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Pedro Moita, pró-presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE)
Emprego e Formação

Turismo vai sofrer uma nova revolução e formação tem de a acompanhar

Pedro Moita, desde que o setor o conhece, é um formador nato na área do turismo, e apesar de ser um académico, sempre defendeu a formação para além da tradicional sala de aula, agregando vários projetos que podem trazer mais-valias aos futuros profissionais desta indústria, que acredita que vai sofrer uma nova revolução e que a formação tem, inevitavelmente, de a acompanhar.

Carolina Morgado
Pedro Moita, pró-presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE)
Emprego e Formação

Turismo vai sofrer uma nova revolução e formação tem de a acompanhar

Pedro Moita, desde que o setor o conhece, é um formador nato na área do turismo, e apesar de ser um académico, sempre defendeu a formação para além da tradicional sala de aula, agregando vários projetos que podem trazer mais-valias aos futuros profissionais desta indústria, que acredita que vai sofrer uma nova revolução e que a formação tem, inevitavelmente, de a acompanhar.

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O turismo vai sofrer uma nova revolução, defendeu, em entrevista ao Publituris, Pedro Moita, pró-presidente, coordenador da licenciatura em direção e gestão hoteleira e coordenador da área científica de ciências da informação e informática da ESHTE (Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril). Se no início deste século, as tecnologias revolucionaram a atividade, se a distribuição turística, os operadores, as agências de viagens, a gestão hoteleira se reinventaram, se as companhias aéreas intermediaram grande parte do seu negócio, também a formação em turismo tem de acompanhar essas transformações, tendo Pedro Moita apontado que fatores como a inteligência artificial, e o data science, que trazem um panorama completamente novo para a nossa sociedade, “também vão ter muitas implicações no turismo. Este setor sempre esteve na ribalta do IT, e agora, com a indústria 4.0, com esta ciência dos dados, com a inteligência artificial, também o turismo vai ser charneira de muitos projetos de IT”.

Remodelação das licenciaturas
Tendo esta visão, o docente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, instituição de ensino superior público, revelou ao Publituris que “já o ano passado submetemos à tutela uma proposta de remodelação das nossas licenciaturas, onde para além das componentes técnicas, juntar a componente prática aplicada, por isso temos os principais players do turismo connosco”.

Portanto “para além das atualizações normais de 10, 12 anos, que os planos de estudo já teriam, que já fazíamos nos conteúdos, e que agora repercutimos nas unidades curriculares, desde a gestão de comidas e bebidas, ao alojamento, à área de gestão de eventos, animação turística, à segurança alimentar, “colocámos este pormenor da indústria 4.0 e do data science, com grande destaque e relevo”.

Aí, quer nos mestrados, quer nas licenciaturas, a ESHTE está em processo de reformulação, já aprovado pelo Conselho Técnico-Científico da escola, e que aguarda agora a avaliação da Agência de Avaliação do Ensino Superior, no âmbito dos novos planos de estudo.

Em paralelo, “criámos há pouco tempo, eu e a minha equipa de IT da ESHTE, o Núcleo de Investigação Tecnológica em Turismo (NIT), e temos já várias candidaturas, uma aprovada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o nosso primeiro projeto aprovado em termos científicos e de investigação, que é na área de Data Science e Inteligência Artificial aplicada à formação”.

 

“Já o ano passado submetemos à tutela uma proposta de remodelação das nossas licenciaturas, onde para além das componentes técnicas, juntar a componente prática aplicada, por isso temos os principais players do turismo connosco”

Além disso “contactámos já as agências regionais de turismo para projetos, basicamente, com muita Inteligência Artificial, com apps, chatbots, e aqui temos duas visões, quer a do turista, para melhorar a sua experiência do turista, quer a visão para melhorar a distribuição, a promoção do destino, do equipamento e do produto”, avançou o formador.

Pedro Moita concorda que “todos os equipamentos turísticos vão ter de se adaptar a esta nova realidade, não são só os players de serviços, como as agências de viagens e a hotelaria em que, por exemplo, os revenue management já começam a ser híbridos, com agentes de inteligência artificial a auxiliar, também os restantes equipamentos e destinos vão sofrer remodelações profundas porque, a forma como se vão prestar as experiências aos turistas nos destinos, nos eventos, nos equipamentos, vai evoluir consideravelmente”.

Assim, avançou que “este pacote de dados que temos, de estarmos sempre conectados, este Big Data, esta transformação fácil que a IA faz em modelos preditivos, em modelos de análise, vai ter implicações muito fortes”.

Igualmente, na componente imersiva “também estamos a trabalhar em alguns projetos”, deu conta, para apontar que, com realidade virtual e com experiências imersivas “acreditamos que podemos explodir com projetos muito interessantes para a experiência do turista. Hoje em dia, podemos ter asas com as experiências imersivas, permitindo que os nossos equipamentos fiquem com muito mais valor acrescentado para a experiência do turista, que pode ser colocado no centro da mensagem, ou seja, aquilo que aquele equipamento pretenda”.

Sempre perto dos players
Voltando à formação propriamente dita, o pró-presidente da ESHTE destacou que “temos o nosso PRR a funcionar, com várias parcerias, em que vamos tentando também suprir necessidades do mercado, nas áreas de alimentos e bebidas, de eventos, da hotelaria, do turismo cultural, bem como uma nova pós-graduação nessa área, subsidiada pelo PRR”.

Daí que, Pedro Moita acredita que a formação turística tem de evoluir. “Não será bem uma mudança radical, mas tem de evoluir. Não haverá mutação, pelo menos a curto prazo, mas a inteligência artificial vai trazer implicações. O turismo evoluiu sempre muito e se nós, no ensino, não o fizermos, não chegamos lá”.

Observou que a nível médio, o Turismo de Portugal, nas suas escolas, tem feito um bom trabalho, tem preparado bem os seus profissionais para a atividade técnica, mais do serviço hoteleiro e da restauração, do que propriamente noutras áreas, mas tem também tocado nessas.

 

“A formação turística tem de evoluir. Não será bem uma mudança radical, mas tem de evoluir. Não haverá grande mutação, pelo menos a curto prazo, mas a inteligência artificial vai trazer implicações. O turismo evoluiu sempre muito e se nós, no ensino, não o fizermos, não chegamos lá”

A nível do ensino superior, referiu que “o nosso trabalho é um pouco mais complexo, porque os nossos docentes têm, não só de dominar a área técnica, como igualmente de saber gerir, saber aprender, saber evoluir, saber estudar, de resolver problemas, e nós procuramos muito isso. O nosso ensino procura muito isso, e temos de evoluir sem dúvida alguma, porque se não estivermos perto dos players, se não os formos ouvindo, se não fizermos parcerias, corremos o risco de os alunos saírem das faculdades para o mercado de e pensarem que agora é que vão aprender a atividade real, e que até então tinham estado num ginásio mental, que também é importante, mas não chega”, reconheceu, sublinhando que “a ideia é que saibam pensar, liderar, gerir equipas, que saibam pesquisar/investigar”. Portanto, “se a nossa formação fosse meramente softwares e componentes técnicas, estava obsoleta ao fim de poucos anos, e não valiam nada no mercado”.

Ainda em termos de ensino, “acho que vai haver uma forte revolução porque começam a aparecer também algumas ferramentas muito interessantes que vão permitir revolucionar o nosso modelo, mas também requer que o aluno do ensino superior mude um bocado a sua perspectiva, deixando apenas de chegar lá, ouvir o que temos para dar e estudar o que mandamos, sem se pré-preparar para a aula. Portanto, às vezes, se calhar, temos de começar a treiná-los também no secundário e a pré-prepará-los para este tipo de abordagens”.

