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BTL 2025 arranca hoje e até domingo

A edição 2025 da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market arranca hoje, quarta-feira, na FIL – Parque das Nações, até domingo, dia 16 de março, para o que a organização já considera a maior de sempre.

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BTL 2025 arranca hoje e até domingo

A edição 2025 da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market arranca hoje, quarta-feira, na FIL – Parque das Nações, até domingo, dia 16 de março, para o que a organização já considera a maior de sempre.

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Mais de 1500 expositores, 50.000m2 de exposição, mais de 100 destinos internacionais e mais de 600 eventos fazem da 35ª Edição da BTL a maior feira organizada em Portugal e a principal plataforma de venda de viagens do país, refere a AIP, organizadora do evento. Relativamente ao programa de Hosted Buyers, este reúne 200 compradores de 44 mercados emissores, promovendo mais de três mil reuniões de negócios em apenas dois dias.

Durante cinco dias, o evento reúne profissionais e público em geral, proporcionando a oportunidade de explorar novas estratégias e estabelecer parcerias. Para os visitantes, a BTL é o local ideal para descobrir novos destinos, aproveitar ofertas exclusivas e garantir as melhores condições na reserva das suas próximas férias.

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A inauguração oficial da BTL acontece às 11h00 e será presidida pelo ministro da Economia, Pedro Reis.

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Nesta edição, a Feira conta com Cuba como o destino internacional convidado, Leiria como município convidado e Alentejo e Ribatejo como destino nacional convidado.

Destaque-se que a Feira inclui diversas áreas temáticas, como a BTL Cultural, dedicada à promoção da cultura e património dos destinos. Este ano, com o fado como grande protagonista, Cuca Roseta assume o papel de embaixadora.

Adicionalmente, a BTL Emprego, apresenta as melhores oportunidades de carreira no setor do turismo, com entrada gratuita. A BTL Weddings, destaca as tendências para casamentos. Por sua vez, a BTL Wellness, centra-se no turismo de saúde e bem-estar. A BTL LGBTI+, promove a inclusão e diversidade no turismo e, por fim, a BTL Religioso, foca-se no turismo religioso.

Além disso, nos quatro pavilhões da FIL, o programa BTL é distribuído por oito espaços distintos: Auditório AVK, Palco Better by AVK, Palco Wellness, Casa de Fados da Cuca Roseta, Palco Turismo Religioso, Palco BTL Emprego, Centro de Reuniões da FIL e Meeting Room, para além de uma agenda repleta de acontecimentos.

De salientar também o regresso do “Passaporte BTL”, onde os visitantes serão desafiados a explorar os destinos internacionais presentes na feira, com a possibilidade de ganhar quatro mil prémios, incluindo viagens, vouchers, estadias em hotéis e bilhetes para eventos na FIL.

A BTL estará aberta esta quarta e quinta-feiras para profissionais do setor, das 10h00, às 19h00, e na sexta-feira, das 10h00 às 17h00. As portas abrem-se ao público em geral na sexta-feira das 17h00 às 23h00, no sábado, 15 de março, entre as 12h00 e as 23h00, e no domingo das 12h00 às 20h00.

 

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Enoturismo

Enoturismo no Alentejo teve o melhor ano de sempre

Os mercados nacional, do Brasil e EUA continuam no ranking das nacionalidades que mais procuram o enoturismo no Alentejo, que teve, em 2024, o maior ano de sempre, com 195 mil visitantes.

A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) acaba de anunciar que, 2024, foi o melhor ano de sempre no enoturismo da região, registando-se um aumento de 21,6% face ao ano anterior.

À imagem do ano anterior, os turistas nacionais continuam a ser os que mais visitam os centros de enoturismo alentejanos, representando 55% do total de visitantes. No ranking, seguem-se os visitantes brasileiros e os americanos. No entanto, foi a nacionalidade alemã que registou o maior aumento, na ordem dos 22%. O Canadá, a Argentina, a Austrália, a Áustria e a China são, também, alguns dos países que se destacam entre os interessados pelos programas vínicos da região.

No que diz respeito às preferências de roteiro enológico disponíveis nos três distritos do Alentejo, a Rota Histórica, no distrito de Évora, é a mais cobiçada e a que apresenta o maior aumento de visitantes face a 2023, tendo registado um crescimento de 36,25%. O segundo maior crescimento é detido pela Rota do Guadiana, no distrito de Beja, com uma fatia de 3,38%. Em terceiro lugar, surge a Rota de São Mamede, no distrito de Portalegre, com uma percentagem de crescimento correspondente a 2,95%.

No que toca à evolução de turistas nos centros de visitas e de apoio ao enoturismo, em 2024, registou-se um aumento de 44,92% face a 2023. Os turistas brasileiros lideram esta tabela, representando 21,26% do total de visitantes. Logo a seguir, surgem os visitantes nacionais a representar 16,59% e, em terceiro lugar neste ranking, estão os turistas oriundos dos EUA.

Quanto às experiências de enoturismo, há opções para todos os gostos, conforme avança a CVRA, que destaca visitas guiadas às vinhas, às adegas e às caves, provas de vinhos, workshops e cursos vínicos, sessões de vinoterapia e passeios a pé, de bicicleta e, até, a cavalo pelas vinhas. Para a CVRA, estas atividades constituem experiências únicas e enriquecedoras, dando a oportunidade aos visitantes de conhecer de perto a produção dos vinhos e de saborear os diversos Vinhos do Alentejo.

Refira-se que os dados recolhidos pela CVRA reportam a uma análise aos 76 enoturismos aderentes à Rota dos Vinhos do Alentejo e o inquérito aplicado obteve uma taxa de resposta de 86,84%.

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Destinos

“O que vai pagar muito do investimento que está a ser feito hoje no Alentejo é a procura internacional”

Destino Nacional convidado da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, lançou ideia do que será realizado no Alentejo e no Ribatejo para atrair mais turistas nacionais e, principalmente, internacionais. Depois de, em 2024, a região do Alentejo e Ribatejo ter o melhor ano turístico de sempre, José Santos salienta que o Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo.

A região do Alentejo e Ribatejo registou, em 2024, o melhor ano turístico de sempre. Embora existam mercados a cair, nomeadamente, o espanhol e francês, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, acredita que será possível recuperar, com a promoção e comunicação certa. Adepto de “melhor em menos mercados”, José Santos salienta que o Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo. Contudo, existem preocupações e, além da recuperação dos mercados emissores, é preciso olhar melhor para o ordenamento do território.

De acordo com os dados do INE, a região do Alentejo e Ribatejo registou crescimentos em termos de dormidas, hóspedes e receitas, correspondendo ao melhor ano turístico de sempre. A que é que se deveu este crescimento nestes três pilares?
Em primeiro lugar, diria que é um crescimento no contexto nacional. Todas as regiões cresceram e, portanto, há uma notoriedade que Portugal tem tido a todos os níveis fantástica. Por isso, o país está de parabéns e todas as regiões estão de parabéns.

No caso do Alentejo, tínhamos a noção que não íamos continuar a crescer na casa dos dois dígitos. Tínhamos crescido 11% em 2023, estamos ainda na trajetória do pós-pandemia e aterramos, numa aterragem suave, em 2024, com um crescimento acima do 4%.

No início de 2024 tinha noção que a taxa de crescimento não poderia ser igual à do ano anterior?
Tinha. Aliás, há declarações minhas ao longo do ano nesse sentido e estou muito ciente das dificuldades do ano e da resiliência do mercado nacional. Tivemos algumas dificuldades no mercado nacional nos meses de verão e, aliás, lançámos uma campanha no verão, uma espécie de uma campanha de hard-selling para tentar manter e reforçar os fluxos.

Felizmente crescemos mais nos meses de “shoulder season” e depois o ano acabou por ser favorável. Portanto, tinha essa noção que começou a ser clara relativamente a algum decréscimo no mercado espanhol, logo a partir do primeiro trimestre, e não mais conseguimos recuperá-lo. Aliás, é um objetivo, noutro contexto, para este ano e para os próximos.

Depois, as dificuldades do mercado nacional, apesar de já estarmos a sair da crise inflacionista e da pior altura do pico dos créditos à habitação. Mas o Alentejo não perdeu muito da sua clientela que ocupa um segmento de oferta alto, um segmento de oferta ligado mais ao luxo e, por isso é que, em 2024, mantivemos o terceiro lugar no pódio do destino com a receita por quarto ocupado (ADR) maior. À nossa frente só tivemos Lisboa e o Algarve, o que leva a concluir que o Alentejo continua a vender-se bem junto de mercados com maior poder aquisitivo. Contudo, temos de vender o destino para um espectro de mercado muito maior.

Em 2024, conseguimos crescer mais de 4% em cima dos 11% de 2023, crescemos 12% em proveitos, crescemos no ADR, crescemos no RevPar, decrescemos ligeiramente na ocupação. Conseguimos vender o Alentejo a mais clientes e a um preço mais alto.

A quebra nos meses de junho e julho poderá estar relacionada com a realização do Campeonato Europeu de Futebol e com os Jogos Olímpicos, dois grandes eventos que, obviamente, prenderam muito a atenção e podem ter desviado algum fluxo turístico.

Na questão do preço sabemos que, por exemplo, Espanha tem produtos hoteleiros muito competitivos. Aliás, comparava e via hotéis do mesmo grupo, no Algarve e no Alentejo e, em Portugal, tínhamos esses hotéis 30% mais caros.

Mas isso no Alentejo. E no Ribatejo?
Sabe que agora temos de olhar para os dados de forma distinta. Com a criação da nova NUT do Oeste e Vale do Tejo, os 11 concelhos da Lezíria do Tejo, que valiam na NUT II Alentejo cerca de 7%, já não estão lá. Quando olhamos para os dados das dormidas de 2024, temos de ter cuidado quando comparamos com os dados de 2023, porque nesse ano ainda estavam lá os do Ribatejo e que somaram 260 mil dormidas.

No Ribatejo crescemos 20 mil dormidas, em 2024, tivemos também o melhor ano turístico de sempre no Ribatejo e, claro, estamos muito satisfeitos.

Começámos a autonomizar o marketing do Ribatejo. Quando lançamos uma campanha, lançamos para o Alentejo e lançamos para o Ribatejo. Temos a preocupação de ter conteúdos específicos para o Ribatejo. Exemplo disso é que, na BTL vamos levar uma imagem diferente do Ribatejo.

A estratégia anterior penalizava o Ribatejo?
Acho que sim. Com a nossa última campanha do Ribatejo, no ano passado, descobrimos um Ribatejo sustentável, um Ribatejo verde, muito mais próximo do que são hoje as afinidades com os mercados. Temos o Paul do Boquilobona na Golegã, temos o EVOA na Companhia das Lezírias, temos excelentes troços de turismo em bicicleta. Assim, o que vamos levar este ano à BTL é um Ribatejo mais verde, mais sustentável. Claro que o produto e todas as gestões ligadas ao campino, ao turismo equestre estão lá, mas estão apresentados de outra maneira. Creio que isso é positivo para o Ribatejo. Temos de ligar a nossa comunicação àquilo que hoje os mercados pedem.

 

Conseguimos vender o Alentejo a mais clientes e a um preço mais alto

 

Mais americanos, menos espanhóis
Que nacionalidades contribuíram para estes resultados?
O mercado espanhol é o nosso primeiro mercado internacional. Contudo, tivemos uma redução de 12% nas dormidas e cerca de 2% nos hóspedes. É um assunto que me preocupa e vou, aliás, promover brevemente uma sessão com o Turismo Portugal, com a representação do Turismo Portugal em Madrid, para percebemos, de facto, a causa.

A minha visão, mas que tem de ser confirmada, é que já não estamos a oferecer aos espanhóis aquilo que hoje procuram.

Que é?
Um turismo de muita qualidade, gastronomia de primeira linha, a nossa restauração, conceitos diferentes, cycling, walking …

Mas a um preço mais reduzido?
Não necessariamente. Há mercado em Espanha que hoje pode comprar aquilo que o Alentejo tem para vender. Penso é que não nos estamos a posicionar da forma mais correta. Os entendidos sabem que existe um Alentejo diferente, um Alentejo mais aspiracional, mas esse Alentejo não está a chegar.

