Go4Travel mantém curva de crescimento, revelou o seu CEO
A Go4Travel vai superar, este ano, o volume de negócios de 400 milhões de euros que o seu universo de agências de viagens e o próprio grupo alcançou em 2023, estima o CEO do grupo, Vasco Pinheiro, em declarações aos jornalistas, em Porto Santo, à margem da convenção do consórcio, que teve lugar este fim de semana. No entanto, o grupo está consciente que muitos desafios se estão a colocar ao setor da distribuição turística em geral, e no particular, às agências de viagens ligadas ao corporate, que constitui 70% do universo da Go4Travel.
Carolina Morgado
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Num encontro com os jornalistas, paralelamente à convenção da Go4Travel, que acaba de ter lugar em Porto Santo, o CEO deste consórcio de viagens, Vasco Pinheiro classifica este ano de “positivo”, numa sequência que “já vem desde 2022, o fim da pandemia, em que as coisas têm tido um processo de evolução muito positivo, ou seja, temos crescido, temos ganhos de negócio, continuamos com uma posição no mercado que é muito importante, e temos feito um caminho de adaptação aos desafios e às transformações que o mercado tem tido. Portanto, só podemos estar satisfeitos”.
Em 2023, em termos agregados, o grupo superou os 400 milhões de euros, “um valor já bastante representativo da força da Go4Ttavel, e este ano, as nossas perspectivas são positivas, embora não consiga dizer se vamos crescer 10, cinco ou oito por cento, porque é um universo tão disperso de empresas que é preciso ter resultados mais concretos ou mais próximos do fecho de ano para se perceber exatamente o que é que vai acontecer”.
Em relação aos principais desafios que o setor enfrenta, Vasco Pinheiro enumera “as alterações que acontecem no setor aéreo, que têm obrigado a procurar soluções, a adaptar-nos a esta nova realidade, e é esse o caminho que temos feito”, apontando que “são sempre processos que demoram bastante tempo, e que obrigam a preparar muito bem os caminhos e as decisões que vamos tomar, e é com isso que a Go4Travel tem trabalhado”, disse.
O CEO do consórcio de agências de viagens lembrou que na Go4Travel, composta por 44 acionistas, existem “muitas realidades diferentes”, e que todo esse trabalho “é sempre feito com uma lógica agregadora de todas as necessidades” das empresas que integram o grupo. Agora, “outros desafios que têm existido têm sido a continuação deste crescimento, e para isso ser feito é preciso contratar bem com fornecedores, daí que continuamos sempre a privilegiar fornecedores que sejam parceiros. Gostamos muito da palavra parceiros porque isto é um negócio que temos que ambos ganhar: Os nossos fornecedores, nós e o cliente” salientou.
Neste rol de desafios está, inevitavelmente o NDC. “A nossa adesão ao NDC acaba por ser semelhante ao que o mercado está a fazer, mas se calhar, temos um desafio maior. O corporate significa sempre uma coisa muito importante, que é serviço, o que obriga a necessidades e requisitos diferentes para conseguimos prestá-lo, e o NDC, como é sabido, e não estou a falar da realidade de companhias aéreas em Portugal, mas sim a nível global, tem tido caminhos nem sempre fáceis”, apontou Vasco Pinheiro, reclamando, que apesar de muito dependentes do que as companhias aéreas conseguem fazer, “não podem simplesmente abdicar do negócio corporate, mas adaptar-se às ferramentas que nós usamos, por muito que muitas vezes queiram seguir outros caminhos”.
Assim, “para nós são essenciais e continuam a ser o GDS. O facto de termos acordos de GDS – Travelport e Amadeus- fortes, significa a importância que continuam a ter no nosso negócio, com necessidades específicas”, sustentou, avançando não ter números exatos do volume que o consórcio emite em bilhetes de avião porque “varia muito de companhia para companhia, de GDS para GDS, e há agências com necessidades diferentes, ou seja, podem não ser tão obrigadas a usar o NDC, mas é um caminho natural que não só nós, mas como todo o mercado, tem que fazer”.
A Go4Travel é um grupo de agências de viagens, mas engloba também dois operadores turísticos, a Viajar Tours e a Lusanova, estando também a celebrar a reintegração da Nortravel na consolidação do grupo. O papel desses operadores no próprio grupo foi o que o Publituris pretendeu saber. Vasco Pinheiro responde que essas empresas, e até mesmo pelo historial que têm, não são só operadores, mas com outras áreas de negócio que justifica que estejam enquadradas, e lhes traz mais valias, mesmo no negócio de pura operação”, o que passa pelo facto de existirem sinergias que “são benéficas para essas empresas”, para lembrar que “se olharmos para o espectro dos acionistas, temos desde recetivos ao corporate, de incentivos aos grupos, do desporto aos bancos de cama, acabando assim por ter uma transversalidade que nos torna até muito elásticos”.
