Preferência dos portugueses vai para destinos europeus e viagens de curta duração
Em 2022, os portugueses preferiram viagens curtas, de até quatro dias, com as tendências a destacarem as viagens a solo, a conciliação de lazer e trabalho nas viagens e o aumento dos nómadas digitais, com as reservas a acontecerem com pouca antecedência.
Victor Jorge
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De acordo com o estudo anual realizado pela eDreams ODIGEO – “A Year in Travel 2022” -, os viajantes nacionais continuam a preferir viagens curtas, de até quatro dias, e reservam-nas com pouca antecedência.
O estudo que oferece uma visão geral das preferências e comportamentos dos viajantes em 2022 e prevê já algumas tendências para o próximo ano, revela que, em 2022, Paris voltou a ser o destino de eleição dos viajantes portugueses, sendo a cidade para onde mais viajaram, sendo, de resto, uma preferência comum a nível internacional.
A seguir à capital francesa aparecem destinos como Londres, também a segunda cidade mais visitada nos resultados globais, e depois Madrid. Outros destinos populares foram Barcelona, Funchal, Bruxelas, Ponta Delgada, Luxemburgo, Genebra e Amsterdão, revelando uma clara inclinação para viagens na Europa.
Quantos aos destinos que mais cresceram em 2022 face a 2021 (em termos de reservas efetuadas) aparecem Marraquexe (+327%) e Bilbau (+213%). Globalmente, os destinos que registaram um maior crescimento das reservas em comparação com 2021 foram Denpasar (+1.478%), na Indonésia; Singapura (+1.446%) e Bangkok (+1.188), na Tailândia – o que se deve à reabertura das viagens para a Ásia, após um longo período em que tal não era possível devido às restrições impostas pela pandemia.
Viagens curtas e reservas de última hora
No caso concreto dos hábitos de viagem dos portugueses em 2022, o estudo da eDreams ODIGEO conclui que, tal como já se tinha verificado no ano passado, os portugueses parecem continuar a dar preferência a viagens curtas, de até 4 dias (53%). No entanto, as estadias de duração média, entre 7 a 13 dias, ganharam terreno (20%), verificando-se que apenas uma minoria escolheu realizar viagens entre 5-6 dias (16%), 14-20 dias (5%) ou mais de 21 dias (6%).
No que toca às reservas, quase metade (47%) dos inquiridos portugueses continua a marcar viagens de última hora, até 15 dias antes da data de partida, salientando o estudo tratar-se de “uma tendência que se acentuou na pandemia e que se tem mantido até aos dias de hoje, apesar da diminuição das restrições, e se reflete também a nível internacional (45%)”.
Além disso, o estudo que olhou para os hábitos de viagem dos portugueses em 2022, nomeadamente a duração das suas estadias, a antecedência com que efetuaram reservas e a distância das viagens realizadas, destaca ainda a preferencia dos portugueses por viagens na Europa (78%), viagens dentro do próprio país (14%) ou para fora do continente europeu (8%).
“Em 2022 observou-se um aumento significativo das viagens continentais, a par de uma redução das viagens nacionais – o que demonstra que os portugueses sentem cada vez mais confiança para voltar a viajar e sair do país, agora que o pior da pandemia parece ter passado”, refere o estudo.
A realidade em 2022
No que toca às tendencia verificadas em 2022, o “A Year in Travel 2022” assinala que se tornou “claro que os portugueses estão a optar cada vez mais por viagens a solo – sobretudo porque querem ter controlo total sobre os planos de viagem e viajar de forma mais tranquila, livre e independente”, frisando que este tipo de viagens também lhes permite tornar-se “mais resilientes e autossuficientes e aproveitar a sua própria companhia”.
“Misturar trabalho com prazer” está a tornar-se também cada vez mais comum, à medida que as gerações mais jovens procuram conciliar as suas carreiras com a vontade de conhecer o mundo. Assim, “tiram partido da flexibilidade laboral que a pandemia permitiu descobrir e aproveitam para realizar viagens que combinam dias de trabalho com dias de lazer”.
Finalmente, o crescimento dos chamados “nómadas digitais” é outra tendência com “grande impacto no setor do turismo”, motivado pela mudança dos padrões de trabalho e o aumento de oportunidades de trabalho remoto. Segundo o estudo da eDreams ODIGEO, “a criação de vistos e programas fiscais flexíveis pensados para nómadas digitais por parte dos governos de alguns países” – como é o caso de Portugal – contribuíram para este cenário.
Um primeiro olhar para o futuro
Além de analisar as principais tendencias de 2022, o estudo da eDreams ODIGEO procurou olhar também para o futuro das viagens e traçar o caminho para 2023.
Assim, o estudo conclui que “as reservas dentro do continente europeu parecem manter-se na mira dos viajantes portugueses, sendo Paris, Funchal, Ponta Delgada e Barcelona os destinos mais reservados para 2023”.
Contudo, os destinos que os portugueses mais pesquisam para viajar no próximo ano são Paris, São Paulo, Rio de Janeiro, Londres e Nova Iorque, indicando “alguma vontade de retomar as viagens de longa distancia”.
Assim, o estudo conclui que 2022 ficou marcado por “um regresso gradual à normalidade”, que também se notou no setor das viagens, que permanece em “franca recuperação”.
Dana Dunne, CEO da eDreams ODIGEO, salienta que “os consumidores estão a aproveitar para viajar sempre que podem”, admitindo que os dados das reservas mostram que as viagens curtas ainda são as mais proeminentes, demonstrando que os consumidores tentam encaixar férias em todas as ocasiões possíveis”.
Com quase um terço das viagens a durar apenas 3-4 dias, a CEO frisa que “esta tendência pode também ser representativa dos regimes de trabalho mais flexíveis, que permitem aos viajantes levar o seu computador e trabalhar no estrangeiro, enquanto aproveitam um fim de semana prolongado num destino entusiasmante”.
Finalmente, Dana Dunne destaca que os viajantes têm sido “espontâneos a fazer reservas”, com quase metade destas (45%) a acontecer apenas 15 dias antes da partida, ou mesmo menos”, concluindo que se constata “o desejo dos consumidores de aproveitar cada dia, depois de terem adiado os seus planos de viagem por tanto tempo”.