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Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo Interior (AITI)

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“Apostar no turismo interior é investir no futuro destas regiões”

A conversa com Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo Interior (AITI), decorreu após a realização do I Congresso Mundial de Turismo Interior e depois de ouvir a análise e opiniões de diversos agentes do turismo, especialistas e académicos. Uma coisa é certa, seja visto de dentro ou por fora, “Portugal tem todas as condições para fazer do interior um polo turístico forte e sustentável”.

Victor Jorge

Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo Interior (AITI)

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“Apostar no turismo interior é investir no futuro destas regiões”

A conversa com Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo Interior (AITI), decorreu após a realização do I Congresso Mundial de Turismo Interior e depois de ouvir a análise e opiniões de diversos agentes do turismo, especialistas e académicos. Uma coisa é certa, seja visto de dentro ou por fora, “Portugal tem todas as condições para fazer do interior um polo turístico forte e sustentável”.

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Análise

A conversa com Miguel Martins, presidente da Associação Ibérica de Turismo Interior (AITI), decorreu após a realização do I Congresso Mundial de Turismo Interior e depois de ouvir a análise e opiniões de diversos agentes do turismo, especialistas e académicos. Uma coisa é certa, seja visto de dentro ou por fora, “Portugal tem todas as condições para fazer do interior um polo turístico forte e sustentável”.

 

O interior do país entrou definitivamente na estratégia do turismo em Portugal. A pandemia trouxe uma nova visão relativamente a estes territórios e, fundamentalmente, ao que estes são capazes de proporcionar aos visitantes. Contudo, antes de olhar para quem visita estes territórios, torna-se fulcral olhar para quem neles vive (ou quer viver), trabalha, estuda ou tem uma qualquer atividade. Por isso, Miguel Martins presidente da AITI, diz que “o turismo no interior está a abrir portas para a inovação e o empreendedorismo”. E destaca: “O interior do país representa um conjunto de recursos com grande potencial, mas que ainda carecem de maior organização, promoção e investimento”.

Que importância possui o Turismo Interior como motor de desenvolvimento económico, social e cultural para Portugal e especialmente em regiões menos visitadas?
O turismo no interior de Portugal tem de ser uma grande aposta para impulsionar o desenvolvimento económico, social e cultural do país, especialmente nas regiões menos visitadas. Além de criar empregos e novas oportunidades de negócio, ajuda a fixar a população em zonas rurais, combatendo a desertificação e dando uma nova vida a estas localidades. Os visitantes trazem dinamismo à economia local, consumindo produtos regionais, gastronomia típica e artesanato, o que fortalece os pequenos negócios e incentiva a produção local.

Outro ponto forte do Turismo Interior é a valorização do património e das tradições. Com mais visitantes interessados, há um maior cuidado com a preservação de monumentos, aldeias históricas e festividades típicas, não se perdendo tradições que em muitos destes sítios, sem o turismo, vão acabar por se perder.

Além disso, distribuir melhor o fluxo turístico ajuda a aliviar a pressão sobre cidades como Lisboa e Porto, garantindo um turismo mais sustentável e equilibrado. Em vez de sobrecarregar os destinos mais procurados, podem descobrir lugares menos explorados, mas igualmente encantadores, melhorando a experiência para todos e reduzindo impactos ambientais.

O turismo no interior está a abrir portas para a inovação e o empreendedorismo, com novos negócios a surgir, como alojamentos rurais, experiências gastronómicas diferenciadas e atividades de aventura. Com a ajuda da tecnologia, estas regiões podem ganhar mais visibilidade e atrair um público cada vez mais interessado em descobrir novos destinos.

No fundo, apostar no turismo no interior é investir no futuro destas regiões, garantindo desenvolvimento económico, preservação cultural e um turismo mais sustentável. Com boas estratégias e promoção.

Pode afirmar-se que Portugal possui um Turismo Interior consolidado ou em consolidação?
Portugal tem um Turismo Interior em consolidação, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que se torne um destino verdadeiramente estruturado e competitivo. Neste momento, mais do que um destino consolidado, o interior do país representa um conjunto de recursos com grande potencial, mas que ainda carecem de maior organização, promoção e investimento.

Mas houve avanços nessa consolidação?
Nos últimos anos, houve avanços significativos, com a valorização do património histórico, da gastronomia, do enoturismo e do turismo de natureza. Regiões como o Douro, Alentejo, Serra da Estrela e Trás-os-Montes e Centro de Portugal começam a atrair mais visitantes, mas muitas zonas do interior continuam pouco exploradas e com dificuldades em se afirmar como destinos turísticos sólidos.

Então, onde residem as dificuldades ou desafios?
O grande desafio está na transformação destes recursos dispersos numa oferta turística estruturada e coesa. É necessário melhorar infraestruturas, aumentar a capacidade de alojamento, criar experiências diversificadas e, sobretudo, promover estas regiões de forma mais eficaz. O interior de Portugal ainda sofre com a falta de acessibilidade e transportes, o que limita a sua atratividade para turistas nacionais e internacionais.
Projetos como o “Revive”, que aposta na recuperação de património histórico, e o crescimento do turismo rural e de aventura mostram que há um esforço para consolidar este setor.

No entanto, sem uma estratégia clara e contínua para transformar o potencial em realidade, o Turismo Interior continuará a ser um conjunto de oportunidades por explorar, em vez de um verdadeiro destino turístico.

Portugal tem todas as condições para fazer do interior um polo turístico forte e sustentável, mas ainda há muito trabalho a fazer para que este deixe de ser apenas um conjunto de recursos e se torne uma escolha clara para os turistas.

A(s) estratégia(s) necessária(s)

Que estratégias ou ações considera prioritárias para dinamizar o Turismo Interior em Portugal?
Para que o interior de Portugal se torne um destino turístico verdadeiramente atrativo e competitivo, é essencial adotar uma estratégia estruturada que vá além de medidas pontuais. No entanto, mais do que infraestruturas e investimentos, o fator decisivo para o sucesso do turismo nestas regiões são as pessoas que vivem nos territórios. São elas que guardam a identidade, a cultura e as tradições, tornando cada local único. Mais do que apenas o passado destas terras, os seus habitantes são também o futuro, e sem o seu envolvimento e valorização, o Turismo Interior dificilmente se consolidará.

