A razão do nosso sucesso
Todos os anos, agentes de viagem de todas as regiões do País candidatam-se a vencedores dos TAP Awards. Mas há um que, anualmente, em Janeiro, marca a diferença. Mas qual […]
Liliana Cunha
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Todos os anos, agentes de viagem de todas as regiões do País candidatam-se a vencedores dos TAP Awards.
Mas há um que, anualmente, em Janeiro, marca a diferença. Mas qual é o segredo do sucesso deste profissional?
Tem 55 anos, nasceu e vive em Vila Nova de Famalicão, herdou a agência do pai, com o alvará 159, é o sócio 21 da APAVT e já perdeu a conta aos prémios que ganhou ao longo da sua vida no Turismo.
Os últimos três foram-lhe atribuídos pela TAP, já este ano, nas categorias de Top Europa, Top Américas e TOP 10, referentes a 2008. A classificação? Sempre o primeiro lugar. A esta altura (como se ainda restassem dúvidas) já todos sabem de quem se fala: Carlos Carreira, a cara e a ‘alma’ da Viagens Carreira, que anima, há vários anos, os eventos TAP Awards, que premeiam os agentes de viagens.
Como não deve ser fácil para uma pequena agência, atingir um volume de vendas de nove milhões de euros… E desses milhões, 3,5 serem gerados por reservas para a TAP… Quisemos saber qual é o segredo do sucesso de Carlos Carreira. Será que bastam os 39 anos de turismo para atingir este feito? Consecutivamente? No caso deste profissional, o segredo parece residir, essencialmente, na dedicação, trabalho e empenho que presta à indústria todos os dias. Tanto empenho, que não foi à primeira que o Publituris conseguiu falar com ele para este artigo… e quando falámos, foi por telefone… entre “uma viagem de carro para Braga”… e um “café antes de entrar para uma reunião”.
Em discurso directo e “sem papas na língua” (como sabe quem já o conhece), o vencedor vai dizendo: “A nossa estratégia passa por dar as melhores soluções ao cliente, e isso tanto pode ser na companhia A, B ou C. Mas, evidentemente que, em igualdade de circunstâncias, damos prioridade à TAP. Na verdade, 60% dos meus clientes preferem TAP.” E acrescenta que se há uns anos, as low cost foram temidas, hoje, “os nossos clientes já estão conscientes do conceito destas companhias e o seu impacto está a diluir-se. Portanto e por norma, os passageiros dão mais importância às companhias de bandeira, porque vêem os seus interesses salvaguardados “, esclarece.
A carteira de clientes da VT Carreira varia entre pequenas e médias empresas e são eles “que permitem angariar o volume de vendas suficiente para atingir estes prémios”. Das relações comerciais foram surgindo, ao longo dos anos, “relações de amizade, lealdade e confiança pelo meu trabalho”, justifica Carreira. Por outro lado, a “qualidade de serviço prestado” também pesa nos requisitos para se atingirem os cobiçados prémios da TAP.
Para este agente de viagem, os prémios que recebe são um alento e motivação para o ano seguinte. E é assim que acontece desde 1988, quando recebeu o seu primeiro prémio da TAP. “O primeiro foi o que mais me marcou. Era uma peça de cristal que me foi entregue nas Caves Taylor. No final, e quando já vinha a sair, escorreguei, cai e parti a peça. Com a vergonha, não disse a ninguém mas hoje toda a gente sabe que o primeiro prémio que ganhei se partiu”, afirma rindo-se. E ri-se com motivo. Há cerca de cinco anos, e recuando até outro dos prémios que recebeu pela TAP, Carreira recorda o automóvel da marca Mercedes que levou dos TAP Awards. “Na mesma altura troquei-o por outro, mas ainda costumo dizer: o meu carro é TAP”. Ao rol de prémios oferecidos pela transportadora, juntam-se as viagens. “Felizmente já ganhei muitas viagens, mas não as sei enumerar”. À inevitável pergunta: “E vai a todas?” Carreira responde que nos últimos dois anos não conseguiu usufruir de todas, “senão andava sempre no estrangeiro, mas normalmente, vou sempre”. É que à parte da TAP, a Viagens Carreira recebe ainda, todos os anos, prémios de unidades hoteleiras, operadores turísticos e, “para a extinta Swissair, a agência foi considerada vendedor número 1 durante quatro ou cinco anos”, recorda.