Tornar a Escola interessante
Se o ensino evoluiu, a própria escola também o deve fazer, defendeu Pedro Moita, para apontar que “nós temos de agarrar nestas ferramentas e saber transformar-se para que própria escola seja interessante, e acho que estamos a fazê-lo, e estou a falar de Portugal inteiro. Em geral, as universidades portuguesas e os institutos politécnicos estão a conseguir ir acompanhando esta evolução”.

Sendo um formador há muito anos, o coordenador da licenciatura em direção e gestão hoteleira e coordenador da área científica de ciências da informação e informática da ESHTE consegue dar-nos, igualmente, a perspectiva do aluno, e porque escolhe um curso de turismo. “Há alguns que vêm porque já conhecem a realidade da profissão, aqueles cujos pais ou familiares têm negócios turísticos ou trabalham no turismo, esses já têm de facto esse gosto e procuram-nos nesse sentido. Há depois os outros que consideram o turismo “sexy”, atrativo e optam por este tipo de formação, mas existem ainda os que não sabem porque escolheram esta área. No entanto, de um modo geral reagem bem e temos muito poucas desistências por mudança de área, e quando chegam ao ciclo dos mestrados muitos deles optam por se especializar na área que gostaram mais”.

E a própria ESHTE mantem, no geral, uma estreita relação com os seus ex-alunos, embora muitos deles estejam lá fora, o que, no entanto, “não impede, hoje em dia, com as tecnologias, que façamos alguns contactos, disse Pedro Moita.

O docente ressalvou que os alunos que passaram por esta instituição de ensino superior “têm muita procura, completam a sua formação e depois voam, porque se calhar formamos bem, apesar de haver muita coisa a melhorar”, reconheceu, mas “acho que o produto é bom, daí terem muitas portas abertas no mercado de trabalho”. Do ponto de vista dos estágios, que são obrigatórios, também “os nossos alunos estagiam nas melhores instituições e, depois têm uma grande facilidade de evolução para as chefias intermédias e direção de cadeias hoteleiras no estrangeiro”.

 

“Temos o nosso PRR a funcionar, com várias parcerias, em que vamos tentando também suprir necessidades do mercado nas áreas de alimentos e bebidas, de eventos, da hotelaria, do turismo cultural, bem como uma nova pós-graduação nessa área, subsidiada pelo PRR”

 

Fuga de talentos… como colmatar!
Igualmente, como formador, como é que vê essa questão da escassez de mão de obra e de retenção de talentos. Como é que esta situação pode ser resolvida? O docente considera que “a imigração tem-nos ajudado, principalmente na restauração e hotelaria, mas precisamos de dar formação a essas pessoas, porque corremos o risco de perder a qualidade e excelência que caracteriza o destino Portugal”.

Adiantou que “não compete diretamente à ESHTE dar essa formação média, não é a nossa praia, uma vez que nós temos de dar as competências de um licenciado ou de um mestre, mas fazemo-la quando nos pedem, no âmbito dos projetos aplicados que já referi”.

Pedro Moita avança que essa formação aos migrantes não deve ser só técnica, mas do próprio português, bem como na área de atendimento e acolhimento, fatores que muitas vezes divergem dos nossos porque são culturas distintas.

“Em termos de ensino superior, a fuga de talentos é preocupante. As chefias intermédias e os diretores começam a ser bem valorizados, mas depois, eles próprios, também não implementam políticas corretas em relação aos seus subordinados, e isto não dá muita estabilidade a estes jovens que, como é óbvio, não saem das universidades diretamente para diretores gerais”, confidenciou, sem esquecer de mencionar que, por exemplo, “se formos ver os RevPars e os ADRs da hotelaria, têm subido de forma exponencial nos últimos anos, e as taxas de ocupação são boas, não se percebe muito bem que não se consiga conquistar estas pessoas”.

A ESHTS também tem tido um papel importante a nível internacional. O docente revela que “temos muitas parcerias, os nossos cursos são todos certificados pela ONU Turismo, bem como vários projetos com instituições de ensino superior estrangeiras, muitos alunos a fazer Erasmus no exterior ou a estagiarem lá fora em muitas unidades hoteleiras, ou seja, cerca de 20% dos nossos alunos fazem estágio internacional”.

Mas, continuou: “Onde ainda não estamos como queríamos é na captação de alunos internacionais, porque, neste momento, arranjar casa no Estoril ou em Cascais, é muito difícil, e daí termos vários candidatos que depois acabam por desistir, aliás, também alunos nacionais de outros pontos do país, pois muitos referem que não conseguem o alojamento, e a ESHTE não dispõe nas suas instalações”.

Refira-se que na base da criação do ESHTE, que foi no âmbito do Inftur e do Ministério da Economia, o Turismo de Portugal é o dono dessas instalações e isso “limitou-nos no nosso PRR. O nosso PRR só pode ser formativo, enquanto outras faculdades, como a Nova, conseguiram investir em alojamento para alunos, nós não porque não somos os donos”. Mesmo assim, “temos um projeto de novas instalações para sermos os proprietários”.

Na opinião de Pedro Moita, “o PRR foi um bom projeto de alojamento estudantil, e que abriu muitas hipóteses às faculdades, mas nós não nos podemos candidatar por aí, o que é pena porque somos a única instituição de ensino superior 100% dedicada a turismo e todos os nossos professores se preocupam por turismo, querem ser sempre um pouco especialistas, vão aos fóruns e investigam esta área, porque nós só temos cursos e formação para turismo, mas paralelamente não conseguimos responder a uma necessidade que temos, que é de construir alojamento próprio para os nossos alunos”, concluiu.

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Transportes

Ryanair adia para novembro fim do cartão de embarque em papel

A companhia aérea lowcost Ryanair informou que irá adiar a eliminação do cartão de embarque físico em papel para o calendário de inverno, que começa no dia 3 de novembro.

Publituris

A partir de novembro, os passageiros da Ryanair deixarão de imprimir um cartão de embarque físico em papel, passando a utilizar o cartão de embarque digital acessível na aplicação “myRyanair” durante o ‘check-in’.

De acordo com a companhia, cerca de 80% dos 200 milhões de passageiros da Ryanair já utilizam o cartão de embarque digital, esperando a companhia de origem irlandesa eliminar quase todas as taxas de ‘check-in’ nos aeroportos a partir de novembro de 2025.

A companhia aérea afirmou, em comunicado, que a adoção deste sistema “irá permitir aos passageiros reduzir a pegada de carbono ao eliminar papel desnecessário, poupando mais de 300 toneladas de resíduos de papel por ano”.

“Esta mudança para cartões de embarque 100% sem papel a partir de novembro de 2025 permitir-nos-á proporcionar uma experiência de viagem melhorada aos nossos clientes, simplificada através da aplicação myRyanair durante o nosso calendário de inverno menos movimentado”, referiu o diretor de ‘marketing’ da Ryanair, Dara Brady, em comunicado.

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Foto: Depositphotos.com
Emprego e Formação

Formação em turismo já nada é o que era

O turismo mudou e a formação nesta área está longe de ser como era. Quatro opiniões de profundos conhecedores da área formativa em turismo, em Portugal, que nos ajudam a responder algumas dúvidas.

“A formação turística tem sofrido mudanças significativas, nomeadamente impulsionadas pela evolução tecnológica, por preocupações de sustentabilidade (ambiental, económica e social) e por alterações nas preferências dos consumidores” reconhece o presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHT), Flávio Ferreira.

