As propostas do candidato Pedro Calado (PSD + CDS-PP) para o turismo no Funchal
Que importância possui o turismo para a cidade do Funchal? O Turismo é a principal atividade económica da Região Autónoma da Madeira, representando cerca de 26% do PIB da Região, […]
Victor Jorge
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Que importância possui o turismo para a cidade do Funchal?
O Turismo é a principal atividade económica da Região Autónoma da Madeira, representando cerca de 26% do PIB da Região, bem como o setor que mais gente emprega, com mais de 20.000 postos de trabalho dependentes desta indústria.
Face à importância e dimensão do Funchal, enquanto capital e maior cidade da região, tendo, na verdade, uma relação “oversized”, com os restantes municípios do arquipélago, quer em população, quer em atividade económica, em que a grande maioria das unidades hoteleiras e também muitos dos alojamentos locais fica, precisamente, no Funchal, bem como os mais importantes museus, monumentos e equipamentos cultuais, como também a maioria dos restaurantes, bares e demais estabelecimentos comercias, o Turismo assume uma importância extrema para a economia e emprego da cidade.
Para se ter uma ideia mais concreta da importância do Turismo para a cidade do Funchal, note-se que mais de 66% dos nossos hóspedes ficam hospedados nos estabelecimentos hoteleiros/alojamentos locais do município.
Que medidas merecem a sua aprovação e o que foi feito que, sob a sua liderança, não seria realizado? O que teria feito de diferente durante este período pandémico e como antevê o regresso à tão desejada “normalidade” do turismo na cidade do Funchal e quais os principais desafios esperados?
Antes de mais, convém saber-se que, na Região, as políticas de Turismo, isto é, a Estratégia Regional de Turismo, consubstanciada no Programa de Ordenamento Turístico, na Estratégia Para o Turismo na Madeira, sempre foram e continuam a ser competências do Governo Regional. Inclusivamente, a própria promoção do destino e marca Madeira, é operacionalizada pela Associação de Promoção da Madeira, que junta o sector público, incluindo a Associação dos Municípios da Região Autónoma da Madeira, do qual a Câmara Municipal do Funchal faz parte, ao privado, desde hotéis, alojamentos locais, agências de viagens, empresas de animação turística, rent-a-car, restaurantes, turismo rural.
Ora, em 2016, mas, sobretudo, por motivações políticas, que visavam objetivos que ultrapassavam, em muito, a gestão municipal, a Câmara do Funchal decidiu apresentar a sua própria estratégia para o setor, num plano, na verdade, decalcado da estratégia regional (um exemplo disso é o site criado, então, o http://www.visitfunchal.pt/pt/, por ora com informação só em português, quando já existe há décadas o http://www.visitmadeira.pt/pt-pt/homepage?AreaId=1, em várias línguas) e que supostamente, depois de dois anos, 2016/2017 seria renovada, o que não aconteceu. Em termos práticos, não sabemos se essa opção política tomada pela vereação da Coligação Confiança teve algum contributo para o Turismo na Região e no Funchal.
Em termos de atuação, se tivesse estado já na Presidência da Câmara Municipal do Funchal e não na vice-presidência do Governo Regional, teria, sobretudo, a exemplo do que fizeram outras autarquias por esse país fora e até na própria Região Autónoma da Madeira, apoiado de forma mais célere e eficaz os comerciantes cuja atividade dependia em muito do Turismo, já que, no ano passado, as quebras do setor foram muito pronunciadas.
Presentemente a situação é muito mais animadora e a Madeira, fruto das medidas tomadas para combater a pandemia, ganhou um estatuto e imagem de destino seguro e de confiança, face à COVID-19, que continua, não o esqueçamos. Os nossos principais mercados emissores estão a reagir muito positivamente, bem como estamos a chegar a outros mercados, num esforço de diversificação dos mercados emissores. Estamos a ter um excelente verão. A Madeira e o Funchal estão cheios de turistas. O problema é, paradoxalmente, a falta de mão-de-obra para o sector do Turismo, um problema que está a preocupar os empresários do setor.
Questões como a sustentabilidade, overtourism, segurança, digitalização e mobilidade estão na ordem do dia no turismo. Que propostas tem para estes pontos (e outros) em concreto?
São obviamente questão que estão sempre na ordem do dia e que têm, aliás, um peso muito importante no programa que vamos apresentar aos funchalenses. Queremos apostar fortemente nas tecnologias de informação e comunicação (TIC) e no “big data” de modo, transversal, em várias áreas, para conseguirmos uma gestão eficaz e sustentável no trânsito e transportes, nos recursos energéticos e hídricos, nos espaços e equipamentos públicos, na gestão e planeamento urbano, na mobilidade, entre outras áreas. Com isto implementado, teremos a médio e longo prazo uma cidade muito mais sustentável, com mais qualidade de vida para os cidadãos e para os nossos visitantes.
O que alta fazer na cidade do Funchal no que diz respeito ao turismo e que já deveria estar ou ter sido feito?
O que é imperioso fazer no Funchal e que já deveria ter sido feito, ou melhor, já foi feito, por anteriores vereações, mas, atualmente, são áreas desleixadas pelo presente executivo municipal, é conseguir que a cidade volte ao que antes era. Uma cidade, por todos reconhecida, como extremamente organizada, limpa, com espaços verdes dos melhores, tudo muito bem cuidado e tratado. Esta é uma das prioridades para o projeto que lidero, fazer com que o Funchal seja uma cidade premiada ao nível do ambiente, da salubridade, da conservação da natureza, dos espaços verdes.
Eleito presidente, quais as primeiras e principais medidas a tomar em benefício do e para o turismo na cidade do Funchal?
Fazer com que o Funchal seja novamente uma cidade organizada, limpa, com espaços verdes cuidados, bem como resolver o problema do trânsito em particular na zona oeste da cidade, a zona hoteleira por excelência, e que também é uma zona de habitação em franco crescimento. O melhor que podemos fazer em benefício do Turismo e dos turistas, de modo a que se sintam bem, que sintam que vale a pena virem visitar-nos e passar a palavra nesse sentido para que mais turistas venham visitar-nos, é, precisamente, voltar a fazer do Funchal uma cidade exemplar.