Então é uma questão de comunicação e promoção?
É uma questão de comunicação e promoção. Temos o produto, mas eles não estão a ver esse produto. Temos agora a oportunidade da melhoria da ligação ferroviária, com a alta velocidade que vai passar por Évora, Elvas, até a Espanha, e como sabe, somos um destino que não tem um aeroporto internacional, não temos essa vantagem como tem Lisboa, Porto ou o Algarve. O nosso aeroporto internacional é o da Portela, mas vamos ter uma ferrovia.

A questão da conectividade não é, portanto, só aérea?
Não. Como sabemos abandonámos a ferrovia em Portugal e agora regressámos. O primeiro troço de alta velocidade ligará Portugal a Espanha através deste eixo ferroviário que vai atravessar o Alentejo e que nasceu muito pela ligação ao Porto de Sines, mais numa lógica logística e de transporte de mercadorias, mas que também vai ter, ainda que publicamente, com uma pena minha, às vezes isto não é dito de uma forma muito clara, mas o ministro das Infraestruturasuras já teve a oportunidade de dizer que este eixo ferroviário será, também, de transporte de passageiros.

Agora temos de nos posicionar e perceber onde é ficarão as paragens, porque é muito importante, até porque sabemos que hoje existe muito mercado e que está a crescer a franja das pessoas que, se puderem viajar de comboio, viajam de comboio. Aliás, estamos a olhar para esse eixo ferroviário de entrada na região já para a Capital Europeia da Cultura de Évora, em 2027.

Depois, o mercado norte-americano, que já é o segundo mercado externo da região, subiu 16,5%, é dos maiores crescimentos. Aliás, a taxa de crescimento médio anual do mercado norte-americano, entre 2013 e 2023, no Alentejo é de 19%, a partir de uma base muito baixa, obviamente, mas cresceu para ser já o segundo internacional.

O terceiro mercado é o alemão. Trata-se de um mercado muito resiliente, com algumas dificuldades económicas no momento. A nossa agência de promoção turística criou relações muito sólidas com importantes operadores turísticos e o mercado alemão é muito fiel ao Alentejo.

Mas, por exemplo, o mercado norte-americano, quando vem ao Alentejo ou ao Ribatejo, vem especificamente para a região, ou é uma vista que faz numa passagem de Lisboa para o Algarve, ou de Porto para Lisboa?
Há muitos que já vêm mesmo para o Alentejo, mas há muito mercado norte-americano que vem através de Madrid. Aliás, há uma oportunidade que queremos explorar e que vem, recentemente, publicada num artigo do Financial Times, e que dá conta que existem muitos norte-americanos, nascidos em Cuba, na Colômbia, que estão a sair dos EUA e estão a comprar quarteirões de casas em Madrid.

Por isso, está a criar-se ali um público muito interessante, que, trabalhado com DMC locais, pode vir para o Alentejo, ou seja, trazer outro tipo de clientes que têm a nacionalidade norte-americana, mas que estão em Espanha.

Aliás, há, recentemente, uma reportagem da CNN que diz que os americanos estão loucos pelo Alentejo. E de repente o mercado norte-americano é o nosso segundo mercado externo, com um crescimento de 16,5% face ao ano passado.

 

O grande desafio do Alentejo para os próximos anos é deixarmos de ser um turismo de quatro meses para passarmos a ser um destino turístico de sete meses. Isso só é possível aumentando a internacionalização, aumentando mais o crescimento dos mercados externos

 

Os pilares turísticos
E em termos de sazonalidade, esta tem vindo a esbater-se?
Se me permite, há um aspeto que sentimos muito no nosso social listening, que é a questão do calor. Aliás, na BTL vamos ter um momento importante, já que estamos a procurar colocar mais natureza, criar mais frescura na nossa comunicação, seja pela Rota das Cascatas no Parque Natural da Serra de São Mamede, seja pelas praias fluviais do Alqueva. Estamos a reduzir a taxa de sazonalidade no interior, não estamos a consegui-lo no litoral de Sines para cima. Até porque temos dois litorais diferentes no Alentejo: o litoral a sul de Sines, que tem uma sazonalidade esbatida muito pela Rota Vicentina, que é um produto cuja época alta não é no verão, e depois temos uma sazonalidade mais marcada de Sines para cima, muito pela oferta turística de Tróia, que é muito sazonal. Aí temos uma estadia média maior, mas temos uma sazonalidade maior.

No Alentejo interior, estamos a reduzir a sazonalidade. No ano 2023 temos uma taxa de sazonalidade de 38%, está a reduzir cerca de 1,7 pontos percentuais ao ano. Isto está correlacionado com o aumento da internacionalização, porque, como sabemos, o mercado nacional são as famílias que têm as suas férias definidas no tempo: verão, escapadinhas, feriados. Portanto, estamos a reduzir a sazonalidade pelo crescimento dos mercados de longa distância. O mercado norte-americano, o mercado canadiano e/ou o brasileiro.

O grande desafio do Alentejo para os próximos anos é deixarmos de ser um turismo de quatro meses para passarmos a ser um destino turístico de sete meses. Isso só é possível aumentando a internacionalização, aumentando mais o crescimento dos mercados externos.

Hoje, andamos em Évora, o polo com maior oferta e procura, e vemos turismo todo o ano. Há 5 anos não era assim. O nosso desafio é alargar esse movimento a toda a região.

Temos de criar fatores de oferta e de conteúdos muito interessantes para o verão. Não podemos olhar para o verão como olhávamos e pensar, o verão está garantido. O verão não está garantido. Este ano vamos ter uma campanha para o verão a pensar em conteúdos ligados à cultura, à arte, à gastronomia, pensar em ter uma oferta turística noturna, trabalhar com a água à noite, com o dark sky.

O verão é muito desafiante, a sazonalidade está a baixar no interior, estamos a ter turismo todo o ano, mas temos de criar produtos novos. Vamos investir muito no apoio a festivais e, para além dos festivais que já existem e que apoiamos, vamos também lançar novas iniciativas, precisamos de ter conteúdos de grande qualidade que façam com que as pessoas venham ao Alentejo.

E que iniciativas são essas?
Lançámos um piloto no ano passado, na Malhadinha Nova, vamos querer fazer um festival a que chamaremos “Alentejo Music Series” em 4 ou 5 pontos da região, 4 ou 5 concertos no verão, em locais icónicos e emblemáticos da região que chamem público para vir à região e ficar.

Os pilares dos produtos turísticos estão criados: Enoturismo, gastronomia, natureza. Depois é criar subprodutos dentro desses pilares? É fácil criar produtos turísticos novos?
Sim para a primeira pergunta, não para a segunda. Sabe que no Alentejo não temos de inventar muito.

 

O verão é muito desafiante, a sazonalidade está a baixar no interior, estamos a ter turismo todo o ano, mas temos de criar produtos novos

 

Até porque se se inventar muito, depois, eventualmente, lá se vai a autenticidade? [
Sim, esse é o grande objetivo, não desgastar a autenticidade. Somos um destino com três, quatro grandes pilares. O que podemos ter é alguns subprodutos que possam enriquecer e diversificar o produto pilar.

Dou-lhe um exemplo, temos um produto que é o Enoturismo., estamos a procurar enriquecê-lo e diversificá-lo com o Olivoturismo. A maior parte dos produtores de vinho também produzem azeite. Introduzirmos o azeite na Rota dos Vinhos, ainda que depois possa ter um corpo próprio, é algo que valorizará o produto pilar e passa a oferecer algo novo.

Temos um programa ligado às Amendoeiras em flor, vamos, brevemente, ter o nosso guia do Turismo Industrial, iremos ter cinco passeios com o Cante Alentejano, vamos fazer um suplemento para o turismo náutico. Ora, são subprodutos que ajudam os operadores a diversificar, a enriquecer, a adornar aquilo que já existe. O turismo literário pode ganhar algum corpo, temos alguns DMC muito interessadas em criar um programa, mas é um produto que entrou muito na cultura, no vinho.

O segredo é ligar isto tudo?
O nosso papel, enquanto entidade pública, não é vender os produtos, o nosso papel é ajudar os departamentos de prospeção dos operadores turísticos, é acelerarmos, é adiantarmos o trabalho, é dizermos está aqui o turismo literário, o turismo náutico, o turismo industrial no Alentejo. É lançar estas propostas, cozer a oferta, sistematizar a oferta e comunicá-la e promovê-la.

Unir esforços em prol da promoção
E faz sentido uma ERT Alentejo-Ribatejo?
Repare, temos algumas excentricidades na nossa organização do Estado. Começo pela primeira, que é termos entidades regionais e agências regionais. Portugal não é um país reformista. O Governo de Durão Barroso tomou a decisão corajosa de dizer que não só os privados devem participar nas decisões da promoção dos destinos – que é uma coisa terrível em Portugal, mas está perfeitamente assimilada e aceite – como fez outra coisa, ainda antes de começar a falar das competências das regiões, que foi dizer que as regiões vão ter um papel, através da descentralização de competências do Turismo de Portugal para as agências regionais, mediante, claro, uma lógica e plano nacional.

Isso foi há 20 anos e o setor do turismo tem isso, hoje, perfeitamente assimilado e aceite. Quer dizer, os órgãos privados e os empresários já não olham para o lado público como entidades ausentes, desligadas das dinâmicas do produto, do turismo, da promoção.

O setor do turismo é um setor maduro, adulto, perfeitamente consciente e comprometido com aquilo que são os seus desafios, as suas alterações.

Mas é um setor que precisa de muitas reformas?
Reforma é uma expressão excessiva. Medidas, sim. Ora, faz sentido haver uma agência regional e uma entidade regional. Isso é uma confusão terrível.

 

Há uma linha estratégica coerente [no turismo], com uma ou outra alteração, mas que tem sido seguida sem grandes perturbações. Imaginemos esta realidade noutros setores ou se o turismo não o tivesse feito

 

E confusão maior quando há pessoas diferentes à frente de uma e outra?
Pois, sim. Agora está tendencialmente a juntar-se, mas isso é uma circunstância e não deve ser essa circunstância a ditar essa unificação, porque as entidades têm as suas estruturas. Mas sei dos ganhos de recursos se passasse a haver uma entidade para a região. Essa é a primeira medida que o Governo devia tomar, uma única entidade regional de turismo.

A questão do Alentejo-Ribatejo, não podemos ter uma entidade regional para gerir cada marca em Portugal. Eu posso, enquanto Entidade Regional de Turismo (ERT) que gere uma área regional, promover o Ribatejo como promovo o Alentejo, e até posso promover o Alqueva e posso promover o Litoral alentejano.

A prova é que hoje temos um marketing específico para o Ribatejo. É mais exigente e mais desafiante? Sim. Repare, podemos dizer que isto é uma empresa que tem várias marcas, tem vários produtos. O conceito que existe na Lei de 33, é Área Regional de Turismo e esta área regional de turismo é tutelada por uma Entidade Regional de Turismo. Esta ERT tem um território, mais ou menos do tamanho da Bélgica, com muito menos gente, que tem o Alentejo e que tem a Lezíria do Tejo.

São territórios que têm graus de desenvolvimento turístico completamente diferentes. O Ribatejo tem 280 mil dormidas, tem dois hotéis de 4 estrelas, não tem um hotel de 5 estrelas, não tem praticamente produto. Estamos a fazer um esforço enorme. Estive, recentemente, no Ribatejo a trabalhar com empresários ligados ao vinho para se ver soluções de financiamento para criar alojamento nas adegas. Porquê? Porque há procura, as pessoas chegam às herdades e às quintas do Ribatejo, gostavam de ficar a dormir, e não podem porque não há oferta. pois não há.

O turismo não é para o Ribatejo, ou não apareceu ao mesmo tempo para o Ribatejo com uma prioridade como apareceu para o Alentejo. Tal como o Alentejo não apareceu ao mesmo tempo que apareceu para o Algarve. O turismo no Algarve começou na década de 60 e o turismo no Alentejo começou na década de 90. E no Ribatejo terá começado há 10 anos. Entre três a cinco anos, a oferta turística da Lezíria do Tejo vai mais que duplicar. É baixa, é verdade, mas vai mais que duplicar.

