Golfe com impacto económico de 4,2MM€ no país e contribuição de 120M€ para PIB nacional
Em 2023, as exportações diretas do setor ascenderam a 149 milhões de euros, contribuindo para a criação de mais de 110 mil empregos, correspondendo a mais de 2,2 mil milhões de euros em remunerações. Os números são do “Estudo Impacto Económico do Golfe em Portugal”, promovido pela Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) e pela Confederação de Turismo de Portugal (CTP), desenvolvido pela Ernst & Young Parthenon, indicando, também, que o volume de negócios gerado pelos campos de golfe, em Portugal, superou o observado em período pré-pandemia em mais de 40%.
Victor Jorge
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O impacto económico do golfe em Portugal, em 2023, ascendeu a 4,2 mil milhões de euros, cerca de 1,6% do PIB nacional, tendo contribuído, de forma direta, com 120 milhões euros para o PIB nacional, revela o “Estudo Impacto Económico do Golfe em Portugal, promovido pela Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG) e pela Confederação de Turismo de Portugal (CTP), desenvolvido pela Ernst & Young Parthenon, que analisa a evolução do Golfe em Portugal de 2019 a 2023 e estimando o seu impacto económico no mesmo período.
No mesmo ano, as exportações diretas do setor ascenderam a 149 milhões de euros, contribuindo o universo do golfe para a criação de mais de 110 mil empregos, correspondendo a mais de 2,2 mil milhões de euros em remunerações.
O volume de negócios gerado pelos campos de golfe, em Portugal, supera o observado em período pré-pandemia, ou seja 2019, em mais de 40%.
Algarve representa 62%
O Algarve distingue-se claramente no panorama nacional como a principal região para a prática do golfe, com um forte posicionamento no mercado internacional, que lhe permite captar 62% das voltas em Portugal, maioritariamente de praticantes estrangeiros, em particular britânicos (cerca de 46% das voltas na região). Seguem-se os praticantes de origem sueca (8%), os portugueses e os alemães (ambos com 7%) e, em quinto lugar praticantes oriundos dos Países Baixos (3,5%).
O Norte acolheu cerca de 7% do número de voltas totais em 2023, com a maioria dos praticantes a serem portugueses – 81% das voltas. Os sócios dos campos e dos clubes superaram largamente os não sócios (77%) e o contributo direto económico da região Norte atingiu 1,7 milhões de euros, ou seja, 1,4% do total de 120 milhões de euros do impacto do setor no PIB Nacional.
Os praticantes de golfe portugueses e britânicos concentram mais de metade das voltas no Centro, que regista uma das mais elevadas taxas de crescimento pós pandemia. A região registou um Valor Acrescentado Bruto (VAB) de 5,2 milhões de euros e recebeu cerca de 9% do número de voltas totais em 2023, das quais 29% de praticantes portugueses e 25% de visitantes britânicos.
Representado cerca de 15% das voltas em Portugal, a Área Metropolitana de Lisboa atrai uma maioria de praticamente nacionais (64% em 2023). A região do Alentejo tem um peso reduzido no total de voltas em Portugal, com apenas 2%, onde a prática é dominada por golfistas portugueses.
A Região Autónoma dos Açores, embora represente apenas 1% do número de voltas totais em Portugal, foi das regiões que mais cresceu. O mercado do golfe nos Açores é essencialmente constituído por praticantes portugueses (85%). A Região Autónoma da Madeira, embora represente apenas 3% das voltas registadas em Portugal, distingue-se de outras regiões pelo perfil do praticante. 35% são de origem dinamarquesa e 25% são portugueses.
Golfe esbate sazonalidade
O valor económico do setor é acompanhado pelo contributo para a redução da sazonalidade da procura turística em Portugal. Pela elevada procura de golfistas estrangeiros, em meses fora da época alta do turismo (junho a setembro), o golfe tem servido de mecanismo estabilizador da atividade nos setores de alojamento e restauração, entre outros. Os períodos de maior intensidade de praticantes de golfe ocorrem entre março e maio e entre setembro e novembro, contribuindo desta forma para a redução da sazonalidade turística em época alta.
Voltas crescem 5% em 2023
No que diz respeito ao número de voltas, o setor registou um crescimento de 5% em 2023, em relação a 2022, com um total de 2.412.612 voltas a nível nacional. Também o número de voltas aumentou após o fim da crise pandémica (+12% entre 2019 e 2023).
Em 2023 o perfil de visitantes por origem voltou a alinhar-se com a realidade pré- pandemia com o claro predomínio de golfistas estrangeiros (74%). Ainda assim merece destaque o ligeiro reforço da quota de sócios no total de voltas nos últimos dois anos (31%) face a 2019 (27%).
“A recuperação da prática do golfe é relevante para o próprio setor, mas também para o turismo e a economia portuguesa, uma vez que o seu valor económico não se esgota no rendimento e empregos gerados nos campos de golfe”, considera Nuno Sepúlveda, presidente da Direção do CNIG.
“Para além do efeito de arrastamento gerado pelos seus consumos intermédios (manutenção, reparação, utilities, mercadorias), o golfe em Portugal atua também como alavanca da procura de alojamento, restauração, transportes, comércios e atividades de lazer, fruto da capacidade de atração de praticantes estrangeiros com maior poder de compra que o “turista médio”, gerando um impacto por hóspede mais significativo”, diz Nuno Sepúlveda.
O presidente da Direção do CNIG sublinha ainda que, “a estes impactos também acrescem os no imobiliário e construção decorrentes dos investimentos em turismo residencial por parte dos visitantes”.
Reino Unido lidera e EUA aparecem no Top 10
O Reino Unido é o maior mercado emissor de turistas de golfe para Portugal, aparecendo os Estados Unidos da América (EUA), pela primeira vez, no Top 10 dos mercados emissores para a prática de golfe em Portugal
Os praticantes de golfe britânicos assumem um peso relevante no número de voltas totais, contribuindo para a redução da sazonalidade turística, representando cerca de 33% do total de voltas em 2023, posição que já ocupava antes da pandemia e que tem vindo a ser consolidada.
Os praticantes de golfe britânicos destacam-se pelo seu peso na região algarvia (cerca de 46% das voltas, em 2023), justificando-se, consequentemente, o seu impacto a nível nacional, dado ser esta a região que acolhe o maior número de campos e de voltas no país.
Nas restantes regiões do país os praticantes portugueses representam o principal mercado emissor – com especial relevância na Região Autónoma dos Açores e no Norte – com exceção na Região Autónoma da Madeira, onde a Dinamarca lidera o número total de voltas (cerca de 35% das voltas em 2023).
Entre os principais mercados emissores, em 2023, também se destacam os praticantes de golfe suecos (6%), alemães (6%) e franceses (4%). Os EUA são o único mercado não europeu a integrar o Top 10 de voltas em Portugal, representando já 1,2% dos principais mercados emissores. “Acreditamos que os EUA têm um enorme potencial, nomeadamente com a abertura das rotas diretas, da United Airlines, para Faro já no próximo ano”, conclui Nuno Sepúlveda.