“O setor do turismo sente necessidade de se requalificar e apostar na sustentabilidade e na digitalização”
Banco oficial da BTL desde 2016, o BPI volta a marcar presença no maior evento do turismo em Portugal. Com o setor do turismo a ser assumido como “estratégico, pela sua importância na economia”, João Folque Patrício, diretor Executivo da Direção de Negócios Agricultura, Turismo e Imobiliário do BPI, salienta que “será necessário recuperar a confiança e reconstruir algumas cadeias de valor que foram fortemente abaladas com a pandemia”.
Victor Jorge
BTL
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Posicionando-se há mais de uma década como o “Banco para o Turismo”, o diretor Executivo da Direção de Negócios Agricultura, Turismo e Imobiliário do BPI, João Folque Patrício, refere que os últimos dados revelam que o sector “está a dar passos a caminho da recuperação e da retoma que se espera para 2023”. E salienta que Portugal “conseguiu preservar o tecido empresarial do setor, bem como a sua oferta, pelo que temos todas as ferramentas para voltar a fazer o que sabemos fazer tão bem, que é receber e proporcionar ótimas experiências àqueles que visitam o nosso país”.
Que expectativas possui relativamente à BTL 2022 a menos de um mês do início do evento e depois da não realização em 2020 e 2021?
É sem dúvida uma edição muito especial. Depois de dois anos a trabalhar no digital, todos nós ansiamos por eventos como este, poder fazer networking, trocar experiências e fomentar a discussão dos novos desafios estratégicos que o sector vai enfrentar no pós-pandemia (um turismo mais sustentável, mais responsável, mais digital), sem descurar alguns temas mais antigos, como o combate à sazonalidade e interioridade, entre outros e, a partir daqui, trabalhar em parceria na retoma e desenvolvimento do sector.
O patrocínio do BPI à BTL não é de hoje. O que diferencia a presença deste ano?
O patrocínio do BPI é mais uma demonstração de apoio ao sector, que mostrou uma enorme resiliência e a capacidade de superação. No âmbito da BTL, vamos lançar a 4.ª edição do Prémio Nacional de Turismo, que reconhece o que de melhor se faz no sector em Portugal. Vamos também reforçar a divulgação do Protocolo com a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2. Em paralelo, mantemos toda a disponibilidade para dialogar com todos os stakeholders do sector na busca de soluções de financiamento e outros serviços de apoio ao dia-a-dia, que possam potenciar o crescimento das respetivas atividades.
A estratégia do BPI centra-se no apoio a que stakeholders do setor do turismo. A estratégia é puramente nacional ou também internacional?
Há mais de uma década que o BPI se posiciona como o Banco para o Turismo e para todos os seus stakeholders. O Banco criou uma equipa especializada no sector do Turismo – incluindo na área de avaliação de risco -, com competências diversificadas, com o objetivo de reforçar o foco comercial para melhor servir os nossos clientes e em prazo adequado.
Estamos atentos às necessidades atuais dos clientes e aos desenvolvimentos na área da sustentabilidade, cujos critérios estamos a incorporar na análise de projetos. Além disso, em 2021 o BPI aderiu ao Programa Empresas Turismo 360, uma parceria promovida pelo Turismo de Portugal, que pretende mobilizar as empresas do setor a incorporarem indicadores ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) na sua gestão.
No que se refere à atividade internacional, o turismo constitui uma área estratégica do CaixaBank, acionista do BPI, que segmentou especializou os serviços para o turismo através da Marca Caixabank Hotels & Tourism. Fruto da integração no Grupo CaixaBank, estamos em condições de apoiar o investimento de players portugueses no estrangeiro e de empresas estrangeiras que vêm desenvolver os seus projetos em Portugal.
Que oferta tem o BPI para o setor do turismo e que irá ser foco na BTL 2022?
Em primeiro lugar, importa destacar que, no BPI, o setor do turismo está assumido como estratégico, pela sua importância na economia. O BPI tem uma oferta muito abrangente para os diversos agentes do sector do turismo, para apoio quer à tesouraria, quer ao investimento.
Destacamos a Linha de Apoio ao Turismo (150 milhões de euros), mas também a Linha de Apoio à Qualificação da Oferta 2021 e a Linha BPI/IFRRU 2020.
Vamos continuar a disponibilizar linhas de crédito protocoladas ou instrumentos financeiros para este sector principalmente aqueles previstos no Plano “Reactivar o Turismo”, que tem uma dotação de cerca de 6.000 milhões de euros para apoiar a capitalização e financiamento das empresas do sector, mas também a qualificação, sustentabilidade e inovação.
Iremos também dinamizar uma linha de crédito criada ao abrigo de um Protocolo com a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 (vencedor do Prémio Nacional de Turismo em 2019), que inclui uma linha de 100 milhões de euros para apoio às necessidades de tesouraria e investimento da Rede de Agentes da Estrada Nacional 2.
O setor merece voltar ao lugar de destaque que tem na nossa economia. (…) Seria importante homenagear todos os agentes do sector pelo seu esforço e resiliência
O principal foco do BPI está em apoiar empresas na sua tesouraria ou nos (novos) investimentos?
A oferta do BPI compreende soluções de apoio à tesouraria e ao investimento. O foco do BPI é apoiar os nossos clientes e potenciais clientes de forma abrangente e sempre com o objetivo de apresentar as melhores soluções para cada desafio.
