Norman Foster critica arquitetos por abonarem projetos de aeroportos
Responsável por vários projetos de aeroportos, o arquiteto Norman Foster critica quem abandona este tipo de projetos refugiando-se nas questões climáticas.
Victor Jorge
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O galardoado arquiteto Norman Foster, vencedor do Prémio Pritzker e fundador da Foster+Partners, criticou, recentemente, os arquitetos por abandonarem projetos de construção de aeroportos devido a preocupações com o impacto ambiental das viagens aéreas.
Foster defendeu a sua posição de continuar a trabalhar com o setor da aviação ao site dezeen.com, sugerindo que que outras empresas ou gabinetes estão a ser “hipócritas por não trabalharem aeroportos”.
“Realmente sinto que temos de trabalhar as infraestruturas ligadas à mobilidade”, disse Foster ao site, adiantando ainda que “temos de reduzir a pegada de carbono. Não podemos fugir disso, mas não podemos adotar uma postura moral hipócrita”, admitiu.
Numa recente entrevista à Bloomberg TV, Foster defendeu a sua posição por ter abandonado o grupo de ação para mudanças climáticas “Architects Declare”, devido às fortes críticas que a Foster+Partners sofreu por trabalhar projetos ligados à aviação, nomeadamente, o aeroporto de Amaala, na Arábia Saudita.
Foster referiu na entrevista que “todas as infraestruturas e formas de viajar têm uma pegada de carbono” e apontar somente os aeroportos seria “injusto, alegando que as viagens aéreas contribuem apenas com uma pequena percentagem das emissões globais de carbono.
O arquiteto salientou o facto de a maioria das estimativas calcular que a indústria da aviação contribuir com 2% a 3% das emissões totais de carbono, reiterando a visão de que a sua empresa “tem um papel a desempenhar na redução do impacto de carbono na aviação por meio de projetos de terminais aeroportuários”.
“As viagens aéreas não são somente de ter aviões no céu”, salientando que “a mobilidade das viagens em qualquer formato ou forma tem a ver com infraestruturas”. E continuou: “Por isso, os edifícios que fazem mover as pessoas para um comboio ou para uma aeronave consomem energia. Então é imperativo reduzir a pegada de carbono do transporte de mobilidade”.
Em conclusão, segundo Fosters, “a nossa sociedade é sobre mobilidade”.