Mas regressando à sua pergunta sobre a ERT Alentejo-Ribatejo, o que me parece fundamental é haver uma entidade que tenha as várias janelas: temos a estruturação da oferta, a engenharia do produto, a promoção interna, a animação, a promoção externa, a monitorização e temos de ter também uma mão forte na formação, nos recursos humanos. Isto tem de ser uma única entidade, que tem vários módulos, várias equipas, mas isto tem de ser um centro único de racionalidade e decisão. E que depois fala com o Turismo de Portugal.

 

Sei dos ganhos de recursos se passasse a haver uma entidade (ERT + ARPTA) para a região. Essa é a primeira medida que o Governo devia tomar

 

Essa estruturação que fez do setor do turismo pensa que ela vai, de alguma forma, aparecer na nova “Estratégia Turismo 2035”?
Não, creio que não. Acompanhei a preparação da “Estratégia Turismo 27” (ET27) e já podemos estabelecer um quadro, uma diferença entre os contextos temporais, sociológicos, comerciais, da preparação de uma e de outra. São radicalmente diferentes.

O tempo acelerou tanto nos últimos anos e não foi só a pandemia, mas muito também pela pandemia, que a ET27 foi a afirmação de Portugal como um grande destino turístico no plano internacional. É há que destacar o trabalho de grande qualidade que o Turismo de Portugal, enquanto instituição, e turismo de Portugal como um todo tem feito, beneficiando, também, de algo que, infelizmente, nem sempre acontece noutros setores da nossa governação, que é o de haver uma linha estratégica coerente, com uma ou outra alteração, mas que tem sido seguido sem grandes perturbações. Imaginemos esta realidade noutros setores ou se o turismo não o tivesse feito.

A nova ET35 é uma estratégia de como é que o turismo pode ser o motor de transformação da sociedade portuguesa. Esta é a minha leitura, atenção, e isto não escrito em lado nenhum, mas de facto, como é que o turismo é hoje o motor de transformação da sociedade, como é que o turismo pode ser parte, talvez muito importante, em questões que têm a ver com a inclusão, com a sustentabilidade económica, ambiental e social, com um certo equilíbrio na sociedade portuguesa, na melhoria do rendimento, como é que o turismo pode ser, de facto, um fator de afirmação dos territórios do interior e das regiões.

A estratégia vai ser importante para nos sintonizarmos novamente todos com o que são os nossos desafios.

Não nos podemos esquecer que a ET27 foi um instrumento de política pública, deu muita coerência aos problemas de financiamento, aos sistemas de incentivos. As estratégias devem ser orientadoras, motivadoras e impulsionadoras, flexíveis e adaptáveis.

O Enoturismo é considerado um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo

Mas focou, igualmente, a importância dos recursos humanos. Regiões como o Alentejo ou Ribatejo poderão ter mais dificuldades na captação de recursos humanos para dar resposta a expectativas quantitativas e qualitativas por parte os visitantes?
Sim. Évora, por exemplo, é uma exceção porque há 12 ou 14 Expressos de Évora para Lisboa e já temos hoje muitos movimentos pendulares de mão-de-obra, de pessoas que residem em Lisboa e que estão a trabalhar em Évora.

Os problemas dos recursos humanos tiveram o seu pico logo a seguir à pandemia, têm vindo a ser suavizados. Nós começámos a fazer a Bolsa da Empregabilidade com a Associação Fórum Turismo no ano passado e temos percebido melhor o comportamento e as necessidades do mercado de trabalho, mas à medida que a oferta vai crescendo, e neste ano temos a previsão de abrir mais 10 hotéis no Alentejo, obviamente que a questão da contratação dos recursos humanos se vai agudizando e é sempre um assunto.

Temos uma situação de quase pleno emprego em Portugal, mas ainda há algumas oportunidades de contratação de recursos humanos para os nossos hotéis. Além disso, temos uma mão de obra migrante que hoje tem uma importância muito grande no aparelho produtivo de todo o turismo em Portugal, e o Alentejo não é exceção, e aí há algumas medidas de política pública interessantes, nomeadamente o programa “Integrar Turismo”. Isso permitirá resolver alguns problemas.

A questão do Alentejo é mais funda, mais estruturante, é um problema demográfico, ou seja, a região tem de definir e criar uma estratégia global de como é que se vai tornar atrativa. Já não é tanto um problema de como é que se fixam as pessoas que estão cá, mas sim como é que se atraem pessoas novas.

Temos a questão da atração e depois da formação das pessoas. Temos um problema, já que temos apenas uma escola de hotelaria e, aliás, fiz esse desafio para a nova “ET35”. Não podemos ser a única região que só tem uma escola de hotelaria. Claro que temos as escolas de Portimão, de Vila Real de Santo António e de Setúbal que apoiam o Alentejo, mas precisamos de criar um segundo pilar de formação na região.

Lançámos um desafio ao Turismo de Portugal e ao secretário de Estado, aceite de imediato, e estamos com um plano de formação para o eixo de luxo entre Troia e Melides, em que, na prática, fomos chamar o Turismo de Portugal e a Escola de Hotelaria de Setúbal, e estamos a preparar uma grande candidatura para um plano de formação de todo o Alentejo.

Mas, repare, atrair talento para o Alentejo implica uma política pública transversal, porque temos de criar soluções para a habitação, para a educação, para a saúde. Temos de ter a noção que não é uma ERT que vai conseguir mudar isso. O que vamos fazer é tentar criar algumas ações, algumas iniciativas que criem a ideia nos colaboradores, nos profissionais do turismo em Portugal que é bom vir trabalhar para o Alentejo.

Falou na ERT e na ARPTA, à qual é candidato à presidência, seguindo o exemplo de várias outras regiões, nomeadamente, Porto e Norte, Centro e Algarve. Esta união numa só pessoa, nas presidências da ERT e ARPTA, pode melhorar o desempenho do turismo no Alentejo e Ribatejo?
Eu olho para a ARPTA e para a decisão de me candidatar e penso assim, onde é que as minhas competências, experiência, podem ser úteis nesta fase de crescimento do turismo internacional no Alentejo? Porque, o que vai pagar muito do investimento que está a ser feito hoje no Alentejo é a procura internacional. E eu respondo: capacitar, dar mais músculo, dar mais poder de intervenção à ARPTA, aumentarmos o quadro de pessoal, termos mais gestores de produto, mais gestores de produto profissionais em produtos específicos e por mercados, diversificámos as nossas fontes de financiamento. Estamos a posicionar, por exemplo, para gerirmos o “Welcome Center” de Évora, que tem de estar pronto para a Capital Europeia da Cultura e onde poderemos vender toda a nossa oferta, podemos ter um painel interativo onde as pessoas compram as várias experiências, podemos ajudar na transformação digital das empresas.

Mas não se esgota em 2027?
Não, o “Welcome Center” fica e daí ter de ser pensado do ponto de vista dos seus conteúdos, para a Capital Europeia da Cultura, mas também numa perspectiva de legado.

Portanto, gestão unificada, integração de estratégia, hoje qualquer coisa que fazemos no Alentejo tem de ter a componente da internacionalização. Temos de capacitar a ARPTA, dar-lhe mais músculo, mais capacidade de intervenção, diversificar as fontes de receita, olhando numa lógica de médio prazo, a cinco anos, ou seja, perceber como é que o ganho da vinda de mais turistas internacionais reforça o financiamento da agência e o “Welcomo Center” em Évora é a grande oportunidade de o fazer.

Claro, há alguns ajustamentos que podemos fazer nos mercados, acho que devemos investir mais no mercado norte-americano, temos de olhar para o mercado espanhol de uma forma mais abrangente, mais cuidadosa.

Sou adepto de melhor em menos mercados. Não podemos brincar ao turismo.

E prestarmos contas. Se acabarmos um ano e fazemos um grande investimento num mercado e decresço nesse mercado, tenho de discutir isso. Temos de perceber melhor o que é que os empresários estão a fazer. Sei que quando decido a estratégia anual de marketing, tenho de ter em atenção o plano do Turismo de Portugal, tenho de ter em consideração as orientações macro dentro dos contratos trienais. Mas não posso definir a minha estratégia para a promoção internacional sem saber bem quais os mercados que os empresários andam a trabalhar

E há caminho para diversificar mercados ou, como diz, a aposta é “melhor em menos mercados”?
Os nossos mercados de proximidade estão a crescer menos. O mercado francês está a crescer menos, o mercado alemão, vamos ver, tem sido muito leal ao Alentejo, o mercado espanhol reduziu 12%, temos de trabalhar melhor o mercado brasileiro que está a decrescer não só no Alentejo, podemos trabalhá-lo melhor com o enoturismo. O Alentejo é, do ponto de vista da oferta enoturística, a melhor região do país, temos de nos consciencializar disso uma vez por todas e temos de estar mais seguros do poder desta aliança estratégica entre o vinho e turismo. Temos de fazer mais promoção no mercado norte-americano e temos, obrigatoriamente, de olhar para a Espanha.

Há mercados de oportunidade que o Turismo de Portugal está a lançar, mas que nunca serão mercados de grandes massas, pelo menos no imediato. Por isso, diria menos mercados, ou pelo menos, os mesmos mercados, mas melhor. Não sou muito adepto de uma diversificação, ou melhor, grande dispersão de mercados.

Atenção ao território
Quais são as lacunas do turismo em Portugal e, especificamente, no Alentejo e Ribatejo?
Para começar, não tenho aquela ideia de que as pessoas em Portugal não gostam do turismo, talvez por ter nascido no Algarve e ter convivido com o turismo desde muito novo.

 

 

Há a ideia que, de repente, o Alentejo é o melhor sítio do mundo para instalar megacentrais fotovoltaicas (…) não posso instalar centrais fotovoltaicas a todo o custo, prejudicando a competitividade turística dos territórios

 

Portanto, não se coloca a tal questão do “turismo a mais” que se ouve por aí?
Não, para mim isso é a espuma dos dias. Não vejo, hoje, no Alentejo, no país, esse sentimento de antiturismo. O país tem feito um progresso enorme, as cidades, as regiões, eu próprio também tenho algumas antipatias, não convivo bem com o tema da taxa turística …

Mas a existir taxa turística, não está a ser aplicada como e onde deveria ser aplicada?
Não sei, não conheço os casos, mas na minha visão do mundo, viajar e pagar por viajar é algo que não é compaginável.

Outra coisa é como é que os organismos que gerem destinos turísticos devem ter mais financiamento para gerir os problemas e os desafios que têm. Isso é outra coisa, mas como sabemos em Portugal, se o IVA turístico fosse entregue na totalidade pelo Estado aos municípios, a taxa turística como fonte de financiamento perdia total relevância.

O país está consciencializado da importância do turismo, temos uma boa administração, temos um Turismo de Portugal forte, temos os governos a apoiar o turismo, portanto estamos num bom caminho, e o turismo é o grande motor da nossa atividade económica.

A nível regional há alguns aspetos que me preocupam. Primeira preocupação: financiamento para a promoção internacional. Nós nunca tivemos tão poucos fundos europeus para apoiar o turismo como temos hoje. O Plano Regional Alentejo 2030, não priorizou o turismo em termos de alocação de fundos.

E é uma situação não recuperável?
É, mas é ver para querer. Claro que estamos a fazer um esforço enorme para nos desdobrarmos e procurarmos, como diz um amigo meu, se não podes entrar pela porta, tenta entrar pela janela. E descobrimos janelas.

Segunda preocupação, diferente, mas que pode retirar competitividade turística à região: a paisagem. Há a ideia que, de repente, o Alentejo é o melhor sítio do mundo para instalar megacentrais fotovoltaicas. Esta ideia de que o Alentejo é a região das monoculturas é, no mínimo, questionável. Já fomos a região da monocultura do trigo, agora somos a região da monocultura das centrais fotovoltaicas. É preciso equilíbrio, o caminho da transição energética é um caminho que o país tem de seguir e que está a seguir bem, mas não posso instalar centrais fotovoltaicas a todo o custo, prejudicando a competitividade turística dos territórios. E não nos iludamos, a paisagem continua a ser, e quando falamos com os operadores internacionais percebemos isso, o grande atributo do Alentejo. Naturalmente, que a paisagem muda, o Alqueva mudou radicalmente a paisagem do Alentejo, mas mudou para melhor, trouxe benefícios. Agora os turistas não vêm para os territórios ver florestas de vidro. O norte-americano gosta de ver as amendoeiras em flor no Alentejo, mas não gosta de ver florestas de vidro.

