Nuno Costa, CEO da Timeless
“Deixámos de ser só uma empresa de transporte do ponto A ao ponto B e passámos a ser uma ponte entre toda a experiência, fornecedores e parceiros envolvidos numa viagem de luxo”, é desta forma que Nuno Costa, CEO da Timeless apresenta, em entrevista ao Publituris, a empresa que nasceu como “uma ‘alfaiataria’ no mercado dos transportes de luxo” mas que tem vindo a crescer e que, atualmente, funciona como “a cola que envolve toda a experiência do cliente”. Por isso, mais do que oferecer transferes, a Timeless é, hoje, uma empresa que “trabalha no setor de ‘leisure & corporate mobility services’” e cuja atenção ao detalhe é a sua principal marca distintiva.
Apesar do crescimento, o responsável queixa-se da falta de regulamentação e organização no setor de ‘leisure & corporate mobility services’. “Este setor não existe. Existem várias associações de autocarros ou de rent-a-car, mas não é o nosso caso, não conseguimos falar a uma só voz”, lamenta o responsável, que fala também na Inteligência Artificial e na sustentabilidade como desafios que estas empresas precisam de ultrapassar.
Quando a Timeless nasceu, em 2019, afirmava-se como “uma ‘alfaiataria’ no mercado dos transportes de luxo”. Seis anos depois, o que é hoje a Timeless?
Na verdade, seis anos depois, a Timeless não deixa de ser o mesmo mas com muitos mais detalhes. Hoje, consideramo-nos uma empresa diferente, que procura no mercado clientes que também tenham essa diferença. E, ao mesmo tempo, deixámos de pensar apenas nessa tal ‘alfaiataria’ e começámos a olhar para a Timeless como uma empresa inserida num setor que gostaríamos que fosse reconhecido como ‘leisure & corporate mobility services’. De hoje para a frente, a Timeless vai adotar essa nomenclatura e gostaríamos que outras empresas do nosso ramo também o fizessem. E também gostaria que não se reduzisse tanto o que é uma empresa de transferes privados – que já não é só isso – e abríssemos mais o nosso horizonte.
Concluindo, não deixámos de ser essa ‘alfaiataria’, contudo, hoje, queremos ser considerados como uma empresa que trabalha no setor de ‘leisure & corporate mobility services’.
Ou seja, a Timeless cresceu e passou a disponibilizar muitos mais serviços do que acontecia nessa fase inicial?
Não temos só mais serviços, falando da Timeless e olhando para o mercado de luxo, o que aconteceu foi que deixámos de ser só uma empresa de transporte do ponto A ao ponto B e passámos a ser uma empresa que é a ponte entre toda a experiência, fornecedores e parceiros que estão envolvidos numa viagem de luxo. Já não chega fazer um transporte executivo ou de lazer de Lisboa para o Porto ou um tour em Lisboa e Sintra. Isso já não é suficiente e percebemos que é nos detalhes e na ligação que podemos fazer entre quem está envolvido nessa experiência, que está a nossa mais-valia.
Portanto, diria que somos a cola que envolve toda a experiência do cliente porque somos nós que temos o programa e fazemos o contacto com o fornecedor ou com o local da experiência, e somos nós que, ao longo deste caminho, vamos passando essa confiança a quem nos visita.
A Timeless, hoje, é capaz de fornecer toda essa experiência?
A Timeless hoje, com os seus clientes, é capaz de fornecer toda essa experiência.
Não trabalhamos diretamente com o cliente final, temos clientes internacionais que têm a mesma filosofia que nós e que olham para o mercado e percebem que o foco são as pessoas. Ou seja, trabalhamos com pessoas para pessoas e quem se enquadra neste conceito consegue sempre evoluir e encontrar novas formas de proporcionar experiências diferentes aos clientes de luxo.
O luxo, hoje, já não é só luxo, são os detalhes. O luxo é, atualmente, um conceito muito mais lato e abstrato, e os players estão identificados, o que não está identificado são os detalhes. O acesso à informação é tão grande que, quem nos procura, já traz um programa definido, já sabe onde quer ir, pelo que temos de nos focar nos detalhes e perceber que é aí que podemos fazer a experiência. Caso contrário, não vamos conseguir atingir esse mercado de luxo.
