Setores ligados ao Turismo acompanham “recuo significativo” na criação de empresas no arranque de 2025
A descida, segundo a consultora Informa D&B, foi comum à “maior parte dos setores e distritos” e incluiu também os setores ligados ao Turismo, como o Alojamento e Restauração, onde a constituição de novas empresas caiu 17%, e os Transportes, que registou uma “descida significativa” de 25%, em janeiro.
Inês de Matos
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O arranque de 2025 ficou marcado por um “recuo significativo na criação de empresas”, avança a Informa D&B, que diz que esta quebra foi identificada “na maior parte dos setores e distritos”, incluindo os setores ligados ao Turismo, como o Alojamento e Restauração e os Transportes.
Os dados do relatório Informa Business by Data, divulgado esta sexta-feira, 7 de fevereiro, revelam que, em janeiro, foram criadas 4 716 novas empresas em Portugal, o que representa uma queda de 16% ou menos 893 constituições face a janeiro de 2024.
A descida, acrescenta a Informa D&B, foi comum à “maior parte dos setores e distritos” e incluiu também os setores ligados ao Turismo, como é o caso do Alojamento e Restauração e dos Transportes.
No caso do Alojamento e Restauração, a descida registada em janeiro na constituição de novas empresas chegou aos 17%, num total de 463 novas empresas criadas, enquanto nos Transportes foi registada uma quebra de 25%, registando-se a constituição de 394 novas empresas.
“Pelo segundo ano consecutivo, o setor dos Transportes regista uma descida significativa no mês de janeiro (-25%; -128 constituições), provocada pela queda na criação de empresas de ‘Atividades de serviços de transporte de passageiros, a pedido, em veículo com condutor’ (-37%; -144 constituições)”, lê-se na informação divulgada.
No entanto, a Informa D&B diz que “os setores que registam as maiores descidas são também os que habitualmente concentram o maior número de novas empresas”, como é o caso dos Serviços gerais (-24%; -214 constituições) e dos Serviços empresariais (-15%; -135 constituições).
“A quebra nestes dois setores foi transversal a quase todos os seus subsetores, destacando-se o subsetor de ‘Saúde, desporto e bem-estar’ (-22%; -111 constituições) dos Serviços gerais e o subsetor de ‘Apoio às empresas’ (-16%; -117 constituições) dos Serviços empresariais”, acrescenta a Informa D&B.
As únicas exceções às quebras registadas em janeiro foram os setores da Agricultura e outros recursos naturais (+8,9%; +14 constituições) e das Atividades imobiliárias (+9,2%; +45 constituições).
“No primeiro, o aumento registou-se exclusivamente na atividade de ‘Agricultura e pecuária’ (+20%; +26 constituições), já que nos restantes subsetores este indicador desceu. Nas Atividades imobiliárias, quase todos os seus subsetores registam crescimento nas constituições de empresas”, explica a Informa D&B.
A nível geográfico, a Informa D&B realça que “os únicos distritos a registar crescimento na criação de empresas, ainda que ligeiro, foram Viana do Castelo (+3,1%; +3 constituições), Viseu (+2,2%; +3 constituições) e Açores (+40%; +6 constituições)”.
Encerramentos e insolvências descem
Apesar do menor número de empresas criadas no primeiro mês do ano, Janeiro também trouxe notícias positivas, uma vez que se registou o encerramento de 656 empresas, o que representa “um registo abaixo do mês homólogo”, ainda que o setor dos Transportes tenha sido uma exceção.
“Analisando o acumulado dos últimos 12 meses, este indicador atinge os 13 359 encerramentos de empresas, o que corresponde a -13% encerramentos face aos 12 meses anteriores. Neste mesmo período, o setor dos Transportes (+7,6%; +59 encerramentos de empresas) é o único que regista um aumento no número de encerramentos de empresas face ao período homólogo”, explica a consultora.
A descer estiveram ainda as insolvências, uma vez que, em janeiro, “195 empresas iniciaram um processo de insolvência, o que corresponde a uma descida de 8,0% (-17 empresas) face a janeiro do ano passado”.
“Esta descida verifica-se em mais de metade dos setores de atividade, com destaque para as Indústrias (-33%; -21 empresas), o setor que concentra o maior número de empresas com processos de insolvência no mês”, conclui a Informa D&B.