“Com o alívio das medidas restritivas em Portugal e a nível europeu haverá mais estabilidade daqui para a frente”
Considerando que a realização da BTL será “um sinal de dinamismo do setor”, Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé, pede um reforço da comunicação para “mostrar ao mercado que o turismo está de volta”.
Victor Jorge
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De 16 a 20 de março, o Grupo Vila Galé irá participar na BTL 2022 e mostrar as novidades que tem para o mercado interno e externo, nomeadamente, no Brasil. Além do desafio da pandemia e da sazonalidade que o grupo procurou e procura atenuar com o lançamento de novos produtos mais virados para segmentos que podem viajar todo o ano, o administrador do Grupo Vila Galé coloca ainda a tónica na atração de recursos humanos para o sector, “onde a procura por parte das empresas supera muito a oferta”.
Que expectativas possui relativamente à BTL 2022 a, praticamente, um mês do início do evento e depois da não realização em 2020 e 2021?
A BTL é um dos eventos mais importante do setor em Portugal. Este ano, após a pausa de dois anos imposta pela pandemia, ganha ainda maior relevância. A nossa expectativa é que seja o primeiro grande momento de reencontro e que acabará por marcar o início da retoma do turismo nacional. A realização da BTL será um sinal de dinamismo do sector, de que estamos a voltar à vida e que estamos prontos para recuperar e puxar pela economia do país.
O que poderemos esperar da participação do Grupo VILA GALÉ nesta BTL 2022?
Encaramos a presença na BTL como uma ótima oportunidade para mostrar as novidades da Vila Galé, estreitar o relacionamento com os nossos parceiros e avaliar novas oportunidades de negócio.
Este ano, todos estes objetivos ganham uma nova dimensão e relevância se tivermos em conta que estivemos dois anos praticamente parados e em que os contactos existentes eram sempre à distância.
Por outro lado, nos dias em que é aberta ao público, procuramos fortalecer a relação com o consumidor final, o que, nesta fase, é particularmente importante para reforçar a mensagem de confiança e de que viajar é totalmente seguro.
Tendo em conta que o mercado nacional tem muito peso nos hotéis Vila Galé, queremos também agradecer a preferência dos portugueses ao longo destes dois anos, em que deram um forte contributo para o turismo interno, que foi essencial para reduzir as perdas e os maus resultados.
A estratégia do Grupo VILA GALÉ terá como alvo o mercado interno ou externo? Que importância possui, neste aspeto, o programa dos “Hosted Buyers”?
A presença na BTL e a estratégia de divulgação vai destinar-se tanto ao mercado interno como externo. Vamos focar-nos no Brasil, onde temos a maior rede de resorts do país, mas também procurar chegar aos mercados mais importantes para nós, como o espanhol, britânico, alemão, nórdico, francês, norte-americano, entre outros. Nesta vertente, o programa de “Hosted Buyers” é essencial para encontrar novos canais e parceiros.
Que oferta diferenciadora tem o Grupo VILA GALÉ para oferecer ao mercado e que irá ser foco na BTL 2022?
Vamos apresentar algumas novidades como o Vila Galé Alagoas, mais um resort que vamos abrir no Brasil em junho deste ano, e os projetos que temos para Portugal, em particular nos Açores, Tomar e no Alentejo. Mas, naturalmente, também destacaremos os restantes 37 hotéis, as renovações que temos vindo a fazer com abertura de novos restaurantes e espaços. E as outras marcas do grupo, como as pizzarias Massa Fina, os Satsanga Spa & Wellness, os Clubes NEP com a sua famosa mascote infantil e as marcas de vinhos e azeites Santa Vitória, do Alentejo, e Val Moreira, do Douro.
À semelhança do que aconteceu nos anos anteriores, também teremos uma campanha exclusiva para a BTL.
A sazonalidade continua a ser um dos grandes desafios a ultrapassar pelos hotéis em Portugal?
Sim, é um desafio que temos procurado atenuar com o lançamento de novos produtos mais virados para segmentos que podem viajar todo o ano, por exemplo, na área do turismo cultural, da gastronomia e vinhos, do ecoturismo ou do turismo de saúde.
Assim, conseguimos criar várias motivações para visitar o destino e os hotéis Vila Galé, onde também temos vindo a alargar a oferta de experiências temáticas. Aqui, temos propostas muito diversificadas que conjugam o alojamento com outras atividades como passeios de tuk-tuk, visitas a museus, provas de vinhos, aulas de mergulho ou de surf, circuitos de golfe, momentos de spa, românticos ou para viver em família.
Mas nesta fase há outros grandes desafios. Desde logo, recuperar das enormes quebras provocadas pela pandemia. E, noutra vertente, a atração de recursos humanos para o sector, onde a procura por parte das empresas supera muito a oferta. Teremos de mostrar a quem está no mercado que trabalhar em turismo é atrativo, desde logo, pela rápida progressão na carreira, pela hipótese de mobilidade e flexibilidade, pela formação de qualidade e pelas oportunidades de evoluir profissional e pessoalmente. Mas também para mostrar que, enquanto empregadores, estamos empenhados em melhor as condições laborais.
Entretanto, a ITB já cancelou o evento presencial, que se deveria realizar uma semana antes da BTL, a FITUR teve uma edição que superou, segundo os presentes, as expectativas, a BIT de Milão também foi adiada. Como se gere esta expectativa e dúvida relativamente a medidas e restrições que poderão ser colocadas a qualquer hora e dificultar ou até impossibilitar a participação?
De facto, não é muito fácil de gerir e exige uma grande flexibilidade e rápida capacidade de adaptação e resposta. Mas, queremos acreditar que, com o que parece ser um movimento mais consistente no alívio das medidas restritivas em Portugal e a nível europeu, haverá mais estabilidade daqui para a frente.
Este poderá ser o evento da retoma para o setor do turismo ou ainda existem demasiadas dúvidas e incertezas?
A nossa expetativa, e desejo, é que seja um evento de retoma.
Falando agora especificamente do Grupo VILA GALÉ, como correu o ano de 2021 e que expectativas possuem, aos dias de hoje, relativamente a 2022?
Em 2021, perdemos quase 50% do negócio em Portugal e em torno de 15% no Brasil. Esperamos que 2022 seja um ano melhor do que os anteriores, mas ainda abaixo de 2019. Além da evolução da pandemia, a retoma da atividade ainda está dependente de outros fatores como a redução das medidas restritivas, que não é homogênea pelo mundo, a velocidade de reposição das ligações aéreas e a promoção que os destinos fizerem para captarem turistas.
Além da BTL 2022, que outras ações irão desenvolver para este ano de 2022 e que mercados terão como alvo?
Até agora, temos tido campanhas como a que está em curso em fevereiro que dá descontos até 20% nos hotéis Vila Galé, em Portugal, nas reservas feitas durante este mês, para estadas entre 1 de abril e 31 de outubro.
Se tivesse de fazer um pedido à organização da BTL 2022, qual seria?
Pediria para manter a feira e fazer um reforço da comunicação para mostrar ao mercado que o turismo está de volta.
No final do evento, que balanço gostaria de conseguir fazer?
No final do evento, por parte da Vila Galé, gostaríamos de poder dizer que tivemos oportunidade de rever todos os nossos parceiros nacionais e internacionais presencialmente e que nos dias de público retomámos os volumes de visitantes e de reservas que estávamos a ter antes da pandemia.