-se liberalizado. Por outras palavras, dentro das fronteiras da UE, uma companhia comunitária pode operar sem qualquer tipo de restrição. Com o Brexit, as companhias que não são comunitárias não podem beneficiar desta situação”.
Em resumo, diz José Lopes, “o Brexit criou uma incerteza, pois não se sabe que acordo será assinado entre o Reino Unido e a UE”. Ainda assim, acrescenta, “a easyJet deu o passo de antecipar o eventual problema, ao solicitar o certificado de operador num país da UE, investimento que terá um custo entre os 11 a 14 milhões de euros”.
“Não sabemos ainda qual será o acordo que irá sair para o sector da aviação, mas defendemos que o status quo deveria manter-se: não existir uma limitação que nos fizesse voltar ao passado, pois em última análise o principal prejudicado seria o consumidor. Se a oferta for mais limitada, os preços vão subir”, alerta. Questionado sobre quais os países cogitados para substituir o Reino Unido, o responsável afirma que “todos os Estados-membros estão em cima da mesa, incluindo Portugal”. “Teremos novidades a esse respeito no final deste ano ou no princípio do próximo”, finaliza.