“Quando tiver um modelo pronto a ser discutido, discuti-lo-emos todos juntos e com transparência”
Secretário de Estado do Turismo respondeu às criticas feitas ao novo modelo de promoção no âmbito dos Publituris Portugal Trade Awards.

Raquel Relvas Neto
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No discurso de abertura da 4ª edição dos Publituris Portugal Trade Awards, o secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, que optou por usar “a máxima franqueza” nas palavras que dirigiu aos vários empresários do sector presentes no evento, respondeu às várias críticas feitas no sector acerca do novo modelo de promoção externa para 2015 e da criação da Associação Nacional de Promoção Turística.
“Sei que pensam que aquilo que investimos em promoção ainda não é suficiente e não sou eu que vou discordar. Mas sei que pensam que há muitos que não há promoção. Que não há promoção como nos anos 90, de facto, não há. O mundo mudou, a nossa forma forma de promover mudou e não tenho dúvidas que a notoriedade do nosso destino, hoje mais forte, de tal forma que já nos classificaram como 8ª marca nacional de turismo mais valiosa do mundo, também vem da nossa promoção”, começou por dizer o executivo sobre o tema promoção.
Respondendo às dúvidas recentemente levantadas sobre o novo modelo de promoção para 2015, o SET realçou que: “Disse ao sector e mantenho que existe um défice de participação dos privados em matéria de promoção nacional, ela existe a nível regional, todos vivem felizes com isso, mas não existe a nível nacional. Disse ao sector, e mantenho, que as questões orçamentais a que estamos sujeitos e que vamos estar sujeitos no futuro e a existência de um novo quadro comunitário, empurra o sector para a necessidade de se organizar para com autonomia conseguir aumentar as verbas disponíveis para a promoção. Disse ao sector, e mantenho, que os outros sectores da economia, do calçado ao vinho, da agricultura à indústria alimentar já estão muito à frente nesta matéria, criaram já suportes associativos destinos à promoção e à internacionalização e alguns deles dispõem de valores superiores às verbas que o TP dispõe para fazer promoção.”
“Disse ao sector, e mantenho, que é minha função contribuir, se o sector quiser, para com o sector, dotar o turismo de uma estrutura, seja ela qual for, capaz de somar e multiplicar verbas como os outros sectores já estão a fazer. E propus-me, em conjunto com a CTP, estudar um modelo, porque é preciso um modelo que faça sentido e que beneficie o sector como um todo e que dá um valor acrescido. Disse ao sector, e mantenho, que quando tiver um modelo, onde ele faça sentido, colocarei à disposição, não imporei, colocarei à disposição. Não surpreende, que tenha eu sido claro e transparente, o sector tivesse começado a reflectir sobre o assunto, aquilo que me surpreendeu é que algum sector tenha discutido o que discutiu, em vez de olhar para o que está a acontecer em toda a Europa, França, Alemanha, ou para aquilo que está a acontecer em sectores como o calçado ou o vinho, em vez de perceber como é que uma organização com privados pode aumentar as verbas para a promoção como já se faz em todo o lado e até já se fazem nas agências promocionais”, acrescentou o secretário de Estado.
Adolfo Mesquita Nunes continuou: Em vez de discutir o melhor modelo de o fazer, em vez fazer valer valor acrescentado, discutiu-se aquilo que nem sequer estava em causa. Ouvi e li de tudo, que ia acabar com o Turismo de Portugal, que ia acabar com as regiões, que ia acabar com as agências, que ia criar um novo instituto, que eu estava ao serviço dos grandes grupos, que já tinha nome para presidente e tudo; que eu ia transferir dinheiro para os privados em troca de nada, que ia mudar radicalmente o modelo de um ano para o outro. Fiquei em silêncio porque me pareceu desnecessário entrar em discussão tão estéril, tão fora do essencial e sobretudo não focada naquilo que estava verdadeiramente em discussão.”
“Não vou criar institutos novos, não estou interessado em proteger nem interesses partidários, nem interesses empresariais, não tenho qualquer vontade de ceder a grupos, ou regiões ou pressões. (…) Não sei se estão recordados de um debate sem fim, durante um ano e meio que o sector teve sobre a lei das regiões, muito se disse, a lei está aí e todos agradecem o consenso da reorganização feita e estamos todos vivos e de saúde. Talvez fosse bom não cair no mesmo erro. Já agora, sou liberal, mas passar dinheiro do Estado para os privados sem nada em troca, não se chama liberalismo, chama-se socialismo. O modelo para 2015 pressupõe um acto de vontade do Governo, sim, mas pressupõe um acto de vontade do sector. Um acordo entre o sector e o Governo sobre o modelo em concreto. Não pode nem será feito nas costas do sector e tenho pouco jeito para entrar em guerras de protagonismo. Quando tiver um modelo tiver um modelo pronto a ser discutido, discuti-lo-emos todos juntos e com transparência. Não será um horror, nem o caos, nem o fim das regiões, nem o fim das agências, nem o fim do mundo, nem o fim do orçamento para a promoção, mas sim uma tentativa só de termos mais dinheiro para termos mais promoção”, concluiu.