Alojamento e restauração lideraram novos processos de insolvência em 2020
Informação consta do Barómetro da Informa D&B que foi divulgado esta quinta-feira, 7 de janeiro.
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Os setores do alojamento e restauração foram os que maior número de novas insolvências apresentaram ao longo do ano passado, com um total de 292 novos processo, o que corresponde a mais 106 que em 2019, de acordo com o Barómetro da Informa D&B que foi divulgado esta quinta-feira, 7 de janeiro.
“Em 2020 foram iniciados 2 270 processos de insolvência, que representam um crescimento de 3,2% face a 2019 (+71 casos). Na maioria dos setores de atividade os valores são semelhantes aos de 2019, mas alguns setores apresentam já uma subida dos novos processos de insolvência, como é o caso do Alojamento e restauração, com 292 novos casos em 2020, mais 106 que no ano passado”, aponta o estudo.
Apesar do aumento do número de insolvências no alojamento e restauração, a indústria mantém-se “como o setor com maior número de casos de novas insolvências em 2020 (586 casos), um número muito semelhante ao de 2019”.
Já no que diz respeito à constituição de novas empresas, os setores ligados ao turismo voltaram a apresentar um desempenho em sentido descendente, já que o alojamento, a restauração e os transportes estiveram, durante o ano passado, entre os setores que, conjuntamente com os serviços, “registaram maiores recuos percentuais em novas empresas face a 2019”.
“Numa análise regional à constituição de novas empresas desde o final do 1º estado de emergência, verifica-se uma tendência contrária entre litoral e interior, com a esmagadora maioria dos distritos do litoral a recuarem face ao período homólogo enquanto todos os distritos do interior registam aumentos de novas empresas. Os nascimentos de empresas nos distritos do interior representam 18% do total do país, um aumento de 3p.p. face a 2019”, nota ainda o estudo.
De forma global, a constituição de novas empresas caiu, em 2020, para as 37 558 entidades, uma redução de 24% face ao ano anterior e que “corresponde a um valor semelhante ao que se registou em 2016”.
“Com uma descida logo nos dois primeiros meses do ano (-17%), o nascimento de novas empresas ao longo do ano decorreu ao ritmo da pandemia e das consequentes restrições. Durante o confinamento de março e abril, o nascimento de empresas registou uma quebra acentuada (-44% e -70% respetivamente)”, revela o Barómetro da Informa D&B.
Com a evolução da pandemia, o alívio das medidas restritivas e a reabertura da economia, houve um aumento no número de novas empresas e, diz o estudo, “este indicador já apresentou valores acima de 2019”, ainda que, no último trimestre, as constituições tenham recuado novamente face ao período homólogo (-19%).
Resiliência para 2021
Para 2021, o relatório diz que “43% das empresas portuguesas têm um nível de Resiliência Financeira Elevado ou Médio-alto, facto que lhes permite enfrentar a crise económica motivada pela pandemia de Covid-19 de forma mais robusta do que as restantes”, ainda que “15% das empresas apresentem maior risco de não conseguir resistir à crise”.
“Esta percentagem resulta do cruzamento de dois indicadores desenvolvidos pela Informa D&B – Indicador de Resiliência Financeira e indicador de Risco de Failure (que reflete a probabilidade de uma entidade cessar a sua atividade nos próximos 12 meses com dívidas por liquidar). Ou seja, existem 3% de empresas que registam um Risco de Failure Elevado e 12% que, apresentando um Risco de Failure Moderado, têm um nível de Resiliência Financeira Mínimo ou Reduzido”, apurou o estudo.
O Barómetro da Informa D&B apurou ainda que “os impactos da pandemia foram sentidos de forma assimétrica nos diversos setores de atividade do tecido empresarial” e que “mais de 205 mil entidades do tecido empresarial (cerca de um terço do total) estão em atividades classificadas com grau de impacto Alto, isto é, encontram-se em setores fortemente afetados pelas medidas de contenção da pandemia”.