A hospitalidade genuína, o conhecimento das histórias locais e a paixão pelo território são elementos que nenhum investimento pode substituir. As pessoas são as verdadeiras embaixadoras dos seus destinos e é a sua capacidade de bem receber que faz a diferença na experiência do visitante.

Por isso, é fundamental capacitar e envolver as comunidades locais no desenvolvimento turístico, oferecendo formação em hospitalidade, empreendedorismo e inovação. Quando os habitantes sentem que fazem parte da transformação da sua região, tornam-se agentes ativos na criação de um turismo sustentável e autêntico.

Além disso, para tornar o interior mais atrativo, é essencial melhorar as infraestruturas e acessibilidades, garantindo boas ligações rodoviárias e transportes públicos eficientes, pois sem criar oportunidades para que os habitantes possam vender os seus produtos, contar as suas histórias e partilhar o seu modo de vida, é o que realmente diferencia o Turismo Interior do turismo massificado das grandes cidades.

A digitalização e a inovação são igualmente essenciais para colocar o interior no mapa turístico, mas esta modernização só terá impacto se for integrada com o saber das populações locais. A criação de roteiros interativos, visitas guiadas digitais e experiências imersivas deve ser feita com a participação de quem conhece o território melhor do que ninguém. Ou seja, os próprios habitantes.

Por fim, é essencial que exista um trabalho coordenado entre municípios, empresas e comunidades locais, garantindo que o Turismo Interior não seja apenas uma soma de recursos dispersos, mas sim um destino consolidado, coeso e atrativo. Se as pessoas forem colocadas no centro do desenvolvimento turístico, o interior de Portugal tem todas as condições para se tornar um verdadeiro motor de crescimento económico, social e cultural. Afinal, são as pessoas que dão alma a um destino e que, no momento da receção, fazem toda a diferença na experiência do visitante.

Há, então, a necessidade de uma maior promoção e investimento na valorização do património cultural, natural e gastronómico no interior? Quem deve conduzir essa promoção e investimento?
A promoção e o investimento na valorização do património cultural, natural e gastronómico do interior de Portugal são extremamente necessários e devem ser conduzidos de forma assertiva e direcionada. O património dessas regiões é um recurso valioso que, se bem explorado, pode atrair turistas, revitalizar a economia local e reforçar a identidade das comunidades.

Para garantir que a valorização do património seja eficaz, é fundamental que a responsabilidade pela promoção e investimento recaia sobre as respetivas regiões de turismo em colaboração estreita com o setor privado. Esta parceria pode maximizar o impacto das iniciativas e assegurar que os investimentos sejam direcionados para áreas que realmente atendam às necessidades e potencialidades de cada região.

No que diz respeito ao financiamento, deveria haver um papel ativo do Turismo de Portugal na coordenação de esforços e no suporte a projetos que valorizem o património local. Esta entidade tem a capacidade de promover políticas e programas que ajudem a fortalecer o setor do turismo e a preservar a riqueza cultural e gastronómica do interior.

Além disso, as câmaras municipais e as organizações locais devem estar envolvidas na identificação de oportunidades e na implementação de iniciativas que realmente refletem a essência de cada comunidade. A participação da população local é crucial para garantir que as propostas sejam relevantes e sustentáveis.

As novas tecnologias podem contribuir para a promoção e valorização destas regiões?
As novas tecnologias são essenciais para a promoção das regiões do interior de Portugal, oferecendo uma série de vantagens para o desenvolvimento económico e turístico. No entanto, muitas dessas áreas ainda enfrentam desafios significativos relacionados com a falta de cobertura de redes, como Internet de fibra e ligações móveis, o que pode limitar a eficácia dessas ferramentas.

Embora a utilização de redes sociais e plataformas de marketing digital possa aumentar a visibilidade das regiões, permitindo a divulgação do seu património cultural, natural e gastronómico de forma atrativa, a falta de infraestrutura adequada torna essa promoção ineficaz. Para que as novas tecnologias possam ser úteis, é fundamental garantir que as infraestruturas necessárias estejam disponíveis, caso contrário, o investimento nessas ferramentas não trará os resultados desejados. Além disso, muitas aplicações e soluções tecnológicas são desenvolvidas sem um conhecimento profundo das realidades locais, o que pode levar à disseminação de informações incorretas ou inadequadas. Quando os turistas recebem informações sobre pontos de interesse, eventos ou ofertas gastronómicas que estão desatualizadas ou erradas, isso pode resultar em frustrações e desconfiança.

Para que as novas tecnologias contribuam verdadeiramente para a promoção das regiões do interior, é crucial que haja uma colaboração estreita entre as regiões de turismo, as associações locais e o setor privado. Esses atores devem esforçar-se para compreender as especificidades de cada território e investir em infraestrutura de redes, assegurando que as soluções tecnológicas sejam adaptadas às necessidades e realidades locais.

Assim, as novas tecnologias têm um potencial enorme para promover as regiões do interior de Portugal, mas é vital que sejam acompanhadas por investimentos em infraestrutura e um conhecimento profundo dos territórios. Apenas assim se poderá garantir que a promoção seja eficaz e que os visitantes tenham uma experiência autêntica e satisfatória.

PPP para o interior

Que papel podem e/ou devem desempenhar as políticas públicas e as autarquias no desenvolvimento de um turismo mais estruturado e atrativo no interior?
Para o desenvolvimento de um turismo estruturado e atrativo no interior de Portugal é crucial implementar um conjunto de políticas públicas que abordem de forma integrada as necessidades das comunidades locais e as potencialidades turísticas da região. Estas políticas devem ser orientadas para a criação de um ambiente favorável ao crescimento do turismo, incentivando a economia local e promovendo a sustentabilidade.

Em primeiro lugar, deve haver um investimento significativo em infraestrutura. A melhoria das acessibilidades, como estradas, transporte público e sinalização, é fundamental para assegurar que os visitantes consigam aceder facilmente às zonas turísticas. Além disso, a criação de boas condições de alojamento, que vão desde pequenas casas de turismo rural a hotéis, é essencial para acomodar os turistas que visitam a região.

A promoção do património cultural, natural e gastronómico é outra componente vital. As políticas públicas devem promover a preservação do património histórico e cultural, bem como incentivar iniciativas que celebrem as tradições locais. Isso inclui a organização de eventos, festivais e feiras que destaquem a gastronomia típica, artesanato e as práticas culturais da região, atraindo tanto visitantes como participantes da própria comunidade.

