A Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal (TCP) tem um novo presidente a partir desta terça-feira, 15 de abril. Rui Ventura tomou posse, numa cerimónia realizada em Aveiro, sucedendo, assim, a Raul Almeida, cuja memória e trabalho foi lembrado durante o evento.
Assumindo “um inabalável compromisso de continuar ligado ao que nos une, o Turismo do Centro de Portugal”, Rui Ventura começou por recordar “a eleição expressiva”, tendo ficado apenas nove dos 159 associados por exercer o seu voto, salientando o “amplo envolvimento das duas candidaturas”, bem como “o interesse dos associados em querer estar presente na vida ativa da Entidade de Turismo do Centro de Portugal”.
“A partir de hoje”, frisou o novo presidente da Turismo do Centro, “é agarrar as oportunidades para atrair e agregar todos aqueles que se reveem na nossa diversidade turística, que é única”. “Este é um território ímpar, de mulheres e de homens notáveis”.
De resto, as pessoas estiveram sempre presentes ao longo do discurso de tomada de posse de Rui Ventura, admitindo que “não há turismo sem pessoas, não há turismo sem empresários, não há turismo sem o cuidado de cada autarca, em cada um dos seus conselhos, em conservar o melhor que existe em cada um desses territórios”.
“O setor mede-se pela sua capacidade de saber receber bem e ter competência para intermediar com sucesso, produtos, espaços e experiências”, sem esquecer que “o sucesso destas interações humanas tem impactos positivos nos ambientes económico, social e cultural”.
Não deixando de lado o fator segurança, Rui Ventura afirmou que “temos de ter a força e a coragem de continuar a trabalhar sem descanso no turismo de sustentabilidade ambiental. Temos de saber acompanhar os novos tempos e a necessária prosperidade com a inegável e importante agenda da descarbonização”.
Salientando ainda o compromisso “em tudo fazer para manter a identidade deste território, criando plataformas intermédias, onde, de forma regular, teremos de discutir, temos de nos complementar, criando âncoras que sejam sedutoras o suficiente para fazer despertar a curiosidade e, como consequência, proporcionar uma permanência mais prolongada do turista”.
No discurso de tomada de posse de Rui Ventura também houve tempo para alguns recados à tutela, nomeadamente, no “desafio para a criação do Hotel Escola, dando uma resposta especializada para que as diversas áreas do turismo não se percam, dotando o território de recursos humanos qualificados, atraindo-os para o território ou fazer com que permaneçam no nosso território”.
Além disso, Rui Ventura expressou a vontade de “alterar velhos paradigmas na mobilidade dentro do território e para o território”, até porque considera que “o Centro de Portugal tem condições únicas para ser uma alavanca de desenvolvimento para todo Portugal”, destacando a “aposta no nosso mercado principal [Espanha]”.
Por isso, o novo presidente da Turismo do Centro de Portugal deixou a pergunta: “Tentem descobrir qual é o país que os nossos irmãos espanhóis mais gostam de conhecer”. A resposta surgiu de seguida: “Asseguro-vos que vão deparar-se com a resposta e o desejo de conhecer Portugal e aí o Turismo do Centro ganhou um renovável reconhecimento nacional e internacional e tem sabido aproveitar as oportunidades para explorar e dar a conhecer o seu potencial de desenvolvimento turístico”.
Com a plena convicção que “este projeto ainda pode e deve ir muito mais além”, Rui Ventura destacou ainda “a articulação que deve existir entre a Entidade e a Agência [de Promoção Externa], sob pena de estarmos a duplicar recursos humanos e financeiros”. O presidente da TCP salientou ainda que “a estratégia de posicionamento da marca turística associada à região, tem diferentes variáveis sobre as quais importa refletir”, apontando a “comunicação do destino” como uma delas e, neste caso, “podemos e devemos centrar a nossa atenção numa das ferramentas em que tem assentado essa comunicação, o mapa turístico para o mercado nacional e internacional”.
Resumindo, nas palavras de Rui Ventura “a Entidade e a Agência devem estar mais articuladas”, considerando ser “importante e decisivo, pois garante a uniformidade e a redução na duplicação de trabalho e esforços entre as duas organizações”.
No final e dirigindo-se ao secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, Rui Ventura afirmou que “precisamos trabalhar na reforma da Lei 33, bem como o regime jurídico das organizações e funcionamentos das Entidades Regionais de Turismo”, considerando que “é uma lei ultrapassada”.
Até porque, considerou Rui Ventura, “as regiões têm provado que podem percorrer um caminho de maior autonomia administrativa e financeira, sem colocar em risco o alinhamento com a tutela do Turismo de Portugal”, concluindo que “todas as regiões, sem exceção, já provaram que sabem assegurar e manter esse alinhamento. Sabemos que juntos somos mais fortes e que há uma marca que a todos nos une, a marca Portugal”.