TAP com lucros no 3.º trimestre e no acumulado do ano, mas abaixo dos resultados de 2023
A TAP Air Portugal registou lucros de 117,8 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, ficando 34,8% abaixo do registado no mesmo período de 2023, apontando as “perdas cambiais” como principal fator. No acumulado do ano, os lucros somam 118,2 milhões de euros.
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01A TAP Air Portugal alcançou um resultado líquido de 117,8 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, correspondendo a menos 34,8% face aos 180,5 milhões de euros alcançados no mesmo período de 2023. Esta diminuição de 62,8 milhões de euros deve-se, segundo a companhia, “ao impacto de perdas cambiais” que nos três meses de 2024 foram de 22 milhões de euros, mas que no acumulado do ano já somam 39,5 milhões de euros.
No acumulado do ano (janeiro a setembro), os resultados da companhia aérea nacional indicam lucros de 118,2 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de 41,9% face aos 203,5 milhões de euros alcançados em período homólogo de 2023.
No que diz respeito às receitas operacionais, a TAP cresceu 2%, passando e 1.258,5 milhões de euros para 1.284,1 milhões de euros, significando um aumento de 25,6 milhões de euros.
No acumulado do ano, o aumento das receitas operacionais é ligeiramente superior, cifrando-se nos 2,8%, o que significa que se passou de 3.164,7 milhões de euros para 3.252,6 milhões de euros, correspondendo a mais 87,9 milhões de euros.
Com as receitas provenientes dos passageiros a aumentar 0,5% no 3.º trimestre, passando de 1.181,3 milhões de euros para 1.187,5 milhões de euros (+6,2 milhões de euros), a grande subida deu-se na manutenção, onde a TAP cresceu 48% no 3.º trimestre e 39,8% no acumulado do ano. Assim, as receitas provenientes desta alinha passaram de 32,9 milhões de euros para 48,7 milhões de euros no 3.º trimestre, enquanto no acumulado do ano passou de 118,4 milhões para 165,5 milhões de euros.
Mas se as receitas operacionais registaram um crescimento, também os gastos operacionais aumentaram, totalizando 1.056,9 milhões de euros no trimestre em análise (+6,5%) e 2.914,5 milhões (+4,4%) no acumulado do ano.
Nos gastos operacionais, a TAP viu as despesas com combustíveis aumentar em 2% no 3.º trimestre, passando de 285,4 milhões de euros para 291,2 milhões de euros, mais baixou em 2,4% esta despesa no acumulado do ano, passando de 828,2 milhões de euros para 808,3 milhões de euros.
O EBITDA recorrente totalizou 372 milhões de euros no 3.º trimestre de 2024, representando uma margem de 29%, diminuiu em 18,7 milhões de euros (-4,8%) em comparação com o 3.º trimestre do exercício anterior. O EBIT recorrente diminuiu em 37,7 milhões de euros (-13,6%) face ao 3.º trimestre de 2023, totalizando 238,6 milhões de euros, representando uma margem de 18,6%.
Quanto aos passageiros transportados no 3.º trimestre, o número ascende a 4,6 milhões, correspondendo a uma subida de 1,3% ou 60 mil face a igual período de 2023. Já no acumulado do ano, a TAP transportou 12,3 milhões de passageiros de janeiro a setembro de 2024, o que significa um aumento de 1,5% (+178 mil) que os 12,1 milhões de período homólogo de 2023.
Em comunicado, a TAP informa, também que, a 30 de setembro de 2024, o Balanço apresentava uma posição de caixa e equivalentes de caixa “robusta” no valor de 943,1 milhões de euros, um aumento de153,7 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2023.
No mesmo comunicado de imprensa, Luís Rodrigues, presidente executivo da TAP, afirma que estar “satisfeito com a performance no terceiro trimestre de 2024, apesar dos dois grandes desafios enfrentados: a situação difícil de gestão do espaço aéreo europeu, e as desvalorizações cambiais significativas. A melhoria da pontualidade e do NPS (Índice de Satisfação do Cliente) e a estabilização da regularidade, confirmam uma operação mais robusta e com um melhor serviço para os nossos clientes, que se traduz em aumentos de receitas e consolidação de resultados operacionais.”
Luís Rodrigues salienta ainda que, “o sucesso na emissão de obrigações, com uma clara criação de valor para a TAP, dado a redução significativa do spread implícito, resultou de uma resposta positiva por parte dos investidores à performance financeira da empresa.”
E o presidente executivo da TAP conclui que, “apesar do atual contexto desafiante do setor, mantemo-nos focados na transformação da TAP, com o apoio das nossas pessoas e dos nossos stakeholders, numa companhia sustentadamente rentável e numa das mais atrativas da indústria”.
Para o quarto e último trimestre de 2024, a TAP informa que “as reservas encontram-se ligeiramente acima do ano anterior, sendo expectável que compensem alguma pressão sobre as yields”.
Ainda neste mês de novembro, a companhia recorda que se concluiu “com sucesso a emissão de senior notes no valor de 400 milhões de euros, com um cupão de 5,125%, o que permite à TAP otimizar a sua estrutura financeira e cumprir com os compromissos do Plano de Reestruturação”.
Também neste 4.º trimestre, a TAP salienta que “o investimento no mercado brasileiro continua, com a abertura da nova rota para Manaus”, bem como, o investimento na modernização da frota, “com a entrega de duas novas aeronaves A320neo, em substituição de duas aeronaves da família A320ceo”, concluindo ainda que “o compromisso com o plano estratégico continuará”.