Vila Galé apresenta oficialmente o seu primeiro hotel nos Açores
Após a abertura do Vila Galé Collection São Miguel, o presidente do grupo hoteleiro, Jorge Rebelo de Almeida, não exclui a possibilidade de abrirem outras unidades nos Açores, apontando para locais como Terceira, Pico e São Jorge. Por enquanto, dá-se como certa a abertura de mais sete hotéis Vila Galé entre 2023 e 2024 em território nacional e internacional.
Carla Nunes
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O grupo Vila Galé apresentou oficialmente o seu primeiro hotel nos Açores, o Vila Galé Collection São Miguel, este sábado, 16 de setembro.
Após um investimento de 15 milhões de euros, o hotel de 92 quartos abre portas naquele que foi o antigo hospital de São Francisco, em Ponta Delgada, fruto de um acordo entre o grupo e a Santa Casa da Misericórdia, num direito de superfície por 40 anos, renovável.
Em conferência de imprensa, Jorge Rebelo de Almeida, fundador e presidente do grupo Vila Galé, explica que a concessão surgiu por via do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Braga, que apresentou o responsável do grupo ao provedor da Santa Casa de Ponta Delgada: “Foi aí que começou o namoro”, afirma.
Após obras de remodelação que começaram em março de 2022 – e que “estouraram” o orçamento previsto de 12 milhões de euros para 15 milhões de euros – o grupo abriu o Vila Galé Collection São Miguel apostado em criar “um hotel que fosse açoriano”, nas palavras de Jorge Rebelo de Almeida.
Para tal, no claustro do edifício foi reconstruída a história dos Açores, através de retratos e textos explicativos. Já na sala de reuniões, é possível fazer a leitura da história da aviação desta região autónoma, além de uma segunda sala de eventos, que presta homenagem às festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres. As restantes valências do hotel ficam completas com um restaurante, bar, Clube NEP e um spa construído na antiga cisterna do edifício.
A aposta na história dos Açores advém do facto de o presidente do Vila Galé acreditar que “para o turismo se valorizar, [este] tem de andar de mãos dadas com a cultura”, ao invés de copiar outros modelos. Como diz, “hoje, o futuro do turismo português passa por fazermos projetos autênticos. Ninguém faz um hotel como este, porque esta fachada é dos Açores”.
“Estes hotéis Vila Galé não pretendem trazer nada de diferente, pretendem absorver e valorizar a cultura local, integrar-se com a população micaelense. Até porque para os turistas é interessante virem a um espaço destes, que tenham clientes locais”, afirma, frisando a necessidade de se apostar num turismo equilibrado.
Alemanha e Brasil vistos como mercados de interesse
Relativamente aos mercados para esta unidade, Jorge Rebelo de Almeida refere que “não vão inventar nada”, procurando captar “os mercados tradicionais que já vêm para [os Açores] hoje”. O mercado alemão é olhado com interesse pelo presidente para este hotel, dado o potencial dos Açores junto deste público, “com destino de natureza e férias diferenciadas”. Também o Brasil é visto como um possível mercado emissor, no entanto, o administrador do grupo aponta para uma dificuldade: o facto de ser necessário fazer escala em Lisboa para chegar do Brasil aos Açores.
“Era importante que tivéssemos aqui algumas ligações diretas. Aos Estados Unidos já temos, que também são um mercado com potencial muito grande para crescer aqui, que pode vir não a pensar no sol e praia, mas na natureza, autenticidade e cultura do destino”, refere.
Sobre a abertura deste Vila Galé, a Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores, Berta Cabral, declarou na sessão de inauguração que “a aposta do Vila Galé nos Açores não podia ser mais oportuna”, dado que “o turismo na região cresce significativamente”.
Berta Cabral justifica a afirmação com o facto de “o ano passado [ter sido] o nosso melhor ano de sempre, com um crescimento de mais de 10% nas dormidas face a 2019”.
Refere ainda que “este ano, entre janeiro e julho, já crescemos mais de 20% face ao período homólogo de 2022”, sendo que “o número de passageiros desembarcados está também a atingir sucessivamente novos recordes, como aconteceu neste último mês de agosto, em que no acumulado desde janeiro crescemos 19,3% face a igual período de 2022”.
A Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas dos Açores destacou “ainda o crescimento dos proveitos, onde este ano já crescemos cerca de 28% até julho, depois do crescimento de 22% do ano passado”.
Novos destinos
Sobre o potencial para abrir uma segunda unidade nos Açores, Jorge Rebelo de Almeida afirma que, apesar de “termos uma carga brutal de projetos na cabeça, não está excluída a hipótese de fazer um novo projeto”.
“Terceira, Pico, são destinos interessantes. A minha ilha favorita é São Jorge, também temos de fazer lá qualquer coisa”, declara.
Como explica, “quando entramos numa região, vamos andando. Vai ao sabor do andamento das coisas. Os Açores é um destino que tem vindo a crescer muito, o transporte aéreo valorizou-se e tudo isso ajudou a fortalecer o destino”.
Acrescenta ainda que este “tem sido um destino surpresa, tem um cliente diferenciado. Não é destino de sol e praia, a necessidade deste destino é a natureza, o ambiente, a arquitetura, as tradições: um conjunto de coisas importantes para criar turismo. Não digo que vamos fazer porque não sei”.
Certo é que o grupo se prepara para abrir mais sete unidades entre 2023 e 2024, localizadas em destinos como Cuba, Espanha, Figueira da Foz, Elvas, Paço do Curutêlo, Paço Real de Caxias e Miranda do Douro.
Atualmente, o Vila Galé soma 41 unidades, nomeadamente 31 em Portugal e dez no Brasil.
*O Publituris viajou até Ponta Delgada, em São Miguel, Açores, a convite do grupo Vila Galé.