A formação e capacitação de recursos humanos são igualmente importantes. Investir na formação de profissionais do setor turístico garante que os visitantes tenham acesso a serviços de qualidade, enriquecendo a sua experiência. Programas de formação podem abordar áreas como atendimento ao cliente, gestão de hotelaria e promoção do património local.

Além disso, é essencial que haja um enfoque na sustentabilidade ambiental. Políticas que promovam o turismo sustentável, respeitando o meio ambiente e as comunidades locais, são fundamentais para garantir que as riquezas naturais e culturais sejam preservadas. Isso pode incluir iniciativas de ecoturismo, promoção de práticas de turismo responsável e sensibilização de turistas e residentes sobre a importância da conservação ambiental.

Por fim, a colaboração entre diferentes entidades, como Turismo de Portugal, regiões de turismo e autarquias, deve ser incentivada. Essa articulação permite a criação de uma estratégia unificada que maximize a promoção das regiões e fortaleça a identidade turística do interior como um todo. Ou seja, o desenvolvimento de um turismo estruturado e atrativo no interior de Portugal requer políticas públicas que invistam em infraestrutura, promoção dos territórios, formação profissional, sustentabilidade ambiental e colaboração estratégica. Desta forma, é possível criar um ecossistema turístico que beneficie tanto os visitantes como as comunidades locais.

Quais são, na sua perspectiva, os maiores desafios que o Turismo Interior enfrenta atualmente e como é que estes podem ser ultrapassados?
São vários. Desde logo, a falta de infraestruturas, uma vez que muitas regiões do interior carecem de boas estradas, transporte público adequado e sinalização apropriada, dificultando o acesso dos turistas. Ao nível da promoção e visibilidade do património cultural e natural dessas regiões muitas vezes é fragmentada e pouco coordenada, resultando em baixa visibilidade e conhecimento entre os potenciais visitantes.

No que toca à sazonalidade, o Turismo Interior, frequentemente, enfrenta picos de visitantes apenas em determinadas épocas do ano, o que pode levar a uma gestão ineficaz das ofertas turísticas e à sazonalidade dos negócios. Também a falta de
formação e capacitação de profissionais do setor turístico pode afetar a qualidade dos serviços prestados, impactando negativamente a experiência do visitante.

Depois, na sustentabilidade ambiental, o crescimento do turismo deve ser feito de forma sustentável, preservando os recursos naturais e culturais, o que representa um desafio em muitas regiões que ainda não têm políticas claras nesse sentido.

Outro ponto importante é que o interior de Portugal enfrenta problemas de despovoamento e envelhecimento da população, o que pode afetar a oferta de mão-de-obra e a dinamização das comunidades, além de enfrentar concorrência de destinos urbanos e litorais que têm uma maior visibilidade e infraestruturas mais desenvolvidas, tornando difícil atrair visitantes.

Como já referi, a baixa cobertura de redes de internet e telecomunicações em algumas áreas limita a capacidade de utilizar tecnologias de promoção e informação, dificultando a conexão com turistas em potencial.

E quanto à oferta, muitas regiões do interior apresentam uma oferta limitada de alojamento, restauração e empresas de animação turística, o que pode desencorajar visitantes que buscam experiências completas e variadas.

Finalmente, a falta de coordenação entre a oferta de territórios vizinhos é um desafio significativo. Uma abordagem colaborativa entre diferentes municípios e regiões pode potenciar a promoção conjunta de itinerários turísticos e experiências, atraindo mais visitantes e facilitando a criação de pacotes turísticos que valorizem a diversidade da oferta.

Para abordar esses desafios, e repetindo-me, é crucial uma abordagem coordenada entre o Governo, autarquias, setor privado e comunidades locais, que permita criar soluções sustentáveis e efetivas que melhorem a oferta e a experiência turística no interior de Portugal.

Despovoamento, falta de infraestruturas, escassez de investimento. São estes os principais desafios que o Interior enfrenta?
O interior de Portugal enfrenta desafios significativos que vão além do despovoamento, da falta de infraestruturas e da escassez de investimento. Embora estas questões sejam cruciais, é importante salientar que o verdadeiro problema pode não estar apenas na quantidade de investimento, mas na forma como esse investimento é direcionado e aplicado.

É verdade que chegam milhões de euros destinados ao desenvolvimento do interior, mas muitas vezes esses recursos são aplicados de maneira inadequada, sem atender às reais necessidades das comunidades e das iniciativas turísticas locais. Por isso, é fundamental repensar as estratégias de investimento, priorizando ações que realmente favoreçam a dinamização do turismo a médio e longo prazo.

Uma abordagem mais eficaz seria colocar maior investimento e decisão nas mãos de quem realmente trabalha o turismo, ou seja, os atores privados e quem conhece profundamente as especificidades e potencialidades das regiões.

Ao descentralizar a gestão dos recursos e permitir que os empresários e associações ligadas ao turismo tenham voz ativa na definição de projetos e iniciativas, será mais fácil alavancar o potencial turístico do interior.

Além disso, outros desafios que merecem ser destacados incluem a promoção limitada do património cultural, a sazonalidade turística, a falta de formação e capacitação de recursos humanos, e a necessidade de uma melhor coordenação entre os diferentes territórios para criar uma oferta turística coerente e diversificada.

A escassez de alojamento, restauração e empresas de animação turística em muitos destes territórios também contribui para uma menor apetência destes territórios para quem os visita.

A falta de mobilidade e acessos são frequentemente referidos como um dos maiores entraves ao desenvolvimento do interior. Como pode esta questão ser resolvida?
Quando abordamos o tema do turismo no interior de Portugal, é fundamental identificar claramente a região em questão, uma vez que as especificidades e desafios enfrentados por cada território podem ser bastante distintos. Por exemplo, Viseu, como um território de interior, possui características e oferta que não se podem comparar de forma direta às de localidades como Idanha-a-Nova ou Penamacor, as quais têm realidades diferentes em termos de oferta turística, mobilidade e recursos disponíveis.

