Estratégia do Mercado das Viagens é crescer em qualidade, subir as vendas e alcançar mais rentabilidade
O Mercado das Viagens, que se reuniu na sua V Convenção, este fim de semana em Elvas, com o lema “Viajar vale mais”, pretende crescer este ano não só ao nível de entrada de novas agências de viagens, com a incorporação de quatro novas lojas, mas de faturação, pelo menos em dois dígitos, quando em 2023 o volume de negócios gerado pelo grupo de franchising aproximou-se muito dos 12 milhões de euros, um aumento de 7% face ao ano anterior.
Carolina Morgado
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Os dois administradores do grupo, Nuno Pereira e Carlos Silva, e o diretor geral, Adriano Portugal, disseram aos jornalistas que o objetivo do Mercado das Viagens é crescer sustentadamente e não em quantidade, até porque “não queremos perder a nossa própria identidade”. O propósito do Mercado das Viagens é incorporar quatro novas agências de viagens a somar às 18 que agrega de norte a sul de Portugal e Terceira nos Açores. O plano aliás, é não ultrapassar as 30/35 agências de viagens nos próximos anos. “Para manter a qualidade de serviço que prestamos sem aumentar a equipa, não vamos angariar agências desmesuradamente”, asseguraram. Gostariam de abrir pelo menos duas agências de viagens no centro do país e uma ou duas nos arredores de Lisboa. Quando à Madeira “tem de ser muito bem estudado, pois a concorrência é fortíssima”.
“Queremos crescer com os pés assentes no chão, em qualidade e não só em quantidade. Temos de ter empresas sustentáveis e queremos dar apoio à nossa rede sempre e cada vez melhor”, realçaram num encontro com jornalistas à margem da sua V Convenção que decorreu este fim de semana em Elvas, com o tema “Viajar vale mais”, que é também o slogan adotado desde o primeiro momento da criação do Mercado das Viagens, até porque acreditam que as pessoas crescem e aprendem com as viagens. “Queremos que faça cada vez mais sentido viajar”. Esta convenção contou com 58 participantes da rede mais os seus parceiros, totalizando cerca de 100 pessoas.
O que o Mercado das Viagens transmitiu aos seus franchisados foi que 2023 foi um ano muito positivo não só para o grupo, mas também para todo o mercado, mas com a mensagem que 2024 é uma incógnita por vários motivos e que os conflitos a nível mundial a que se tem assistido, “não são abonatórios”. Adriano Portugal acrescentaria que “estou em crer que vamos ter um ano muito bom, mas e preciso ter os pés bem assentes no chão e dar os passos certos”.
Já Carlos Silva disse que a mensagem que “queremos passar é que o Mercado das Viagens é uma marca nacional e já estamos em praticamente todas as regiões do país e, ao virmos para o Alentejo também quisemos mostrar ao mercado que não olhamos só para o litoral, mas que queremos posicionar-nos no interior com agências da nossa marca, e já temos contactos para isso”.
A convenção de Elvas, como habitualmente, contou com um dia reservado aos administradores das agências de viagens que compõem o grupo, em que, segundo nos confidenciaram, fez-se um balanço do ano que passou, apontaram-se os objetivos para 2024 e as estratégias que estão a ser lineados e que passam, nomeadamente, por subir as vendas e alcançar mais rentabilidade. “Queremos que as empresas associadas à marca tenham a máxima rentabilidade possível e, para isso, é preciso encontrar os mecanismos certos”, consideraram, recusando a abordagem de “vender por vender”.
O grupo de franchising faturou o ano passado cerca de 12 milhões de euros, um crescimento de 7% face a 2022. O objetivo em 2024 é subir dois dígitos, sem contar com as novas quatro agências que, em 2024, passarão a fazer parte do mundo deste grupo, até porque, para elas, será um ano de arranque e com uma participação muito residual no volume de faturação. A formação às suas agências de viagens tem sido uma das grandes apostas do Mercado das Viagens, com participação de todos os players de mercado, tem promovido ações em duas épocas do ano, após a BTL e pós o verão.
Os destinos mais vendidos o ano passado pelo Mercado de Viagens, que tem no lazer o seu principal core business e destinos em operação charter, foram Cabo Verde, Caraíbas, Maiorca, Menorca e Senegal. Assim, a Solférias, Ávoris e W2M foram os operadores turísticos posicionados no top 3, enquanto no segmento de bed banks, destacaram-se a Tour10, Veturis e W2M.
Sobre a necessidade do mercado apresentar novos destinos, até porque as agências de viagens necessitam de ter mais alternativas para apresentar aos seus clientes, os responsáveis do Mercado das Viagens destacam o Brasil, destino que “mais cedo ou mais tarde vai voltar a dar o clique. Não é por acaso que os operadores turísticos têm vindo a aumentar os seus allotments na TAP. Pensamos que o Brasil está a voltar outra vez a ser acessível por parte do cliente. É o destino que mais nos perguntam nas agências, pois já não está com aquela inflação que tornava incompatível para o turista português, embora não seja o que mais vendemos”, referiu Nuno Pereira.
Para ser agente de viagens do grupo, para além de ser obrigatório alguém do turismo ou que tenha à frente da loja um especialista em viagens, é preciso que o empresário tenha como principal objetivo a valorização da marca que foi, recentemente, objeto de um rebranding, em termos de cor, de imagem, sem mexer na identidade que é o nome.
No que diz ainda respeito à marca, o grupo oferece à rede um departamento de marketing totalmente gratuito. Disseram os três responsáveis que 80% do orçamento do Mercado das Viagens no que se refere ao marketing é virado para o digital e, durante a convenção foi anunciado um embaixador da rede para este ano, que “terá um papel preponderante em tudo o que fazemos, ajudar-nos a divulgar a marca, a nossa imagem e a nossa identidade, e que, por sua vez, se reveja na nossa estratégia”, foi dito. Neste caso, trata-se da influencer Sara Prata.
Em relação aos serviços disponibilizados à sua rede de agências de viagens, os responsáveis do Mercado de Viagens deram conta das diversas plataformas como a Optigest e a GBN, bem como o seu consolidador aéreo próprio, lançado em colaboração com a Amadeus há aproximadamente um ano. Além disso, o grupo está à procura de outras plataformas, e até em negociações, com um agregador de hotéis, com vista a poupar tempo aos seus agentes de viagens em pesquisa e facilitar o trabalho do dia a dia.
Criação de produto próprio não está nas intenções deste grupo de franchising de agências de viagens. No entanto, “estamos a trabalhar com grupos e programas muito específicos só para as nossas agências de viagens, que os operadores não têm publicado no mercado e que o cliente não encontra na net. É isso que faz sentido: dois ou três grupos com produtos muito específicos que nos permita alcançar outro tipo de metas”, evidenciaram.
Neste caso, os olhos estão postos para destinos operados a partir de Istambul com a Turkish Airlines, considerado um grande parceiro do Mercado das Viagens. No entanto, e como no Porto estão a operar cada vez mais companhias aéreas, “faz sentido juntar outros destinos”.
A concluir, os três responsáveis do Mercado das Viagens realçaram que “o que temos tentado encontrar são mecanismos para que as nossas agências de viagens se tornem cada vez mais autónomas no produto que têm que apresentar aos seus clientes e não sejam apenas dependentes dos operadores turísticos”.