É como confirma Mafalda Patuleia, diretora do Departamento de Turismo e investigadora no Intrepid Lab (CETRAD) da Universidade Lusófona, realçando que “observamos uma transição de abordagens tradicionais para as chamadas metodologias inovadoras, mais práticas e dinâmicas, que integram a utilização da tecnologia, de princípios ligados à sustentabilidade e à inovação, à liderança, à literacia financeira, à gestão e às soft skills”.

Sobre esta questão, Sofia Almeida, coordenadora da Área de Turismo & Hospitalidade na Universidade Europeia aponta que “o digital ganhou destaque, levando à integração de ferramentas tecnológicas nos currícula, como a inteligência artificial, o big data e as plataformas digitais de gestão, essenciais para a tomada de decisões informadas e estratégicas”. Por outro lado, disse, “houve um aumento da ênfase em temas como sustentabilidade, ética e inclusão, refletindo as exigências de um mercado cada vez mais consciente e exigente”.

Além disso, “a formação tem passado de um modelo tradicional para abordagens mais práticas e centradas no estudante, com uma maior aposta na aprendizagem experiencial e no desenvolvimento de soft skills, como liderança, comunicação intercultural e adaptabilidade”, realçou Sofia Almeida, defendendo que o modelo académico da Universidade Europeia “é o reflexo desta realidade, permitindo que os alunos respondam a desafios reais do mercado de trabalho através de técnicas ativas e mentorias constantes”.

A coordenadora da Área de Turismo & Hospitalidade na Universidade Europeia entende que os jovens em Portugal continuam a demonstrar interesse pela formação na área do turismo, especialmente em subáreas que refletem as tendências e desafios atuais do setor, como a gestão hoteleira, turismo sustentável, gestão de eventos e experiências e, mais recentemente, o turismo digital. A oferta atual do estabelecimento de ensino onde leciona cobre as subáreas iniciais, sendo que “estamos a ultimar esforços para responder à procura na área do turismo digital. Estas áreas atraem estudantes por oferecerem perspectivas de carreira diversificadas e pela ligação com setores emergentes que valorizam a inovação e criatividade”.

Sofia Almeida, coordenadora da Área de Turismo & Hospitalidade na Universidade Europeia

Os desafios, para Susana Mesquita, coordenadora da Licenciatura em Turismo no ISAG – European Business School “incluem a necessidade de atualização constante dos planos de estudos para acompanhar a procura do mercado resultante, nomeadamente das mudanças ocorridas no comportamento dos consumidores”, indicando que “são muitos os jovens portugueses que demonstram interesse pela área de turismo, especialmente em áreas como gestão hoteleira, marketing digital e organização de eventos”.

Há, no entanto, “uma grande preocupação com uma possível quebra na procura devido a perceções de instabilidade ou falta de progressão na carreira. Por isso é necessário motivar cada vez mais os jovens e, para isso, importa reforçar, junto dos mesmos, as oportunidades de progressão e a relevância estratégica do turismo para a economia nacional, criando programas de formação mais dinâmicos e mais alinhados com as necessidades do mercado. Ainda assim, os cursos superiores continuam a ser muito procurados”, acentuando que algumas instituições já começaram a implementar essas mudanças, mas “ainda há um longo caminho a percorrer. As parcerias entre o ensino e as empresas podem acelerar este processo. É necessário reforçar o networking”.

Alguns dos principais desafios passam, segundo a coordenadora da Licenciatura em Turismo no ISAG, pela existência de uma concorrência com outros setores mais tecnológicos, a ideia de que os salários são baixos e que existem poucas oportunidades de crescimento, por um lado, ao mesmo tempo que “existe alguma dificuldade em atrair talentos qualificados para áreas específicas necessidade de maior flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos profissionais deste setor”.

Em termos de níveis de formação, observa-se, considerou a formadora da UE, “uma procura equilibrada entre licenciaturas e pós-graduações, com um crescente interesse por cursos mais especializados que ofereçam uma vantagem competitiva no mercado de trabalho”. Não obstante, Sofia Almeida acrescenta que todos os cursos da área do turismo, cursos conferentes de grau e não conferentes de grau subiram em termos de alunos, “o que nos deixa particularmente orgulhosos do trabalho realizado até aqui”.

 

“A valorização das profissões do turismo passa, em primeiro lugar, pela identificação de todas as suas profissões, depois pela definição de novas estratégias de comunicação por forma a melhorar a imagem e o branding das mesmas, a par da recuperação do atraso salarial e da flexibilidade da carga horária”, Mafalda Patuleia

No entanto, há desafios. “Apesar de o turismo ser uma área de elevada empregabilidade, assiste-se a sinais de desmobilização de alguns jovens, influenciados por perceções de instabilidade, sazonalidade e falta de valorização em determinadas funções”, assim, “para combater este fenómeno, é essencial reforçar a atratividade do setor, promovendo carreiras que valorizem competências técnicas e pessoais, oferecendo condições de trabalho mais apelativas e sublinhando a importância do turismo como motor económico e social”, opina Sofia Almeida, para reforçar que, enquanto universidade, “a forma como temos contribuído para ultrapassar estas dificuldades é criar discussão à volta destas questões, organizando mesas-redondas, debates e conferencias para que os profissionais sejam convidados a refletir sobre os temas estruturantes do setor e apresentar soluções”.

Por sua vez, a diretora do Departamento de Turismo da UL sublinha que “hoje, o principal desafio é garantir que a formação acompanhe a evolução rápida da atividade, respondendo às necessidades emergentes, como a gestão de experiências personalizadas, sustentabilidade, acessibilidade e o uso de tecnologias inovadoras, como por exemplo a Inteligência Artificial e a realidade virtual”. Além disso, “são igualmente desafiantes, a constante proximidade ao mercado de trabalho, o desenvolvimento das soft skills, a retenção de talento e a criação de percursos formativos alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que contribuam para a criação de uma nova geração de gestores e profissionais nesta área”.

Entre os desafios, já Flávio Ferreira aponta por alguns que passam por  incorporar soluções para minimizar a pegada de carbono do turismo, com foco em práticas de turismo regenerativo; A  necessidade de preparar profissionais para lidar com a constante evolução tecnológica, em particular o uso de IA; Preparar os futuros profissionais em relação a tendências como turismo de bem-estar, viagens conscientes, turismo de experiências e personalização de serviços; e ainda enfrentar a falta de profissionais qualificados em certas áreas, particularmente na hotelaria e restauração, e tornar o setor mais atrativo como carreira.

Mafalda Patuleia, diretora do Departamento de Turismo da Universidade Lusófona

Há interesse pela formação na área do turismo?
O presidente ESHT do Porto não tem dúvidas que os jovens portugueses “continuam a demonstrar interesse pela formação na área do turismo, especialmente devido ao peso significativo do setor na economia nacional”, até porque “o turismo é uma das indústrias mais dinâmicas em Portugal, responsável por uma elevada empregabilidade e oportunidades de crescimento”. Contudo, diz, “o nível de atração varia de acordo com a perceção das condições de trabalho e do potencial de carreira”, lembrando que as áreas mais procuradas são hotelaria, gastronomia e restauração, turismo sustentável, gestão de eventos, e que a maior procura acontece ao nível de cursos de licenciatura”.