Sobre a reentrada da Nortravel, o Ceo da Go4Travel especificou que, quando o operador turístico foi comprado pelo grupo Ávoris “optou por sair do grupo de consolidação, à semelhança do que fez o Consolidador.com. O que a Nortravel está a fazer agora, foi voltar a reintegrar o grupo de consolidação da Go4Travel”, no âmbito do primeiro resultado do acordo de intenções celebrado o ano passado entre o consórcio e o grupo Ávoris. O responsável assegurou que, no quadro desta parceria, que está agora a começar, “vamos continuar a trabalhar noutras áreas, até porque o grupo Ávoris tem uma área de negócio ligado ao cooperativo, a BDC. Há aí muito caminho para desbravar”, esclareceu.
Em termos de ferramentas de trabalho colocadas aos acionistas, o 4Book, continua a ser o mais relevante “com um nível de adoção muito grande, onde continuamos a crescer ao nível dos dois dígitos, e que nos permitiu evoluir para um novo conceito de modelo de negócio, que é o da contratação direta”, disse Vasco Pinheiro aos jornalistas, referindo que “há semelhança do que a Go4Travel faz na contratação aérea, nos GDS, operadores turísticos e rent-a-car, hoje em dia temos uma contratação agregada de hotelaria, que nos permite ser mais competitivos e ter mais peso perante os fornecedores”. Salientou que cada agência de viagens continua a fazer a sua contratação de hotelaria consoante as suas necessidades específicas e muito adaptadas ao seu negócio, mas de uma forma centralizada, o mais uniforme possível, um pouco como acontece com a aviação, para que exista mesmo uma cara única perante o mercado”, num consórcio de agências de viagens em que todas são IATA, podendo, assim, ao nível da aviação, emitir por si própria.
O objetivo da Go4Travel não é expandir, reforçou Vasco Pinheiro. “Somos um grupo com muita estabilidade a esse nível, e os acionistas que entraram foi numa lógica de crescimento, mas enquadrado no que já existe, e essa vai continuar a ser a nossa estratégia. A última entrada de acionistas aconteceu em 2018”.
Embora 70% do negócio da Go4Travel esteja ligado ao corporate, o CEO do grupo confirma que o negócio das viagens corporativas continua, estamos numa tendência de crescimento. Existem outros players, mas que nós, por razões que têm a ver com as características das nossas agências de viagens, continuamos a ser bem-sucedidos. A Go4Travel ganha dinheiro, os acionistas da Go4Travel ganham dinheiro”, enfatizando, no entanto que o grupo existe “para servir e criar mais valor para os acionistas, e os acionistas ganharam dinheiro em 2024, sem poder responder sobre os resultados individuais de cada agência de viagens, porque somos um todo”.
Formação é um setor que o grupo tem apostado, e uma das áreas que a Go4Travel tem vindo a trabalhar em parceria com o grupo Ávoris. “As necessidades de formação hoje são diferentes. Temos consciência que coisas como a inteligência artificial vão alterar muito a maneira como o nosso negócio é feito, e precisamos de estar preparados para essa mudança ou corremos o risco de ficar para trás, isso não pode acontecer”.
No entanto, “o que queremos neste momento é criar ferramentas que permitam às agências ter acesso à formação contínua. Existem e vão continuar a existir as formações de produtos, quer presencial, quer online, mas a formação que estamos a falar é de técnicas de negócio, técnicas de vendas, línguas, adaptada a estas transformações que o negócio está a ter”.
No momento em que termina mais uma convenção da Go4Travel, Vasco Pinheiro sublinha que “vamos continuar sempre a adaptá-lo àquilo que sentimos que as nossas agências de viagens e os nossos fornecedores gostam de ter de nós, numa lógica de criatividade, pensando sempre fora da caixa, mantendo-a com periodicidade anual”. Ate ao momento, este grande encontro da Go4Travel foi sempre em Portugal, mas o grupo não descarta a hipótese de um dia vir a organizá-lo no estrangeiro.
A nova administração da Go4Travel foi eleita para um período de três anos, formando uma equipa “reforçada, dividida por áreas, com pelouros claramente definidos, e que espelham muito as transformações que o negócio está a ter, ou seja, ao mesmo tempo que temos pelouros que já existiam, criámos outros virados para o que está a acontecer no setor e para o que aí ainda vem”, considerou.