Olhe, uma boa ideia para a “Estratégia Turismo 2035”, criarmos áreas de aptidão turística. Temos de proteger os investimentos turísticos, proteger a integridade da paisagem. E aqui emerge o ordenamento do território. Temos de ter centrais, fotovoltaicas, claro que sim, temos de ter no Alentejo, óbvio, mas vamos escolher bem as localizações para não prejudicar o turismo, que é uma atividade que cada vez mais traz riqueza e emprego para as nossas comunidades e para o Alentejo.

Que Alentejo e Ribatejo vamos ter nos próximos cinco anos?
A região vai continuar a crescer.

Vão ter 10 novos hotéis a abrir em 2025?
Sim, novos hotéis, vamos ter mais hotéis na zona de Comparta e Melides, vamos ter um hotel em Viana do Alentejo ligado ao turismo industrial, começamos a ter alguns hotéis temáticos.

O investimento internacional já começa a olhar para o Alentejo e Ribatejo?
Claramente, para o Alentejo, com produtos que, alguns, serão geridos para marcas internacionais. Esta atração de investimento e de marcas internacionais já não é só para o eixo do litoral, tipicamente para aquele eixo entre Troia e Comporta. O destino vai crescer, vai afirmar o seu posicionamento de qualidade, o preço vai continuar a aumentar, temos esta preocupação de a região continuar a ser atrativa para todos os segmentos do mercado, temos de ter produtos para os vários clientes e a nossa estratégia de comunicação tem de ser uma estratégia que não pode perder isso de vista. Como dizia o Sérgio Palma Brito, temos de ter clientes para os Porsche, para os Mercedes, mas também para os Fiat ou para o Renault.

Hoje o investimento no turismo do Alentejo é por produtos premium e as pessoas sabem que o mercado olha para o Alentejo como um destino de muita qualidade.

Portanto, não se está a olhar para os Fiat ou para os Renault?
Claro que não, mas esse é o nosso papel. Hoje, os hotéis de 4 estrelas, que também são os hotéis que têm um RevPar e um ADR maior, já são preponderantes na nossa oferta. Mas ainda temos poucos hotéis de 5 estrelas. Ainda temos um espaço enorme de crescimento. Os investidores também olham cada vez mais para o Alentejo, porque o Douro tem muito pouco espaço, em razão da sua classificação como património da humanidade. Depois, Lisboa, Porto e o Algarve começam a ficar saturados. Não quer dizer que não continue a haver investimentos, mas o Alentejo é a zona, pela sua localização, de maior procura para investimento.

No Ribatejo vamos duplicar a oferta em três anos, isso é muito importante para o Ribatejo, e vamos ter de redirecionar um pouco o nosso marketing, vamos ter de crescer mais no mercado internacional.

Portanto, olho para o turismo de uma forma otimista e creio que 2025 vai ser um bom ano turístico, com taxas de crescimento muito na linha daquilo que foi 2024.

 

Sobre o autorVictor Jorge

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Meeting Brasil foi “sucesso” na primeira edição na Europa que incluiu o Porto

Evento reuniu mais de 200 profissionais do turismo em Madrid e no Porto, com a participação de profissionais do turismo, incluindo operadores, companhias aéreas e agências de viagens, além de 21 empresas brasileiras, entre destinos, produtos, atrativos e serviços turísticos.

A primeira edição europeia do Meeting Brasil “foi um sucesso absoluto”, realça a organização, que diz que cotectou o turismo brasileiro a dois dos principais mercados emissores do continente. Realizado em Madrid (6 de março) e Porto (10 de março), o evento contou com a com a participação mais de 200 profissionais do turismo, incluindo operadores turísticos, companhias aéreas e agências de viagens, além de 21 empresas brasileiras, entre destinos, produtos, atrativos e serviços turísticos.

Com uma programação estruturada para a geração de negócios e o fortalecimento de parcerias comerciais, o Meeting Brasil “consolidou-se como o principal evento focado em capacitações e promoção internacional de forma estratégica, oferecendo treinamentos especializados, rodadas de negócios e reuniões privadas (B2B), foi referido em nota de imprensa.

“A realização da primeira edição europeia do Meeting Brasil superou todas as expectativas. Recebemos um público qualificado e altamente interessado em ampliar conhecimentos e gerar negócios com o mercado brasileiro” destacou Jair Pasquini, diretor de negócios da Expan+, organizadora do evento, e reconhece que esta resposta positiva “reforça o potencial de crescimento do turismo brasileiro nesses mercados e confirma a importância de investir em ações de promoção, relacionamento e prospeção, visando a geração de novos negócios”.

A crescente procura por experiências autênticas e sustentáveis no turismo europeu reforça a posição do Brasil como um destino altamente atrativo. Segundo estudos recentes, cerca de 67% dos viajantes europeus afirmam priorizar destinos que ofereçam iniciativas de sustentabilidade e preservação ambiental. Com uma das maiores biodiversidades do mundo, o Brasil destaca-se nesse segmento, oferecendo experiências em ecoturismo, turismo de aventura e imersão cultural em comunidades tradicionais.

Entre os destaques do evento, estiveram as participações de destinos brasileiros como Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, o consórcio Costa Verde & Mar (composto por 11 municípios do litoral norte de Santa Catarina) e a Rota Amazônicas Integradas – esta última representando o turismo sustentável da região Norte, com a presença de secretários de Estado do Acre, Amazonas, Rondônia e Tocantins. Os destinos brasileiros apresentaram os seus principais atrativos e diferenciais competitivos, promovendo experiências que vão de praias paradisíacas e cultura, ecoturismo, gastronomia e aventura. Também marcaram presença, como expositores, diversos hotéis, recetivos e atrativos turísticos das regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Os encontros em Madrid e Porto fortaleceram o relacionamento entre o Brasil e o trade turístico europeu e geraram oportunidades concretas de negócios, abrindo caminhos para o aumento do fluxo de turistas europeus ao Brasil, indicou a organização em nota de imprensa.

Com o sucesso da edição europeia, o Meeting Brasil já se prepara para a sua tradicional edição na América Latina, que acontecerá entre 4 a 13 de agosto, com eventos confirmados no Paraguai, Uruguai, Chile, Argentina e Colômbia.

“Seguiremos promovendo o Brasil com foco na capacitação dos profissionais do turismo global, ampliando as oportunidades de negócios e fortalecendo parcerias para a geração de novos negócios, até porque, como diz o velho ditado: ‘ninguém ama o que não conhece’”. concluiu Jair Pasquini.

 

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Mais de 55% dos turistas estrangeiros que visitam a Província de Huelva são portugueses

Portugal é o primeiro mercado internacional para a Província de Huelva, representando 56% de todos os turistas estrangeiros que visitam aquela região espanhola, revelaram ao Publituris, em Lisboa, Ana Delgado, deputada de Turismo, Mariam Gomez, gerente de promoção turística, e Luis Vasquez, coordenador da Agência Destino Huelva, durante um almoço de promoção do destino no nosso país.

A Província de Huelva, cuja capital, a cidade de Huelva, acolheu em outubro último, o 49º Congresso da APAVT, voltou a Lisboa para promover o destino, num almoço com jornalistas e com uma agenda repleta de contactos com o trade turístico e o público em geral, durante a BTL.

Ana Delgado, deputada de Turismo da Província de Huelva, Mariam Gomez, gerente de Turismo daquela região espanhola, e Luis Vasquez, coordenador da Agência Destino Huelva, deram conta aos jornalistas, num almoço que decorreu esta terça-feira, em Lisboa, que a proximidade com Portugal é um valor acrescentado que querem potenciar cada vez mais, já que Huelva tem uma panóplia de oferta turística para todos os públicos portugueses (famílias com crianças, grupos de amigos, jovens e terceira idade).

Com o mote “É o nosso momento, é o seu destino”, um filme promocional destaca os atrativos turísticos da Província de Huelva, que o Publituris visitou recentemente, na sequência da realização do 49º Congresso da APAVT. “Um destino muito especial pelas suas gentes, pelas suas praias (120kms de costa), 300 dias de sol, uma serra incrível, região que conquista com os seus vinhos e sua gastronomia, a cultura, a história, um grande património industrial e lugares únicos como a Gruta das Maravilhas, em Arecena, e as minas de Rio Tinto que podem ser percorridas num comboio a vapor, sem esquecer a natureza preservada cujo expoente máximo é o Parque Nacional Doñana , reserva da biosfera e património da humanidade”, foi referenciado no encontro com jornalistas. Mas há também uma província de experiências ativas, de práticas de desportos náuticos e ao ar livre, mas também de tradições milenares contadas nas romarias de El Rocio. Em português, o filme promocional destaca que “o nosso turismo tem um novo rumo, novas formas para os novos tempos”.

O turismo português é muito importante para Huelva, representando 56% de todos os estrangeiros que fazem férias naquela província espanhola. Sem revelar números de entradas, é o principal mercado emissor internacional, e justifica-se pela proximidade. Por isso, “estamos focados numa estratégia de promoção, não só no aeroporto de Faro, que é a grande porta de entrada para o destino, uma vez que a Província não tem aeroporto, mostrando que oferecemos muito mais do que sol a praia”, referiram os responsáveis ao Publituris.

No entanto, a maior parte dos turistas portugueses que fazem férias na Província de Huelva e devido à proximidade, vão de carro, reservam os hotéis diretamente, bem como todos os serviços, ou seja, não passam pelas agências de viagens. No entanto, após o congresso da APAVT e da famtrip que promoveu a agentes de viagens portugueses, a região espanhola pretende conhecer o retorno, “se estruturaram a sua oferta com produtos Huelva”, disseram os responsáveis ao Publituris, avançando que “o ideal é ter pacotes para vender”.

No entanto, salientaram, que tendo em conta que ainda não há tour operação organizada para a Província de Huelva, os responsáveis destacaram a importância de Tour10 na venda tanto de unidades hoteleiras, como também de experiências que se podem desfrutar no destino, que promete nova campanha e nova marca turística no verão.

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Hotel Mundial vai contar com 500M2 de área de MICE e novo restaurante

O Hotel Mundial está a ser sujeito a um processo de requalificação que arrancou há cerca de dois anos e que vai motivar um investimento total de 20 milhões de euros, que já inclui também a nova área de MICE da unidade.

Inês de Matos

O Hotel Mundial apresentou esta terça-feira, 11 de março, a primeira fase de requalificação que transformou toda a zona de receção e bar da unidade hoteleira de quatro estrelas, que vai agora passar por novas intervenções que a vão dotar de uma área de MICE com 500 metros quadrados e um novo restaurante, segundo Miguel Andrade, diretor-geral de Operações da PHC Hotels.

“Vamos ter cerca de 500 metros quadrados de área de MICE, com oito salas de reuniões e tecnologia de ponta. Vamos poder fazer, em simultâneo, reuniões para 300 pessoas”, explicou o responsável, durante a apresentação à imprensa da primeira fase de requalificação do Hotel Mundial.

A nova área de MICE do Hotel Mundial vai ficar localizada no primeiro piso da unidade hoteleira, com Miguel Andrade a explicar que, a nível estratégico, “é importante” que a unidade tenha “um mix que não seja só focado no lazer”, até porque a estada média e o gasto de um hóspede de MICE é superior ao de lazer.

Por outro lado, acrescentou o responsável, “Lisboa é cada vez mais uma cidade procurada para incentivos”, um dos segmentos do MICE que, em conjunto com as reuniões corporativas, o Hotel Mundial pretende atrair.

“Vamos também entrar no MICE porque é um segmento que faz sentido para nós em Lisboa”, referiu, explicando que estas intervenções vão arrancar em maio deste ano, devendo estar concluídas em novembro.

Além das salas de reuniões, o primeiro piso do Hotel Mundial vai também passar a contar com um novo restaurante, denominado 28, que vai contar com uma zona exterior e que vai servir de sala de pequenos-almoços, ao mesmo tempo que vai dar apoio aos eventos que esta zona vai passar a receber.

“É um hub de eventos que vai estar a funcionar a partir de novembro de 2025”, resumiu o responsável, revelando que, além das áreas de MICE, o piso 1 do Hotel Mundial vai também passar a contar com um fitness center.