Mafalda Patuleia também concorda, e lembra que “os últimos dados estatísticos apontam para um decréscimo no número de matriculados nos cursos superiores”, lembrando que segundo o Turismo de Portugal, em 2023 estavam matriculados no Ensino Superior 9,7 mil alunos (-10,3% tvh 2022). Ou seja, “estamos perante um desalinhamento preocupante entre a crescente competitividade da atividade turística e o interesse dos jovens em construir uma carreira nesta área.

Em sua opinião, “existem possíveis razões para este decréscimo, relacionadas com a perceção das condições de trabalho pouco atrativas na atividade, como os baixos salários em termos reais, a falta de uma melhor descrição das funções e das categorias profissionais, a inexistência de uma carreira profissional, a sazonalidade e horários exigentes, que podem desencorajar os jovens a apostar numa formação académica em áreas relacionadas com o turismo”. Além disso, “a falta de visibilidade de percursos profissionais mais diversificados e de oportunidades de ascensão na atividade pode contribuir para o afastamento dos estudantes”, apontou.

Para esta questão, o presidente da ESHT defende que “a instabilidade vivida durante a crise da COVID-19 levou a uma queda na procura por cursos de turismo em alguns anos, com estudantes optando por áreas consideradas mais estáveis”, para avançar que “muitos jovens veem o turismo como uma área exigente, com horários irregulares e pouca previsibilidade, o que pode desencorajá-los”, por isso “é oportuno reforçar a motivação dos jovens para a formação em turismo, especialmente considerando que é a área profissional que mais emprega em Portugal”. E sublinha que “a valorização da profissão, a melhoria das condições e a ligação a temas como sustentabilidade e inovação podem ser fundamentais para captar e motivar uma nova geração de talentos para o setor”.

Para Sofia Almeida, não há dúvidas da necessidade de adaptação da formação, questão que já está a ser reconhecida e implementada em diversas instituições de ensino e formação, incluindo na Universidade Europeia. Nos últimos anos, “temos assistido a uma evolução significativa na forma como os cursos são estruturados, com uma maior personalização das ofertas formativas e a integração de abordagens pedagógicas inovadoras que respondem às expectativas de estudantes e profissionais.

 

“A implementação de ofertas formativas atualizadas e adaptadas às necessidades reais do setor do turismo e da hospitalidade tem sido progressivamente colocada em prática em Portugal, mas ainda enfrenta desafios, como iniciativas de formação contínua, como cursos especializados em sustentabilidade, enoturismo e tecnologias digitais, Flávio Ferreira

Um exemplo claro é a inclusão de metodologias de ensino centradas no estudante, como o problem-based learning (aprendizagem baseada em problemas) e projetos colaborativos com empresas do setor, que permitem aos alunos desenvolver competências práticas alinhadas com as reais necessidades do mercado. Adicionalmente, têm surgido formações modulares e de curta duração, como pós-graduações que permitem aos profissionais atualizar conhecimentos de forma flexível, ao mesmo tempo que conciliam as suas carreiras”.

Por outro lado, admite que “as instituições de ensino têm trabalhado na criação de percursos mais individualizados, levando em conta as motivações, necessidades e aspirações de cada estudante. Isto inclui o acesso a programas de mentoria, coaching de carreira e estágios personalizados, bem como a utilização de ferramentas tecnológicas, como plataformas de aprendizagem adaptativa, que ajustam os conteúdos às preferências e progressos de cada aluno”, tendo apresentado dois exemplos: “O primeiro, o programa SUPERA da Universidade Europeia é uma iniciativa de apoio à inclusão e ao desenvolvimento de competências para estudantes com necessidades educativas especiais. O segundo, o programa exclusivo da UE em oferecer aos finalistas de Gestão Hoteleira a possibilidade de efetuar um estágio de direção hoteleira. Criámos 10 posições de estágio em funções de direção para os nossos alunos e desta forma tentamos ir ao encontro das suas expectativas e dos novos tempos”.

Conhecer as múltiplas profissões que existem na atividade turística
Mas será que, efetivamente, os jovens conhecem as múltiplas profissões que existem na atividade turística? A resposta da diretora do Departamento de Turismo da Lusófona, é negativa e descreve: “Os jovens associam maioritariamente o Turismo, às áreas da hotelaria e da restauração, que infelizmente e segundo o Turismo de Portugal (2024) são as duas áreas onde a média dos vencimentos é mais baixa (1.068 euros) e as condições laborais são mais incertas”, a acrescentar que apesar do esforço que tem sido feito por parte dos empregadores destas áreas em relação ao aumento do salário médio e à melhoria das condições laborais, “a verdade é que a situação continua precária e socialmente desinteressante”.

Como referimos, as conclusões do estudo recente “O perfil do profissional de Turismo e Hospitalidade-Competências e Formação” apontam para a necessidade de criação de ofertas formativas atualizadas e adaptadas às necessidades reais do setor, através da adoção de abordagens diferenciadas na gestão de carreiras e expectativas, levando em consideração as necessidades específicas de cada estudante e de cada profissional. Isto já está a acontecer? Flávio Ferreira responde que “a implementação de ofertas formativas atualizadas e adaptadas às necessidades reais do setor do turismo e da hospitalidade tem sido progressivamente colocada em prática em Portugal, mas ainda enfrenta desafios, como iniciativas de formação contínua, como cursos especializados em sustentabilidade, enoturismo e tecnologias digitais, são exemplos de adaptações às necessidades do setor, e uma  integração mais forte entre instituições de ensino, empregadores e estudantes é fundamental para garantir que as necessidades específicas do setor e dos profissionais sejam plenamente consideradas”.

Flávio Ferreira, presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHT) Porto

Por sua vez Mafalda Patuleia dá-nos conta que a Universidade Lusófona “tem desempenhado um papel ativo nesta transformação”. E está a adaptar os currículos para incorporar competências práticas e transversais, trabalhando em estreita colaboração com empresas do setor e associações profissionais para garantir que os seus programas estão alinhados com as exigências do mercado, promovendo formações flexíveis e personalizadas. Exemplo disso, referiu, “é o trabalho que fazemos com algumas associações profissionais e de empregadores”, (APAVT, APOTEC e ADHP) na verificação prévia dos conteúdos programáticos de unidades curriculares como agências de viagens e operadores turísticos, contabilidade, gestão e análise financeira de empresas turísticas, gestão da restauração e gestão hoteleira.

Por outro lado, na aprendizagem baseada em problemas (PBL), em que, conforme contou, os alunos são desafiados a resolver problemas reais ou simulados pelo mercado de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades práticas, colaborativas e também o pensamento crítico.

Em termos de competências, os profissionais de turismo devem desenvolver em áreas como, segundo Mafalda Patuleia, formação intercultural, fundamental numa atividade tão global; tecnologia e digitalização, com destaque para sistemas de gestão de reservas, big data, realidade virtual e inteligência artificial; sustentabilidade e responsabilidade social, integrando práticas que respeitem o ambiente e as comunidades locais; gestão de experiências personalizadas, respondendo às expectativas de clientes cada vez mais exigentes; resiliência e capacidade de adaptação, face à volatilidade do mercado.

Já o presidente da Escola Superior de Hotelaria e Turismo (ESHT) do Politécnico do Porto elenca: Digitalização e tecnologias de informação, gestão de sustentabilidade, análise de dados, comunicação intercultural, liderança e trabalho em equipa, inovação e criatividade, foco no cliente e personalização, gestão ética e responsável, sublinhando que a instituição de ensino que dirige estabelece uma forte ligação com o mercado de trabalho, “garantindo que os seus estudantes estejam preparados para responder às necessidades reais do setor”, apontando que essa ligação é realizada através de diversas iniciativas e estratégias que promovem a integração entre a formação académica e o ambiente profissional.

