Proveitos do alojamento turístico disparam em janeiro
Os proveitos do alojamento turístico mantiveram, em janeiro, a tendência de crescimento que já se vinha a registar no ano passado e dispararam face a igual mês de 2022 e também de 2020.
Inês de Matos
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Os proveitos do alojamento turístico mantiveram, em janeiro, a tendência de crescimento que já se vinha a registar no ano passado e dispararam face a igual mês de 2022 e também de 2020, somando 212,4 milhões de euros nos proveitos totais e 153,9 milhões de euros de proveitos de aposento, de acordo com os dados revelados esta segunda-feira, 13 de março, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os números do INE relativamente à atividade turística de janeiro mostram que, face a mês homólogo do ano passado, os proveitos totais aumentaram 99,0% face a janeiro de 2022 e 21,6% em comparação com o mesmo mês de 2020, quando ainda não se faziam sentir os efeitos da pandemia.
Já os proveitos proveitos de aposento registaram uma subida de 102,3% face a janeiro de 2022, bem como de 24,0% em comparação com o mesmo mês de 2020, também de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira pelo INE.
A subir estiveram também indicadores como o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR), que somou 29,0 euros, o que traduz um aumento de 86,2% face a janeiro do ano passado e de 16,6% em comparação com o primeiro mês de 2020, assim como o rendimento médio por quarto ocupado (ADR), que subiu para 78,4 euros, num crescimento de 17,7% face a janeiro de 2022 e de 16,7% em comparação com mês homólogo de 2020.
Por regiões, foi a AM Lisboa que concentrou a maior quota de proveitos totais, representando 38,2% do total, a que se somam ainda 40,3% dos proveitos relativos a aposento, seguindo-se a RA Madeira, que concentrou 17,0% e 16,2% dos proveitos totais e relativos a aposento, respetivamente, assim como o Norte, com percentagens de 16,8% e 16,9%, respetivamente.
Já os maiores crescimentos aconteceram na AM Lisboa, que apresentou uma subida de 150,3% nos proveitos totais e 151,9% nos de aposento, bem como no Norte, onde houve aumentos de 92,8% e 94,7%, respetivamente. Face a janeiro de 2020, o INE destaca ainda os desempenhos da RA Madeira, que apresentou aumentos de 44,9% e 54,2%, bem como da RA Açores, que subiu 42,5% nos proveitos totais e 45,3% nos proveitos de aposento face a janeiro de 2020.
O INE diz também que, em janeiro, “a evolução dos proveitos foi positiva nos três segmentos de alojamento”, concretamente na hotelaria, no alojamento local e também nas unidades de turismo no espaço rural e de habitação.
Na hotelaria, cujos proveitos totais e de aposento tiveram um peso de 87,8% e 85,6% no total do alojamento turístico, estes indicadores apresentaram subidas de 103,0% e 106,5% face a janeiro de 2022 e de 18,5% e 20,3% em comparação com janeiro de 2020.
Já o alojamento local, que registou quotas de 9,2% e 11,3% nos proveitos totais e por aposento, assistiu a subidas de 86,8% e 94,1%, respetivamente, em comparação com janeiro de 2022, e de 43,9% e 47,6% face a janeiro de 2020.
Nas unidades de turismo no espaço rural e de habitação, onde a quota foi de 3,0% em ambos os indicadores, houve aumentos de 44,5% e 42,5% nos proveitos totais e de aposento, respetivamente, face a janeiro de 2022, bem como de 71,8% e 67,6% em comparação com o mesmo mês de 2020.
Já os valores mais elevados de RevPAR foram registados na RA Madeira, que chegou aos 47,8 euros, depois de um aumento de 75,6% face a igual mês do ano passado, assim como na AM Lisboa, onde o RevPAR ficou nos 46,7 euros, depois de um crescimento de 130,3% em relação ao mesmo mês de 2022.
O INE realça também que o RevPAR “registou crescimentos de 94,9% na hotelaria, 62,8% no alojamento local e 18,7% no turismo no espaço rural e de habitação”.
No ADR, que cresceu 17,0% na hotelaria, 24,3% no alojamento local e 10,1% no turismo no espaço rural e de habitação, o destaque em janeiro foi para a AM Lisboa, que registou o maior aumento deste indicador face a janeiro de 2022, num crescimento que, segundo o INE, chegou aos 25,9%.
Janeiro com hóspedes e dormidas mais elevados desde que há registo
Em janeiro, as unidades de alojamento turístico nacionais contabilizaram e 1,5 milhões de hóspedes e 3,5 milhões de dormidas, valores que indicam aumentos de 72,5% e 74,5% face a janeiro do ano passado, respetivamente, e que levam o INE a dizer que “este foi o mês de janeiro, desde que há registo, com valores de hóspedes e de dormidas mais elevados”.
Do total de hóspedes e dormidas, especifica o INE, 73,8% concentraram-se nos 17 principais municípios, tendo a “maioria dos principais municípios” atingido máximos para o mês de janeiro, principalmente nas dormidas de residentes.
Lisboa concentrou 25,2% do total de dormidas em janeiro de 2023, o que representou 14,0% do total de dormidas de residentes e 31,0% do total de dormidas de não residentes, somando 875,6 mil dormidas.
No caso de Lisboa, indica o INE, “comparando com janeiro de 2020, as dormidas aumentaram 1,4% (-1,0% nos residentes e +1,9% nos não residentes)”, enquanto o Funchal, que concentrou 12,3% do total de dormidas, somando 427,0 mil dormidas, apresentou um aumento de 14,2% (+66,5% nos residentes e +8,6% nos não residentes) em comparação com janeiro de 2020.
Já no Porto, que totalizou 283,9 mil dormidas, concentrando 8,2% do total de dormidas, houve um crescimento de 5,5% face a janeiro de 2020 (+5,3% nos residentes e +5,5% nos não residentes).
Em sentido contrário esteve o município de Albufeira, onde o total de dormidas em janeiro foi de 176,4 mil, representando 5,1% do total, o que traduz uma descida de 11,2% face a janeiro de 2020, com descidas de 17,5% nos residentes e de 9,9% nos não residentes.