Turismo de compras vale 6% do valor total gerado pelo setor
Em 2019, o turismo de compras ascendeu a 178 mil milhões de dólares, correspondendo a 6% do valor total gerado pelo setor.
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De acordo com o mais recente “Global Retail Tourism: Trends and Insights”, realizado pelo e World Travel & Tourism Council (WTTC), o turismo de compras representou 6% do valor total gerado pelo setor, em 2019. Segundo as contas feitas pelo WTTC, o turismo de compras representou 178 milhões de dólares (cerca de 167 mil milhões de euros) no ano que antecedeu a pandemia COVID, excedendo nalguns destinos os 15% de representatividade.
No estudo realizado pelo WTTC, em parceria com o Centro de Pesquisa em Hotelaria e Turismo da Universidade Politécnica de Hong Kong e em colaboração com o The Bicester Collection, revela-se que, “apesar deste impulso significativo para as economias em todo o mundo, este segmento tem sido historicamente subinvestigado, levando à falta de dados críticos para a previsão estratégica”.
O último relatório do WTTC aborda esta lacuna, oferecendo informações sobre os hábitos de compra dos viajantes, incluindo visitas a destinos de compras fora da cidade e destaca tendências emergentes, como o retalho sustentável.
O relatório, diz o WTTC, “lança luz sobre o imenso potencial inexplorado do turismo de compras para os destinos e negócios”, salientando a entidade que este segmento começou a recuperar da pandemia de COVID-19 na maior parte dos mercados em 2021, com as Américas e a Europa na liderança. Demonstrando um crescimento notável, ultrapassou as economias globais em quase todos os mercados antes da pandemia, demonstrando a sua resiliência e perspetivas de crescimento futuro.
O WTTC admite mesmo que o turismo de compras está a desempenhar um papel “fundamental na recuperação do sector das viagens e turismo”, que viu as receitas do turismo inbound aumentarem 82%, em 2022. “Fazer compras não é mais apenas uma atividade de lazer, moldando as decisões de viagem, aumenta o apelo do destino, aumenta as receitas em moeda estrangeira e apoia marcas e produtos locais”, frisa o WTTC.
O relatório destaca temas emergentes, incluindo o “retailtainment” – a fusão do retalho e entretenimento – para incentivar as compras e melhorar a experiência do cliente.
Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, refere que o turismo de compras “não é apenas a compra de souvenirs, é uma força motriz por trás da recuperação do setor das viagens e turismo, contribuindo significativamente para receitas, criação de emprego e crescimento económico global”.
Por isso, admite que o relatório sublinha o “potencial inexplorado” do turismo de compras e a necessidade das partes interessadas em todo o setor das viagens e turismo para se adaptar às mudanças nas preferências dos viajantes. Os viajantes estão à procura de marcas autênticas que captam a cultura e a singularidade do seu destino, bem como o luxo das marcas num ambiente luxuoso”.
Já Desirée Bollier, Chair and Global Chief Merchant da Bicester Collection, admite que a fusão económica entre a prosperidade com experiências enriquecedoras, faz com que o turismo de compras eleva as comunidades ao mesmo tempo que celebra a herança”.
“Uma abordagem colaborativa entre o retalho, viagens e turismo eleva a jornada do viajante e equilibra o crescimento do setor com ações conscientes. Através da integridade do destino, tecnologia, a cooperação público-privada, empatia com o ponto de vista do viajante e defesa de políticas bem ponderadas, traçamos o caminho para o futuro dinâmico do turismo de compras”, salienta Bollier.
O diretor do Centro de Pesquisa em Hotelaria e Turismo da Escola de Hotelaria e Gestão de Turismo na Universidade Politécnica de Hong Kong, Haiyan Song, refere, por sua vez, que a “sustentabilidade nas viagens e no turismo continuará a crescer em importância após a pandemia da COVID-19 e é imperativo que os retalhistas entendam quanto os compradores e viajantes estão dispostos a pagar por produtos sustentáveis”.
Fornecendo informações sobre os padrões de gastos e preferências dos consumidores atuais dos turistas, o relatório ressalta a fusão do turismo experiencial com o de compras, indo ao encontro das exigências dos turistas de compras.
Embora as lojas de rua continuem a ser destinos de compras populares, o retalho fora da cidade também está a crescer em popularidade, com cerca de um terço dos inquiridos no estudo a admitir visitas a esses destinos.
Além disso, as compras online complementam, em vez de substituir, as experiências tradicionais de retalho, recomendando o relatório informações para as partes interessadas no turismo de compras, fornecendo orientação sobre como navegar com sucesso nessas tendências emergentes.
Embora o futuro do turismo de compras pareça positivo, o WTTC refere que é “essencial reconhecer e abordar certos obstáculos”, incluindo “desafios relacionados com a legislação laboral e o impacto das políticas de compras isentas de impostos”.
“A superação destas barreiras será crucial para o crescimento contínuo e a sustentabilidade deste setor dinâmico”, conclui o WTTC.