Viagens aéreas registaram “forte recuperação” em fevereiro e sem “grande impacto” da guerra na Ucrânia
De acordo com os dados da IATA, em fevereiro, o aumento das viagens aéreas chegou aos 115,9%, ainda que, em comparação com o período pré-pandemia, se continue a registar um decréscimo de 45,5%.
Inês de Matos
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As viagens aéreas registaram, em fevereiro, uma “forte recuperação” face a período homólogo do ano passado, num crescimento que chegou aos 115,9%, ainda que, em comparação com o período pré-pandemia, se continue a registar um decréscimo de 45,5%, segundo dados revelados esta quarta-feira, 6 de abril, pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
A IATA mostra-se, no entanto, satisfeita com o crescimento observado em fevereiro, uma vez que este também traduz “uma melhoria” relativamente a janeiro, quando se tinha apurado um crescimento de 83,1% em relação a janeiro de 2021, o que indica que o problema da Ómicron parece estar a diluir-se e que o início da guerra na Ucrânia na se refletiu na procura de viagens aéreas.
No comunicado divulgado, a IATA diz que esta “forte recuperação” foi possível na “medida em que os impactos relacionados com a Ómicron foram moderados fora da Ásia” e também porque “a guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro, não teve grande impacto nos níveis de tráfego”.
Segundo a IATA, a melhoria foi essencialmente proveniente do tráfego internacional, que subiu 256,8% em relação a fevereiro de 2021, depois de, em janeiro, já se ter registado um aumento de 165,5% a em relação ao mesmo período do ano anterior.
Já o tráfego doméstico aumentou 60,7% em fevereiro, depois de, em janeiro, já ter crescido 42,6%, com a IATA a realçar que “houve grande variação nos mercados monitorados” mas que, apesar da tendência de subida também nas viagens domésticas, este tráfego ainda ficou 21,8% abaixo dos níveis registados em fevereiro de 2019.
“A recuperação das viagens aéreas está ganhando força à medida que os governos em várias partes do mundo levantam as restrições às viagens. Os estados que persistem em tentar bloquear a doença, em vez de geri-la, como se faz com outras doenças, correm o risco de perder os enormes benefícios económicos e sociais que a restauração da conectividade internacional trará”, considera Willie Walsh, diretor-geral da IATA.
A IATA diz que “todas as regiões melhoraram seu desempenho em relação ao mês anterior”, ainda que, em comparação com fevereiro de 2019, antes da chegada da pandemia da COVID-19, se mantenha uma descida de 59,6%.
Por regiões, foi na Europa que o tráfego aéreo internacional mais cresceu, num aumento que chegou aos 380,6% em fevereiro, depois de já ter crescido 224.3% em janeiro. Já a capacidade aumentou 174.8% na Europa e o load factor cresceu 30.3 pontos percentuais, para 70,9%.
Na América Latina, o tráfego aéreo internacional também registou uma subida expressiva de 242,7%, que se soma ao aumento de 155.2% apurado em janeiro. A capacidade, por sua vez, apresentou um crescimento de 146,3%, enquanto o load factor aumentou 21,7 pontos percentuais, chegando aos 77%, naquele que foi o load factor mais elevado entre todas as regiões do mundo, pelo 17.º mês consecutivo.
Na América do Norte, o cenário em fevereiro foi igualmente animador, uma vez que o tráfego aéreo internacional registou um aumento de 236,7%, depois de já ter subido 149,0% em janeiro. A capacidade cresceu também 91,7% e o load factor ficou 27,4 pontos percentuais acima do registado em fevereiro de 2021, fixando-se nos 63,6%.
No Médio Oriente, o tráfego cresceu 215,3% em fevereiro, subida que se junta ao crescimento de 145,0% que já tinha sido registado em janeiro, enquanto a capacidade assistiu a um aumento de 89.5% e o load factor cresceu 25,8 pontos percentuais, para 64,7%.
Na Ásia-Pacífico o crescimento apurado em fevereiro foi mais moderado e chegou aos 144,4%, depois de ter subido 125,8% em janeiro. Nesta região, a capacidade subiu ainda 60,8% e o load factor aumentou 16,1 pontos percentuais, para 47,0%, o mais baixo entre todas as regiões.
Mas o crescimento mais baixo foi apurado em África, onde o tráfego aéreo internacional apresentou um aumento de apenas 69,5% em fevereiro, depois de, em janeiro, também ter crescido somente 20,5%. Já a capacidade aumentou 34,7% e o load factor subiu 12,9 pontos percentuais, para 63,0%.
Segundo a IATA, o crescimento registado neste início de 2022 está a permitir o crescimento da procura para “os níveis de 2019”, uma vez que o tráfego de fevereiro já ficou 45,5% abaixo de igual mês do período pré-pandemia, enquanto em janeiro ainda tinha ficado 49,6% abaixo de janeiro de 2019.
A IATA estima que, nos próximos meses, exista “um grande aumento no número de passageiros” e pede, por isso, aos operadores aeroportuários para estarem preparados para dar resposta ao aumento da procura, de forma a evitar as filas que já estão a ser relatadas em alguns aeroportos nestas semanas antes da Páscoa.