“Estado paga mal e compra mal”
A crítica foi feita por Fréderic Frère no discurso de abertura do 6.º SVN. Secretário de Estado do Turismo reconheceu e destacou “esforço” em “pagar melhor”.
Patricia Afonso
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Salientado que o Salão de Viagens de Negócios (SVN), desde o seu início, tem como objectivo “aproximar a procura da oferta”, Fréderic Frère, CEO da Travelsotre Portugal, deu início a mais um SVN – Salão de Viagens de Negócios, que vai já na sua 6.ª edição. Contudo, o discurso do responsável ficou marcado pela crítica de que o “Estado paga mal”, levando a um “circulo vicioso.”
“Indústria importadora”
“É muitas vezes esquecido que esta indústria das viagens de negócios pode ser vista como uma importadora”, disse Fréderic Frére na sua intervenção, adiantando que, na sua opinião, “cada vez mais, num contexto em que se verifica uma nova atitude por parte das empresas, sobretudo das nacionais, na conquista do ‘mundo’, esta indústria é um elemento-chave que contribui para permitir que a logística associada a este movimento funcione da melhor maneira.”
O CEO da Travelstore, que dissertava sobre o estado deste segmento nos dias que correm, alertou, ainda, para que “muitas das empresas que se internacionalizam e estão nos mercados estrangeiros promovem indirectamente Portugal e isto, depois, resulta em reuniões, convenções e conferências organizadas por cá.”
“Estado paga mal”
Mas se os primeiros minutos deste discurso de abertura foram de enaltecimento da importância desta área, o memso ficou marcado pela crítica feita ao Estado no que respeita a pagamentos.
Destacando que o Secretário de Estado de Turismo, Adolfo Mesquista Nunes, está atento a factores do sector como o “comprar melhor” – um dos assuntos em debate no evento – Fréderic Frère aproveitou a ocasião para apelar ao Estado para passe a pagar de forma mais regular, assim como “comprar melhor.”
“O Estado português tem que comprar as suas viagens muito melhor. Infelizmente, não é politicamente correcto dizer, mas o Executivo, de uma forma geral e transversal a todos os sectores, é o primeiro a injectar o vírus no sistema quando paga mal aos fornecedores”, afirmou o CEO da Travelstore, continuando: “E entramos todos num ciclo vicioso de pagarmos mal uns aos outros, em vez daquilo que é a nossa vocação primeira: acrescentar valor aos nossos clientes.”
“O Estado paga mal e compra mal. Acho que tem uma abordagem na gestão das suas viagens e critérios para a selecção do seus parceiros completamente desactualizados”, considerou o responsável.
Em resposta a estas palavras, Adolfo Mesquita Nunes afirmou: “É verdade que o Estado paga mal. Reconheço que o Estado paga mal, estamos a fazer um esforço para pagar melhor.”
“No serviço que tutelo espero que o Estado pague bem e assumo a responsabilidade política por isso. Não terão, certamente, ninguém mais convicto de que o Estado muitas vezes só nos prejudica do que este que acaba de vos dirigir estas palavaras”, concluiu o Secretário de Estado do Turismo.