As propostas da candidata Raquel Rodrigues Pereira (Chega) para o turismo em Albufeira
Que importância possui o turismo para Albufeira? O Turismo é neste momento, a base da sustentabilidade económica de Albufeira. É da máxima importância e tem sido negligenciado em todas as […]
Victor Jorge
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Que importância possui o turismo para Albufeira?
O Turismo é neste momento, a base da sustentabilidade económica de Albufeira. É da máxima importância e tem sido negligenciado em todas as frentes.
A autarquia tem falhado com os empresários locais, com os turistas e com a população residente que trabalha na área. O tratamento do turismo aquando da atual pandemia, só veio provar que o turismo precisa de um posicionamento totalmente diferente e que a autarquia teve sucessivas falhas e más decisões, que levaram à rutura dos micro empresários, da não abertura de grande parte dos hotéis do concelho e dos restaurantes, e ao aumento do desemprego em +322%.
Que medidas merecem a sua aprovação e o que foi feito que, sob a sua liderança, não seria realizado? O que teria feito de diferente durante este período pandémico e como antevê o regresso à tão desejada “normalidade” do turismo em Albufeira?
Aprovo as ajudas que deram a alguns empresários locais, muito embora os concursos não tenham tido a transparência que considero imperativa; as obras públicas, muito embora seja ridículo que, uma vez mais, tenham sido quase todas deixadas para o ano das eleições autárquicas; a criação da app do cidadão que permite uma maior rapidez na resolução de questões locais, mas que pecou por chegar tarde e a más horas. Teria feito quase tudo diferente! O quê? Para começar, é certo que o turismo é mais do que necessário para a continuação do crescimento e sustentabilidade do concelho, mas, a pandemia que vivemos atualmente, veio-nos mostrar, claramente, que não devemos colocar todos os ovos no mesmo cesto.
Isto é, mesmo sendo o turismo, a grande aposta da região, o mesmo tem vindo a ser ‘vendido’ como opção low-cost, quando, por força das condições naturais que temos, deveria ser vendido como opção de luxo. Segundo dados da Organização Mundial de Turismo, o turismo de luxo é responsável por 25% de toda a renda gerada no turismo mundial, mas representa apenas 3% do movimento de todos os turistas. Logicamente que para isso, teriam de ser criadas condições que não existem, nomeadamente, linhas de apoio aos empresários da hotelaria para que pudessem alterar os seus espaços, recrutar e/ou formar os seus RH, criação de apoio de praia que pudessem competir com o turismo de luxo mundial, nomeadamente lava-pés e WC que são inexistentes, passadeiras de praia e apoio para as pessoas com deficiência motora. Não basta haver autorizações de construção e criação de hotéis de luxo sem limite.
Questões como a sustentabilidade, overtourism, segurança, digitalização e mobilidade estão na ordem do dia no turismo. Que propostas tem para estes pontos (e outros) em concreto?
Penso que no âmbito da sustentabilidade posso dizer que tenho alguns documentos preparados para levar, nomeadamente, ao Governo e às instâncias centrais, de forma a conseguir forma de apoiar os empresários locais e novos empreendedores a fixarem-se na região, nomeadamente a nível de indústria, coisa que deixou de existir no Algarve com a dedicação quase total ao turismo. O conceito de turismo que vivemos no concelho tem de ser indubitavelmente melhorado e vocacionado para outra vertente, mais abrangente e menos low cost. Nisso não sinto sequer que o próprio Turismo do Algarve esteja a ser um grande exemplo. Prémios disto e daquilo, mas na prática o que se vê é um turismo colocado ao abandono.
Quanto à segurança, pretendo um reforço imediato de Polícia Municipal, implementação de vídeo vigilância nas zonas mais críticas do concelho, nomeadamente as zonas de turismo noturno (Oura e Baixa). É imperativo que sejam implementadas equipas de guardas noturnos, como já se verifica, por exemplo, em Quarteira e Lagos com tremendo sucesso.
Na questão da mobilidade, é absolutamente necessário implementar a linha rodoviária “GIRO” em todo o concelho e com horários mais abrangentes. Por fim, não esquecendo o turismo, é necessário criar melhores condições nos pontos de praças de táxis, por exemplo, melhoramento de opções de estacionamento, principalmente, nos pontos críticos junto às praias.
O que falta fazer em Albufeira no que diz respeito ao turismo e que já deveria estar ou ter sido feito?
É deveras importante a criação de condições para que se possa retirar o título de turismo low-cost a um concelho que tem tudo para ser um ponto emblemático do turismo de luxo mundial. Para isso é a autarquia que tem de dar as guias e criar condições para que os empresários da região possam seguir e trilhar o restante caminho. Não parte dos outros, mas sim do município. Toda a gente fala do turismo de inverno, mas na prática pouco ou nada se faz. Coisas tão simples como um mercado de inverno à séria com venda e exposição de produtos locais, atividades verdadeiramente apelativas a nível cultural e, principalmente, a nível de desporto são a base da solução.
Eleito presidente, quais as primeiras e principais medidas a tomar em benefício do e para o turismo em Albufeira?
As primeiras medidas serão, sem dúvida, as que exigem a transparência na gestão do município, pois sem isso é fazer mais do mesmo e temos de cortar de forma imediata com compadrios e favoritismos.