Investimento de 20M€ para requalificar todo o hotel

A área de MICE será a segunda zona do Hotel Mundial a passar por obras de requalificação, depois do piso 0, onde se encontra a receção e o bar da unidade hoteleira, que foi recentemente intervencionada ao longo de oito meses, tendo reaberto em dezembro.

“É um investimento de cerca de 20 milhões de euros para a requalificação do Hotel Mundial, num projeto que começou há dois anos, com um concurso de ideias em que foi escolhido um gabinete de arquitetura”, explicou Miguel Andrade, revelando que a escolha recaiu no gabinete de arquitetura Broadway Malyan, que tem “um historial muito grande em requalificações”.

O diretor-geral de operações da PHC Hotels explicou que as intervenções no piso 0 do Hotel Mundial pretendiam dar mais “espaço, conforto e luz” a esta zona da unidade, numa mudança que está a agradar aos hóspedes.

“Estamos muito satisfeitos com esta dimensão que o bar vai ter. O cliente tem logo a visão de onde pode tomar uma bebida. Foi uma área que melhorámos e estamos a ter um ótimo feedback dos clientes”, revelou, indicando que o bar passou também a servir refeições quentes, num conceito que remete para a portugalidade do espaço e que vai ter também propostas gastronómicas que remetem para os Descobrimentos.

Já a receção do Hotel Mundial, além de estar mais moderna, passou a ter uma organização diferente, contando com balcões de atendimento para clientes individuais e para grupos.

Já o lobby vai passar a contar com mais espaço, já que o Hotel Mundial integrou uma loja de rua que existia nas suas arcadas, o que permite disponibilizar uma nova área, que vai ser também ideal para quem quer trabalhar ligado à internet.

Para mais tarde ficam as intervenções nos quartos do Hotel Mundial, com Miguel Andrade a revelar que essas devem acontecer apenas em 2026 e 2027, dotando a unidade hoteleira de um total de 315 quartos, incluindo 31 suítes e cerca de 30 quartos comunicantes.

Em 2028, será a vez do Restaurante Varanda de Lisboa, assim como do Rooftop da unidade serem requalificados, sendo que o valor destas intervenções não está incluídos nos 20 milhões de euros de investimento anunciado.

“Com isto, no final de 2027, o objetivo é termos um hotel requalificado, com um posicionamento muito diferente do atual, continuamos a ser um hotel de quatro estrelas mas vamos trabalhar para o mercado de lifestyle e de qualidade premium”, acrescentou.

Miguel Andrade revelou ainda que, em breve, a unidade vai também passar a contar com uma marca internacional, que deverá ser anunciada até ao final da semana.

“Ainda não posso partilhar o que vamos fazer do ponto de vista de marcas, mas temos uma negociação muito avançada e estamos a falar com essa marca em todo o processo de requalificação. Ou seja, todos os standards que estão a ver aqui, toda a proposta de valor que já é visível, já está alinhada com a marca”, indicou ainda.

 

 

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2024 foi “ano muito positivo” para a PHC Hotels com aumento de 60% nas receitas totais

Segundo Miguel Andrade, diretor- geral de Operações da PHC Hotels, as receitas totais cresceram cerca de 60%, o que se deveu ao bom desempenho das unidades do grupo mas, essencialmente, à introdução do Convent Square Hotel no seu portfólio.

Inês de Matos

A PHC Hotels faz um balanço positivo do ano passado, com Miguel Andrade, diretor-geral de Operações do grupo de hotelaria lisboeta, a revelar que as receitas totais cresceram cerca de 60%, o que se deveu ao bom desempenho das unidades do grupo mas, essencialmente, à introdução do Convent Square Hotel no seu portfólio.

“2024 foi um ano muito positivo, conseguimos, muito pela introdução do Convent Square no nosso portfólio e de termos o primeiro ano de faturação do Convent Square, aumentar as receitas totais do grupo em cerca de 60%”, explicou o responsável esta terça-feira, 11 de março, durante a apresentação à imprensa da primeira fase de requalificação do Hotel Mundial.

Miguel Andrade explicou que também o GOP – Gross Operating Profit assistiu a um aumento de 30% no ano passado, muito por culpa da elevada ocupação e preço médio que as quatro unidades da PHC Hotels apresentaram.

Segundo o responsável, o Hotel Mundial encerrou 2024 com uma ocupação de 83% de ocupação e um preço médio de 146 euros, enquanto o Portugal Boutique Hotel registou 88% de ocupação e um preço médio de 172 euros. Já o My Suite Lisbon encerrou o ano passado com 75% de ocupação e 152 euros de preço médio, com o Convent Square Hotel a apresentar ainda uma ocupação de 80% e um preço médio de 248 euros.

“Portanto, foi um ano muito positivo e estamos muito satisfeitos porque o esforço que fizemos e a aposta na qualidade do serviço, tem trazido valor e incremento de preços, com clientes satisfeitos que regressam”, congratulou-se Miguel Andrade.

Os resultados de 2024 dão também confiança quanto a 2025, com o diretor-geral de Operações da PHC Hotels a indicar que o grupo espera “crescer em preço em todas as unidades”.

“Vamos crescer em preço em todas as unidades mas vamos ficar em linha com as receitas totais porque o facto de entrarmos em obras no Hotel Mundial vai tirar-nos inventário e vamos diminuir as receitas no Hotel Mundial”, explicou, prevendo crescimentos de cerca de 11% no Convent Square e cerca de 5% no Portugal Boutique Hotel e no My Suite Lisbon.

Segundo o responsável, a expetativa é que exista um ligeiro decréscimo no “volume de vendas” no Hotel Mundial devido às intervenções previstas, que vão levar ao encerramento de vários quartos na unidade.

Oportunidades de negócio em Lisboa continuam na mira da PHC Hotels

Os bons resultados tão também força à PHC Hotels para continuar a sua missão de ser tornar num “player importante em Lisboa”, com Miguel Andrade a revelar que, por isso, o grupo continua à procura de novas oportunidades de negócio, sempre em Lisboa.

“Estamos a ver muito atentamente e em Lisboa. Somos naturais de Lisboa e queremos ser um player importante em Lisboa. Já o somos e com a aposta que estamos a fazer na qualidade mas vamos ser ainda mais”, indicou o responsável.

Miguel Andrade lembrou que, atualmente, a PHC Hotels já conta com 530 quartos na capital portuguesa, o que mostra que o grupo já é “um player com dimensão” na hotelaria lisboeta.

 

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TUREP ganha novas representações em Portugal

A TUREP – Turismo Único Representações, liderada por Luís Pinto, acaba de ganhar novas representações para Portugal de DMC no estrangeiro. Tratam-se da Asiana Travel – Indochina e Myanmar, e da Inday Travel das Filipinas.

Publituris

A Asiana Travel é uma agência DMC vietnamita espacializada em programas para a Indochina, Tailândia e Myanmar, com escritórios no Vietnam, Laos e Camboja, e com um vasto leque de programas para cada um dos países e um mais completo para a Indochina.
Já a Inday Travel e uma agência de viagens DMC nas Filipinas, um arquipélago composto por 7107 ilhas e ilhéus.

Esta DMC cacteriza-se pela oferta de viagens à medida e de aventura em todo o arquipélago filipino, acrescentando-se que toda a sua equipa é local e profunda conhecedora do país.

Refira-se, segundo a TUREP, a Inday Travels tem como objetivo dar a conhecer a autêntica forma de vida dos diferentes locais e povos filipinos, praticado um turismo responsável, em colaboração com os projetos sociais e solidários e de sustentabilidade.

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“Sempre olhei historicamente para a presença do Alentejo e Ribatejo na BTL como uma área de negócio”

Destino Nacional convidado da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, lançou o que será a presença da região na maior feira de turismo em Portugal.

Victor Jorge

A região do Alentejo e Ribatejo registou, em 2024, o melhor ano turístico de sempre. Embora existam mercados a cair, nomeadamente, o espanhol e francês, José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo, acredita que será possível recuperar, com a promoção e comunicação certa. Adepto de “melhor em menos mercados”, José Santos salienta que o Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo.

A região do Alentejo/Ribatejo é Destino Nacional convidado da BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025. Que iniciativas irão desenvolver nos cinco dias da feira e quais serão dedicadas especificamente aos profissionais e ao público geral?
Dividiria a nossa presença [Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo] na BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market em três grandes dimensões: aquilo que vamos fazer no stand, aquilo que vamos fazer na BTL, mas fora do nosso stand, e aquilo que vamos fazer fora da BTL/FIL.

No stand, vamos ter uma atividade dividida entre os dias para profissionais e dias para público em que nas atividades B2B salientaria a nossa “Bolsa de Negócios”, iniciativa que iniciámos o ano passado e que este ano consolidámos através de três grandes temáticas que corporizam a nossa oferta: Enoturismo no dia 12, Náutica no dia 13 e a Cultura e a Natureza no dia 14. Vamos criar um momento de network entre a oferta e a procura, e estamos a convidar DMC e operadores para virem conhecer a oferta destas três áreas distintas da nossa oferta.

Estamos a falar de mais de 20 entidades e empresas que vão estar connosco nestes três dias. Portanto, dentro de um stand tipicamente B2C, um stand tipicamente para o público, temos uma área de excelência B2B.

Estas três áreas – Enoturismo, Náutico e Natureza – são, de facto, os pilares do Alentejo na sua promoção e na sua comunicação?
Sim. A Natureza e a Cultura são áreas mais tradicionais, mais consolidadas, mas que os provedores da oferta têm alguma dificuldade em ligar-se ao mercado e, portanto, estamos a fazer esse esforço para criar estes momentos de articulação.

O turismo náutico é uma área emergente da oferta, onde se tem feito um grande investimento, quer na costa, quer no Alqueva, até com muitos investimentos públicos na criação de infraestrutura, de equipamentos de apoio aos operadores, e é preciso ligar melhor essa oferta ao trade.

Relativamente ao Enoturismo, é hoje um porta-estandarte e um produto que une muito o Alentejo e Ribatejo.

Que retorno efetivo tem esta participação para uma Entidade Regional de Turismo?
Sempre olhei historicamente para a presença do Alentejo e Ribatejo na BTL como uma área de negócio no stand. Começámos o ano passado, a reação foi muito boa e quem esteve do lado da oferta vai estar novamente. Posso dizer que no seguimento desta área empresarial, que este ano adquiriu este naming de “Bolsa de Negócios”, tivemos duas visitas educacionais de operadores à zona de Alqueva relacionadas com o turismo náutico.

Mas ainda nos dias profissionais destacaria três eventos que são muito importantes e que vão acontecer todos no dia 12: a apresentação da Cidade do Vinho dos Municípios da Serra D’Ossa, a apresentação da candidatura do Baixo Alentejo a Cidade Europeia do Vinho, e a apresentação de um evento muito relevante para o Alentejo e para o país, e para a Europa, que é Évora Capital Europeia da Cultura.

Além disso, nos dias profissionais vamos ter um conjunto de iniciativas ligadas ao facto de sermos Destino Convidado, dos quais destacaria o jantar com os “Hosted Buyers”, no dia 12, em que vamos fazer uma apresentação do destino a quase 200 compradores estrangeiros e onde a Agência Regional de Promoção Turística (ARPTA) também estará presente, porque esse é o momento de internalização do destino.

Estamos a trabalhar com a FIL para que o BTL Village, seja este ano um espaço menos agnóstico e mais ligado à marca Alentejo, a ideia é “brandizar” aquele espaço pelo Alentejo, onde teremos uma ativação dos Vinhos do Tejo no Welcome Drink. Nesse espaço vamos, igualmente, ativar a candidatura da Cidade Europeia do Vinho onde teremos um vinho específico da Vidigueira, com rótulo ligado à candidatura do Baixo Alentejo a Cidade Europeia do Vinho, que vai remeter para um QR Code, onde vamos ter os conteúdos relacionados com essa candidatura.