“Repetentes” da TAP
Embora Carlos Carreira se evidencie, não é o único “repetente” dos TAP Awards. Inês Silva, da Bravatour, na Madeira, é outro dos destaques. Sem saber quantificar as vendas que fez para a TAP em 2008, embora se tenha qualificado no primeiro lugar dos voos domésticos e no quatro do TOP 10, esta agente afirma modestamente que as valências do seu trabalho são “a competência, simpatia, bom atendimento e rapidez”. Inês Silva é também uma mulher que gosta do que faz e tem como lema “o cliente é que manda… eu apenas sugiro aos que têm dúvidas”. Mas, tendo em conta, que já nem se lembra da quantidade de prémios que recebeu, parece que as suas sugestões são as melhores.
Outro “repetente” – hoje com três prémios TAP – é Luís Cabral, da Americatur (Carcavelos), que se sagrou em segundo lugar no Top das Américas e em quinto no Top 10. Para isso contribuíram os 50,7% de vendas para a TAP naquela agência. Por isso mesmo também considera que este prémio é “o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela Americatur ao nível da consolidação e dos nossos clientes”. Mas para que esse trabalho seja bem conseguido são necessárias mais-valias, como sejam “a forma de estar e de servir, a capacidade de resposta rápida, eficiente e segura”, e também “a escolha dos clientes, que apostaram num produto de qualidade como o da TAP. Deste modo, o reconhecimento é extensível a todos” refere, acrescentando que a companhia de bandeira já é a preferida entre alguns passageiros e destinos pois “mantém a sua competitividade”.
Em nono lugar do TOP 10, António Dias, da Agência Castro (Norte) está orgulhoso das vendas que fez “em número suficiente para alcançar este prémio”. Várias vezes galardoado, este profissional lembra que, no ano passado, levou dois prémios para a sua equipa. A mesma equipa que afirma ser a razão do seu sucesso e “o meu ‘braço direito'”, classifica. Também o reconhecimento do trabalho é bem-vindo pois é feito “com muita dedicação e empenho há 38 anos”. No entanto, não é com ‘olho’ no prémio que se trabalha todos os dias nesta agência: “O nosso principal prémio é a satisfação dos clientes” e, para isso, a aposta recai “nas companhias de bandeira que oferecem mais qualidade e segurança”.
Porque os prémios são relativos a 2008, Fernando Paiva, que na altura estava na TUI (Lisboa), também foi um dos galardoados, alcançando o 10º lugar do Top 10. Hoje, na nova agência WTS, localizada em Lisboa, Paiva recorda que o volume de vendas conseguido para a TAP foi de 500 mil euros e que este número foi atingido porque “os clientes viajam muito para a Europa e dão preferência à TAP”. Parco em palavras, o responsável assume, no entanto, que se preocupa em não deixar passar uma reserva sem inserir o respectivo PIN, e afirma que “vence prémios da companhia desde que existem TAPin”.
Vencedores por sector de rede
Fora do Top 10 estiveram outros agentes que se consagraram em sectores de rede, nomeadamente no Top África, onde Nuno Jardim, da Atlântida Viagens (Damaia), ficou em terceiro lugar.
Para este profissional, o facto do target da agência estar dirigido para Angola – pela carteira de clientes de empresas – ajudou “ao aumento, em grande escala, do volume de vendas”. Sendo este o seu primeiro grande prémio, mostra-se satisfeito e motivado para “enfrentar as dificuldades que o mercado, cada vez mais exigente, está a atravessar”.
