CVA quer voltar a ser parceiro da operação turística em Portugal
A Cabo Verde Airlines quer voltar a ser parceiro importante da operação turística em Portugal, como já o foi no passado. “Ainda existem questões a resolver derivadas das operações passadas que em breve serão ultrapassadas para podermos retomar de forma consistente estas parcerias”, declarou ao Publituris o administrador-executivo da companhia aérea cabo-verdiana, Carlos Salgueiral.
Carolina Morgado
Cabo Verde
Banco Mundial sublinha aposta de Cabo Verde no digital e dependência do turismo
Aeroportos de Cabo Verde continuam recuperação e crescem 300% em passageiros em junho
Cabo Verde: Mais do que um destino, é o destino de férias dos portugueses
Empresários cabo-verdianos ainda a braços para a retoma
Um potencial grande ainda por descobrir
Santo Antão ambiciona ser um grande destino de natureza
A Cabo Verde Airlines (CVA) retomou, paulatinamente, em dezembro do ano passado, as suas ligações a Lisboa, para já o seu único destino internacional, primeiro de uma ilha, depois de outra e mais tarde de outra (Cidade da Praia, S. Vicente e Sal). Em julho faz um reforço sazonal da operação, até outubro e ver como o mercado reage. Mas o que a companhia aérea pretende, e diz que está a tentar resolver, é voltar a ser um grande parceiro dos operadores turísticos portugueses no transporte de turistas para Cabo Verde.
Como está a correr a operação para Portugal, único destino para onde a Cabo Verde Airlines está a voar, em termos de ocupação?
Relativamente à operação para Portugal, fizemos o voo inaugural ainda em final de dezembro, com uma ocupação inesperada pela positiva, pois as vendas tinham sido disponibilizadas poucos dias antes. Iniciámos com um número de frequências ainda reduzido e apenas da Cidade da Praia, somente em fevereiro, adicionámos o voo de S. Vicente e finalmente o Sal. A operação tem de corrido com normalidade, sofrendo apenas uns pequenos constrangimentos na transição do tipo de avião no mês de março.
Reforço sazonal
Qual é a operação neste momento? No entanto, a companhia aérea decidiu reforçar os voos para Portugal a partir de julho. Como vai ficar? Será um reforço apenas sazonal?
Presentemente temos dois voos semanais Praia/Lisboa/Praia, um voo semanal S. Vicente/Lisboa/S. Vicente e Sal/Lisboa/Sal. A partir de julho aumentamos as frequências para três voos semanais da Cidade de Praia, dois semanais de S. Vicente, e mantemos o Sal apenas com um voo, sendo que se houver uma reação do mercado que justifique o aumento de voos, atuaremos de imediato dentro da capacidade permitida. O reforço para já, será de julho a final de outubro. A continuidade deste reforço, vai depender muito da evolução do mercado e procura, e também da disponibilidade de “slots” aeroportuários em Lisboa, que como sabem está nos limites de capacidade.
A Cabo Verde Airlines mantinha uma forte ligação e parceria com os operadores turísticos em Portugal. Como estão neste momento? Deixou de ser um parceiro turístico, concentrando-se mais no étnico? A operação da companhia funcionava como uma espécie de semi-charter. Agora que retomou a operação para Portugal vai manter essa postura, sabendo que Portugal é um dos principais países emissores de turistas para Cabo Verde?
Continuamos a ter uma forte ligação com operadores turísticos em todos os mercados, e presentemente estamos a dialogar para encontrar acordos para dinamizar as vendas nesta vertente de negócio, ainda existem questões a resolver derivadas das operações passadas que em breve serão ultrapassadas para podermos retomar de forma consistente estas parcerias.
Não estamos só focados no étnico, pelo contrário, tencionamos diversificar ao máximo todo o tipo de tráfego, captando o máximo de passageiros para o destino Cabo Verde, que não se resume apenas ao tradicional Sol e Praia. Cada vez mais, Cabo Verde se afirma como um destino multidiversificado no que respeita ao turismo, todas as ilhas oferecem diferentes atrativos nos vários segmentos turísticos e de negócio.
Porto: hipótese a considerar
E o Porto? Colocam a hipótese de operar para esta cidade do Norte de Portugal?
Pode ser um destino a considerar, se a procura o justificar, a viabilidade de charter está sempre em aberto, com certeza com a parceria de um operador. As limitações de Lisboa, também abrem grandes perspetivas para o Porto.
Quando pensam reiniciar a operação para outros destinos, nomeadamente o Brasil, Boston e Paris?
Pretendemos retomar estes destinos, logo que possível. Tentando ser otimista, apontamos para início de 2023, se o processo de reforço de frota o permitir.
Atualmente estamos envolvidos num processo de reestruturação, de forma a dimensionar a empresa à realidade operacional, e paralelamente, procuramos cumprir com um plano de retoma e estabilização que irá permitir atingir um equilíbrio e sustentabilidade até ao final de 2023
Para tal são precisos aviões. Como está a decorrer este processo?
Estamos em negociações, para reforço de mais uma aeronave, e uma outra para 2023, creio que muito em breve teremos mais novidades.
Qual é a situação atual da companhia?
Atualmente estamos envolvidos num processo de reestruturação, de forma a dimensionar a empresa à realidade operacional, e paralelamente, procuramos cumprir com um plano de retoma e estabilização, que irá permitir atingir um equilíbrio e sustentabilidade até ao final de 2023, com certeza, que sempre dependentes da evolução da conjuntura atual, que devido aos problemas da pandemia e agora com o aumento drástico dos custos dos combustíveis, estes planos poderão sofrer alguns ajustes.
Falou-se muito no hub do Sal. A companhia desistiu deste propósito?
O hub apenas está suspenso temporariamente. Este projeto não foi abandonado, apenas a limitação atual de frota não o permite concretizar. Gradualmente com o reforço de frota, este projeto irá ser retomado, pois as operações do Brasil, implicarão as ligações da Europa e outras, criando a base do hub Sal.
Que estrutura mantêm atualmente em Lisboa? É para continuar ou reforçar, uma vez que a delegação de Lisboa já assumiu inclusive a Europa?
No plano de reestruturação está contemplado o fecho de todas as delegações e sucursais da companhia, pelo que Lisboa não foi exceção, apenas teremos a representação da empresa e o apoio habitual das empresas que prestam os serviços de assistência nos aeroportos.