Entre as principais ações destaca: Todos os cursos incluem períodos de estágio obrigatórios em empresas do setor (nacionais e estrangeiras), proporcionando uma experiência prática essencial; A organização de almoços, jantares e eventos enogastronómicos permite que os estudantes coloquem em prática os seus conhecimentos em situações reais; O bar e restaurante de aplicação são espaços utilizados pelos estudantes para simular o ambiente de trabalho, sob a orientação de docentes e em colaboração com profissionais convidados”. Além disso, a ESHT “mantém uma relação próxima com confrarias gastronómicas e associações do setor, envolvendo os estudantes em atividades e eventos que promovem networking e reforçam a ligação ao mercado”.

 

“Estamos a ultimar esforços para responder à procura na área do turismo digital. Estas áreas atraem estudantes por oferecerem perspetivas de carreira diversificadas e pela ligação com setores emergentes que valorizam a inovação e criatividade”, Sofia Almeida

Atualmente, as competências mais valorizadas no setor do turismo refletem, conforme sublinha Sofia Almeida “a necessidade de adaptação às rápidas mudanças e à diversificação do mercado. O domínio de competências digitais, como o uso de plataformas de reservas online, inteligência artificial e análise de dados, é essencial para melhorar a experiência do cliente e otimizar operações”, e o grande desafio deste ano letivo foi abrir o primeiro e único curso de licenciatura em Turismo, lecionado 100% em inglês. “Estamos sozinhos nesta oferta, mas arriscámos. E sabemos que estamos no caminho certo, pois houve um aumento do interesse dos alunos de Erasmus nesta licenciatura, e isto reflete-se no aumento da procura relativa aos anos anteriores”.

Indicou, ainda, e em primeira mão que a Universidade Europeia viu este ano letivo, as suas duas licenciaturas em Turismo e Gestão Hoteleira serem (re)acreditadas pela A3Es pelo período máximo de 6 anos sem alterações. Para o próximo ano letivo, 2025-2026 “posso já adiantar que o nosso grande desafio é ter uma Licenciatura em Gestão turística e hoteleira e um Mestrado em Gestão do Turismo e Hotelaria acreditados no Ensino à Distância (EAD)”.

Na opinião da coordenadora da Licenciatura em Turismo no ISAG, algumas das competências mais valorizadas “passam pela orientação para o cliente e pela excelência no atendimento, a capacidade de trabalhar em ambientes multiculturais, os conhecimentos em marketing digital e redes sociais, a resiliência e proatividade perante novos desafios e as habilidades em inovação e sustentabilidade”.

Recorrer às escolas para os melhores talentos
Refira-se, ainda, que as empresas do setor recorrem à ESHT para obter apoio na implementação de estratégias inovadoras, envolvendo docentes e estudantes nesses processos, ao mesmo tempo que esta instituição de ensino superior organiza eventos onde empresas do setor turístico e hoteleiro apresentam as suas ofertas e realizam entrevistas com os estudantes, facilitando o recrutamento. De destacar que ex-estudantes da ESHT que já atuam no mercado de trabalho frequentemente retornam à Escola para partilhar experiências, criar parcerias e motivar os atuais estudantes.

Também o Turismo da Lusófona estabelece parcerias estratégicas com empresas nacionais e internacionais, proporcionando estágios curriculares, projetos de investigação aplicada e programas de mentoria. A sua diretora do Departamento de Turismo conta-nos que, nos últimos anos, a UL tem dado muito ênfase ao estabelecimento de parcerias internacionais, proporcionando aos seus alunos a realização de estágios curriculares em contextos fora do país. Neste sentido, verificou-se um aumento do número de alunos em mobilidade (out) que passou de 8 alunos em 2022 para 20 alunos em 2023.

Por outro lado, disse, “estimulamos o desenvolvimento de projetos de investigação aplicada com parceiro internacionais, como é o exemplo da candidatura vencedora, na qual a Universidade Lusófona faz parte, ao Programa Horizon Europe, FUTOURWORK – Improving Tourism and Hospitality Worker Well-Being Through Social Dialogue, com o objetivo estudar e promover um maior bem-estar e melhores condições de trabalho para os trabalhadores do Turismo e Hospitalidade”.

 

“Os desafios incluem a necessidade de atualização constante dos planos de estudos para acompanhar a procura do mercado resultante, nomeadamente das mudanças ocorridas no comportamento dos consumidores”, Susana Mesquita

Também “achamos relevante o desenvolvimento de Programas de Certificação, como por exemplo o Protocolo que temos com a Travelport, na Certificação do Programa de GDS/Galileo, através da formação indoor e respetivo exame na empresa”.

Além disso, “promovemos eventos regulares, como feiras de emprego, workshops e palestras com profissionais da área, para encurtar a distância entre a academia e o mercado”. Por outro lado, “incorporamos no nosso corpo docente, profissionais da área que estimulam a aquisição de competências práticas e o desenvolvimento de uma rede de contactos relevante”, explicou.

Formação em contexto de trabalho precisa-se
Na ESHT há uma ampla gama de programas de formação contínua e cursos de especialização para profissionais em exercício, permitindo-lhes: atualizar competências técnicas e comportamentais; adaptar-se às novas exigências tecnológicas e ambientais do setor; desenvolver uma visão estratégica sobre gestão e liderança.

Através de iniciativas como workshops, dias de recrutamento e mentoring, a ESHT promove a retenção de talento ao criar oportunidades de crescimento profissional, ao mesmo tempo que utiliza plataformas digitais, simulações e ferramentas tecnológicas para preparar os profissionais para os desafios digitais no turismo, como gestão de reservas, marketing digital e análise de dados. Por outro lado, a Escola participa ativamente em iniciativas como o programa Eco-Escolas, que fomenta a educação ambiental, e desenvolve projetos de investigação aplicada que promovem a sustentabilidade no setor turístico.

Também a Lusófona oferece programas de Mestrado e de Pós-Graduação. Atualmente há dois Mestrados a funcionar: O Mestrado em Desenvolvimento e Gestão de Destinos Turísticos e o Mestrado online em Gestão e Inovação em Turismo e Hospitalidade. É o primeiro mestrado online na área do Turismo e funciona em parceria com o Centro Universitário Lusófona do Porto e com o ISMAT em Portimão, que, entre outras razões, assenta num modelo de ensino que permite a gestão do tempo de forma eficiente entre a vida profissional e pessoal.

Com todas as valências destes dois exemplos de ensino superior, o facto é que existe um número bastante elevado de pessoas a trabalhar no setor sem formação.

Mafalda Patuleia explica que, “infelizmente, os dados estatísticos, divulgados pela tutela são sistematicamente referentes ao alojamento, à restauração e similares e não ao turismo. Provavelmente esta situação não tem lugar nas agências de viagens e nos operadores turísticos, nos guias intérpretes, nos transportes aéreos, nos cruzeiros e outros que compõem a constelação do turismo”. No entanto, lembra que segundo o Turismo de Portugal (2024) pela 1ª vez a maioria (55%) dos empregados nas áreas do alojamento, restauração e similares têm o ensino secundário e superior.

Com o setor das viagens e turismo em constante mutação, numa indústria de pessoas para pessoas, os recursos humanos são a chave do seu desenvolvimento, e acarreta desafios, como é óbvio. Assim sendo, Mafalda Patuleia defende que “é preciso identificar quais são as profissões que existem e criar um plano de carreiras no turismo por forma a promover a sua valorização e, por conseguinte, conquistar o reconhecimento social”.