É essa atenção ao detalhe que diferencia, atualmente, a Timeless da concorrência?
Sem sobra de dúvida. Mais do que uma empresa de transferes, somos uma empresa de mobilidade, como disse, de “leisure & corporate mobility services’.
Mas os transferes continuam a ser parte importante do vosso negócio?
Claro que os transferes continuam a fazer parte e é aí que está a grande diferença. Seja um transfer, um transfer de longo curso, um evento ou um full-day, faz parte de toda a mobilidade.
Atualmente, a mobilidade é a parte mais importante. Qual é a forma de nos movermos do ponto A para o ponto B? Pode ser de comboio, avião, autocarro ou até de trotinete, mas a mobilidade é aquilo que nos permite ver outros destinos e atingir outro nível de conhecimento. Portanto, a mobilidade vai estar sempre presente e, por isso, um transfer ou um serviço idêntico, vai estar sempre dentro desta mobilidade, mas pode-se fazer apenas o transfer ou pode-se evoluir.
E a Timeless evoluiu?
Acreditamos que evoluímos e muito.
90% de clientes internacionais
O que é que um cliente internacional costuma pedir à Timeless quando requisita, por exemplo, um programa para ver alguma coisa em Portugal?
Portugal é um país pequeno, mas que tem uma diversidade enorme. Hoje, essa diversidade é tão grande e temos tanto de diferente para oferecer, que, numa semana, conseguimos começar no Porto e acabar no Algarve, ou começar em Lisboa e acabar no Douro.
Aquilo que tentamos sempre fazer é encontrar os melhor percursos e caminhos, assim como as experiências menos procuradas dentro do luxo. Isso, atualmente, passa muito pelas quintas ou por detalhes como um passeio de balão, uma prova de vinhos ou um passeio de barco, mas também passa pelas pessoas locais, pelos proprietários das quintas ou pela própria pessoa que desenvolve e criou a experiência, que é quem vai dar o conhecimento de como determinada experiência surgiu.
Mas a procura, atualmente, está muito baseada em algumas regiões, como Lisboa, Porto, Douro, Comporta e Algarve.
E qual é o cliente que procura a Timeless?
90% do mercado da Timeless é cliente internacional. O nosso cliente final, maioritariamente, é americano e já era assim no passado, ou seja, não começámos agora a trabalhar o cliente americano, não foi só devido a este crescimento do mercado dos EUA em Portugal. Sempre acreditámos no mercado dos EUA porque temos clientes que já nos traziam este mercado.
Esses 90% de clientes internacionais estão muito focados na América do Norte, mas também temos clientes da América do Sul e muitos do Norte da Europa.
Depois, temos toda a parte dos congressos, incentivos, grupos e eventos, uma vez que temos feito um investimento promocional também no Norte da Europa e mercado asiático.
O mercado asiático está a crescer, ainda considero que seja um mercado emergente, uma vez que grande parte da população ainda não viaja. É um mercado mais complicado de trabalhar mas não deixa de ser um mercado interessante.
Depois, temos cerca de 10% de mercado nacional. Sempre nos focámos no mercado internacional e ainda não queremos entrar no mercado nacional, que tem muita oferta e o posicionamento que pretendemos ter não é o mais indicado para o mercado nacional. Por isso, estamos a analisar a melhor forma de entrar no mercado nacional, queremos fazê-lo de forma diferente, como aconteceu no internacional. Mas a verdade é que também queremos este mercado nacional, já trabalhamos com nichos, nomeadamente na área da banca, comunicações ou eventos, mas ainda temos passos para dar no mercado nacional e estamos a fazer uma análise para entrar de forma diferente.
E como é que a Timeless atrai os mercados internacionais, há alguma promoção ou é através da participação em feiras e eventos internacionais?
A estratégia, neste momento, é muito baseada na recomendação. Vamos a feiras, fazemos alguma promoção externa mas, face ao crescimento que tivemos e à experiência que temos tido, a nossa promoção é muito por contacto direto, temos uma rede de contactos e de clientes que acaba por nos permitir outros contactos.
Neste caso, é o serviço que temos prestado nos últimos tempos que nos tem trazido clientes. E temos clientes que nos procuram porque sabem que temos um serviço diferente e que desenvolvemos soluções de acordo com as expectativas.
