“Audácia” na cozinha do Audax (c/ vídeo)
A aposta por parte dos diversos restaurantes nos produtos locais é bem percetível e parece ser, à partida, uma aposta ganha. A gastronomia na Madeira reinventou-se e tornou-se um produto turístico a degustar. Prova disso mesmo é a “audácia” do chef César Vieira no Audax.

Victor Jorge
No primeiro restaurante visitado – Audax – localizado numa das zonas de lazer mais dinâmicas do Funchal, onde não falta concorrência e muitos espaços gastronómicos alternativos, este restaurante destaca-se por uma proposta a que o próprio chef apelida de “progressiva”. Aliás, a descrição dada do que sai da cozinha aberta do Audax foi dada pelo próprio chef César Vieira, revelando que “a minha cozinha é algo que trago de casa, de quando era jovem e via a minha mãe, a minha avó cozinharem. É isso que quero dar a provar aos meus clientes e fazê-los sentir a Madeira e os produtos da Madeira de forma original, daí ter optado pelo que chamo de cozinha ‘progressiva’”. Ou seja, algo que não se pretende estanque, mas que se encontra em constante evolução.
Os produtos da Madeira, naturalmente, não faltam, desde os líquidos (vinhos) à cozinha e na carta do Audax é possível lermos que “a cada estação, a Madeira transforma-se, e como ela, os sabores que definem a sua essência”. Por isso, é na “escuta profunda da ilha que nasce a “audácia” do Audax, com o objetivo de revelar o que a tradição madeirense ainda tem por dizer, quando se ousa escutá-la de outra forma. Daí, os menus apresentados por César Vieira constituírem uma viagem sensorial, guiada pela sazonalidade da ilha, onde o mar, a terra e o tempo definem o ritmo de cada degustação.
Uma visita ao Audax não é uma visita a um restaurante, é um fine dining apresentado, com os produtos locais e isso foi possível perceber desde o primeiro prato que nos foi servido.
Além do menu a la carte, destaque para os tasting menus de degustação, com realce para alguns pratos como, por exemplo, a Poncha com Gamba da Costa ou a Açorda com Pão de Santana.
De resto, é este o caminho que a Madeira, e neste caso, o Funchal estão a tomar, já que, se o visitante está cada vez mais exigente e sofisticado, a gastronomia tem de acompanhar essa exigência e procura pela qualidade.