China é o mercado de longo curso com maior intenção de viajar para a Europa no outono
Segundo um estudo da European Travel Commission (ETC) que abrangeu seis países, a China é o mercado de longo curso com maior intenção de visitar a Europa no outono, com 74% dos chineses entrevistados para esta pesquisa a afirmarem ter planos para visitar um destino europeu entre setembro e dezembro de 2023.

Inês de Matos
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Apesar do aumento dos preços, a intenção de viajar dos turistas de longo curso parece não estar a ser afetada, apurou um estudo da European Travel Commission (ETC), que aponta mesmo a China como o mercado que tem maior intenção de viajar para a Europa, durante o período de outono.
“O interesse em viajar para a Europa aumentou particularmente na China”, destaca a ETC, indicando que, apesar do elevado preço das tarifas aéreas, 74% dos chineses entrevistados para esta pesquisa afirmam ter intenção de visitar um destino europeu entre setembro e dezembro de 2023.
A elevada percentagem de turistas chineses que quer viajar para a Europa ainda este outono representa mesmo um aumento de 10% desde o início do ano, assim como um acréscimo de 9% face ao outono de 2019, que correspondeu ao último período de viagens antes da pandemia da COVID-19.
Apesar de ser na China que a intenção de viajar mais aumentou, este não é o único mercado onde o aumento do custo de vida parece não estar a afetar os planos de viagem, uma vez que também nos EUA e Canadá a intenção de viajar aumentou 3% e 2%, respetivamente.
Já no Japão, a intenção de viajar para a Europa cresceu 12% face ao mesmo período do ano passado, ainda que este continue a ser um dos mercados que menos entusiasmo parece apresentar, já que apenas 25% dos japoneses inquiridos pretendem visitar a Europa nos próximos meses.
Em sentido contrário surgem mercados como o australiano e o brasileiro, que parecem estar mais apreensivos e cautelosos, com a intenção de viajar este outono a recuar 3% na Austrália, o que se poderá dever à vontade de viajar a nível doméstico, uma vez que o hemisfério sul está a caminhar para a época alta.
Já no Brasil, onde a intenção de viajar para a Europa também caiu 3%, a vontade de viajar para o velho continente parece continuar elevada, uma vez que 52% dos inquiridos afirmaram essa mesma vontade.
A cultura e história da Europa são apontadas como os principais motivos para a viagem em cinco dos seis mercados analisados, com a China a assumir-se como a exceção, uma vez que os turistas deste país parecem estar mais interessados nas experiências gastronómicas e urbanas.
O estudo apurou ainda que também o interesse geral em viagens lentas está a crescer neste outono, registando-se um aumento de 7% em comparação com 2022, especialmente entre os turistas do Japão, Austrália, Canadá e EUA.
Apesar de manterem intenção de viajar, o aumento dos preços está a preocupar os viajantes de longo curso, o que acontece especialmente no Brasil e Austrália, onde 45% e 40% dos viajantes, respetivamente, dizem sentir-se desencorajado devido aos preços, o que está a levar a novas estratégias para cortar nos custos.
“A tática mais popular é reduzir as despesas de compras (35%), uma abordagem que é particularmente popular entre os entrevistados do Canadá, Austrália e Japão. Outros novos padrões de gastos incluem o uso de esquemas de fidelidade e pacotes com tudo incluído a preços acessíveis, ambos considerados por 30% dos entrevistados em todos os mercados e particularmente favorecidos no Brasil e na China”, revela o estudo.
Comboio e aviação low cost ganham popularidade
Já os meios de transporte eleitos são a aviação low cost e os passes ferroviários, com o estudo a destacar a Austrália, onde parece ter havido uma “mudança interessante” a este respeito, já que houve um aumento notável (+8%) no interesse em passes de comboio e um ligeiro aumento nas viagens de autocarro (+2%), apesar da aviação continuar a ser a forma de transporte preferida.
Para os turistas canadianos, as viagens ferroviárias continuam a ocupar o primeiro lugar como meio de transporte preferido, com 34% dos inquiridos inclinados a comprar um passe de comboio e 32% interessados em adquirir, pelo menos, um bilhete de comboio.
Os viajantes dos EUA, por sua vez, também são atraídos pelo transporte ferroviário e pela eficiência dos tempos de viagem, “apesar de tradicionalmente favorecerem as viagens aéreas”, realça a ETC.
“Embora o transporte ferroviário ocupe uma posição forte como opção de transporte para viajantes de longa distância, os voos de baixo custo são os mais populares”, destaca a ETC, revelando que também os viajantes brasileiros estão a aumentar o interesse pelo transporte ferroviário, apesar das viagens aéreas estarem a ganhar popularidade, existindo mesmo um aumento de 13% no interesse pela aviação low cost.
“A mesma tendência pode ser observada no mercado canadiano, onde a popularidade dos voos baratos aumentou 9%”, acrescenta ainda o mesmo estudo da ETC.
O estudo da ETC abrangeu seis mercados de longo curso, concretamente Austrália, Brasil, Canadá, China, Japão e EUA, e procurou apurar as intenções de viagem no período entre setembro e dezembro de 2023.
“Após um longo período de perturbação devido à pandemia de Covid, a Europa está a restabelecer a sua ligação com os turistas asiáticos. O nosso apelo continua forte para os viajantes de longo curso em todo o mundo, com a cultura e história intemporais da Europa a constituir a maior atração”, afirma Miguel Sanz, presidente da ETC.
Miguel Sanz considera que é “particularmente encorajador ver a crescente popularidade do transporte ferroviário e o aumento do interesse em viagens lentas entre os turistas”, e defende que, mais do que nunca, “é importante prestarmos especial atenção ao desenvolvimento responsável da indústria do turismo”.