Desafios: Digital, IA e sustentabilidade
Atualmente, os clientes estão mais informados e isso tem levado a algumas mudanças no mercado. No caso da Timeless, quais são as principais mudanças se têm observado no comportamento dos clientes?
É verdade, o acesso à informação é imenso e o conteúdo tem uma velocidade vertiginosa. Aquilo que temos de ter em atenção é como fazemos chegar a informação ao cliente e como é que, com a informação que nos é dada, conseguimos gerir as expectativas dos clientes.
O digital é o futuro, sem sombra de dúvida, e é por isso que também apostamos na transformação digital mas sem perder um dos nossos objetivos que é o contacto direto. Isso leva a que tenhamos de ser mais rápidos na prestação do serviço, na resposta ao cliente e temos de ter outro tipo de posicionamento. Mas é um facto que o cliente está muito mais informado, sabe exatamente o que quer e como quer.
E isso para uma empresa como a Timeless é uma vantagem ou desvantagem?
É um desafio. É por isso que digo que a diferenciação, hoje em dia, passa pelo detalhe porque não temos propriamente novidades para apresentar, toda a gente sabe que quintas existem e que podemos fazer serviços do ponto A ao ponto B.
E também não é novidade a viatura que vamos usar, porque as outras empresas também têm boas viaturas, o que é novidade é o detalhe, é a forma como fazemos chegar o produto e a experiência que o cliente pode ter connosco.
Outra área que está a trazer muitos desafios ao setor do Turismo é a Inteligência Artificial (IA). No caso de uma empresa como a Timeless, que impacto pode ter a IA?
Vai ter, certamente. Desde que abrimos a Timeless, sempre soubemos que tínhamos de abraçar a área digital, que seria algo que tinha de fazer parte de nós e um dos grandes investimentos que temos feito é em software próprio.
Vemos a IA como fundamental, essencialmente no que respeita ao detalhe ao erro. Por exemplo, atualmente, recebemos as reservas e toda a informação por e-mail e estamos a dar os primeiros passos na IA para ler os e-mails e toda a informação que lá está. Isso faz com que passe a haver uma revisão nos e-mails e na APP, de forma a fazer um match da informação e confirmar se está tudo certo. Quando não está, somos avisados das incongruências.
É uma solução que ainda não está pronta, está em desenvolvimento, mas achamos que vai ser essencial.
Tenho também uma questão sobre sustentabilidade, um tema que, atualmente, está muito presente no setor turístico. No caso da Timeless, o que é que está a ser feito a pensar neste tema, há, por exemplo, viaturas elétricas na vossa frota? E qual é o feedback dos clientes, esta é uma questão que os preocupa?
Acho que ainda estamos a anos-luz de uma sustentabilidade para todo o tipo de transportes. Se temos clientes preocupados com a sustentabilidade e com as alterações climáticas, temos. Mas, se me pergunta se, à data de hoje é viável fornecer uma experiência 100% sustentável, não é. E não é por causa da viatura, é por tudo o que está envolvido, ou seja, a falta de postos de abastecimento, o tempo que se leva a fazer um carregamento na viatura, os locais onde estão esses postos de abastecimento e, se olharmos para um programa de seis ou sete dias, que começa em Lisboa mas vai ao Porto e ao Douro, tem de ser algo muito planeado e sem fugir ao programa, ou seja, ficamos sem margem para adicionar qualquer elemento surpresa. Se o cliente quiser, por exemplo, efetuar uma paragem ou se quiser alterar o circuito, é um problema, não o conseguimos fazer porque não estamos preparados para, a qualquer momento, fazer uma recarga na viatura.
Portanto, temos viaturas elétricas e usamo-las para fazer um full-day local, em Lisboa, no Porto, por vezes também nos transferes diretos entre Lisboa e Porto, mas, depois, a viatura tem de ficar retida para carregamento. É aqui que está o problema porque somos uma empresa que visa a rentabilidade e se uma viatura está horas parada, não ganhamos dinheiro.
Mas, sim, é uma preocupação. Internamente, aquilo que temos tentado fazer é a nível de operação e temos tudo, cada vez mais, informatizado e reduzimos o consumo de papel. Claro que queremos passar para as viaturas, mas isso ainda é um sonho, talvez um dia, mas estamos longe disso.
