O ano 2025 marca o 185.º da Abreu, considerada a mais antiga empresa do mundo no setor das viagens. O espírito da empresa, contudo, é, segundo Pedro Quintela, diretor-geral de Vendas e Marketing, “dos mais jovens que conheço. Estamos sempre a inovar, ser irreverentes, a procurar coisas novas”. No fundo, salienta Pedro Quintela, “fazer o suficiente para nós não é suficiente. Temos de fazer, no mínimo, sempre bom e é por isso que a empresa dura há 185 anos”.
E o 184.º ano de atividade da Abreu foi “positivo”, revelou o diretor-geral de Vendas e Marketing da Abreu, notando que “os crescimentos não são, nem podem ser, os mesmos que registámos em 2023 face a 2022, apesar de a nossa ambição ser sempre essa”.
Em termos de operação e destinos, Pedro Quintela começou por revelar que os destinos de tour operação com os charters “funcionaram bem”, destacando Cabo Verde que “continua a ser um ótimo destino”, mas também Tunísia e Marrocos. Best-sellers, no entanto, foram “as Caraíbas e as ilhas espanholas, bem como Porto Santo”. Aliás, Pedro Quintela destacou o destino Portugal, frisando que “continua a ser o destino número um de vendas e muitas vezes não temos consciência desse facto”.
Destaque ainda para as grandes viagens que, em 2024, “sentimos tendências marcantes” e onde o Japão esteve “muito forte e assim continua em 2025”, afirmou Pedro Quintela, revelando que as Maldivas estão a registar um “movimento muito interessante”, longe do “fantástico” ano de 2022, mas que está a ter um movimento “mais intenso até do que teve no ano passado por esta altura”.
Quanto a um possível shift nas tendências que podem ser já notadas para 2025, o diretor de Vendas & Marketing da Abreu admite alguma “antecipação nas vendas”, sendo disso exemplo novembro de dezembro [de 2024], “meses em que já se vendeu bastante verão de 2025”.
Assim, coloca-se a questão se 2025 será um ano idêntico ou melhor que 2024? Pedro Quintela refere que “o ano [2024] foi um ano bom, que teve resultados. Por isso, se tivermos ano igual a 2024, não vamos ficar tristes. Mas queremos um ano melhor”.
No que diz respeito ao perfil do comprador/viajante, o responsável admite que “começam a perceber que, em alguns casos, têm de pagar pela qualidade”. E aqui, nota que “temos sentido que há uma maior procura pelo aconselhamento e pelo serviço nas grandes viagens”, até porque, refere, “nem sempre é fácil comparar preço, porque são soluções diferentes, soluções à medida, onde o cliente quer pagar o mínimo possível, mas sabe que tem de pagar por um produto de qualidade”.
Neste capítulo, Pedro Quintela frisa que “nas nossas lojas todas, as nossas pessoas estão preparadas para fazer uma viagem à medida, uma viagem diferente que o cliente queira fazer”. Cliente esse que, “depois da pandemia, elevou o nível de exigência e continuou com esse nível de exigência, um cliente que está mais informado, que procura essa informação junto de amigos ou mesmo em pesquisas que faz”.
Por isso, o diretor de Marketing e Vendas da Abreu salienta que “temos de surpreender e encontrar coisas diferentes, algo que possamos acrescentar a essas viagens”.
Dois regressos em 2025
Para 2025, Pedro Quintela revela duas mudanças que “andávamos para tomar há algum tempo”: a primeira, o regresso à BTL, agora Better Tourism Lisbon Travel Market, e, em segundo, o regresso físico do Mundo Abreu, desta feita, ao Pavilhão Carlos Lopes.
“Com a pandemia, não só não voltámos à BTL, como não voltámos a realizar o Mundo Abreu num espaço físico”, algo que acontecerá mesmo antes da maior feira de turismo do país e que tem datas já marcadas: 1 e 2 de março, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, com os corners nos centros comerciais a permanecerem mais três semanas, “o que faz com que possamos continuar a comunicar e as pessoas possam reservar o mais cedo possível”, até porque, em função dos preços dinâmicos, “se esperarem pelo fim de semana seguinte já não vão ter os preços que têm no fim de semana anterior”.
No final ainda houve tempo para saber como a Abreu está a integrar o “novo mundo” tecnológico, com a Inteligência Artificial a ser considerada fulcral para o negócio. “Já temos projetos efetivos a decorrer”, avançou Pedro Quintela, revelando que “o foco, neste momento, está em ajudar as nossas pessoas, seja na frente de vendas, seja no back-office e nas áreas de suporte, a serem mais ágeis naquilo que fazem, sem, no entanto, perder o foco na personalização e no contato com o cliente”.
“Não esperamos com isto substituir consultores. O que esperamos é que os nossos consultores sejam ainda melhores a servir o cliente e isto é algo que está bem vivo numa empresa com 185 anos, mas que é das empresas que tem o espírito mais jovem que eu conheço. Portanto, está sempre a inovar, sempre irreverente, a procurar coisas novas.”
Essa inovação conclui Pedro Quintela, passa pela forma como “se constrói o produto, inova-se na forma como se aborda e atende o cliente, inova-se na forma como se comunica a marca e o próprio produto”, sendo exemplo disso a Abreu Experience, projeto de maior e melhor interação com o cliente pelas redes sociais, bem como o “Employer Branding” que visa “dar formação às nossas equipas para alargar ainda mais o nível de conhecimento e competências que têm para poder abordar as novas gerações, mas também as gerações que já viajam connosco e que não queremos perder”.