A ligação com o mercado de trabalho é essencial na estratégia formativa da Universidade Europeia. A coordenadora da Área de Turismo & Hospitalidade daquela instituição de ensino superior dá conta que “criamos pontes entre a academia e o setor de turismo e hospitalidade, preparando os estudantes para os desafios do mercado e oferecendo oportunidades de carreira, colaboramos com empresas do setor para estágios, projetos e aprendizagem prática, muitos dos nossos docentes trazem experiências do mercado, enriquecendo o ensino, e organizamos eventos como feiras de emprego e workshops para promover o networking e o conhecimento de tendências”. Igualmente, o Gabinete de Empregabilidade “orienta os estudantes na definição de objetivos e facilita o acesso a vagas. Projetos integradores e consultoria com empresas fortalecem as competências dos alunos. Focamo-nos também no desenvolvimento de competências transversais, como liderança e comunicação, essenciais para o sucesso profissional. Essa abordagem prepara os estudantes para se destacarem no mercado de trabalho e contribuírem para a evolução do setor”.

Da mesma forma, na Universidade Europeia, “temos desempenhado um papel ativo na formação contínua dos profissionais de turismo, focando-nos em áreas essenciais como a retenção de talento, inovação tecnológica e sustentabilidade. Oferecemos programas de pós-graduação, mestrados e cursos especializados que integram as últimas tendências e desafios do setor, capacitando os profissionais para lidar com as mudanças rápidas e as novas exigências do mercado. Sobre as pós-graduações, gostava de acrescentar que apesar da nossa oferta presencial, temos duas pós-graduações em Gestão Hoteleira e Gestão de Eventos, lecionadas 100% online”.

E vai mais além. “Através da nossa colaboração com empresas do setor, proporcionamos experiências práticas que ajudam os alunos a desenvolver competências digitais e a aplicar soluções inovadoras, particularmente no uso de tecnologias emergentes”. Por outro lado, “destacamos a importância da sustentabilidade, oferecendo formação em práticas responsáveis que promovem o turismo sustentável e a responsabilidade social, fruto de uma parceria com uma instituição com o mercado”. Neste sentido, segundo Sofia Almeida, “acreditamos que a formação contínua é essencial para garantir que os profissionais de turismo possam não só adaptar-se, mas também liderar as transformações que o setor exige, contribuindo assim para a evolução e o sucesso da indústria”.

Susana Mesquita, coordenadora da Licenciatura em Turismo no ISAG – European Business School

Por sua vez, comenta Susana Mesquita, existem várias formas de estabelecer a ligação entre as instituições e o mercado do trabalho. “No nosso caso temos várias parcerias com empresas de diversos subsetores, promover estágios curriculares, realizar eventos de networking e desenvolver programas de mentoria com profissionais do setor entre outras iniciativas”. Assim, considera que este aspeto constitui uma oportunidade para fomentar a formação contínua, criando programas acessíveis que capacitem os profissionais e elevem o padrão do setor.

Uso da Inteligência Artificial
Parece que, em alguns casos, os planos de estudos ainda não incluem tecnologias com inteligência artificial, “no entanto, não invalida que não sejam utilizadas como exemplos nas aulas”, conforme diz Flávio Ferreira, mas esclarece que os professores começaram a utilizar no ano passado exemplos de plataformas de geração de conteúdos (textos, imagens e vídeos), em particular nas unidades curriculares de informação e comunicação tecnológica, nos cursos de licenciatura, e de tecnologias e marketing digital, nos cursos de mestrado.

Contrapondo, Mafalda Patuleia refere que a UF já integra formação em inteligência artificial, análise de dados, automação e outras tecnologias emergentes, nas unidades curriculares de tecnologias digitais aplicadas ao turismo (1º Ano) e de transformação digital no turismo (3º Ano). Estas competências são abordadas em aulas práticas, simulações e projetos em parceria com o setor, preparando os alunos para os desafios da digitalização.

Finalmente, colocámos aos responsáveis pela área formativa em turismo, no Porto e em Lisboa, a seguinte questão: Quais são as competências mais valorizadas atualmente no setor do turismo?

Para o presidente da ESHT, elencou as seguintes: competências digitais; habilidades para implementar práticas de turismo sustentável; capacidade de gerir experiências e lidar com feedbacks negativos; saber criar pacotes turísticos inovadores e roteiros adaptados a diferentes públicos; habilidades de comunicação e interculturalidade.

Mas para a diretora do Departamento de Turismo da UL, além de competências técnicas, as competências transversais são cada vez mais valorizadas. Assim, no seu entender, “um profissional de turismo, enquanto mediador cultural, tem de possuir uma compreensão profunda das diferenças culturais, demonstrar empatia e capacidade de adaptação, e promover o respeito mútuo. Deve ter uma comunicação eficaz, empatia, trabalho em equipa, resolução de problemas e capacidade de adaptação”. Adicionalmente, a literacia financeira, a literacia digital e o domínio de línguas estrangeiras continuam a ser requisitos fundamentais”, enalteceu.

Também, na Universidade Europeia, alguns planos de estudo já incluem formação sobre o uso de tecnologias como a Inteligência Artificial, refletindo a crescente digitalização do setor do turismo. Na Universidade Europeia, esclareceu, “abordamos ferramentas como análise de dados, sistemas de gestão baseados em IA, chatbots, automação de processos e tecnologias de personalização da experiência do cliente. Estas tecnologias são introduzidas através de projetos práticos, simulações e estudos de caso, permitindo que os estudantes desenvolvam competências aplicáveis e compreendam como utilizá-las para melhorar a eficiência, a tomada de decisões e a experiência dos clientes. Já existe esta oferta noutras áreas da Universidade, mas o nosso desafio é trazer esta realidade para dentro dos cursos de Turismo”.

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Destinos

Turismo dos Açores com boas perspectivas para 2025

A secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, Berta Cabral, destacou, durante a ITB Berlim, que decorre está quinta-feira, “o papel decisivo dos empresários regionais no sucesso do turismo dos Açores” e o entusiasmo face às perspectivas do setor para 2025.

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Num convívio que manteve com a Visit Azores e com as empresas regionais presentes na feira, Berta Cabral, anunciou que as últimas estatísticas referentes ao setor, para o período de janeiro de 2025, apontam para “uma subida perto dos dois dígitos, a fazer crer que os Açores estão a ter um comportamento muito positivo neste inverno IATA e a antever um ano de 2025 de grande sucesso”, disse, citada em nota publicada na página oficial do Governo Regional.

A governante avançou que “crescemos acima de 12% em novembro e dezembro, e, agora, 9% em janeiro, um caminho progressivo para ir atenuando a sazonalidade”, para conta que se “mantêm elevados níveis de interesse e atratividade do destino Açores a nível nacional e internacional, com um ‘Ano de Ouro’ em 2024”, havendo já novidades na conetividade aérea para o verão de 2025 com o anúncio recente de novas rotas, como Dusseldorf-Ponta Delgada, pela Eurowings.

Segundo o Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), em janeiro, no conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico (hotelaria, alojamento local e turismo no espaço) dos Açores registaram-se 130,3 mil dormidas, valor superior em 9,0% ao registado no mês homólogo.

Em 2024, e pela primeira vez na história, registaram-se nos Açores mais de 4,2 milhões de dormidas, mais de 187 milhões de euros de proveitos na hotelaria e 18 milhões de euros no Turismo em Espaço Rural.