Dar voz ao setor da mobilidade
Há seis anos, a Timeless considerava que também a regulamentação deste setor era um desafio. Qual é a visão atual, a opinião mantém-se ou deram-se passos positivos?
Mantenho a opinião. Acho que é o próprio setor de leisure & corporate mobility services que continua a ser critico, ou seja, não há apenas falta de regulamentação porque este setor não existe, existem várias associações de autocarros ou de rent-a-car, mas não é o nosso caso, não conseguimos falar a uma só voz. E temos de ter em atenção que as empresas como a nossa, a nível nacional, são cada vez mais. A oferta já é substancialmente maior do que era há seis anos e o mercado continua a olhar para nós como um mal necessário.
Reforçando o que já disse, somos nós quem faz as pontes e que funcionamos como a cola disto tudo, seja a nível de experiências privadas, seja a nível de luxo, seja a nível de eventos. Mas não somos olhados por ninguém como um setor relevante porque não somos fortes todos juntos.
Uma coisa é a concorrência e outra coisa é trabalharmos em prol de um bem comum. As rent-a-car também são concorrentes uma das outras, assim como os hotéis, mas todos eles defendem o mesmo e estão unidos nas suas associações, onde se protegem. No nosso caso, não conseguimos fazer isso, era algo essencial para falarmos a uma só voz e termos regulamentação, para termos mais força junto das entidades estatais e entidades ligadas ao turismo.
Sentarmo-nos à mesa nas grandes decisões do setor a nível nacional, seria um ponto muito relevante para as empresas que atuam na área da Timeless.
Não há qualquer sinal de que se possa constituir uma associação e criar também esse lobby?
Não vejo ninguém a fazer isso mas acho que seria importante. Quem o fizesse, teria o nosso apoio.
Seria algo para ser visto como uma proteção do próprio setor, das próprias empresas, e não como um aproveitamento para promover o próximo. Acho que há muito interesse nisso.
Se isso acontecesse e fosse criada uma associação para esta atividade, qual seria a principal reivindicação?
Acho que as preocupações seriam ao nível da regulamentação e legislação, mas também de incentivos fiscais e estruturas, e apoios.
Posso dar um exemplo prático. Trabalhamos o setor do luxo e dos transportes privados, que serviço posso dar a um cliente que chega ao Aeroporto de Lisboa, mas onde nós não temos uma área reservada? Falando de mobilidade de forma aberta, mas sem comparar o nosso serviço com os outros porque todos são essenciais na mobilidade, o certo é que os táxis têm o seu serviço e têm a sua zona, os autocarros a mesma coisa, o rent-a-car também e até os TVDE já têm a sua zona no aeroporto. Nós não temos nada, portanto, só posso perguntar: onde é que isto nos coloca?
Dá a ideia de que somos o parente pobre da mobilidade, mas nós não nos consideramos o parente pobre. Há aqui várias variáveis que não estão a ser tidas em conta e que, enquanto não conseguirmos em conjunto perceber exatamente o que temos de fazer, não vamos dar esse passo em frente.
No que diz respeito a regulamentação, a reivindicação vai ao encontro de quem pode ser uma empresa de leisure & corporate mobility services. Essa regulamentação iria ajudar-nos em muita coisa, desde logo separando o trigo do joio, como se costuma dizer.
Balanço de 2024 e expectativas para 2025
O ano passado voltou a bater recordes no turismo nacional. Para a Timeless, como foi 2024, foi também o vosso melhor ano de sempre?
Foi o melhor ano de sempre. Temos seis anos, o nosso histórico ainda é curto, mas temos tido um crescimento em volta dos 50% nos últimos anos.
E isso tem acontecido não apenas com novos clientes, mas com a base de clientes que já temos porque os nossos clientes âncora estão a crescer.
Também estamos a entrar em novos mercados, estamos a ter novos clientes com novos desafios que estão agora a dar os primeiros passos connosco e 2024 foi efetivamente um ano desafiante mas positivo, bastante positivo.
2024 foi positivo ao ponto de começarmos a preparar 2025 mais cedo. Estamos com boas perspetivas para este ano, mas não acreditamos que o crescimento seja idêntico a 2024, até porque evoluímos bastante e a tendência é que se comece a estabilizar. No entanto, os clientes emergentes que estão a chegar agora, dentro de dois anos poderão estar ao mesmo nível dos clientes âncora que já temos.
