Florença adota novos planos para combater “excesso de turismo”
Em resposta ao crescente incómodo dos moradores com o que consideram ser “turismo excessivo”, a cidade italiana de Florença decidiu adotar 10 novas medidas, para além das que já tinha implementado no passado recente.

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Florença já tinha anunciado no ano passado a proibição de novos alojamentos locais de curto prazo na esperança de conter o êxodo de moradores locais, agora decidiu restringir o uso de fechaduras de check-in automático em alojamentos locais e a utilização de altifalantes de guias turísticos, avança a imprensa italiana. O decreto também proíbe o uso de amplificadores e altifalantes para guias turísticos.
As fechaduras de check in automático são pequenas caixas com um teclado digital usadas por proprietários para arrendamentos de curta duração que se tornaram uma espécie de símbolo da raiva local de Florença contra os turistas, e têm sido alvo de vandalismo por parte de moradores, que as marcam com fitas adesivas e X vermelhos como forma de protesto.
“A cidade não é mais capaz de suportar, sem enfraquecer o seu valor patrimonial e ver a sua habitabilidade geral comprometida, uma presença tão maciça de atividades e meios para uso turístico exclusivo concentrados em apenas cinco quilómetros quadrados”, pode ler-se no comunicado do Conselho Municipal, que avança que a cidade pretende colocar limites em “veículos atípicos” – como carrinhos de golfe, que se tornaram cada vez mais populares entre guias turísticos para levarem os visitantes pela cidade em áreas onde o tráfego de carros é restrito.
O plano de Florença faz parte de um esforço mais amplo para promover o turismo sustentável, com a cidade a colaborar com outras grandes destinos italianos, como Roma, Veneza e Nápoles, na criação de um turismo que respeite a cultura local e melhore a integração entre turistas e residentes. A cidade também faz parte da rede “Grandes Destinos Italianos para um Turismo Sustentável” (GDITS), uma iniciativa do Ministério do Turismo que visa garantir que o turismo contribua positivamente para o bem-estar dos moradores.
Numa altura que a cidade acolhe os ministros do turismo do G7 (Canadá, França, Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido, Estados Unidos) e com a presença da União Europeia, a autarquia revela que as medidas visam tornar a capital toscana uma “cidade viva e única” para visitantes e moradores.
Entre as medidas propostas, destacam-se as seguintes: Proibição do uso de fechaduras automáticas em áreas da UNESCO, com critérios definidos para as atividades de locação turística, no âmbito da legislação regional e nacional; Limitação de veículos atípicos, como carrinhos de golfe usados por guias turísticos, especialmente em áreas de tráfego restrito; Proibição de amplificadores e altifalantes por parte das guias turísticas, com o objetivo de reduzir a poluição sonora na cidade; Exposição obrigatória do Código Identificativo Nacional (CIN) nas atividades de locação turística, com a supervisão da Sovrintendenza (órgão responsável pela preservação do património).
A implementação de controlos mais rigorosos sobre os serviços turísticos, através de ferramentas tecnológicas; Campanhas de comunicação sobre turismo sustentável, promovendo o respeito pela cidade como um lugar “vivo e único”; Parcerias com plataformas de viagens online (OTA), para divulgar campanhas de respeito pela cidade e recolher dados úteis sobre os aluguéis de curto prazo; Criação de um grupo de trabalho permanente, com a participação de stakeholders públicos e privados, coordenado pela Fundação Destination Florence; Estabelecimento de uma cabina de regulação para a programação de políticas turísticas; Implementação de uma Dashboard Turística, uma plataforma para reunir todos os dados sobre o turismo em Florença, são outras medidas que constam deste plano.
Os dados mais recentes revelam que até setembro de 2024, o número de turistas em Florença foi superior a 7,8 milhões, seguindo a tendência de crescimento registada nos últimos anos.