Estudo mostra que os residentes apoiam turismo no Porto e turistas adoram a cidade
Apenas 4% dos residentes na Área Metropolitana do Porto (AMP) consideram que o turismo tem efeitos negativos na cidade do Porto, apurou um estudo do ISAG-European Business School (ISAG-EBS), que concluiu ainda que 90% dos turistas que visitam a cidade pretendem regressar.
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Apenas 4% dos residentes na Área Metropolitana do Porto (AMP) consideram que o turismo tem efeitos negativos na cidade do Porto, apurou um estudo do ISAG-European Business School (ISAG-EBS), que concluiu ainda que 90% dos turistas que visitam a cidade pretendem regressar.
O estudo, denominado ‘Sustentabilidade Económica do Turismo no Porto’, foi realizado ISAG-European Business School (ISAG-EBS), em parceria com o Centro de Investigação em Ciências Empresariais e Turismo da Fundação Consuelo Vieira da Costa (CICET-FCVC), e resultou da aplicação de inquéritos por questionário, numa amostra de 678 residentes na AMP.
De acordo com este estudo, mais de metade dos residentes na Área Metropolitana do Porto defendem que o turismo tem efeitos positivos na cidade, destacando mais-valias como a capacidade de gerar riqueza e emprego, de atrair investimento e o facto de o setor ser, nos dias de hoje, o principal motor do desenvolvimento económico da cidade.
No entanto, também há críticas e o impacto inflacionista nos preços é um dos maiores problemas que os residentes na AMP identificam, nomeadamente no comércio e na habitação, motivo pelo qual defendem que “o governo local e o governo central devem tomar medidas para evitar a subida dos preços”, tendendo ainda a concordar que “as autoridades governativas devem impor limites ao número de turistas”.
Contudo, apenas 3% dos dos inquiridos consideram que o setor tem sobretudo efeitos negativos e somente 1% diz que só traz efeitos negativos, existindo ainda 44% que consideram que o setor traz efeitos positivos e negativos, e 26% que afirmam que traz sobretudo efeitos positivos. Para 25% dos inquiridos, os efeitos positivos são apenas para a cidade do Porto.
“Os inquiridos foram convidados a avaliar, numa escala de concordância de 1 a 5 valores, os principais contributos do setor para a economia do Porto, tendo considerado que é importante em termos económicos’ (4,35), uma das principais fontes de rendimento para o desenvolvimento (4,17) e que o aumento dos rendimentos da população está relacionado com o desenvolvimento do setor (3,67)”, lê-se numa nota enviada à imprensa pelo ISAG-EBS.
A capacidade do turismo na captação de investimento (4,11) e na criação de emprego para a população local (4,09) foram também contributos reconhecidos ao turismo, sendo ainda reconhecido que a diminuição da atividade fará com que um grande número de habitantes perca o seu posto de trabalho (3,83).
Os inquiridos consideram ainda que o aumento dos impostos relacionados com o setor contribui para o aumento das receitas públicas (3,73) e que a população local está motivada para criar negócios no setor (3,66).
No que diz respeito aos efeitos negativos, os inquiridos concordam que o setor tem um impacto inflacionista nos preços praticados na cidade (3,84), mostram um certo grau de discordância perante a afirmação de que o artesanato é vendido a preços justos (2,79), tal como as refeições e as bebidas (2,61) e os produtos locais (2,56). E tendem a discordar que o ‘preço global do alojamento/habitação é justo’ (2,08).
Por isso, acrescenta a informação divulgada, os residentes na AMP defendem que o governo e/ou o município devem tomar medidas restritivas para evitar subidas de preços (4,25), assim como para preservar o ambiente e conservar os recursos turísticos (3,94), defendendo ainda que se devem impor limites ao número de turistas no Porto (3,01).
Além da opinião dos residentes, o estudo do ISAG-EBS procurou saber também qual é a opinião dos turistas sobre a cidade do Porto, partindo de uma amostra de 223 residentes fora da AMP ou no estrangeiro.
O estudo apurou que o grau de satisfação geral com a visita à cidade fixou-se nos 4,3 valores, sendo que cerca de 90% dos inquiridos disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a visita ao Porto.
“Compreende-se, portanto, a razão pela qual 94% tenham afirmado que tencionam recomendar o Porto a amigos e familiares e 90% tenham manifestado a intenção de repetir a visita àquele que foi considerado o Melhor Destino de Cidade do Mundo em 2022 e o Melhor Destino Europeu para Escapadela em 2023”, destaca o estudo.
De acordo com esta pesquisa, entre os inquiridos, 77% afirmaram estar em turismo na cidade, onde ficaram, em média, 4,7 noites, tendo a maioria escolhido ficar alojada em hotel (56%), principalmente de quatro estrelas (44%), três estrelas (29%) e cinco estrelas (21%), enquanto 21% ficou em unidades de Alojamento Local, 11% em casa de amigos ou familiares e outros 11% em hostels.
O preço (35%), a recomendação de amigos e familiares (21%) e a notoriedade do estabelecimento (18%) foram, segundo o estudo, os factores que levaram à escolha do alojamento.
Durante a estadia, os inquiridos disseram ter gastado, em média, cerca de 690 euros diários, valor que já inclui as despesas com alojamento (294,85 euros diários), as compras ou presentes (116,62 euros diários), as refeições (115,16 euros diários), as atividades de cultura e lazer (98,49 euros diários) e, por último, as deslocações (66,57 euros diários).
Já as visitas ao Centro Histórico do Porto (64 %), ao património/monumentos/museus (53%) e às caves do Vinho do Porto (41%), as experiências gastronómicas (40%) e de degustação de vinhos (30,94%) foram as principais atividades realizadas por quem visitou o Porto em turismo.