A Roytur, em Lisboa, não ficou de fora do leque de vencedores deste ano, com Miguel Torres a arrecadar o terceiro lugar no Top Américas, e também o primeiro que já recebeu.
Aqui, o segredo está “na simpatia” do serviço, nos “vários clientes brasileiros, que são a nossa grande publicidade,” e na “preferência que algumas empresas-cliente dão à classe executiva”. A funcionar sob o mote de “servir bem o cliente. A opção é de quem viaja”, Miguel Torres afirma que “os clientes dão preferência à companhia portuguesa porque se sentem mais seguros”. Mas não é o prémio que a companhia oferece que basta como motivação para quem ali trabalha. “Todos os anos tentamos ser melhores” para enfrentar a “concorrência que é muito grande” e, para isso, conta-se também com a equipa que é “muita unida”.
“Simpatia, honestidade e sobretudo prestação de bom serviço aos clientes” são as razões do sucesso de Maria Goretti, da Agência Viavitória, em Angra do Heroísmo. Admitindo “um valor significativo em volume de vendas de ligações domésticas”, mas sem adiantar números, a vencedora do quinto lugar deste TOP preza “por apresentar sempre ao cliente a melhor relação qualidade/preço” e por isso garante que “vai continuar a vender muito e bem” aos seus clientes (“os melhores”) da Terceira, pois há que dar continuidade àquele que foi o seu primeiro prémio da TAP.
A finalizar o leque de sectores está o Top Europa, onde Carla Batista conseguiu o quarto lugar. Para esta profissional do corporate que está num ‘in-plant’ em Lisboa, os prémios da TAP já não são novidade, pois conta com dois Top 10 e dois Top Europa. Mas também não são estes prémios que dão mais motivação “porque não trabalho a pensar nos pontos que posso ou não ganhar”, mas sim em ver um cliente satisfeito. “A gratidão de ver o cliente satisfeito e poder servi-lo várias vezes, não faz de nós só melhores profissionais mas também pessoas mais realizadas. Para mim continua a não haver nada melhor, no dia-a-dia profissional que um ‘obrigada’ pelo que se fez e um ‘até breve'”.
Sem ideia de quantas vendas fez para arrecadar mais este prémio, mas garantindo que emite “muitos bilhetes por mês”, a responsável acredita que “um cliente tem de ser sempre bem servido, e de acordo com as suas preferências e interesses”. Para isso, os consultores de viagem devem assumir um papel de conselheiro e oferecer “através do conhecimento e experiência as melhores opções, dando várias alternativas”. E descontraída, enquanto aborda a questão do atendimento, Carla Batista apenas solta: “Quando vai a algum sítio e é mal servido volta lá? Eu não!” Mas para isso também é necessário saber em que lugar é que profissionais se sentem mais confortáveis, pelo que Carla Batista aconselha os colegas “a não se acomodarem, experimentando trabalho de balcão, grupos, corporate, etc… para aprender mais e saber enfrentar novos desafios”.
A estes vencedores juntam-se outros que, por motivos de indisponibilidade, não falaram para este artigo, mas dos quais não nos podemos esquecer: Paulo Viceto, da Agência Teles, Açores; Jorge Sargo e Ricardo Jesus, da Intertours, na Madeira, para o Top 5 Domésticos; Marina Pires e Juziete Fonseca, da Top Atlântico, na região de Lisboa e Maria da Luz Antunes, da Carlson Wagonlit (sector Europa e Top 10); Carlos Peixoto, da Realvitur e José Carlos Santos da Aerosoltur (sector Américas); Paulo Figueiredo e Nuno Miguel Inácio, da Atlântida Viagens (Lisboa) e Ana Paula Oliveira e Ana Patrícia Neves, da Top Atlântico (Sector África).