Crédito foto: Fernando Borges
Presidente da APAVT considera a agenda para os próximos três anos “ampla, diversificada, intensa e exigente”
Na tomada de posse dos novos corpos sociais da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo para o triénio 2024-2026, o presidente da entidade, Pedro Costa Ferreira, alertou para temas que farão parte deste novo mandato, como a nova diretiva europeia sobre as viagens organizadas, a “revolução” na relação com a indústria aérea e o “problema brutal” do aeroporto de Lisboa.
Victor Jorge
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A decisão já estava tomada, era conhecida e foi confirmada na tomada de posse dos novos corpos sociais da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) nesta quinta-feira, 11 de janeiro. “Este será o meu último mandato enquanto presidente da APAVT”, começou por referir Pedro Costa Ferreira, presidente da associação no discurso que inicia mais três anos ao leme da APAVT.
Aproveitando a ocasião para fazer um balanço dos últimos 12 anos à frente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, falou sobre a atuação futura da associação, deixando a certeza que “nunca deixaremos de defender intransigentemente os interesses legítimos do setor, mas nunca deixaremos de dialogar com todos, com o objetivo concreto de conciliar e consensualizar.”, assinalando que “tem sido assim na Confederação do Turismo de Portugal (CTP), tutela ou na ECTAA, com as Entidades Regionais de Turismo, com as ARPT ou com o poder local”, bem como “com as restantes associações representativas do setor ou com os parceiros das agências de viagens, ao longo da cadeia de valor”, garantindo que “vai continuar a ser assim”.
Garantida foi, também, a “independência”, salientando que “ninguém nos pode comprar”, ou seja, “somos uma associação que nunca vai estar à venda, nem no palco, nem atrás da cortina, e bem sabemos que uma boa dose do respeito que têm por nós se deve a esse facto”. Por isso, também esta realidade “vai continuar a ser assim”.
Também a “equidistância consciente e transparentemente” foi assumida, assegurando Pedro Costa Ferreira que, “somos a associação dos grandes e dos mais pequenos, dos mais antigos e dos mais recentes, dos operadores turísticos e das agências de viagens, do outgoing e do incoming, do lazer e do corporate, dos FIT e dos grupos, das operações charter e dos voos regulares, dos congressos e do MI, dos tradicionais e dos mais inovadores;,das lojas físicas e das online“.
Considerando que a agenda é “ampla, diversificada, intensa e exigente”, o presidente da APAVT chamou a atenção para a nova diretiva europeia sobre viagens organizadas que, disse, “na Europa e em Portugal teremos de acompanhar, antecipar e, finalmente, regulamentar”, frisando que “teremos de trabalhar com inteligência e efetividade, junto dos partidos políticos, na Assembleia da República, com a tutela, defendendo os interesses do sector, incluindo empresas e consumidores”.
De resto, Pedro Costa Ferreira diz “não estar pessimista”, até porque esta é a terceira transposição sob presidência do mesmo.
Destacada foi, igualmente, a “revolução na relação da indústria aérea com o setor.”, já que TAP e outras companhias aéreas, anunciaram a intenção de introduzir o NDC no mercado português, “mas também porque a IATA mantém a pressão sobre uma relação já de si injusta, totalmente desequilibrada, desenhada pelos poderosos lobbies europeus da indústria aérea”, afirmou o presidente da APAVT agora reconduzido.
Por isso, salientou que “tentaremos construir as pontes de diálogo que permitam estabelecer o tempo e o modo de tão profundas alterações”, reconhecendo que “o que pode agora ser diferente, é a credibilidade absoluta dos dirigentes da TAP, facto que só nos pode ajudar a desenvolver tão exigente tarefa”.
Ainda no capítulo aéreo, não podia faltar a referência às questões relacionadas com a solução aeroportuária nacional. “Não apenas a lamentável inexistência de uma solução para o novo aeroporto, em que a APAVT estará, como tem estado, junto da CTP, como também as dificuldades de obtenção de slots, as más experiências de turistas nacionais e internacionais, e mesmo a capacidade de desenvolvimento de operações noutros aeroportos, concretamente o do Porto, temas que serão tratados em sede tanto do capítulo de operadores, como dos capítulos aéreos, de distribuição e de incoming”, garantiu Pedro Costa Ferreira, mantendo uma “esperanças ténues no que concerne à capacidade política para resolver esta questão, ainda mais com a recente crise política”.
E na sequência do que foi o tema principal do último congresso da APAVT, o presidente da associação destacou ainda a “batalha da modernização do setor que será primordial e constante”, assinalando que terá de existir um “acompanhamento e apoio à inserção da Inteligência Artificial no setor”.
No que toca à instabilidade política e na necessidade de um Governo que seja “capaz de decidir”, Pedro Costa Ferreira fez ainda referência à atuação necessária sobre “as empresas clandestinas que se apresentam como agências de viagens, sem o necessário RNAVT, e sem a devida proteção ao consumidor”.
E para concluir, Pedro Costa Ferreira referiu que “vamos querer um Governo e uma tutela que olhe para o setor da distribuição, sabendo que representamos entre efeitos diretos, indiretos e induzidos, cerca de 5 mil milhões de euros”, o que representa, à data em que foram calculados (2019) cerca de 2,5% do PIB.
Recordamos a composição dos novos corpos sociais da APAVT:
Direção
Presidente: Pedro Costa Ferreira (Lounge)
Vice-presidente: Carlos Baptista (Gecontur)
Vice-presidente: Raquel Oliveira (Destination Travel Solutions)
Vice-presidente: Duarte Correia (W2M)
Diretora-Tesoureiro: Vanda Pina (Travel 2000)
Diretora: Joana Silveira G. de Matos (Wide)
Diretora: Fátima Pinto da Silva (Viagens Expansão)
Suplente: Paula Antunes (Compasso)
Suplente: José Bizarro (Transalpino)
Suplente: André da Silva Gabriel (Tejus)
Assembleia Geral
Presidente: Rui Pinto Lopes (Pinto Lopes Viagens)
Vice-presidente: Vânia dos Santos (Club AF Santos Turismo)
1º Secretário: Jorge Humberto (Escolher Destinos)
2º Secretário: Catarina Cymbron (Melo)
Conselho Fiscal
Presidente: Frédèric Frére (Travelstore)
Vogal Efetivo: Isabel Martins (PTeam Agaxtur)
Vogal Efetivo: João Carlos Correia (Time4Travel)
Vogal Suplente: Luís Lourenço (Lusanova)