A estratégia de desenvolvimento para os territórios de interior deve ser orientada pelas singularidades de cada região, incluindo a sua localização geográfica e a diversidade de produtos turísticos que oferecem. Um dos principais desafios que muitas destas áreas enfrentam reside na mobilidade. A criação de uma rede de transportes eficaz é essencial para garantir que os turistas possam aceder facilmente aos pontos de interesse, promovendo assim uma maior afluência ao interior, e ao mesmo tempo essa mesma rede facilita as comunidades residentes nesses territórios. Um exemplo positivo deste tipo de articulação é o trabalho que a AITI está a realizar em colaboração com a Flixbus, com o intuito de estabelecer ligações entre Castelo Branco, Termas de Monfortinho, Cáceres, Mérida, Badajoz, Portalegre, e novamente Castelo Branco. Iniciativas como esta não apenas facilitam a mobilidade, mas também promovem a interligação entre cidades e pontos turísticos, potencializando a visita a estes territórios.

Além disso, é crucial que se estabeleçam parcerias com empresas de transporte que operem nos territórios em questão, para que as soluções sejam verdadeiramente eficazes e sustentáveis. Caso se justifique, a implementação de subsídios nestas empresas, especialmente numa fase inicial, pode ser um investimento estratégico vital para assegurar a conectividade entre as diversas regiões do interior.

Em suma, a abordagem ao desenvolvimento do turismo no interior de Portugal deve ser multifacetada, considerando as especificidades de cada região e investindo em soluções de mobilidade eficazes. A articulação entre entidades públicas e privadas, bem como a promoção de iniciativas que melhorem as ligações de transporte, são passos essenciais para fomentar a valorização e o crescimento do turismo nas áreas interiores do país.

Olá vizinhos

A proximidade com territórios fronteiriços, especialmente com Espanha, é uma oportunidade para o Turismo Interior?

A proximidade com territórios fronteiriços, especialmente com Espanha, é, sem dúvida, uma oportunidade significativa para o Turismo Interior de Portugal. Embora nem todos os territórios consigam aproveitar essa proximidade da mesma forma, é vital para o desenvolvimento dos territórios de fronteira e mesmo para aqueles que estão mais afastados.

Um exemplo concreto é a área da fronteira de Monfortinho. Se olharmos para o lado espanhol, numa meia circunferência de cerca de 100 km, podemos encontrar cerca de 600.000 pessoas a residir nessa região. Em contrapartida, do lado português, a população é muito mais diminuta, rondando os 45.000 habitantes. Este contraste demográfico destaca a enorme oportunidade que existe para o turismo.

A diferença significativa no número de potenciais visitantes evidencia onde se encontra o nosso mercado. Portanto, é crucial desenvolver estratégias que captem esse público proveniente de Espanha e incentivem a sua visita ao interior português.

Além disso, a criação de uma infraestrutura de transporte acessível e eficaz entre os dois países é fundamental. As ligações devem ser facilitadas para que os turistas possam deslocar-se facilmente entre os destinos em Portugal e Espanha, ampliando assim o alcance das ofertas turísticas disponíveis.

Por isso, a proximidade com a fronteira espanhola apresenta uma oportunidade substancial para o turismo no interior, tanto para as regiões fronteiriças quanto para as áreas mais afastadas. É essencial aproveitar esta vantagem demográfica, desenvolvendo estratégias que promovam o interior português como um destino atrativo e acessível, capaz de captar o interesse dos potenciais visitantes que habitam nas proximidades, criando, inclusive, estratégias comuns entre os dois países de promoção e de produto integrado.

Existe já algum exemplo de cooperação transfronteiriça bem-sucedida que possa referir?
Um exemplo concreto dessa colaboração entre Portugal e Espanha no desenvolvimento de um produto turístico é a criação do “Land of Dragons”. Este projeto, promovido pela AITI, estabelece uma conexão entre várias localidades dos dois lados da fronteira que incluem Monsanto, Malpartida de Cáceres, Trujillo e Cáceres. O principal objetivo deste produto turístico é potenciar estes territórios ibéricos através da série de renome mundial “House of Dragons”. Através do projeto, busca-se não apenas revitalizar a oferta turística, mas também aumentar o número de noites de estadia nas regiões envolvidas. Este produto integra atrações culturais, património histórico e experiências únicas que refletem a identidade e a autenticidade de cada local. A interligação entre as localidades possibilita que os visitantes explorem um itinerário completo que abrange as tradições e a riqueza cultural dos dois lados da fronteira.

Esta iniciativa é um excelente exemplo de como a colaboração entre os dois países pode resultar em benefícios mútuos, promovendo as especificidades de cada região e criar sinergias que atraem turistas. Ao unir esforços e recursos, é possível expandir a visibilidade e a atratividade dos destinos envolvidos, contribuindo para um turismo sustentável e integrado que favorece o desenvolvimento socioeconómico de ambos os lados da fronteira.

Este produto, “Land of Dragons”, é um modelo a ser seguido, demonstrando como a cooperação transfronteiriça pode criar oportunidades significativas para o turismo no interior, ao mesmo tempo que promove um legado cultural rico e diversificado na península ibérica.

O desenvolvimento do turismo pode ser um fator crucial para fixar pessoas e negócios no interior. Como é que o turismo pode criar um ciclo positivo que beneficie a economia local e traga novas oportunidades de emprego?
O turismo pode criar um ciclo positivo que beneficia a economia local e traz novas oportunidades de emprego de várias maneiras. Primeiramente, a chegada de turistas gera uma maior procura por serviços e produtos locais, como restaurantes, alojamento, transporte e atividades de lazer. Essa demanda adicional incentiva o crescimento das empresas existentes e a criação de novas.

Com a expansão do turismo, surgem novas oportunidades de emprego em diversas áreas, como hotelaria, restauração, guias turísticos, transportes e comércio. Essas novas vagas ajudam a reduzir a taxa de desemprego na comunidade local e oferecem oportunidades de trabalho para diversos grupos, incluindo jovens e pessoas requalificadas.

Além disso, o aumento da atividade turística pode atrair investimentos para a região, tanto públicos quanto privados. Estes investimentos podem ser direcionados para a melhoria de infraestruturas, como estradas e transportes, bem como para o desenvolvimento de novos projetos turísticos, gerando mais empregos.

Recentemente realizou-se o primeiro Congresso Mundial de Turismo Interior, organizado pela AITI. Que conclusões ou linhas de ação foi possível retirar do congresso?
As conclusões do nosso congresso refletem a importância da colaboração entre Portugal e Espanha, bem como a necessidade de estabelecer estratégias conjuntas que potenciem o desenvolvimento de ambas as regiões.