O BPI integrou a plataforma “Invest in Tourism”, lançada pelo Turismo de Portugal, que se pretende constituir como dinamizador do investimento nacional, mas sobretudo estrangeiro, no setor turístico português. Trata-se um roteiro para os investidores internacionais saberem os passos que têm que dar, nomeadamente ao nível das diversas opções de financiamento dos projetos.
Este poderá ser o evento da retoma para o setor do turismo ou ainda existem demasiadas dúvidas e incertezas?
Acreditamos que sim. O facto de Portugal ter uma cobertura vacinal significativa permite olhar para o futuro com esperança na recuperação da normalidade perdida, que é tão importante para o sector do turismo.
Muitos especialistas já consideram que a pandemia pode passar a endemia e, com isso, a maioria dos mercados emissores poderá começar a levantar as restrições em vigor.
É claro que será necessário recuperar a confiança e reconstruir algumas cadeias de valor que foram fortemente abaladas com a pandemia (mão-de-obra, transporte, abastecimento, logística, entre outros) e esse é um esforço que ainda poderá durar alguns anos.
Os últimos dados sobre o sector revelam que o sector está a dar passos a caminho da recuperação e da retoma que se espera para 2023.
Portugal conseguiu preservar o tecido empresarial do setor, bem como a sua oferta, pelo que temos todas as ferramentas para voltar a fazer o que sabemos fazer tão bem, que é receber e proporcionar ótimas experiências àqueles que visitam o nosso país.
Falando agora especificamente do BPI, que necessidades sentiram por parte do setor do turismo e que respostas foram dadas pelo banco?
No primeiro momento da pandemia o BPI procurou responder aos problemas conjunturais que afetaram a tesouraria das empresas, desde as linhas específicas COVID de apoio à economia, moratórias, restruturações, entre outros. Num segundo momento, e num enquadramento extraordinário, o BPI nunca deixou de apoiar os seus clientes, procurando sempre as melhores soluções para cada situação.
Em simultâneo, o BPI nunca deixou de analisar as intenções de investimento que nos foram apresentadas, tendo verificado que mesmo no contexto pandémico continuou a existir procura e investimento em novas unidades de alojamento ou requalificação de unidades existentes e para a qual contribuímos com as melhores soluções de financiamento.
O setor do turismo, a par do que acontece de forma generalizada em todos os outros sectores da nossa economia, sente necessidade de se requalificar e apostar na sustentabilidade e na digitalização, só para referir os principais, para os quais o BPI tem procurado dar resposta.
Importa realçar por fim, o facto do BPI estar inserido no maior grupo financeiro Ibérico, o Grupo CaixaBank, que tem uma grande experiência e provas dadas no financiamento ao sector do turismo, da qual os nossos clientes em Portugal agora também podem beneficiar.
Fruto da integração no Grupo CaixaBank, estamos em condições de apoiar o investimento de players portugueses no estrangeiro e de empresas estrangeiras que vêm desenvolver os seus projetos em Portugal
De forma geral, a banca em Portugal consegui dar resposta às necessidades e exigências do setor do turismo nacional?
Sim, numa ótica de procura de soluções adequadas às necessidades específicas de cada cliente, sem esquecer o papel fundamental da banca no tema das moratórias.
Além da BTL 2022, que outras ações irão desenvolver para este ano de 2022 e que mercados terão como alvo?
O BPI pretende fomentar, aprofundar e criar novos laços com os diferentes players do setor, por um lado, promovendo e disponibilizando-se para reunir com clientes e parceiros, e por outro, apostando na divulgação dos instrumentos de apoio ao setor.
Acabámos de realizar a cerimónia final do Prémio Nacional de Turismo 2021, no passado dia 7 de fevereiro, num evento em que temos como parceiros a Impresa e a Deloitte e o apoio institucional do Turismo de Portugal e do Governo português. Só para dar uma ideia da importância deste Prémio, em 2021 foram apresentadas 439 candidaturas em 5 categorias distintas, mais 10% que a edição de 2020, o que é demonstrativo da resiliência e dinâmica do setor, apesar das circunstâncias adversas que o País vivia e em particular este sector.
Por esse motivo, iremos aproveitar a BTL para fazer o lançamento da 4.ª edição do Prémio Nacional de Turismo (PNT 2022).
Conforme já foi referido, iremos também dinamizar uma linha de crédito criada ao abrigo de um Protocolo com a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2 (vencedor do Prémio Nacional de Turismo em 2019), que inclui uma linha de 100 milhões de euros para apoio às necessidades de tesouraria e investimento da Rede de Agentes da Estrada Nacional 2 que se localizem nos concelhos atravessados por esta icónica estrada. Pretendemos com este protocolo promover o desenvolvimento das regiões mais interiores do país, que começaram a despertar um maior interesse por parte dos turistas, nacionais e internacionais, contribuindo assim uma maior coesão do território.
Se tivesse de fazer um pedido à organização da BTL 2022, qual seria?
Pediria que dessem muita visibilidade ao evento, porque sem dúvida que o setor merece voltar ao lugar de destaque que tem na nossa economia. Além disso, seria importante homenagear todos os agentes do sector pelo seu esforço e resiliência.
No final do evento, que balanço gostaria de fazer da BTL 2022?
Gostaria muito que este evento coincidisse com o fim das restrições à mobilidade que tanto afetaram o sector turismo globalmente, marcando este ano 2022 como o ano de referência da tão esperada retoma do sector.
Gostaria que este evento venha reforçar ainda mais o posicionamento do BPI como um Banco para o Turismo, e o nosso enorme reconhecimento pela fantástica resiliência e superação de todos as empresas e profissionais do sector.