“A solução aeroportuária dual é a parte mais arriscada e amadora da proposta da CTI”, considera SkyExpert
Conhecida que foi a indicação da Comissão Técnica Independente (CTI), relativamente à solução para o novo aeroporto de Lisboa, a SkyExpert assinala que “em lado nenhum da Europa se optou por este tipo de projeto faseado”.
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Depois da indicação, por parte da Comissão Técnica Independente (CTI), de que Alcochete será a solução mais vantajosa para a construção de um novo aeroporto para a região de Lisboa, a SkyExpert critica o cenário traçado pela CTI, já que a construção faseada de uma primeira pista com um terminal no Campo de Tiro de Alcochete no valor de 3 mil milhões de euros, “não será um terminal com a dimensão necessária para funcionar como aeroporto único e hub intercontinental”.
Pedro Castro, diretor da empresa de consultoria em aviação, aeroportos e turismo, questiona a lógica por trás desta proposta, destacando que “em lado nenhum da Europa se optou por este tipo de projeto faseado”. Cidades que construíram novos aeroportos de raiz, como Munique, Atenas, Oslo ou Istanbul, “escolheram um dia para fechar o aeroporto antigo e abriram o novo com todas as operações”, refere o diretor da SkyExpert.
Noutras cidades, assumiu-se a construção de aeroportos secundários de forma a aumentar a capacidade aeroportuária e, nesses casos, considera, “a lógica é totalmente diferente”. Até porque, se Alcochete está pensado como o único futuro aeroporto, então “qual a razão para não construir a primeira pista e primeiro terminal numa ótica de servir o hub intercontinental?”.
Com a TAP a ser a única companhia que utiliza Lisboa como hub, com mais de 50% dos seus passageiros a mudarem de um avião para outro na Portela, na ótica da SkyExpert, “esse deveria ser o primeiro tipo de passageiro a ir para fora de Lisboa”; já que para este “a localização não importa”.
Já quanto ao facto de a TAP ser também a companhia que ocupa mais slots e aquela que os usa mais intensamente nas horas mais críticas para o descanso – noturnas e matutinas, a SkyExpert que a companhia aérea nacional “deveria ser a primeira a mudar a sua operação para Alcochete e para isso uma pista e um terminal são mais do que suficientes”.
Mas para Pedro Castro, “a CTI foi condicionada para não isolar a TAP, ainda que isso signifique sacrificar a saúde dos lisboetas e enviar para mais longe companhias aéreas cujos passageiros iniciam ou terminam a viagem em Lisboa. Uma coisa é certa: não se poderá simplesmente ‘mandar’ certas companhias de um aeroporto para o outro por decreto”.
“Enquanto a fase 2 do projeto de Alcochete, como aeroporto único, não se concretizar, as companhias continuarão a voar para o centro da cidade e não irão aderir a uma operação alternativa ou complementar para um aeroporto isolado e distante”, refere o diretor da SkyExpert. E acrescenta que “o mesmo se diga de toda a logística de handling e de serviços (hotéis, rent-a-car, comércio) que terá de existir, mas cuja duplicação de estruturas para meia dúzia de voos será feita com prejuízo para alguém”.
Com a solução faseada da CTI, Pedro Castro considera que Alcochete será “um desastre” e a Portela “irá manter o volume de voos que tem atualmente”, salientando que a estes “se acrescentarão outros possibilitados com as obras, a qualidade do ambiente não mudará e aumentaremos as dissimetrias regionais com a capacidade aérea da região de Lisboa a ultrapassar os atuais 50% relativamente ao resto do país”.
Perante este cenário, Pedro Castro sugere que a Vinci garanta a continuidade da Portela até ao fim da concessão. “Com isso protege a rentabilidade dos seus investimentos neste aeroporto, deixando Alcochete para outro concessionário que ficará condenado a geri-lo como Beauvais está para Paris, Bergamo para Milão ou Southend para Londres”.
O diretor da SkyExpert admite que “a Portela será sempre a primeira escolha das companhias aéreas e, com base na existência da concorrência aeroportuária na região, a Vinci poderá aplicar mais livremente taxas de aeroporto elevadas, ao mesmo tempo que se desvincula do problemático calendário de obras, das derrapagens orçamentais e dos incentivos comerciais necessários para Alcochete descolar na dita fase 1”.
Até porque, segundo conclui Pedro Castro, “esse negócio, na verdade, é extremamente desinteressante e arriscado para alguém na posição da Vinci”.