APAVT apela a apoio da SET no cumprimento dos reembolsos aos clientes das agências
Na tomada de posse para o seu quarto mandato, Pedro Costa Ferreira alertou para a urgência em travar “a batalha da sobrevivência” do setor.
Raquel Relvas Neto
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A palavra sobrevivência pautou o discurso de tomada de posse de Pedro Costa Ferreira no seu quarto mandato à frente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT) para o triénio 2021/2023, que aconteceu esta terça-feira, dia 5 de janeiro, em Lisboa, tendo sido transmitida digitalmente.
Costa Ferreira alertou para o momento difícil que o Turismo, em particular, o setor da distribuição turística tem vivido neste último ano devido à situação pandémica. Na presença da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, o recém empossado presidente da APAVT aproveitou para sublinhar que “a palavra sobrevivência [agências de viagens]”, apontando para os desafios de tesouraria e de retoma que o setor tem pela frente.
“Um primeiro desafio, o enorme problema de tesouraria, construído de uma forma tão simples como inevitável – o pagamento de custos fixos, não apenas ao longo de nove meses sem faturar, como, inevitavelmente, também nos primeiros meses do ano que agora começa. Problema de tesouraria, aliás, agravado por duas circunstâncias que devemos relevar. Desde logo, um acrescido esforço de reembolso a clientes, conhecido de todos; por outro lado, uma capacidade de financiamento reduzida, tanto por balanços destruídos e consequentes dificuldades de diálogo com a banca, como por dificuldade de acesso aos esquemas de recapitalização previstos”, advertiu.
Costa Ferreira apelou à SET para, conjuntamente, “criarmos as condições para o cumprimento integral dos reembolsos das agências de viagens aos seus clientes”. “Estamos certos de que nos irá ajudar a encontrar uma solução que permita cumprir o essencial, o reembolso dos consumidores, preservando o único instrumento de reembolso conhecido e aceitável, as empresas, e nunca prejudicando o Estado”, completou.
Quanto ao desafio da incerteza da retoma, o presidente da APAVT considerou a necessidade da criação de um sistema de apoios integrados. “Juntos por mais linhas de crédito, por apoios estruturantes a fundo perdido, por um modelo de recapitalização que anteceda o fim das moratórias bancárias. Sobretudo por um sistema de apoios integrado, que seja previsível e permita o planeamento, e que não nos tire pela janela, em impostos e prestações da segurança social, o que nos entregam pela porta da frente, em apoios”.
Costa Ferreira voltou a frisar que, para esta retoma, existe também a necessidade da criação de valor por parte das agências de viagens para continuarem a serem importantes para os consumidores. “O cliente, disputado por toda a cadeia de valor, é hoje resultado de uma constante criação de valor, seja ela consolidada em confiança, segurança,
inovação, criatividade ou outra qualquer via”. Neste sentido, salienta um conjunto de ações de diferenciação das agências associadas que a nova direção tem em mente, “que integra não apenas a manutenção de apostas tão diferenciadoras quanto o Provedor do Cliente, como ainda um novo âmbito de parcerias que farão do universo das agências APAVT, um universo mais sólido, mais coeso, mais capaz de enfrentar os desafios da concorrência”.
No campo internacional, Costa Ferreira aludiu à necessidade de gerir uma lei europeia das viagens organizadas que é “iníqua, desajustada, antiga e ferida da atuação de diversos lobbies europeus”. A nova direção vai estar ainda disponível para aproveitar a integração na ECTAA, num quadro de Presidência portuguesa da Comissão Europeia. “Há um sem número de assuntos cruciais para a retoma que serão discutidos na esfera europeia, e certamente que seremos uma ponte importante entre a voz da distribuição europeia e a Presidência portuguesa”.