Algumas das conclusões e linhas orientadoras que emergiram deste evento passam pelo fortalecimento da colaboração transfronteiriça; desenvolvimento de produtos turísticos comuns; promoção da mobilidade e acessibilidade; fortalecimento da identidade regional; capacitação e formação; inovação e sustentabilidade; estímulos e incentivos fiscais; e a importância da comunicação eficaz.

Em suma, as conclusões do congresso sublinham a necessidade de uma abordagem colaborativa e integrada para o desenvolvimento do turismo entre Portugal e Espanha. As linhas orientadoras estabelecidas contribuirão para guiar as ações futuras da nossa associação e dos profissionais do setor, assegurando que continuemos a fortalecer os laços entre os dois países e a maximizar as oportunidades de crescimento e desenvolvimento em ambas as regiões.

Olhando para o futuro, como vê o Turismo Interior em Portugal dentro de cinco ou 10 anos?
Sou um otimista por natureza, mas, infelizmente, a realidade que observo é alarmante. Existe uma enorme falta de vontade e determinação para implementar soluções eficazes no turismo do interior de Portugal. As dificuldades que o interior já enfrenta são consideráveis, e cada vez mais, quem detém o poder de decisão parece agir em contraciclo, realizando iniciativas que não apenas desconsideram as reais necessidades das regiões, mas que podem até agravar a situação.

A aproximação a Espanha é absolutamente fundamental para o crescimento do Turismo Interior. Na Extremadura espanhola, o número de turistas e residentes ronda os cinco milhões, representando uma oportunidade crucial que não podemos ignorar.

No entanto, é desanimador ver regiões portuguesas a gastar recursos em promoção para mercados tão distantes como os Estados Unidos e outros destinos que, na prática, não fazem sentido para muitos dos nossos territórios de interior. Essa priorização de mercados irrelevantes é um erro estratégico grave. Precisamos, urgentemente, de focar a nossa atenção nas necessidades e características específicas das regiões interiores. É frustrante observar que são investidos milhões em iniciativas que, na maioria das vezes, não têm um impacto positivo.

Com todos os problemas que enfrentamos, é vital que se utilize o dinheiro público de maneira responsável e com uma visão clara. A forma mais fácil parece ser a contratação de consultores externos, que, sem qualquer conhecimento profundo sobre a realidade do interior, acabam por propor soluções inadequadas e desconectadas da verdadeira situação dos nossos territórios.

O futuro do turismo no interior depende da nossa capacidade de estabelecer um plano de desenvolvimento estruturado e eficaz. Precisamos urgentemente deixar de lado esta visão limitada da fronteira e trabalhar em conjunto, sempre que possível, em termos geográficos. A ausência de colaboração entre os diversos atores locais, regionais e nacionais impede que se crie uma estratégia integrada capaz de valorizar as potencialidades do interior.

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Agência Abreu realiza “Mundo Abreu” no Pavilhão Carlos Lopes

No fim de semana de 1 e 2 de março, o Mundo Abreu está de regresso e reunirá parceiros e clientes no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa. A feira de viagens, que decorre em todas as lojas e em abreu.pt, mantém os espaços promocionais e de venda em alguns shoppings do norte do país.

No fim-de-semana de 1 e 2 de março, a Agência Abreu volta a realizar em Lisboa a sua feira de viagens, regressando ao modelo em sala, com o Pavilhão Carlos Lopes a servir de montra aos diversos parceiros e fornecedores da Agência Abreu que têm, assim, oportunidade de divulgar os seus produtos e destinos junto dos clientes portugueses.

Associação de Promoção de Turismo da Madeira, Marrocos, TAP e outras companhias aéreas, são alguns dos parceiros presentes nesta edição do Mundo Abreu. A estes somam-se cadeias hoteleiras nacionais e internacionais, regiões de turismo e entidades oficiais de destinos, bem como as companhias de cruzeiros e a Disneyland Paris, que traz novidades e fará as delícias, sobretudo, dos mais novos.

‘Mundo Abreu, o Prazer de Viajar’ mantém-se como mote deste evento, de entrada gratuita, com concertos, passatempos de viagens e muitas dinâmicas e surpresas que irão animar quem visitar o Pavilhão Carlos Lopes.

Já quem está no norte de Portugal terá também oportunidade de visitar no MarShopping Matosinhos e no NorteShopping, os espaços temáticos à Ilha da Madeira, Alentejo, Marrocos e Espanha.

Com as praias como destinos mais apreciados dos portugueses para o verão que se aproxima, no Pavilhão Carlos Lopes estarão reunidos os principais operadores turísticos, disponíveis para apresentar as mais recentes novidades. Além de praias, haverá oferta para os mais variados gostos e bolsas dos clientes, seja para férias em Circuitos, Cruzeiros, estadias na Europa, Grandes Viagens, África, Médio Oriente e Américas, Espanha e suas Ilhas, não esquecendo, claro, Portugal, e os seus arquipélagos Madeira e Açores.

“O regresso do Mundo Abreu em sala era algo que já ambicionávamos, e 2025, data de celebração do nosso 185.º aniversário, é o ano desse regresso. Queremos continuar a levar este evento de viagens às famílias portuguesas, não apenas pelos descontos, mas também pela animação que proporcionamos ao abrir portas a um evento totalmente gratuito, cheio de música e surpresas. Acreditamos que estar perto dos nossos clientes é a melhor forma de dar a conhecer a qualidade e variedade das nossas propostas, garantindo que cada casal, família, grupo de amigos ou cliente individual irá viajar com a confiança que merece”, refere o diretor-geral da Agência Abreu, Pedro Quintela.

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Travelplan lança oferta para agências de viagens “Vender Cuba tem prémio”

O novo incentivo da Travelplan para agentes de viagens vai oferecer uma viagem a Cuba às agências que realizem cinco reservas para o destino, na oferta “Vender Cuba tem prémio”, que está em vigor para reservas até 30 de junho.

A Travelplan lançou um novo incentivo para agentes de viagens e vai oferecer uma viagem a Cuba às agências que realizarem cinco reservas para o destino, na oferta “Vender Cuba tem prémio”.

De acordo com o operador turístico, existem 100 vagas para esta viagem de oferta, que é válida para uma pessoa por agência mas prevê a possibilidade de levar um acompanhante por 600 euros, estando a partida prevista para 16 de setembro de 2025.

