Limitações ao turismo nas cidades europeias são desafios que se colocam à Lusanova
As medidas que estão a ser impostas para conter os fluxos de turistas, principalmente nas cidades europeias, são desafios que se colocam a operadores turísticos cujo core business são os circuitos culturais, como é o caso da Lusanova, revelaram o seu administrador e diretor operacional, Luís Lourenço e Tiago Encarnação, respetivamente.
Carolina Morgado
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As taxas turísticas, as burocracias, limitações e aumento do preço das entradas de grupos de turistas em monumentos e atrações turísticas, a distância em que os autocarros vão passar a ficar dos centros históricos obrigando as pessoas a percorrer grandes distâncias a pé e que, as com dificuldades de locomoção não conseguem fazer, são medidas que pouco a pouco a ser implementadas nas cidades europeias, incluindo em Portugal e que criam dificuldades para os operadores turísticos que têm nos circuitos culturais o seu principal negócio, como é o caso da Lusanova.
Luís Lourenço e Tiago Encarnação, administrador e diretor operacional da Lusanova, num encontro recente com jornalistas, no âmbito da apresentação da sua programação, em Lisboa, estão de acordo que é preciso estimar os centros das cidades, mas tem de haver um pouco de equilíbrio.
Tiago Encarnação considerou que “se as limitações começam a ser tão grandes, vai passar a não ser viável o circuito, e o custo começa a ser injustificável”, apontando que “no futuro é um dos maiores riscos que a Europa vai ter pelas limitações que vai impondo pela sustentabilidade das cidades”.
No entanto, assumindo-se como otimista nesta matéria, o diretor operacional da Lusanova lembrou que, uma vez que as cidades europeias precisam muito do turismo, acredita que vai haver um equilíbrio, “embora continuarão a haver medidas mais radicais numas e menos radicais noutras”.
Contudo, o administrador do operador turístico não está tão convencido, argumentando que “com tanto turismo que as cidades têm, podem-se dar ao luxo de introduzir essas limitações e exigências. Não sei é se não irão pagar amanhã por isto, mas nós procuramos sempre arranjar alternativas, que é nossa obrigação, porque não podemos parar e temos de oferecer produto ao cliente e de forma mais cómoda possível”.
Estas limitações são mais gritantes na Europa, continente que recebe maior volume de turistas, enquanto nos outros continentes haverá um caso ou outro, como será exemplo Machu Picchu, no Peru.
Habituada a enfrentar desafios ao longo destes 65 anos de vida, que vai assinalar com diversas ações a decorrer durante o 2024, nada demove a Lusanova, cujos responsáveis asseguraram que a empresa “vai manter o compromisso de sempre que é entregar uma programação diversificada, segura, com destinos onde somos competitivos e onde damos a segurança que é exigida à nossa marca, na melhor relação qualidade-preço”.
Em relação às taxas de cidade, o administrador da Lusanova disse que estão incluídas na programação, apesar de ser um valor elevado, mas quando aumentam de uma hora para outras “não temos justificação para dar ao cliente, que fica sempre mal impressionado e desconfiado o facto de aumentarmos o preço do pacote à última hora, quando o nosso foco é sempre o cliente”.
Quanto às entradas em monumentos, ao contrário do que acontecia anteriormente, para alguns locais “obrigam-nos a fazer depósitos de garantia, hoje em dia não sei para onde é que não pagamos antecipadamente e caro”, destacou Luís Lourenço, para realçar que “temos o exemplo de Paris, por causa dos Jogos Olímpicos, que exigiram pagamentos com dois anos de antecedência”.
O empresário assumiu que “está cada vez mais difícil elaborar um pacote cultural, com ingressos, cada vez estamos a ter dificuldades porque não são ágeis e não nos dão deadline e, além disso, limitam o número de entradas, mas esta situação está a verificar-se também em Portugal. São limitações que temos de arranjar engenhos de maneira a contorná-las”.
A somar a isto tudo, o turismo está mais caro, as viagens estão inflacionadas, reconheceram os dois responsáveis do operador turístico, avançando que tudo o são circuitos europeus subiu uns 5% no total do PVP face ao ano passado, tendo em conta que em 2023 o aumento já tinha sido superior.
Neste caso, Tiago Encarnação considerou que “temos uma grande vantagem aqui porque, o facto de termos um grande volume tanto em Portugal como no Brasil, dá-nos um poder de negociação diferente, e isto é importante quando estamos a negociar as contratações”.