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“Leiria define-se como destino inovador, autêntico e em crescimento”

O concelho de Leiria oferece uma combinação única de história, cultura e paisagens naturais, proporcionando uma experiência inesquecível a quem visita a região. A sua oferta cultural diversificada, com festivais de música, teatro e arte, aliada a uma gastronomia autêntica e aos trilhos naturais da Mata Nacional de Leiria, fazem deste território um ponto de encontro entre tradição e modernidade. Daí não ser de estranhar o facto do concelho ser o grande protagonista da 35.ª edição da BTL, na qualidade de Município Convidado.

Na sequência da escolha de Leiria como Município Convidado da BTL, o Publituris quis saber junto do seu presidente de Câmara, Gonçalo Lopes, que estratégia tem vindo a ser adotada com vista ao desenvolvimento do setor do turismo. “Queremos que Leiria esteja no radar dos turistas como um destino de paragem obrigatória. Isso passa por consolidar a nossa identidade como cidade vibrante, onde a cultura, a história e a inovação se cruzam. Apostamos na internacionalização da nossa oferta, atraindo novos públicos, e na valorização dos eventos e festivais que nos distinguem”, resumiu o autarca.

Que estratégia tem seguido a CM para posicionar Leiria como um destino de eleição, tanto para os portugueses como para os visitantes internacionais?
A Câmara Municipal de Leiria tem seguido uma estratégia integrada de valorização do território, assente na requalificação do património, na promoção da identidade local e na criação de uma agenda cultural e de eventos diferenciadora.

Apostamos na autenticidade da experiência que oferecemos, cruzando história, cultura, natureza e gastronomia. Além disso, temos reforçado a nossa presença em feiras internacionais, como a FITUR e agora a BTL, para captar novos públicos e consolidar Leiria como um destino turístico de referência.

Temos também vindo a fazer uma aposta especial na área do marketing territorial, com uma campanha irreverente e fora da caixa, direcionada para o público mais jovem. O conceito #leirianãoexiste tem-se desenvolvido de forma quase orgânica, mas com um sucesso assinalável, projetando o nome de Leiria a nível nacional e internacional. Esta campanha, além de cativar novos públicos, tem uma relação custo-benefício extraordinária, conseguindo um impacto muito significativo com um investimento reduzido.

A combinação destas abordagens tem permitido afirmar Leiria como um destino inovador, autêntico e em crescimento, reforçando a sua atratividade junto de públicos diversificados.

Riqueza patrimonial e cultural
Quais são os principais cartões de visita de Leiria?
Leiria destaca-se pela sua riqueza patrimonial e cultural. O Castelo de Leiria é um dos grandes ícones da cidade, um espaço que une história e vistas deslumbrantes sobre o território.

O Centro Histórico, com o seu dinamismo comercial e cultural, os Museus da cidade, são outros pontos de interesse que testemunham a identidade e evolução da cidade ao longo dos séculos.

A proximidade de locais como a Lagoa da Ervedeira e a Praia do Pedrógão, onde se pode experienciar a extraordinária oferta gastronómica local associada aos produtos do mar, reforça o nosso atrativo natural.

Somos também reconhecidos pela nossa oferta de eventos de referência, como os Festivais A Porta, Festival Nascentes, Festival Gótico Extramuralhas, Leiria Sobre Rodas, Leiria Natal ou o Festival Cidade Criativa da Música, que tornam a cidade e o concelho destinos vibrantes e autênticos, com uma programação cultural e artística diversificada ao longo do ano.

Além disso, a ligação de Leiria ao título de Cidade Criativa da Música da UNESCO reforça a sua identidade como um polo cultural dinâmico, atraindo artistas, criadores e visitantes à procura de experiências diferenciadoras.

 

O conceito #leirianãoexiste tem-se desenvolvido de forma quase orgânica, mas com um sucesso assinalável, projetando o nome de Leiria a nível nacional e internacional

 

Programação dinâmica ao longo do ano
Que produtos turísticos oferece o concelho? Que experiências proporcionam a quem o visita?
Leiria posiciona-se como um destino diversificado, oferecendo: Turismo cultural e patrimonial: Visitas ao Castelo, ao Museu de Leiria, ao mimo, ao Moinho do Papel, ao Banco das Artes e às igrejas históricas, em Leiria e nas freguesias, de que são exemplos a igreja de N. Sra da Encarnação e o Santuário dos Milagres.

Turismo de natureza e aventura: Praia fluvial da Lagoa da Ervedeira e experiências junto ao mar, na praia do Pedrógão.

Gastronomia e vinhos: Uma oferta rica que valoriza produtos locais e pratos tradicionais, como o arroz de marisco da Praia do Pedrógão, a morcela de arroz, o leitão da Boa Vista ou os doces conventuais.

Eventos e festivais: Desde o Festival A Porta, ao Nascentes, Leiria sobre Rodas, Leiria Cidade Natal, Leiria Medieval, ao Extramuralhas, a Feira de Leiria (no mês de maio) e aos concertos no Estádio (Andrea Bocelli a 31 de maio e Rockin’1000 dia 6 de setembro), passando pelo Leiria Cidade Criativa da Música, há uma programação dinâmica ao longo do ano.

 

Um dos focos é a melhoria das infraestruturas hoteleiras, incentivando novos investimentos que permitam responder à crescente procura, existindo diversos processos de investimento privado em desenvolvimento

 

Quem visita Leiria? O que procura fundamentalmente?
O perfil do visitante de Leiria é bastante diversificado. Temos um forte mercado interno, composto por turistas nacionais que procuram experiências culturais, de lazer e gastronómicas.

Em termos internacionais, assistimos a um crescimento de turistas oriundos de Espanha, França e Brasil, que descobrem em Leiria um destino surpreendente.

Há números do ano passado?
Não existem dados absolutos do número de visitantes, mas temos a convicção de que este é um setor em franco crescimento no concelho, um fenómeno que, de resto, pode ser comprovado junto dos operadores que trabalham neste setor.

Promoção integrada para manter
Onde e como é que o concelho de Leiria se tem promovido? A experiência na FITUR 2025 juntou a CIM Região de Leiria numa participação integrada que reuniu quatro Comunidades Intermunicipais da Região Centro, deu frutos na sua opinião? É para manter noutros fóruns?
A promoção de Leiria tem passado pela presença ativa em feiras e certames internacionais, mas também pelo reforço da comunicação digital, através de campanhas dirigidas a mercados estratégicos. A aposta em eventos de grande visibilidade tem sido determinante para consolidar a marca Leiria e ampliar o seu reconhecimento enquanto destino turístico de referência.

A experiência na FITUR 2025 foi muito positiva, permitindo-nos posicionar Leiria dentro de uma oferta integrada da Região Centro, o que fortalece o nosso impacto internacional. Esta estratégia conjunta revelou-se eficaz e faz todo o sentido mantê-la em futuras feiras, maximizando a atratividade da região e explorando novas oportunidades de captação de fluxos turísticos.

Temos vindo a fazer uma aposta crescente na BTL, um certame que consideramos estratégico para a promoção do destino Leiria. Encaramos esta feira sob duas perspetivas complementares: por um lado, a atração de visitantes, reforçando Leiria como um destino obrigatório para quem procura cultura, património, natureza e gastronomia; por outro, a captação de investimento, incentivando o desenvolvimento e a qualificação da oferta turística, nomeadamente ao nível do alojamento e das infraestruturas que sustentam o crescimento sustentável do setor.

A BTL, sendo a maior montra do turismo nacional, é uma oportunidade determinante para consolidar esta estratégia e afirmar Leiria como um território de experiências autênticas e de forte dinamismo económico.

 

A aposta em eventos de grande visibilidade tem sido determinante para consolidar a marca Leiria e ampliar o seu reconhecimento enquanto destino turístico de referência

 

Investimentos para qualificar oferta
Que novos investimentos estão em curso para melhorar a oferta turística?
A Câmara Municipal está a trabalhar em vários eixos de investimento para qualificar a oferta turística. Um dos focos é a melhoria das infraestruturas hoteleiras, incentivando novos investimentos que permitam responder à crescente procura, existindo diversos processos de investimento privado em desenvolvimento.

Paralelamente, continuamos a apostar na valorização do património, com projetos de recuperação de espaços históricos e no reforço da agenda cultural, que contribui diretamente para a atração de visitantes.

Também estamos a desenvolver iniciativas para potenciar o turismo de natureza, promovendo percursos pedestres e experiências ao ar livre.

Estar no radar dos turistas
Dizia recentemente que, “em 2025, a nossa meta é clara: queremos ser um destino obrigatório”, pode dar mais pormenores?
Queremos que Leiria esteja no radar dos turistas como um destino de paragem obrigatória. Isso passa por consolidar a nossa identidade como cidade vibrante, onde a cultura, a história e a inovação se cruzam. Apostamos na internacionalização da nossa oferta, atraindo novos públicos, e na valorização dos eventos e festivais que nos distinguem. A presença como Município Convidado na BTL 2025 é um passo decisivo para reforçar este posicionamento e consolidar Leiria como um destino turístico de referência.

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“Quando se chega à BTL, chega-se a um mundo de experiências”

Com um novo naming, agora BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market, a maior feira de turismo em Portugal volta a ser o centro das atenções por cinco dias. Com um reforço do posicionamento internacional, Pedro Braga, diretor-geral da FCE Lisboa – Feiras Congressos e Eventos, admite que a BTL “é um reflexo da boa performance do turismo em Portugal”. Certo é que “não temos mais um metro quadrado disponível”, o que faz com que as próximas edições sejam desafiantes.

Victor Jorge

De 12 a 16 de março, a Feira Internacional de Lisboa (FIL) volta a ser o palco do turismo em Portugal. A BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market, agora na sua 35.ª edição, contará com 1.500 expositores, mais de 100 destinos internacionais e 300 pontos de venda de agências. A par disso, há ainda o programa de “Hosted Buyers” que traz a Lisboa o maior número de compradores internacionais. Ou seja, “a BTL afirma-se cada vez mais como um grande centro de debate sobre as estratégias e as linhas orientadoras do turismo em Portugal”, destaca Pedro Braga, diretor-geral da FCE Lisboa – Feiras Congressos e Eventos.

Quanto ao futuro, é certo que terão de ser encontradas novas soluções para integrar a procura existente, além de se esperar um regresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) à BTL.

No arranque da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, em 2024, afirmava que a grande ambição era abrir a BTL ao mundo. Isso acontece ou vai acontecer com a BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market 2025?
Julgo que mesmo antes de 2024, algures por volta de 2019, ou seja, antes da pandemia, já tínhamos afirmado o propósito de reforçar o posicionamento internacional da BTL. Era, aliás, um dos vetores estratégicos de crescimento da BTL e continua a sê-lo.

A pandemia veio baralhar um puco as coisas, ou melhor, atrasá-las?
A pandemia, obviamente, condicionou tudo aquilo que estava pensado. Tivemos um bom arranque em 2022 e, felizmente, temos vindo a retomar a dinâmica daquilo que era o plano estratégico de desenvolvimento da BTL.

A BTL 2025 já vai reforçar o que é o posicionamento internacional da BTL, mas isto faz-se através de um conjunto de peças e de medidas que vão sendo desenvolvidas de forma a ir consolidando ao longo do tempo esta ambição e este objetivo.

O rebranding da BTL é uma peça fundamental desta estratégia que estamos a desenvolver dentro de algo que foi muito pensado e que passa, sem dúvida, por um reforço daquilo que é a visibilidade e o posicionamento internacional da BTL.

A reboque da boa performance do turismo nacional
Concretamente, como é que isso se faz e que passos, além do naming, são dados para alcançar esse reforço ou posicionamento?
A BTL, hoje BTL – Better Tourism Lisbon Travel Market, é o reflexo daquilo que Portugal consegue fazer em termos da afirmação da sua oferta turística a nível internacional. O que é que eu quero dizer com isto? A BTL podia ter a maior ambição e a maior intenção de reforçar o seu posicionamento internacional, mas se o turismo português, em termos reputacionais, não tivesse o posicionamento que tem, esse objetivo, não diria que seria impossível, mas seria muito difícil de atingir.

Portanto, obviamente, a BTL, beneficiando daquilo que tem sido construído pelo setor do turismo nacional, aquilo que pretende é reforçar, em termos de visibilidade, este posicionamento.

Mas como é que isso se faz?
Faz-se apostando cada vez mais no nosso programa de compradores internacionais, em parceria com o Turismo de Portugal e com a TAP, e que hoje, sem falsas modéstias, podemos dizer que é, provavelmente, dos melhores programas que há no mundo no setor do turismo e dos eventos do turismo em termos de business meetings.