E porque estava na ITB Berlim, a secretária Regional recordou que o mercado alemão é o principal emissor estrangeiro na Europa (ficou apenas atrás dos EUA), e representou mais de 455 mil dormidas em 2024, ou seja, um crescimento de 7% face a 2023.

“É um dos mercados prioritários definidos no PEMTA 2030, onde deve ser reforçada continuamente a aposta promocional da Região enquanto destino turístico. É um mercado com grande apetência para o tipo de produto que temos para o oferecer, nomeadamente Natureza Terra e Mar e, em 2025, teremos o reforço das ligações aéreas, com a rota de Dusseldorf operada pela Eurowings e uma frequência adicional na operação da SATA na rota de Frankfurt, para além da nova rota Zurique-Terceira, pela Edelweiss”, defendeu.

O estudo recentemente elaborado pela Ernst & Young (EY) demonstra que o turismo representa atualmente mais de 1.200 milhões de euros de Valor Acrescentado Bruto na economia dos Açores, ou seja, cerca de 20% do VAB regional, 17% do PIB e 17% do emprego.

Tendo em conta estes dados, Berta Cabral assegurou que o Governo dos Açores vai continuar a defender “uma atitude pedagógica em torno do turismo, pois é um setor transversal, que alavanca e potencia todos os outros setores económicos, em todas as ilhas”.

 

 

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Tecnologia

Atriis disponibiliza conteúdo NDC da TAP para viagens corporativas

A Atriis acaba de anunciar a integração do conteúdo NDC da TAP Air Portugal para viagens corporativas. Para a plataforma, esta colaboração estratégica permite que as empresas de gestão de viagens (TMCs) acedam a tarifas NDC exclusivas da TAP, proporcionando uma experiência de reserva mais eficiente e económica para viagens de e para Portugal.

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A partir desta quarta-feira, as TMCs que utilizam a plataforma Atriis poderão pesquisar, reservar e gerir as tarifas NDC da TAP juntamente com o conteúdo tradicional do GDS. Este avanço na reserva de viagens corporativas oferece às TMCs, gestores de viagens e viajantes acesso a tarifas com desconto e um processo de reserva mais ágil.

“Na Atriis, estamos comprometidos em desenvolver soluções inovadoras que aumentem a eficiência e a competitividade das viagens corporativas”, afirmou Omri Amsalem, cofundador e COO da Atriis Technologies. “Ao sermos a primeira plataforma de viagens corporativas a disponibilizar o conteúdo NDC da TAP através da Sabre, capacitamos as TMCs com acesso superior a tarifas exclusivas e fluxos de trabalho otimizados que impulsionam a poupança de custos e a eficiência operacional”.

O conteúdo NDC da TAP já está disponível para as TMCs através das APIs da Sabre.

Além disso, esta integração estabelece as bases para um acesso ampliado ao conteúdo à medida que a TAP desenvolve o seu portfólio NDC, garantindo que as empresas beneficiem das suas estratégias de comercialização em evolução.

A Atriis, empresa considerada líder em tecnologia SaaS para viagens corporativas continua a impulsionar a inovação na gestão deste tipo de viagens, garantindo que as TMCs e os seus clientes possam aproveitar os mais recentes avanços na tecnologia de viagens.

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Distribuição

Airmet promove formação certificada sobre IA

A Airmet aposta na Inteligência Artificial (IA) para reforçar a competitividade, inovação e produtividade das suas agências de viagens, promovendo uma formação certificada sobre esta matéria, focada na utilização do ChatGPT.

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Com esta iniciativa de capacitação exclusiva à rede, a Airmet pretende garantir que os seus associados estejam preparados para as novas exigências do mercado digital.

A formação, intitulada “Utilização do ChatGPT para Agências de Viagens: Inovação e Produtividade na Era Digital”, será composta por quatro sessões formativas, seguidas de uma sessão de esclarecimentos, distribuídas ao longo do mês de março e início de abril.

Cada sessão terá uma duração de três horas, proporcionando um ensino aprofundado e interativo sobre os conceitos essenciais da Inteligência Artificial e as suas aplicações no setor das viagens.

Susana Fonseca, diretora Operacional da Airmet, destaca a importância desta iniciativa, sublinhando que “a Inteligência Artificial está a transformar a forma como trabalhamos, e queremos garantir que as nossas agências estão preparadas para tirar o máximo proveito destas ferramentas”, daí que esta formação “vai permitir que os participantes adquiram competências essenciais para otimizar processos, melhorar a produtividade e, consequentemente, fortalecer os seus negócios.”

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Travel, suitcase and business people in airport lobby for global collaboration, teamwork and professional negotiation with wealth, luxury and rich. Corporate lawyer team in suit and luggage at hotel
Tecnologia

Sabre Hospitality lança SynXis Pay para melhorar pagamentos e simplificar transações hoteleiras

A Sabre Hospitality, anunciou, esta segunda-feira, os seus planos para lançar, em fases, nos próximos meses, o SynXis Pay, uma nova solução concebida para resolver desafios de pagamento tanto para viajantes como para hoteleiros.

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Para os viajantes, o SynXis Pay integra-se com mais de 250 métodos de pagamento alternativos, incluindo Apple Pay, Google Pay, PayPal, Klarna, WeChat Pay, proporcionando maior flexibilidade no momento do pagamento nos sites dos seus hotéis preferidos. Além disso, permite uma experiência de checkout expresso no SynXis Booking Engine quando o hóspede seleciona Apple Pay ou Google Pay.

Estas integrações são apenas uma parte da equação. Para os hotéis, o SynXis Pay reduz significativamente a complexidade de gerir múltiplos tipos de pagamento num único local. A camada de orquestração de SynXis Pay, impulsionada pela CellPoint Digital, otimiza a aceitação global de pagamentos ao conectar-se perfeitamente a várias gateways e ativar dinamicamente os métodos de pagamento mais relevantes com base na localização do hóspede.

Em colaboração com outros parceiros do setor, os hotéis podem personalizar os pagamentos na sua moeda local, convertendo-os a partir da moeda preferida do hóspede, minimizando assim a exposição a taxas de câmbio e simplificando a reconciliação financeira. Além disso, a experiência melhorada do hóspede contribui para taxas de conversão mais elevadas.

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Destinos

Huelva volta a ser tema de “afterwork” da Tour10 na BTL

A Tour10 colabora pela segunda vez, com a Associação de Hotéis Provinciais e o Círculo de Empresários de Turismo de Huelva, para promover a província andaluza, durante o seu afterwork, na BTL, no dia 12 de março, no stand 4B20 de Huelva, a partir das 16h30.

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O evento contará com a presença dos principais representantes do setor do turismo, que terão a oportunidade de trocar ideias e experiências num ambiente descontraído e enriquecedor. Para além disso, os participantes poderão desfrutar de degustações de presunto e vinho de Huelva, destacando a rica gastronomia da região.

O principal objetivo desta colaboração é promover Huelva como destino turístico junto do mercado português, aproveitando a plataforma proporcionada pela BTL para estabelecer contactos com profissionais do setor e apresentar as últimas novidades e oportunidades no domínio do turismo na região.

“Para a Tour10, organizar este evento pelo segundo ano consecutivo é a confirmação da nossa capacidade organizativa e de convocatória num mercado como Portugal, tão importante para os destinos espanhóis na sua procura de um turismo de qualidade e comprometido com a sustentabilidade”. afirmou Victor Romero, diretor de Relações Internacionais da empresa.

O responsável está convicto de que “será uma oportunidade para fortalecer os laços entre a comunidade turística: sócios, clientes, fornecedores e entidades públicas, contribuindo assim para a valorização e promoção da beleza e diversidade da província de Huelva no mercado português”.

