Ilhas Maurícias querem mais viajantes portugueses e CPLP pode ser uma ponte importante
De visita oficial ao nosso país, o Presidente das Ilhas Maurícias, Prithvirajsing Roopun, aproveitou a ocasião para se encontrar com diversos agentes do setor do turismo português. Numa apresentação do destino, Prithvirajsing Roopun salientou que as Ilhas Maurícias registaram uma recuperação excecional pós-pandemia e espera que Portugal contribua para a consolidação do turismo no país, referindo que “estamos em Portugal não só para falar de negócios, mas também de experiências”.

Victor Jorge
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Com uma população de 1,2 milhões de habitantes, as Ilhas Maurícias receberam, em 2023, 1,3 milhões de viajantes. Viajantes, porque a Autoridade de Promoção Turística da Maurícia (MTPA) pela voz do seu diretor, Arvind Bundhun, bem como pelo Presidente das Ilhas Maurícias, Prithvirajsing Roopun, admitem que “não queremos simplesmente turistas. Queremos viajantes, pessoas que se envolvam com a comunidade e que procuram as experiências que proporcionamos a quem nos visita”.
A convite do Chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, Prithvirajsing Roopun revelou na apresentação realizada em Lisboa que “tivemos reuniões muito positivas com a AICEP e com representantes do turismo em Portugal e convidámos Portugal a fazer parte do desenvolvimento do turismo nas Ilhas Maurícias”.
“O que já alcançámos ainda é pouco relativamente ao que queremos alcançar enquanto destino turístico, mas a sensação de hospitalidade e bem receber unem-nos e temos de aproveitar esta realidade”, considerou o Presidente das Ilhas Maurícias, assinalando ainda que “isso só se consegue numa situação win-win” e que “através desta visita criámos pontes e fazer crescer esta relação e o turismo é parte fundamental”.
Na apresentação do destino ficou claro que as ilhas Maurícias nunca serão – nem querem – ser um destino de turismo de massas e que tem muito mais para oferecer do que as praias. Para tal, há todo um leque de atividades, experiências e segmentos a explorar que incluem, além da já referida praia, a natureza, casamentos, MICE, cultura, luxo, gastronomia, wellness, golfe e cruzeiros.
Não existindo ligação direta entre Portugal e as Ilhas Maurícias, “algo que gostaríamos que fosse alterado, até pela proximidade com Moçambique e pelo voo direto que a TAP disponibiliza para Maputo”, Arvind Bundhun revelou que “o crescimento de visitantes portugueses tem sido assinalável, passando dos 1.500, em 2019, para 2.500, em 2022, atingindo os 5.000 no ano passado”, admitindo que o objetivo é aumentar este número de forma sustentável.

Arvind Bundhun, Autoridade de Promoção Turística da Maurícia (MTPA)
Atualmente, o diretor da MTPA considera ser “importante haver voos ponto-a-ponto, mas não existindo, temos de encontrar alternativas”, destacando a estratégia de hubs disponibilizada pela Emirates e Turkish Airlines, existindo ainda voos oferecidos pela Air Mauritius, Kenya Airways ou voos sazonais da NEOS ou Iberojet, admitindo, no entanto, que “a forma mais fácil e rápida de chegas às ilhas é através do aeroporto Charles de Gaulle (Paris, França)”.
Apostando na diversificação, inclusão e autenticidade do destino, Arvind Bundhun assinalou existir “muito potencial nos mercados emissores mais pequenos como Portugal e é nestes que estamos a apostar, com estratégias bem definidas e constantes”.
Mas é de França que a maioria dos viajantes chegam às Ilhas Maurícias, representando, em 2023, cerca de 30% do total, seguida do Reino Unido.
Com uma oferta de 114 hotéis licenciados e não mais de 15.000 camas na hotelaria, número que cresce para 30.000 contabilizados a restante oferta de alojamento, tanto o diretor da Autoridade de Promoção Turística da Maurícia como o Presidente da República salientaram que “temos todo o cuidado com o desenvolvimento e crescimento do turismo”, até porque “não queremos um turismo massificado e já sentimos o impacto das alterações climáticas”.
Com uma estadia média que passou de 9 noites, em 2019, para 13 noites, em 2023, e as receitas a subirem 25% de 2022 para 2023, Arvind Bundhun admitiu que “sabemos bem a importância da sustentabilidade e do impacto que os voos de longo curso têm na pegada climática”.
Por isso, Arvind Bundhun concluiu que, “a nossa meta é chegar aos 2 milhões de viajantes nos próximos 10 anos. Mas também nos perguntamos se realmente queremos atingir esse número sem prejudicar o nosso ecossistema e, fundamentalmente, que habita o nosso território”.
Em cima da mesa, e para concluir, esteve também a adesão das Ilhas Maurícias à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que Marcelo Rebelo de Sousa, de resto, defendeu quando se encontrou com o seu homólogo Prithvirajsing Roopun e que, segundo o mesmo, é importante “encorajar os estudantes mauricianos a aprenderem português, com o apoio da CPLP”, já que pode “ajudar as relações com Moçambique”, país lusófono mais próximo das Ilhas Maurícias, e “assim, criar mais uma ponte com Portugal”.