É um programa de elevadíssima qualidade em todas as suas dimensões e que grangeia uma avaliação muitíssimo positiva por parte dos participantes.

A segunda peça fundamental tem a ver com linhas de comunicação que estão a ser desenvolvidas e com posicionamentos em mercados internacionais que vamos ter de fazer. É provável que nos próximos tempos a BTL desenvolva como pilar desta estratégia de reforço de posicionamento internacional aquilo que é a sua presença em alguns eventos e nalgum roadshows internacional no sentido de reunir com um conjunto de stakeholders internacionais que permitam reforçar ao longo do tempo esta ambição da BTL.

Além do novo naming, o que muda, de facto, na estrutura da BTL e que, eventualmente, os expositores e os visitantes não têm perceção?
Quando se chega à BTL, chega-se a um mundo de experiências. A BTL repete, obviamente, um conjunto de conteúdos em cada uma das edições, porque, naturalmente, fazem parte das idiossincrasias que é a BTL.

Mas a BTL tem tido esta capacidade de todos os anos introduzir novos conteúdos que decorrem de novas necessidades que vamos identificando no mercado e isso permite introduzir fatores de rejuvenescimento e de novas ofertas na BTL que acabam sempre por permitir reforçar o valor do produto BTL.

A BTL afirma-se cada vez mais como um grande centro de debate sobre as estratégias e as linhas orientadoras do turismo em Portugal. Vamos ter mais de 300 conferencistas nos diferentes palcos que a BTL terá para discutir temas tão importantes e atuais como a Inteligência Artificial, a sustentabilidade, como tudo o que são as tecnologias que cada vez mais impactam a eficiência e a qualidade do serviço no setor do turismo.

Penso que estamos todos muito expectantes e a aprender todos os dias qual vai ser verdadeiramente o impacto da Inteligência Artificial, como vai trazer novos fatores de transformação da sociedade e dos negócios. Claro que vai trazer impactos positivos e impactos negativos e o turismo seguramente, um setor com uma capacidade de resiliência tão grande como tão bem foi demonstrado nos últimos anos, vai conseguir encontrar os melhores caminhos.

 

Nunca tivemos tantos pontos de venda numa BTL como vamos ter em 2025. Ou seja, se o número de pontos de venda, o número de expositores com oferta para este segmento do B2C cresce, é porque há procura

 

O Instituo Nacional de Estatística (INE) confirmou que 2024 foi o melhor ano turístico de sempre em Portugal em receitas, dormidas e hóspedes. O tal ano recorde. A BTL acompanha essa performance, esse crescimento, essa criação de valor?
A BTL, através da Fundação AIP, realiza todos os anos um estudo sobre o impacto que tem no Valor Acrescentado Bruto (VAB). O último estudo que fizemos indica valores acima dos 300 milhões de euros. Este ano, e não quero antecipar muito, porque ainda estamos em fase final de concretização, mas nos inquéritos que fazemos aos visitantes da BTL vamos introduzir um conjunto de questões que têm a ver um pouco com essa questão concreta. Uma coisa é o estudo que a Fundação AIP faz sobre o impacto global que a nossa atividade tem, outra coisa é, e queremos fazê-lo, medir de forma mais fina, é ter indicadores de qual é, efetivamente, o impacto que a própria BTL tem em tudo aquilo que tem a ver com a atividade turística no país e em Lisboa.

Sobre os indicadores do turismo no país, são indicadores extraordinários. Começa a ser quase que um lugar comum, porque todos os anos vamos superando os objetivos em termos de performance turística do país. E a BTL reflete isso mesmo. A BTL todos os anos vai crescendo, vai-se reinventando. Nesta edição de 2025 temos mais de 50 mil metros quadrados de área ocupada e começa, de facto, a ser um desafio, porque não temos, neste momento, nem mais um metro quadrado disponível na BTL para aceitar qualquer tipo de expositor ou qualquer tipo de conteúdo.

Temos, como não tínhamos há muito tempo, uma lista de espera muito grande em todas as áreas da BTL, com uma grande preponderância na área internacional, na área dos hotéis e dos serviços, na área das agências de viagens e dos operadores turísticos e também na área dos municípios e das comunidades intermunicipais.

Portanto, começamos a ter um problema, que é um problema bom …

Mas é um problema!
É um problema, sim. Perceber o que podemos fazer para acomodar novas necessidades no futuro é o grande desafio.

E isso tem de ser pensado a curto prazo?
Tem de ser pensado já e temos de ir acomodando, obviamente, essas novas necessidades, mas sempre a olhar para o mundo que nos rodeia e perceber quais as condições que temos para que estes resultados que o setor do turismo tem atingido, ano após ano, continuem a ser consistentes e continuem a ter condições em termos daquilo que são as dimensões internacionais que nos rodeiam e continuar a consolidar estes objetivos.

Mas dada a falta de espaço nas atuais instalações, poderá ser equacionada levar uma parte da BTL, fisicamente, para outro local, outro espaço? Tal com o Web Summit o fez, por exemplo.
É um dos drivers que pode ser considerado, sendo que, para além desse, há outros que, não gostaria agora de avançar muito, mas que têm a ver com a própria infraestrutura, com coisas que a própria Fundação AIP já foi anunciando ao longo do tempo, de que mais cedo ou mais tarde, haveria necessidade de se considerar ou se faz sentido avançarmos com um plano de expansão e em que condições.

Mas essa é uma matéria sobre a qual não quero ir muito mais além, até porque nada está definido ou pensado.

Mais mundo
Mas quando fala em internacionalização, e há pouco falou nos buyers que cá estão, na lista de espera que têm, também referiu que a grande missão era o mundo mostrar-se em Portugal na BTL. A minha pergunta é: temos uma BTL onde não só Portugal está a mostrar-se ao mundo, mas o mundo está a mostrar-se também em Portugal através da BTL?
Está, mas tem de ser um movimento sincronizado e temos de ter um conjunto de stakeholders que façam isso connosco. Uma das medidas que implementamos este ano, que vai ser testada, mas que, para já, identificámos que está a ter impactos muito positivos, é o facto de o programa de “Hosted Buyers”, que está essencialmente dimensionado para vender o destino Portugal, e vai continuar a ser assim, mas que da parte da tarde se abra a janela de oportunidade para que, já que os buyers estão em Portugal, possam contratar outros destinos que não Portugal. E isto tem, obviamente, uma vantagem para o ecossistema que a BTL pretende gerar, nomeadamente em termos do seu posicionamento internacional, e que gera maior capacidade de atração junto de destinos internacionais que passam a ver Lisboa, passam a ver Portugal como um mercado onde, para além do posicionamento que assumem para tentar captar fluxo turístico de portugueses para visitar os seus países, comecem a identificar um reforço do valor do marketplace BTL, porque esse mesmo marketplace também lhes permite contratarem através dos buyers internacionais que trazemos.

Mas que mundo falta à BTL? Faltam turismos internacionais, empresas internacionais, companhias aéreas internacionais, cadeias de hotéis internacionais?
Falamos de tudo um pouco, mas vamos por partes. Turismos internacionais, ou seja, uma presença institucional dos países? Claro que esse é um dos grandes objetivos para a BTL, ter turismos internacionais na feira para tentarem captar fluxo de turistas.

Portanto, ou a BTL se diferencia de outra forma e esses turismos nos veem com outros fatores distintivos, e esta é uma narrativa que temos tido e na qual acreditamos desde 2019, ou se for só para alavancar a captação de turistas nacionais, eventualmente, o nosso mercado não é, digamos, suficientemente atrativo.

Por isso, o que temos de fazer? Temos de criar dinâmicas para que esses países possam contratar outros fluxos de turistas, com a plataforma de negócios que se gera em Lisboa ou através de uma outra coisa que tem a ver com a qualidade do ecossistema.

Mais não quer dizer melhor.
Encontramo-nos muitas vezes em alguns fóruns internacionais e digo isto e repito, nós como país, nós como oferta turística, nós BTL, por reflexo, comparando com outras feiras internacionais de referência, somos seguramente mais pequena, mas, em termos de qualidade, a BTL em muitos fatores, é muito melhor do que as suas congéneres internacionais.

Sim, são feiras com uma massa crítica maior, mas em termos da qualidade e do resultado daquilo que se gera no marketplace, a BTL entrega um valor muito elevado.

Somos 10 milhões ponto final. E como não é previsível que a nossa demografia cresça de forma substantiva nos próximos anos, a nossa diferenciação tem de ser sempre por fazer diferente e fazer melhor.

 

Se conseguirmos, em conjunto, passar uma mensagem internacional de que a BTL, apesar da sua dimensão, é um produto de altíssima qualidade, isso vai gerar uma atratividade que vai ter um valor muito importante para a BTL, para o turismo e para o país

 

O marketplace que refere, e que já está em andamento há algum tempo, continua a ser de forma física, digital, híbrida, de forma a posicionar a BTL em todas as vertentes e dar conteúdos diferenciados e de qualidade aos expositores e ao mercado?
Sim, e a nossa ambição passa também por a BTL ser mais do que aquilo que já é. Ou seja, de não estar circunscrita a um conjunto de dias no ano.

Por isso, um dos grandes objetivos é, de facto, que a BTL consiga entregar valor ao longo de todo o ano aos seus expositores, parceiros, visitantes através de um conjunto de atividades e dinâmicas.

Daí a participação nos tais roadshows internacionais?
Sim, passa por essa presença em roadshows internacionais, mas passa também por mais e posso dizê-lo em primeira mão. Nós vamos assinar um protocolo com a Porto Business School e com a Universidade Nova para fazermos um estudo sobre aquilo que são os desafios no mercado de trabalho no setor do turismo e como é que vamos ultrapassar estes desafios. Será um protocolo que será assinado durante a BTL e que vai permitir que, ao longo do ano, voltemos a ter mais um momento em que entregamos valor ao ecossistema do turismo e com o qual podemos contribuir para valorizar o setor.

Mas vamos seguramente identificar outras iniciativas onde a BTL possa ter um posicionamento em que reforce a entrega desse mesmo valor ao longo do ano.

Um dos programas mais relevantes da BTL é, de facto, o programa dos “Hosted Buyers”. Que diferença existe de 2025 para 2024?
Existe, sobretudo, no que diz respeito ao crescimento que é um fenómeno muito interessante. Para além daquilo que é o programa “Hosted Buyers”, que desde há muitos anos tem vindo a ser melhorado, em parceria com a TAP e com o Turismo de Portugal, começámos a desenvolver, paralelamente, um programa de “Buyers”. Ou seja, compradores internacionais, que não são selecionados pela BTL, pelo Turismo de Portugal ou pela TAP, para virem como convidados, mas que querem vir à BTL, investindo o seu tempo e os seus recursos porque entendem que há valor no marketplace.

E posso dizer que o número de compradores internacionais que não “Hosted Buyers” tem crescido de forma exponencial nos últimos anos.

É mais interessante ter mais “Hosted Buyers” do que “Buyers” ou vice-versa?
Estamos muito satisfeitos com o programa que temos de “Hosted Buyers”, mas não deixa de ser interessante perceber que há “Buyers” que estão disponíveis a virem à BTL por iniciativa e com recursos próprios. Ou seja, o nível de compromisso é diferente, vêm por iniciativa própria, investem o seu tempo e os seus recursos, porque entendem que há um valor no marketplace e querem marcar presença.

E posso dizer-lhe que, além do trabalho árduo que é feito quer pelo Turismo Portugal, quer pela TAP, na identificação dos melhores “Buyers” para trazer a Portugal, temos recebido contactos de compradores internacionais que muitas vezes o próprio Turismo Portugal nos diz “excelente comprador vamos trazê-lo porque é muito importante que cá esteja”.

Ora, isso comprova o valor que o programa possui para este tipo de compradores.

BTL do futuro
E como é que inova, renova uma feira como a BTL? Ainda para mais um evento que não tem mais um metro quadrado para oferecer aos expositores e/ou parceiros?
Com duas coisas: com imaginação, abrindo-nos ao exterior e, por outro lado, ouvindo pessoas de fora da BTL, obviamente muitos stakeholders que participam, mas até pessoas que não participam na BTL.

