Europa é o continente mais afetado pelo aquecimento global
A Europa é o continente que mais aquece, e os impactos das mudanças climáticas aqui são claros. 2024 foi o ano mais quente já registado nesta zona do mundo, com temperaturas recordes nas regiões central, leste e sudeste, revelam o Serviço de Mudanças Climáticas da União Europeia (Copernicus) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM) no seu relatório anual conjunto sobre o Estado do Clima Europeu.

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O Serviço para as Alterações Climáticas da União Europeia (UE) publicou o relatório anual sobre o estado do clima da Europa em 2024, em colaboração com a Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas (OMM). O estudo, com base em dados e análises científicas, confirma a tendência contínua de aumento das temperaturas a subirem cerca de duas vezes mais depressa do que a média global, e das alterações climáticas em toda a Europa.
As tempestades eram frequentemente severas e as inundações generalizadas, ceifando pelo menos 335 vidas e afetando cerca de 413 mil pessoas. Os fenómenos climáticos extremos causaram em 2024 prejuízos estimados em 18,2 mil milhões de euros, de acordo com o relatório.
Ao longo do ano, houve um contraste marcante entre as condições climáticas leste-oeste, com condições extremamente secas e, muitas vezes, recordes de calor no leste, e condições quentes, porém úmidas, no oeste. As temperaturas da superfície do mar também atingiram níveis recorde, de 0,7°C acima da média, chegando a 1,2°C no Mar Mediterrâneo.
As instituições realçam mais uma vez a necessidade de a Europa se tornar climaticamente neutra e resiliente, e de ser acelerada a transição para a energia limpa e a adoção de medidas de energia renovável e de eficiência energética.
A Comissão Europeia indicou que a UE comprometeu-se a tornar-se neutra em termos climáticos até 2050 e adotou metas e legislação para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em pelo menos 55% até 2030. Para uma evolução favorável a Comissão publicou em abril de 2024 uma comunicação sobre como preparar eficazmente a UE para os riscos climáticos e reforçar a resiliência climática. Entretanto, a Comissão anuncia que apresentará um plano europeu de adaptação climática em 2026.
Os níveis de risco de incêndio no verão foram ligeiramente acima da média na maior parte da Europa. Os valores mais altos ocorreram, em setembro, devido a uma combinação de condições secas e ventos fortes, especialmente em Portugal e partes da Espanha.
Os incêndios em solo português atingiram cerca 1.100 km2, numa semana, representando quase um quarto de toda a área queimada na Europa em 2024. No episódio mais grave, cheias arrasadoras em Valência, no leste do território espanhol, causaram 232 mortes em outubro.
Em outubro, os fluxos fluviais na Península Ibérica foram muito acima da média, atingindo níveis recordes, como observado no Rio Tejo, que corre da Espanha para Portugal. Por outro lado, rios importantes no sudeste da Europa foram afetados por calor extremo e seca.
Todas as regiões europeias viram uma perda de gelo, sendo que os glaciares na Escandinávia e Svalbard tiveram as suas maiores taxas de perda de massa já registadas.