Alojamento e restauração foi o setor com maior aumento de faturação em 2022
O estudo da Informa D&B fez uma radiografia ao desempenho do tecido empresarial nacional e concluiu que o setor do Alojamento e restauração foi, no ano passado, aquele que liderou os crescimentos no que diz respeito à faturação, que aumentou 65% face a 2021.
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O setor do Alojamento e restauração foi o que registou o maior aumento de faturação em 2022, apurou um estudo da Informa D&B, que fez uma radiografia ao desempenho do tecido empresarial nacional ao ano passado.
O estudo, divulgado esta quinta-feira, 21 de dezembro, concluiu que o setor do Alojamento e restauração foi, ao longo do ano passado, aquele que liderou os crescimentos no que diz respeito à faturação, que aumentou 65% face a 2021.
Segundo a Informa D&B, “em todos os setores de atividade mais de metade das empresas viu, em 2022, crescer a sua faturação face a 2021”, com destaque para o Alojamento e restauração, Transportes e Serviços Gerais, onde o negócio cresceu 65%, 29% e 27%, respetivamente, apesar de terem sido setores que foram fortemente afetados pela pandemia da COVID-19.
O estudo da Informa D&B analisou o desempenho do tecido empresarial numa perspectiva global e setorial, de acordo com indicadores como volume de negócios, exportações, resultados líquidos, custos operacionais e emprego.
Os resultados mostram que “quase dois terços (65%) das empresas viram a sua faturação aumentar em 2022, uma percentagem superior à de 2021 e ainda mais face à que foi alcançada em 2019, onde 53% das empresas aumentaram as vendas”.
O volume de negócios agregado do tecido empresarial cresceu 24% face ao ano anterior, o que corresponde a um aumento de 82,5 mil milhões de euros e, mesmo descontando a inflação, o crescimento real do volume de negócios das empresas em 2022 foi superior a 15%.
“Os números que apurámos sobre o desempenho das empresas em 2022, para além de serem positivos em si mesmo, mostram dois outros dados muito relevantes: o crescimento acontece a seguir a um ano em que estes indicadores já tinham mostrado crescimentos significativos; além disso, todos os indicadores estão também acima de 2019, um ano que é ainda uma referência, por ser o último antes de um conjunto de eventos que introduziram forte instabilidade, tais como a pandemia e a guerra na Ucrânia”, destaca Teresa Cardoso de Menezes, diretora-geral da Informa D&B.
O crescimento da faturação foi comum a todas as dimensões de empresas, desde as microempresas até às grandes empresas, ainda que a Informa D&B destaque que “quanto maior a dimensão, maior foi o crescimento do volume de negócios, bem como a percentagem de empresas que registaram um aumento do volume de negócios”.
O estudo da Informa D&B apurou também que “mais de metade das empresas que operam no mercado externo (58%) registaram crescimento nos negócios com o exterior”, o que levou a que as exportações, que representam 20% do total do negócio das empresas, tenham crescido 25,5% em 2022, “mantendo a tendência verificada em 2021”.
Tanto nos bens como nos serviços, houve um aumento do comércio externo, com o mercado comunitário a manter-se como a maior fatia das exportações (69%), ainda que tenham sido os mercados extracomunitários os que registaram o maior crescimento (+28,7%).
Por setores, foi nos Transportes que se registou a maior percentagem de empresas com aumentos nas exportações (64%), enquanto os Grossistas tiveram o maior aumento (+39%) entre os principais setores exportadores.
A subir no ano passado, estiveram também os custos operacionais das empresas, num aumento que, assinala contudo a Informa D&B, “não foi proporcional ao aumento do volume de negócios, já que o resultado operacional em 2022 foi 20% superior ao registado em 2021”.
“A margem operacional deteriorou-se ligeiramente. Enquanto em 2021 o resultado operacional representava 9,4% do volume de negócios, em 2022 representa 9,1%”, acrescenta a Informa D&B.
Entre os custos que subiram, destaque ainda para os custos com o pessoal, que aumentaram em quase 60% das empresas, “apesar de apenas 22% ter aumentado o número de empregados”. Este aumento foi de 14% em 2022, com a Informa D&B a explicar que é “fruto não só da subida do emprego como também do salário médio por empregado”.
“Globalmente, o emprego registou em 2022 uma subida de 5%, com destaque para o setor do Alojamento e restauração, que depois de uma quebra durante o período pandémico, regista mais 14% de empregados do que em 2021, o que representa um quarto do aumento total no tecido empresarial”, refere ainda o estudo, sublinhando que “64% das empresas manteve o emprego, uma tendência que se verifica nos últimos anos”.
Nos gastos com o pessoal, a Informa D&B refere que, no ano passado, estes aumentaram, em média, 8,1%, valor que ficou “ligeiramente acima da inflação registada em 2022, com os maiores aumentos a terem lugar nos setores do Alojamento e restauração (+14%), Tecnologias da informação e comunicação (+13%) e Transportes (+13%)”.
O estudo da Informa D&B apurou ainda que a faturação e exportações das empresas nacionais nos três últimos anos foram superiores ao registado no triénio anterior, uma vez que, “em 2022, as empresas superam os valores de 2019 quanto a volume de negócios, exportações e emprego”.
“Os últimos anos foram marcados pela pandemia de Covid-19 e pela guerra na Ucrânia, com consequências nas empresas, como a paragem forçada da atividade ou os aumentos dos custos da energia, matérias-primas ou taxas de juro. Mas apesar deste contexto, o triénio 2019-2022 mostra um desempenho mais robusto do que no triénio anterior (2016-1019). Ambos os períodos registaram um crescimento no negócio das empresas e nas exportações. Mas esse crescimento foi mais acentuado no período de 2019-2022, apesar da queda ocorrida em 2020”, explica a Informa D&B.
A consultora recorda que, entre 2016 e 2019, tanto o volume de negócio como as exportações das empresas cresceram 19%, indicadores que cresceram, respetivamente, 30% e 35% no triénio de 2019 e 2022.
Já o “emprego mostra um comportamento diferente”, aumentando nos dois períodos, mas com diferenças, uma vez que, entre 2016 e 2019, cresceu 14% (325 mil empregos) e, entre 2019 e 2022, aumentou apenas 5% (116 mil empregos).