Muitas vezes, e pode parecer um cliché, é preciso sair fora da caixa, conseguir ter outros olhos que não estão tão viciados, se quiser, naquilo que é o programa habitual de um evento como a BTL. Pessoas que nos possam trazer novas sugestões. E a propósito disso, como sabe, a Fundação AIP, teve a honra de convidar Rita Marques [ex-secretária de Estado do Turismo] para ser presidente do Conselho Estratégico. Haverá, brevemente, novidades, mas posso adiantar que, de facto, uma das novidades desse Conselho Estratégico passa por ter uma abrangência e uma dimensão que permita sair de portas e ter gente de fora olhar para nós e a fazer, de alguma forma, uma crítica construtiva.

Mas também pessoas fora do setor do turismo?
Sim, também pessoas de fora do setor do turismo. Essa é uma responsabilidade que está cometida à Rita Marques, em articulação connosco, com a Fundação AIP, e que, quando foi pensada, foi pensada com este desígnio e objetivo, que é pensar que BTL vamos ter dentro de 10 anos. Temos de começar a trabalhar nessa BTL agora e não dentro de 10 anos.

Quando digo trabalhar agora, é pensarmos que, se já não temos espaço, como é que colocamos mais conteúdos que o mercado entende que fazem sentido ter na BTL?

Este ano, por exemplo, lançamos um novo conteúdo, BTL Weddings.

E o Wellness …
Sim, o Wellness também é novidade este ano. Mas começando pelo BTL Weddings, teve a ver com a necessidade de um conjunto de players que operam neste setor de quererem ter um espaço de visibilidade na BTL. E aqui está um desafio que é, como é que a BTL consegue encontrar espaço quando não tem espaço para colocar mais conteúdos.

Aqui entra o facto de conhecermos bem o nosso produto e percebermos que o BTL Village, que funciona em termos corporativos durante os dias profissionais, no fim de semana não é utilizado. Ora, não sendo utilizado, vamos transformá-lo. Durante a noite de sexta-feira, as equipas de operação da FIL e da BTL vão transformar aquele espaço e no sábado de manhã, quando os visitantes, o público final, chegarem à BTL, vão ter um novo conteúdo e um novo espaço dentro da BTL.

O BTL Wellness decorre também do facto de este ser um segmento do turismo que começa a ter uma procura crescente e que importava mais do que ter esta oferta dispersa pela BTL, sem visibilidade, encontrarmos, juntamente com o nosso parceiro da CIM das Beiras e da Serra da Estrela, um novo posicionamento.

 

Não foi por razões financeiras que a APAVT não está na BTL. Podemos não ter chegado a acordo sobre o conjunto das contrapartidas que as partes entregavam uma à outra. Agora, reduzir isto a condições financeiras? Não e não.

 

É importante ter estes vários ”B’s” como os designam?
É muito importante.

E isto pode levar ao surgimento de mais “B’s” ou “B’s” em substituição de outros menos interessantes?
A BTL é, necessariamente, um evento dinâmico e que tem de refletir, em cada momento, aquilo que são as necessidades do setor e do mercado. Portanto, se houver setores de atividade dentro do turismo que ganham um novo empowerment, provavelmente vamos ter de acompanhar e vamos ter de dar posicionamento a esse setor. Ou ao contrário, se infelizmente houver setores que vão perdendo tração e deixam de ter tanta procura ou tanta notoriedade, vamos ter de repensar se faz sentido continuar a estar na BTL.

Dentro do universo BTL, Fundação AIP, e em função da expertise, já alguma vez foi pensado levar esta experiência, este conhecimento para fora e organizar a feira noutro país, por exemplo, nos PALOP?
Com toda a transparência e sinceridade, é uma coisa que pode ser analisada, mas não é, neste momento, o nosso foco. Vou ser muito transparente e muito honesto na resposta que lhe vou dar: as organizações defrontam-se hoje em dia com um problema que tem a ver com a escassez de recursos. E, portanto, neste momento estamos absolutamente empenhados em consolidar o crescimento e a estratégia da BTL que organizamos aqui em Lisboa.

Nunca digo não a nada e, portanto, não digo que um dia não se pode colocar essa questão, mas neste momento a prioridade estratégica é a BTL, é Lisboa, é Portugal.

Diálogo para um regresso da APAVT
E continua a ser importante o B2C. Quanto vale, de facto, este B2C na BTL?
Tenho de estribar a minha resposta naquilo que é a informação que me é passada pelos nossos clientes e parceiros. Até há dois anos, eventualmente, não tínhamos a noção da dimensão do mercado B2C que é gerado pela BTL. E leia-se, BTL durante os dias da feira, uma semana antes, uma semana depois. Há todo um ecossistema e um conjunto de campanhas de oferta, pacotes turísticos, férias, etc. que é criado à volta da BTL.

Mas isso depois não esgota a oferta da BTL naqueles dois dias aberto ao público?
Não. Há indicadores que posso partilhar e que validam que nunca tivemos tantos pontos de venda numa BTL como vamos ter em 2025. Ou seja, se o número de pontos de venda, o número de expositores com oferta para este segmento do B2C cresce, é porque há procura. E se cresce é porque há a noção destes investidores, destes clientes, que a BTL lhes oferece um retorno seguro e que faz sentido eles reforçarem o seu investimento na feira.

Mas a BTL também acarinha este ecossistema e reflexo disto é a campanha específica que desenvolvemos este ano para o segmento do B2C, muito alinhada com o reposicionamento e o rebranding da BTL e que representa um forte investimento no sentido de criar condições para que essa oferta B2C conheça um retorno ainda maior daquele que era oferecido e que soma várias e várias dezenas de milhões de euros.

Falando em pontos de venda e parceiros, qual será o impacto da ausência da APAVT na BTL 2025? Como disse, nunca tiveram tantos pontos de venda numa BTL como em 2025. Isso quer dizer que os parceiros, expositores reconhecem a importância da BTL com ou sem APAVT?
Isso é incontornável e deixe-me dizer duas coisas. A primeira é que temos uma política de não falarmos, publicamente, das relações com os nossos clientes e com os nossos parceiros.

Mas sabe que é um tema que tem de ser abordado?
Sim, mas acho que a BTL já disse o que tinha a dizer sobre isso. Vou só adiantar mais uma coisa. Obviamente, e reforço, continuamos a achar que faz todo o sentido a APAVT estar na BTL. Não vou tecer nenhuma consideração sobre coisas que li e que vi publicadas. Mas esperamos, sinceramente, que haja condições para a APAVT regressar à BTL.

Mas há uma coisa que acho que é importante dizer-se. Não foi por razões financeiras que a APAVT não está na BTL. Podemos não ter chegado a acordo sobre o conjunto das contrapartidas que as partes entregavam uma à outra. Agora, reduzir isto a condições financeiras? Não e não.

 

Não havia uma BTL muito boa enquanto a APAVT cá estava, e agora não há uma BTL muito má porque a APAVT deixou de estar cá. Não, a BTL continua seguramente a ser o ecossistema que reúne os players do setor do turismo

 

Portanto, em termos de área, o que era ocupado pela APAVT, que eram cerca de 1.300 m², está ocupada com expositores do setor da APAVT?
Sim, mas vou dizer outra coisa para desmistificar isto. Se houvesse algum racional economicista por trás desta situação, era um racional em que a BTL ficava a perder em termos económicos.

Explique, por favor.
Uma coisa é ter um stand de 1.300 m², que não está atravessado por ruas. O espaço útil que é colocado é muito maior do que eu pegar nesses 1.300 m2 e ter de o dividir.

Portanto, aquilo que dizemos é, esperamos que no futuro volte a haver condições para a APAVT estar na BTL. Agora, também há uma coisa que é importante dizer, é que não havia uma BTL muito boa enquanto a APAVT cá estava, e agora não há uma BTL muito má porque a APAVT deixou de estar cá. Não, a BTL continua seguramente a ser o ecossistema que reúne os players do setor do turismo e no qual eles se reveem.

Estas coisas, infelizmente, às vezes acontecem e continuo a ser uma pessoa que entende que através do diálogo as coisas se ultrapassam. E espero que num futuro próximo seja possível que esse diálogo seja retomado e que esta situação seja ultrapassada.

Medir o sucesso
A BTL voltará a ser um palco político?
Sinceramente, não tenho resposta para isso, porque, obviamente, não controlamos os calendários eleitorais. Há uma coisa que eu sei e gosto de ver as coisas pelo lado positivo. O facto de termos um número de políticos, uma presença institucional muito grande na BTL, é um reconhecimento transversal por parte das várias figuras e dos vários partidos políticos, de que o turismo desempenha, de facto, um papel muitíssimo relevante na economia nacional.

O setor do turismo era desvalorizado?
O setor do turismo comunica melhor hoje do que comunicava no passado e consegue, hoje, mostrar de uma forma mais efetiva o valor que tem. Havia bons profissionais no turismo no passado e há bons profissionais agora. O país como um todo e cada um dos setores que opera no setor do turismo comunica melhor e de forma mais organizada. E conseguiu-se conjugar uma coisa que me parece fundamental e que nem sempre se faz em Portugal, que é, comunicar sem sobreposição, consegue haver articulação na comunicação.

 

O facto de termos um número de políticos, uma presença institucional muito grande na BTL, é um reconhecimento transversal por parte das várias figuras e dos vários partidos políticos, de que o turismo desempenha, de facto, um papel muitíssimo relevante na economia nacional

 

E uma linha orientadora a ser seguida?
Sem dúvida, uma linha orientadora que, apesar de partidos diferentes, tem sido seguida e com os resultados que se veem.

Há alguma forma nova ou distinta de avaliar o sucesso da organização de uma BTL?
Se não temos mais um metro quadrado, significa que houve uma procura muito grande. Portanto, diria que há razões para estarmos otimistas com a forma como o ecossistema que vamos oferecer a quem nos visita, sejam profissionais, seja público.

A seguir, há indicadores que têm a ver com alguns instrumentos que temos para medir a adesão dos visitantes. Diria que também estamos otimistas quanto a esses indicadores. Mas o verdadeiro KPI é no dia em que encerramos as portas e depois de termos auscultado a opinião de quem nos visitou e de quem investiu para cá estar.

Temos um ecossistema de expositores diverso, as entidades que vêm cá, não vêm todas com o mesmo objetivo. Ou melhor, todas elas vêm com um objetivo que é o da afirmação do seu destino turístico, da sua oferta turística. Mas há uns que têm um valor transacional e outros não têm um valor transacional imediato.

E se tivesse de mudar, acrescentar, retirar, inovar alguma coisa na BTL para edições futuras, o que é que seria?
Vamos ter de ter a capacidade de fazer isso passo a passo. A BTL é maior, gera um retorno financeiro maior para todos os que cá estão, e para nós também, mas assim como os nossos expositores e parceiros estão a investir mais, nós BTL estamos a investir muito mais.

Isto significativa que nos próximos anos, dentro deste alinhamento, deste reforço internacional da BTL, vamos ter de conseguir que alguns players internacionais vejam in loco o que é a BTL.

Isso dará músculo ou mais músculo à BTL?
Acho que reforçará a BTL, nomeadamente numa dimensão, que é conseguir ultrapassar o facto de sermos um país com a dimensão que temos, com o número de habitantes que temos e, por consequência, com o potencial de emissão de turistas que temos. Mas há uma coisa que sei, é que se nós, enquanto ecossistema, e já o fazemos muito no dia-a-dia, os diferentes atores no setor turístico fazem-no, conseguirmos, em conjunto, passar uma mensagem internacional de que a BTL, apesar da sua dimensão, é um produto de altíssima qualidade, isso vai gerar uma atratividade que vai ter um valor muito importante para a BTL, para o turismo e para o país.

Nós estamos em ciclos de crescimento contínuos no turismo, mas há uma coisa que qualquer gestor deste mercado dirá, é que isto não vai durar para sempre. E não durando para sempre, temos de começar a pensar como é que vamos gerir o futuro e ter fluxos turistas de mercados que têm valor acrescentado para o nosso país.

Importa começar a trabalhar agora para garantir que vamos ter esse resultado no futuro e não trabalhar mais tarde para depois sermos surpreendidos.

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