A viagem de oferta inclui voos de ida e volta, com partida de Lisboa e destino a Santa Clara, em Cuba, estadia de sete noites para uma pessoa em hotel de cinco estrelas e regime de TI, transferes entre o aeroporto e o hotel. Já as taxas aeroportuárias, vistos, gorjetas e gastos pessoais não estão incluídos.

A Travelplan explica que existe a possiblidade de levar um acompanhante por 600 euros, desde que partilhando o mesmo quarto, sendo que, se não houver acompanhante, o quarto será partilhado com outro agente de viagens.

Esta oferta da Travelplan é válida para reservas efetuadas até 30 de junho de 2025, não sendo abrangidas as reservas de grupo. Todas as condições desta oferta podem ser consultadas aqui.

 

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Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel, uma nova referência na hotelaria a Norte na nova edição da Publituris Hotelaria

A edição de fevereiro da Publituris Hotelaria faz capa com o mais recente Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel, que surge de uma parceria entre a marca Tivoli, da Minor, e a Sogevinus. Neste número, encontre ainda uma entrevista com Nuno Ferreira, representante do Guia Michelin em Portugal, e Rudi Azevedo, CEO da RM HUB.

No número 224 da revista Publituris Hotelaria o destaque vai para o Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel, uma unidade hoteleira que nasce nas antigas caves de Vinho do Porto Kopke após um investimento de 50 milhões de euros e de uma parceria entre a marca Tivoli, do grupo Minor, e da Sogevinus.

Francisco Viana Brito, diretor-geral deste novo hotel, dá conta dos planos traçados para a unidade hoteleira, as experiências que pretendem dinamizar à volta do vinho Kopke e da possibilidade de estabelecer sinergias com os projetos turísticos vizinhos. De seguida, uma entrevista com Pedro Braga, CEO da Sogevinus, revela os contornos desta parceria e o investimento da empresa de vinhos na área do enoturismo.

Esta é também a edição em que celebramos o 20.º aniversário da Publituris Hotelaria, onde passamos em revista algumas das capas mais emblemáticas destas duas últimas décadas e os destaques que chegaram à primeira página.

Com a aproximação da segunda edição da Gala do Guia Michelin Portugal, o número deste mês inclui uma entrevista com Nuno Ferreira, representante do Guia Michelin em território nacional. A evolução do panorama gastronómico em Portugal, mas também a apresentação das Chaves Michelin pelo Guia em abril de 2024, guiaram esta conversa.

No especial deste mês, conheça as empresas fornecedoras que vão estar presentes na Better Tourism Lisbon Travel Market – BTL, que este ano decorre de 12 a 16 de março.

No capítulo dos Fornecedores, Rudi Azevedo, CEO da RM HUB, dá conta da formação em revenue management lançada pela RM Academy, que segue um formato de subscrição.

Já a rubrica “Palavra de Chef” destaca David Jesus, chef nos espaços de restauração do L’AND Vineyards. A idealização das cartas para os restaurantes Mapa e Café da Viagem, a formação das equipas e a importância da sazonalidade marcaram esta conversa com o chef que acredita que a evolução para crescer mais e melhor faz-se de forma consciente e, sobretudo, com tempo.

Na “Inspeção” deste mês, viajámos até Budapeste para lhe dar a conhecer o Áurea Ana Palace Hotel, uma ode à cidade húngara e à imperatriz Sissi. Aberto desde 2021, o boutique hotel é uma unidade histórica que resulta da renovação de dois edifícios antigos do final do século XIX e início do século XX.
Por fim, brindamos com as escolhas de Gonçalo Cosme, responsável comercial da Almeida Garrett Wines e co-founder da Garrafeira Tesouros de Baco.

Os indicadores desta edição foram fornecidos pela Guestcentric, sendo que os artigos de opinião são assinados por André Cavalheiro (Highgate Portugal), Mariano Faz (AHM) e Leonardo Simões (ADHP Júnior).

Leia a edição completa através do link.

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Turismo tem nova linha de 30M€ para o desenvolvimento sustentável

A portaria que regulamenta o novo programa foi esta quinta-feira, 20 de fevereiro, publicada em Diário da República, prevendo o financiamento seja feito exclusivamente através de verbas do Turismo de Portugal.

O governo lançou um novo programa para o desenvolvimento sustentável do turismo, denominado “Crescer com o Turismo” e que conta com uma dotação de 30 milhões de euros.

A portaria que regulamenta o novo programa foi esta quinta-feira, 20 de fevereiro, publicada em Diário da República, prevendo o financiamento seja feito exclusivamente através de verbas do Turismo de Portugal.

A dotação de 30 milhões de euros inclui 15 milhões a fundo perdido e a outra metade a título reembolsável, podendo a verba ser aumentada por “recurso exclusivamente a verbas próprias do Turismo de Portugal e em função das necessidades que vierem a registar-se durante a utilização da presente linha de apoio financeiro”, lê-se o diploma, que foi assinado pelo  secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado.

“O limite máximo de apoio, a título não reembolsável, é de 400 mil euros por projeto ou, no caso de uma candidatura conjunta, por entidade, com exceção dos casos em que a entidade beneficiária revista a natureza de empresa, circunstância em que o valor máximo do apoio, a título não reembolsável, é de 200 mil euros”, refere ainda o texto do documento.

Entre as entidades beneficiarias encontram-se as “entidades públicas, incluindo aquelas em cuja gestão as entidades da administração central do Estado, regional e local tenham posição dominante”, assim como “entidades privadas sem fins lucrativos, nomeadamente aquelas que tenham por missão o desenvolvimento dos territórios e das comunidades locais”.

Também as “entidades nacionais da economia social que sejam instituições particulares de solidariedade social ou entidades equiparadas sem fins lucrativos, em funcionamento há mais de três anos”, e micro, pequenas ou médias empresas (PME), desde que integradas em projetos de inovação social, podem candidatar-se a apoios no âmbito deste programa.

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Rali de Portugal gerou impacto económico de 183,3M€

O Rali de Portugal, que decorreu entre 09 e 12 de maio, gerou um impacto económico 11,29% superior à prova de 2023, contribuindo para aumentar a estada média nas regiões Norte e Centro e para uma imagem “amplamente positiva” do país a nível internacional, segundo um estudo da Universidade do Algarve.

