Turismo da ONU apela ao G20 para liderar a transformação do setor
As economias do G20 devem liderar o caminho para garantir que o turismo cumpra o seu enorme potencial para construir um futuro mais justo e sustentável para as pessoas e o planeta, apela o Turismo da ONU na reunião dos Ministros do Turismo deste grupo de países, que decorreu em Belém (Brasil).
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Na reunião dos Ministros do Turismo das economias do G20 em Belém, Brasil, o Secretário-Geral do Turismo da ONU, Zurab Pololikashvili, observou que o setor está a caminho de recuperar totalmente os níveis pré-pandêmicos até o final deste ano. Dado isso, o foco deve agora mudar para o futuro, com ênfase em capacitar e incluir comunidades locais, combater as mudanças climáticas e progredir na natureza líquida positiva e circularidade.
Segundo Pololikashvili, “o turismo depende muito da biodiversidade, da estabilidade climática e dos recursos naturais. Acelerar a ação climática no turismo é essencial para a resiliência do setor e das comunidades anfitriãs.” Neste contexto, aplaudiu o foco da Presidência do G20 do Brasil na inclusão e na sustentabilidade.
O G20 compromete-se com a promoção do turismo sustentável, resiliente e inclusivo, e a Declaração de Belém, aprovada por unanimidade, e que marca o encerramento da presidência brasileira do G20 no Turismo, destaca as diretrizes para o desenvolvimento sustentável do setor e a cooperação internacional.
“Um marco para o turismo global”. Assim, os líderes das 20 maiores economias do mundo qualificaram a “Declaração de Belém”. O documento será apresentado durante a cimeira dos líderes em novembro.
O documento estabelece entre as premissas para o desenvolvimento turístico mundial garantir um maior protagonismo à sustentabilidade; à qualificação profissional e ao investimento em infraestrutura.
Os líderes também propõem uma abordagem colaborativa entre governos, setor privado e comunidades locais para impulsionar a atividade turística de forma responsável e resiliente, alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Presidido pelo ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, o encontro de autoridades do G20, no fim de semana, contou com a presença de 44 delegações de vários países membros e representantes de organizações internacionais, além de convidados. O evento finalizou um ciclo de reuniões técnicas iniciado em fevereiro de 2024 e que teve agendas em Brasília e no Rio de Janeiro.
As diretrizes contemplam medidas em áreas críticas identificadas pelos integrantes do G20, com ênfase na necessidade de cooperação multilateral para enfrentar desafios como a recuperação pós-pandemia de Covid-19 e a adaptação às mudanças climáticas.
Um dos destaques da reunião foi a apresentação do “Dashboard de Melhores Práticas”, uma plataforma criada com o objetivo de compartilhar iniciativas de sucesso, reforçando a importância de ações conjuntas para a promoção do turismo sustentável.
A ONU Turismo, representada pelo Secretário-Geral da organização, destacou o seu compromisso com programas de educação e de atração de investimentos, procurando capacitar trabalhadores e impulsionar o turismo como vetor de desenvolvimento socioeconômico.
Também foram expostas recomendações para o acesso a linhas de financiamento de instituições internacionais e bancos multilaterais, focadas em quatro áreas prioritárias: resiliência climática, desenvolvimento social, criação de novos produtos turísticos em comunidades locais e infraestrutura compartilhada. Essas ações procuram assegurar que o turismo alcance seu pleno potencial, gerando crescimento económico e prosperidade compartilhada.
“Dados da OIT mostram que cerca de 880 mil empregos em turismo anualmente exigirão formação especializada até 2030 e que 25% dos stakeholders do turismo relatam escassez significativa de mão de obra qualificada, particularmente em funções de atendimento ao cliente e executivas”, observou Pololikashvili, que também lembrou o papel que o turismo pode ter no desenvolvimento e saudou o foco do G20 no turismo e no financiamento do desenvolvimento.
“Para muitos países em desenvolvimento, incluindo países menos desenvolvidos e pequenos estados insulares em desenvolvimento, o turismo é uma grande fonte de emprego, ganhos em moeda estrangeira e receitas fiscais, no entanto, o setor continua a ser negligenciado como uma ferramenta para o desenvolvimento, com os desembolsos totais da Assistência Oficial ao Desenvolvimento para o turismo permanecendo abaixo de 0,25% do total da AOD” disse.
Refira-se que as economias do G20 representam mais de 70% de todas as chegadas e receitas turísticas internacionais geradas em todo o mundo e 82% do PIB global do turismo. Em 2023, o setor foi responsável diretamente por 3,1% do PIB do G20, 5% de todas as exportações do grupo e 23% de todas as suas exportações de serviços.
Em 2023, as economias do G20 receberam 900 milhões de chegadas de turistas internacionais. Nos primeiros sete meses de 2024, as chegadas de turistas internacionais ao G20 atingiram 97% dos níveis pré-pandêmicos, com países como Arábia Saudita (+73%), Turquia (+15%), Espanha (+11%), Japão (+7%) e Brasil (+1%) liderando o crescimento e já superando os níveis de 2019.