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Transportes

Proposta para limitar grandes navios de cruzeiros na área metropolitana de Nice agora mais suave

A iniciativa gerou polémica na Côte d’Azur e o presidente da Câmara de Nice, Christian Estrosi, já não vai proibir escalas de grandes navios de cruzeiro na área metropolitana. Em vez disso, e para acalmar a situação, a Metrópole está a propor uma “nova abordagem equilibrada e ecologicamente responsável “, que será examinada pelo Conselho Portuário no dia 7 de março, após acordo com os autarcas dos municípios envolvidos.

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O presidente da Câmara Municipal de Nice voltou atrás nos seus planos de proibir grandes navios de cruzeiro na cidade da Riviera Francesa para evitar o turismo excessivo. O plano original foi elogiado por ambientalistas, mas causou consternação entre os donos de empresas locais e a indústria de cruzeiros.

No final de janeiro, o presidente da autarquia de Nice, que também é presidente da área metropolitana, assinou um decreto que visava proibir escalas de navios com mais de 900 passageiros no porto de Villefranche-sur-Mer a partir de julho, a fim de promover o “turismo” seletivo. Navios menores e geralmente muito mais luxuosos continuariam a ser bem-vindos no porto de Nice.

O decreto causou indignação entre autoridades eleitas dos municípios do porto, profissionais marítimos, comerciantes e até taxistas. enquanto foi saudado como “uma grande vitória” pelos ambientalistas eleitos, que em comunicado denunciam agora “um escândalo ambiental e uma vergonha política” após a reviravolta do prefeito. “O Mediterrâneo não é um depósito de lixo e o nosso litoral não deve se tornar uma zona de sacrifício para satisfazer os interesses económicos de alguns”, insistiram.

Os benefícios económicos são estimados em 70 euros por passageiro, o que representa um ganho financeiro significativo para os agentes económicos locais.

Estrosi apresentará no dia 7 de março à autoridade portuária um plano que procura encontrar um meio-termo entre “os interesses da saúde pública e o apoio à economia local”. Entretanto, um estudo de impacto está a ser finalizado na Câmara de Comércio e Indústria de Nice-Côte d’Azur.

No porto de Villefranche-sur-mer, serão autorizadas 65 escalas por ano, mas nunca mais do que um navio de cada vez, e restringindo o número de passageiros a 2.500., enquanto apenas navios com menos de 450 passageiros poderão atracar no porto de Nice.

Para 2025, de acordo com os cronogramas anunciados no site do Porto de Nice, segundo a imprensa local, cerca de 90 escalas de navios de cruzeiro estavam previstas no porto de Villefranche-sur-Mer, incluindo cerca de 20 com capacidade para mais de 2.500 passageiros. Quanto ao porto de Nice, apenas cerca de 10 das 125 escalas planeadas dizem respeito a navios com mais de 450 passageiros.

 

 

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DIT Portugal vai promover a República Dominicana com um conjunto de ações

A DIT Portugal, grupo de gestão de agências de viagens independentes, vai levar a cabo, ao longo do ano, um amplo conjunto de ações com vista à promoção do destino República Dominicana, ao abrigo de um acordo de parceria selado com o Ministério do Turismo daquele país.

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Entre as inúmeras ações acordadas, as mais importantes são um roadshow nas principais cidades de Portugal e uma campanha de formação com representantes do setor do turismo do país das Caraíbas, onde o primeiro webinar será no dia 11 de março.

Outras ações de colaboração importantes que foram acordadas são a emissão nos canais exclusivos da DIT TV, plataforma de comunicação digital exclusiva para as agências de viagens DIT, que procura atrair potenciais clientes interessados no destino Caraíbas e a inserção de mensagens estratégicas em diferentes espaços publicitários espalhados pelos principais websites e plataformas digitais da DIT Portugal.

Os roadshows destinam-se exclusivamente às agências de viagens DIT Portugal e realizar-se-ão nas principais cidades do país. O principal objetivo é que os representantes do Turismo da República Dominicana e das empresas de turismo recetivo do país apresentem tudo o que a ilha das Caraíbas tem para oferecer, em encontros presenciais, numa interação direta entre os participantes, criando momentos de networking e onde todo o tipo de dúvidas e questões podem ser resolvidas e discutidas.

Através de webinars, serão dadas formações online de 1 hora de duração onde serão abordados diferentes temas turísticos com o objetivo de que os profissionais, após completarem a formação, obtenham uma visão detalhada de tudo o que a República Dominicana oferece como destino turístico das Caraíbas. Desta forma, os agentes de viagens associados à DIT Portugal podem tornar-se verdadeiros especialistas do destino, capazes de proporcionar experiências inesquecíveis aos seus clientes.

No final de cada webinar, serão sorteados brindes entre os participantes como agradecimento da República Dominicana pelo interesse demonstrado pelo seu destino e pelas grandes atrações que o país oferece. Da mesma forma, todas as agências de viagens presentes serão convidadas a aderir ao “DO Travel Rewards”, o Programa Global de Fidelização com importantes benefícios.

Tanto a DIT Portugal como o Ministério do Turismo da República Dominicana, estão entusiasmados com esta nova colaboração e esperam que seja a primeira de muitas outras, contando que as diferentes ações de comunicação serão bem recebidas pelas agências de viagens associadas à rede, contribuindo para melhorar o conhecimento e a visibilidade daquele país como um destino cheio de possibilidades, promovendo um turismo sustentável e de qualidade.

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Feira de Emprego e Carreiras Azuis foi “extraordinário sucesso” e confirma próxima edição

A Feira de Emprego e Carreiras Azuis, que decorreu em Lisboa a 27 de fevereiro, merece um balanço positivo, com a organização a indicar que a iniciativa foi um “extraordinário sucesso”. A próxima edição está já confirmada para 15 de outubro.

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A Feira de Emprego e Carreiras Azuis, que decorreu em Lisboa a 27 de fevereiro, merece um balanço positivo, com a organização a indicar que a iniciativa foi um “extraordinário sucesso”, confirmando também que a próxima edição está já marcada para 15 de outubro.

“O evento recebeu visitantes provenientes de várias regiões de Portugal e de outros países, afirmando-se como uma referência na promoção de emprego, carreiras e atividades da economia azul”, lê-se num comunicado enviado à imprensa.

Viking Cruises, Lisnave Estaleiros Navais, Costa Crociere, For-Mar, Grupo ETE, Ocean Winds (OW), MSC Cruises, Mystic Invest Holding, Grupo Sousa, Amplia, AlgarExperience, Escola do Mar dos Açores, Portline Bulk International, DouroAzul, European Waterways, Silversea Cruises, Veltagus, Atlânticoline e Riscos Editora foram as empresas que estiveram presentes como Expositores no evento.

A iniciativa afirma-se como “relevante e estratégica” para as empresas que estão relacionadas com o mar e com atividades marítimas, a exemplo de “companhias de cruzeiros e iates, empresas de recrutamento, turismo náutico e costeiro, estaleiros, transporte marítimo e logística, instalações portuárias, ensino e formação, indústria marítima, energia offshore, pesca e aquacultura, biotecnologia azul, serviços marítimos, ambiente e sustentabilidade e governação, entre outras organizações”.

Depois do sucesso desta edição, a organização da Feira de Emprego e Carreiras Azuis está já a pensar no próximo evento, que está marcado para 15 de outubro de 2025, também em Lisboa, e cujas inscrições para expositores e visitantes estão já a decorrer aqui.

 

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