O Rali de Portugal, que decorreu entre 09 e 12 de maio, gerou um impacto económico de 183,3 milhões de euros, o que representa um aumento de 11,29% ou 18,6 milhões de euros face à prova de 2023, avança um estudo da Universidade do Algarve, citado pela Lusa.

Este estudo concluiu que o evento gerou 93,67 milhões de euros em despesa direta por parte dos adeptos, equipas e organização nas regiões, dos quais 36% foram provenientes de visitantes estrangeiros, incluindo 25% que visitaram pela primeira vez o país.

O Rali de Portugal, que passou por 14 municípios das regiões Norte e Centro do país, “demonstrou um impacto transformador, conjugando desenvolvimento económico, valorização mediática e reforço da identidade territorial”, lê-se no estudo.

A prova gerou uma receita fiscal de 22,6 milhões de euros e atraiu também, ao longo de quatro dias, 1,2 milhões de assistências, tendo os espetadores ficado cerca de 2,9 noites nos locais onde decorreu a prova,  numa média que sobe para as 3,2 noites no caso dos visitantes estrangeiros.

De referir é ainda o alcance mediático que a competição registou, com um tempo total de transmissão televisiva de 873 horas e 15 minutos, sendo que 90% desse tempo foi transmitido em direto, em mais de 100 países.

Japão, Finlândia, Espanha, Itália, Reino Unido e Indonésia foram os mercados estrangeiros mais impactados pela transmissão do Rali de Portugal, seguindo-se mercados emergentes como Turquia, Taiwan e Chile.

O estudo apurou ainda que, devido ao Rali de Portugal, a perceção da imagem de Portugal através das regiões envolvidas foi amplamente positiva, com 94,8% dos visitantes nacionais e 96,9% dos visitantes estrangeiros a classificarem-no como “bom” ou “muito bom”.

“O destino foi classificado como bonito, verde, acolhedor, com destaque para a sua natureza e gastronomia”, refere ainda o trabalho da Universidade do Algarve sobre a prova, que é organizada pelo Automóvel Club de Portugal (ACP) e que integra o calendário do WRC – Campeonato Mundial de Ralis.

No que respeita à organização do rali, “as palavras mais referidas foram espetacular, organizado, adrenalina, emoção e convívio, sendo que a maioria, cerca de 66%, manifestou intenção de regressar no inverno”.

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OTA pesam 18% nas reservas de atrações turísticas

O crescimento das OTA na venda de reservas de atrações a nível mundial aumentou relativamente ao período pré-pandémico.

Um estudo da Arival – “The State of Visitor Attractions” – mostra que as OTA realizam 18% de todas as reservas de atrações a nível mundial, em comparação com menos de 10% antes da pandemia.

Segundo o documento, a distribuição de bilhetes para atrações turísticas, que incluem locais e monumentos culturais, museus, jardins zoológicos e aquários, miradouros e parques de diversões, sofreu uma transformação significativa nos últimos cinco anos. “As atrações turísticas há muito que são os principais motores do turismo, a razão para visitar um destino”, considera Douglas Quinby, cofundador e diretor executivo da Arival.

“A vontade dos viajantes de visitar estes locais é ilimitada, mas a disponibilidade de bilhetes e a capacidade técnica da indústria turística para lhes aceder não o são. Os grandes mercados de experiências de viagem online reconhecem isso e têm feito investimentos significativos para disponibilizar bilhetes para atrações, em alguns casos apesar das próprias atrações, em vez de em colaboração com elas”, salientando, contudo, que “ainda há muito trabalho a ser feito para ligar as atrações ao ecossistema global de distribuição de viagens”.

Apesar do crescimento das OTA e dos sites das atrações, a venda de bilhetes ‘offline’ continua a ser, de longe, o maior ponto de venda, concluindo a Arival que uma em cada três atrações não utiliza um sistema modernizado de venda de bilhetes online e não tem conectividade digital com os revendedores.

 

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Ryanair oferece desconto de 20% em reservas para destinos no Norte da Europa

A promoção da Ryanair aplica-se a viagens que decorram em março, abril e maio, incluindo países como a Dinamarca, Suécia ou Noruega. As vendas decorrem até 28 de fevereiro.

A Ryanair lançou uma nova promoção e, desta vez, está a oferecer um desconto de 20% em reservas de voos para destinos no Norte da Europa, numa oferta que é válida para reservas até sexta-feira, 28 de fevereiro.

A promoção, indica a Ryanair num comunicado enviado à imprensa, aplica-se a viagens que decorram em março, abril e maio, incluindo países como a Dinamarca, Suécia ou Noruega.

Copenhaga, capital da Dinamarca; Estocolmo e Göteborg, na Suécia, assim como Oslo, capital da Noruega, são alguns dos destinos que a Ryanair destaca nesta promoção, que é ideal para quem precisa de um “retiro tranquilo, um excitante city-break ou uma exploração histórica”.

“Experiencie a Escandinávia como nunca antes, a última oferta relâmpago da Ryanair oferece 20% de desconto em março, abril e maio para viajar para a deslumbrante Europa do Norte”, afirma um porta-voz da Ryanair, citado no comunicado divulgado.

As vendas estão a decorrer através do website da Ryanair desde esta sexta-feira, 21 de fevereiro, e terminam à meia-noite da próxima sexta-feira, dia 28.

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Airbus vê lucro líquido a subir 12% para 4,23MM€ em 2024

A Airbus obteve, no ano passado, um lucro líquido de 4,23 mil milhões de euros, valor que representa um aumento de 12% face a 2023 e que ficou perto do recorde alcançado em 2022.

No ano passado, a Airbus obteve um lucro líquido de 4,23 mil milhões de euros, valor que representa um aumento de 12% face a 2023 e que ficou perto do recorde alcançado em 2022, avança o fabricante aeronáutico europeu, em comunicado.

A Airbus justifica o aumento do lucro líquido com o melhor desempenho da divisão de aviões comerciais, que compensou as dificuldades enfrentadas pelos negócios do setor espacial e da defesa.

Já o lucro operacional registou um aumento de 15% no ano passado, passando para 5,3 milhões de euros, ainda assim abaixo das previsões do fabricante aeronáutico europeu, que estimava um lucro operacional de 5,5 mil milhões de euros em 2024.

“Confirmando a forte procura pelos nossos produtos e serviços, atingimos a nossa previsão para 2024, um ano desafiante para a Airbus”, sublinha o presidente executivo da Airbus, Guillaume Faury, citado na informação divulgada.