Portanto, temos boas perspetivas para 2025 e a digitalização e as novas soluções de aplicações informáticas e de software que estamos a desenvolver, vão tornar a empresa mais produtiva e mais rentável.
As marcas da pandemia já foram ultrapassadas?
Qualquer pandemia deixa sempre marcas mas, sinceramente, já está ultrapassada. Temos de aprender com os erros e com as situações que o mundo nos coloca, mas temos de olhar para o futuro.
Esse período trouxe desafios, mas ensinou-nos que, se fizermos uma boa preparação para o ano seguinte, é muito mais fácil operacionalizar.
Mas, felizmente, já foi. Neste momento, temos as guerras e há vários fatores e variáveis que não controlamos, temos é de conseguir estar preparados para, nessas alturas, ter ferramentas para estabilizar as empresas e, ao mesmo tempo, tentar evoluir quando elas passarem.
Internacionalização
Há pouco referiu também que a Timeless vai tentar entrar noutros mercados. Que mercados são esses, estão previstas novidades já para 2025?
A grande novidade para este ano é, dentro do leisure & corporate mobility services, a aquisição de um catamarã com capacidade para 18 pessoas, que vai começar a operar em Lisboa, este mês.
Gostaríamos de começar a fechar ciclos, ou seja, olhando para a mobilidade, desde os serviços terrestres, aos serviços marítimos, a serviços aéreos. O objetivo é fechar este ciclo, se estamos na mobilidade, vamo-nos manter na mobilidade.
Portanto, uma das grandes novidades para 2025 é a aquisição do catamã para o mercado de luxo. Vamos fazer essa apresentação em breve e, nessa altura, vamos dar mais detalhes. Acreditamos que será mais um trunfo.
A nível de mercados, vamos continuar a apostar nos mercados em que já estamos e já deixei a semente quando falei no mercado nacional. Estamos a tentar perceber como é que é possível apostar no mercado nacional.
E a nível de internacionalização dos serviços, por exemplo, se um cliente pedir à Timeless um tour em Espanha, a empresa pode oferecer esse tour?
Sim, já somos Ibéricos. Não podemos olhar apenas para Portugal, temos de olhar para a Península Ibérica, da mesma forma que Espanha olha para o mercado ibérico.
Espanha quando vende e promove os serviços, já promove esse mercado ibérico e, muitas vezes, consegue ter os clientes que fazem Espanha e Portugal ou Portugal e Espanha. Mas a Timeless, com este posicionamento, já consegue servir o cliente em Portugal e Espanha, comece a viagem em Portugal ou em Espanha.
Voltando um pouco atrás, quando falamos de sustentabilidade, a pergunta que muitas vezes faço é: o que é que consome mais, um avião ou um carro de vai de Lisboa para Madrid? Por outro lado, que tipo de experiência posso oferecer a um cliente que prefere viajar de carro? O cliente ganha a possibilidade de ter uma experiência gastronómica no Alentejo, parar na zona de Mérida e ter uma experiência cultural ou na zona de Toledo e ter uma experiência histórica. É possível oferecer muito mais.
Portanto, já somos uma empresa ibérica, já fornecemos serviços em Espanha, é verdade que estamos a dar os primeiros passos e que ainda não sei se esta evolução vai ter um crescimento idêntico ao que teve em Portugal, mas penso que, num futuro próximo, poderá ter.
Quantos colaboradores já tem atualmente a Timeless?
Neste momento, temos uma equipa de 20 colaboradores, entre operações, atendimento, programação e gestão.
Quanto a motoristas, trabalhamos com dois tipos, internos e externos.
E como é que vê a Timeless daqui a seis anos?
É uma boa questão, mas, com este fecho de ciclo e olhando para a mobilidade, vejo a Timeless a conseguir oferecer aos clientes qualquer tipo de experiência que esteja relacionada com a mobilidade. E muito mais ibérica do que hoje.
Não queremos ser grandes, queremos ser diferentes. O ser grande traz desafios distintos, mas o grande desafio atualmente é a diferenciação, não é a grandeza.
Portanto, vejo a Timeless a conseguir fechar um ciclo de mobilidade, só o tempo e as condições do mercado o dirão.