Créditos: ADHP
SETCS apela por um turismo “mais sustentável, inclusivo, digital e coeso”
O Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, marcou presença na sessão de encerramento do XIX Congresso da ADHP – Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal esta sexta-feira, 31 de março, onde firmou a “ambição [do Governo] de fazer mais e melhor para liderar o turismo do futuro – o que significa termos um turismo mais sustentável, inclusivo, digital e coeso”.
Carla Nunes
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Na sua intervenção, Nuno Fazenda começou por dar conta de que “nos últimos dois anos, entre 2010 e 2019, crescemos sempre acima de 10% no que diz respeito a receitas, sempre mais em valor do que em dormidas”, algo que considera ser um passo “na direção certa”. Já em 2022, “atingimos um novo recorde, superámos em mais de 15% as receitas turísticas [das quais] já tínhamos atingido o recorde em 2019”.
No entanto, e “apesar deste desempenho coletivo”, Nuno Fazenda afirma que “temos de ter a ambição de fazer mais e melhor para liderar o turismo do futuro”, razão pela qual enumerou os apoios disponíveis no âmbito dos apoios às empresas – que “têm de ser sempre uma prioridade do desenvolvimento económico e tem de estar na linha da frente numa política de turismo” – da promoção turística e da formação.
“Há espaço para instrumentos de política pública regional no quadro de previsão nacional”
No que diz respeito às empresas, o Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços dá conta de um aumento de 90% dos fundos europeus destinados às empresas – ou seja “as verbas que as empresas tinham no Portugal 2020, face ao somado entre o Portugal 2023 e o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) representa mais 90% para as empresas”.
Já no âmbito da agenda “Transformar Turismo” do PRR, Nuno Fazenda aponta que “foram recentemente contratualizados 150 milhões de euros para apoio às empresas no domínio da transição digital e climática”.
Para este mês de abril será também aberto no âmbito do Portugal 2023 “um aviso do sistema de incentivos para apoio às empresas – onde o turismo também é uma área elegível enquadrada”.
Por fim, Nuno Fazenda dá conta do reforço do Programa APOIAR, no final de 2022, com a mobilização de “70 milhões de euros em menos de um mês e o apoio a 28 mil empresas”.
No âmbito da promoção turística, o Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços declara que o Governo tem “uma ambição ao nível do marketing e da promoção turística de Portugal e das regiões”.
“Falo sempre de Portugal e das regiões porque, sem prejuízo de uma visão nacional, temos de ter pensamento regional. As prioridades diferem de região para região. Há espaço para pensamento regional, para instrumentos de política pública regional no quadro de previsão nacional”, defende.
Revisão das categorias dos profissionais de turismo em cima da mesa
Na sessão de encerramento do congresso, Fernando Garrido, presidente da ADHP, frisou que a associação “continua focada na necessidade de reconhecer as profissões e os profissionais”, defendendo, por isso, que “não podemos ter por base uma estrutura de remuneração que tem nos seus alicerces categorias profissionais que já não existem”.
“Não estamos a afirmar que as categorias continuam a ser o correto para reconhecer as profissões. No entanto, temos de garantir que as profissões são desempenhadas por profissionais competentes e altamente formados”, afirma o presidente da ADHP.
Para que isso aconteça, Fernando Garrido aponta que “é fulcral que o reconhecimento público, social e financeiro exista – caso contrário estamos a entregar na mão de qualquer pessoa o bem que nas últimas crises foi o motor da retoma em todas elas”.
Sobre este assunto, Nuno Fazenda declara que o Governo inscreveu “como uma prioridade a revisão das categorias dos profissionais de turismo”, a par de uma “campanha de valorização” destas profissionais, ainda em calha.
Adianta ainda que as linhas de apoio do Turismo de Portugal vão ser reforçadas, “com a majoração do financiamento para as empresas que têm boas práticas laborais”: “Também temos de diferenciar positivamente as empresas que acolhem e empregam melhor”, defende Nuno Fazenda.
Relativamente à formação, o Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços dá conta de “um plano nacional para modernizar e equipar ainda mais as Escolas do Turismo de Portugal”, bem como da “intensificação dos programas de formação no domínio da internacionalização das nossas empresas, na capacitação dos empresários e gestores”.
“Podemos ter uma estratégia, as prioridades definidas, os instrumentos de financiamento, mas só os conseguimos implementar se trabalharmos em conjunto. Não é o Governo que pode fazer sozinho, não é uma autarquia que pode fazer sozinho, não é a empresa A ou B, é trabalhando em conjunto, como temos feito em muitas ocasiões e projetos, que podemos continuar a ser mais competitivos na esfera do turismo internacional”, termina.