Recorde-se que a Airbus tem vivido alguns problemas de fornecimento, que estão a atrasar as entregas de novos aviões comerciais, problema ao qual se junta a perda de 656 milhões de euros de lucro operacional no segmento espacial, devido à concorrência da norte-americana SpaceX.

Este ano, a Airbus conta entregar 820 aviões comerciais, em comparação com os 766 do ano passado, num número que representou uma descida de quatro aparelhos face às previsões da empresa.

Recorde-se que a Airbus tinha inicialmente estabelecido uma meta de 800 entregas em 2024, que foi reduzida para 770 em junho, em ambos os casos abaixo dos 863 aparelhos entregues em 2019, antes da pandemia da COVID-19.

“Dado o ambiente complexo e em rápida mudança em que continuamos a operar, consideramos que 2024 foi um bom ano”, refere ainda Christian Scherer, líder da divisão de aviões comerciais da Airbus, em comunicado.

 

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Macau recebeu 3,65 milhões de visitantes em janeiro

Janeiro foi o segundo melhor mês de sempre para Macau em termos de visitantes, com um total de 3,65 milhões de visitas contabilizadas, num crescimento de 27,4% face a janeiro de 2024.

Macau recebeu, em janeiro, 3,65 milhões de visitantes, naquele que foi o segundo melhor mês de sempre para o território, avança a Lusa, que cita a Direção dos Serviços de Estatísticas e Censos de Macau.

Os 3,65 milhões de visitantes recebidos em janeiro representam um crescimento de 27,4% face a janeiro de 2024 e é o segundo valor mais elevado de sempre num mês, depois de agosto, quando passaram por Macau mais de 3,65 milhões de visitantes.

Os dados da Direção dos Serviços de Estatísticas e Censos de Macau mostram, no entanto, que mais de 59% dos visitantes (2,16 milhões) chegaram em excursões organizadas e passaram menos de um dia na cidade.

A Lusa recorda que, no ano passado, o Governo Central divulgou uma série de medidas de apoio a Macau, como o aumento do limite de isenção fiscal de bens para uso pessoal adquiridos por visitantes da China, tendo alargado ainda a mais 10 cidades da China a lista de locais com “vistos individuais” para visitar Hong Kong e Macau.

Além disso, desde 01 de janeiro que os residentes da vizinha cidade de Zhuhai podem visitar Macau uma vez por semana e ficar até sete dias.

Por isso, o número de visitantes de janeiro é um reflexo direto destas políticas, já que 91% dos visitantes do território em janeiro eram provenientes da China continental ou de Hong Kong, enquanto apenas 241 mil foram visitantes internacionais.

Os números de janeiro não foram ainda mais expressivos porque, este ano, o Ano Novo Lunar contou com menos 3,5% de visitantes face ao ano passado, o que impediu que janeiro trouxesse um novo recorde de visitantes a Macau.

Maria Helena de Senna Fernandes, diretora dos Serviços de Turismo de Macau (DST), estima que, este ano, Macau receba entre 38 e 39 milhões de visitantes, ultrapassando os 34,9 milhões de visitantes contabilizados em 2024 e que representaram um crescimento de 23,8% face ao ano anterior.

No entanto, o melhor ano de sempre para Macau em termos de visitantes foi 2019, quando o território contabilizou 39,4 milhões de visitas.

 

 

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ERT Alentejo e Ribatejo promove “Bolsa de Negócios” na BTL 2025

De 12 a 14 de março, a Entidade Regional do Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo promove diversas iniciativas no âmbito da Bolsa de Negóicos.

Durante a BTL – Better Tourism Travel Market 2025, a Entidade Regional do Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo irá promover inúmeras iniciativas nos dias dedicados aos profissionais do setor, com várias entidades e empresas do Ribatejo e Alentejo a terem a oportunidade de participar na Bolsa de Negócios, com o objetivo de apresentarem os seus vários produtos e serviços.

José Santos, presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, adianta que o espaço da região irá contar com a presença de mais de 20 entidades a “promover e divulgar a sua diferenciação junto dos operadores turísticos”, salientando que, “através de reuniões diretas e exclusivas, terão a oportunidade de potenciar parcerias de negócio”.

As entidades presentes na Bolsa de Negócios estarão organizadas por dias temáticos. Assim, o dia 12 de março, quarta-feira, será dedicado ao Enoturismo, no dia 13 de março será a vez da Náutica e Fluvial Marítimo e o dia 14 de março foca-se na Natureza e Património.

No dia 12 de março (Enoturismo), estarão presentes entidades como a Torre de Palma, Quinta do Quetzal, Vinhos do Alentejo, Gerações da Talha, Ervideira, Casa de Santa Vitória, Rota dos Vinhos do Tejo. No dia seguinte (13 de março – Náutica e Fluvial Marítimo) marcam presença a Adral/Sines Tecnopolo, Estação Náutica de Sines, Estação Náutica de Mértola, Estação Náutica de Avis, Estação Náutica de Odemira, Estação Náutica de Alandroal, Estação Náutica de Monsaraz, Estação Náutica de Moura – Alqueva e Estação Náutica de Ponte de Sor – Montargil.

Finalmente, no último dia dedicado aos profissionais (14 de março – Natureza e Património) estarão presentes Sines Sea View – Sovereign Magic, Corktrekking, Natours Passeios, Rota Vicentina, Bike Tours Portugal e as áreas protegidas do Parque Natural da Serra de São Mamede, do Parque Natural do Vale do Guadiana, da Reserva Natural das Lagoas de Santo André e da Sancha e a Área Protegida Privada Montado do Freixo do Meio.

De referir que a ERT do Alentejo e Ribatejo estará no Pavilhão 1, no stand 1C01, com mais de 1.200m2, no qual estarão representados todos os municípios e 29 empresas.

José Santos conclui que “a oferta turística do Alentejo e Ribatejo será promovida e potenciada quer durante os dias destinados aos profissionais de Turismo como nos dias para o público final. O facto de sermos destino nacional convidado permite-nos reforçar a apresentação das nossas mais-valias junto dos diferentes públicos daquela que é a maior feira nacional de turismo realizada em Portugal e que atrai milhares de visitantes”.

Recorde-se que no primeiro dia da BTL (12 de março), será realizada a apresentação da Candidatura do Baixo Alentejo a ‘Cidade Europeia do Vinho 2026.

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