“Gostaríamos muito que este Orçamento pudesse ser aprovado e voltássemos à normalidade”, diz presidente da CTP
“Para o turismo, é fundamental a estabilidade”. Foi desta forma que Francisco Calheiros, presidente da CTP, se referiu ao atual processo de negociação do Orçamento de Estado para 2025. Na VII Cimeira do Turismo Português, o presidente da CTP frisou, igualmente, que que “existem uma série de problemas que nós privados não podemos resolver”.
Victor Jorge
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No início da VII Cimeira do Turismo Português, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Turismo, Francisco Calheiros, presidente da CTP, salientou que a “instabilidade política é a não aprovação do Orçamento e eleições antecipadas”.
“Para o turismo, é fundamental a estabilidade”, afirmou o presidente da CTP, adiantando ainda que “é preciso sensibilizar o Governo do que temos feito nos últimos e que sabe bem que existem uma série de problemas que nós privados não podemos resolver”.
“E se bem o aeroporto é um deles, é Alcochete”, Francisco Calheiros frisou o tempo que a nova infraestrutura levará a construir e, por isso, “é importante haver uma alternativa”, lançando, novamente, Montijo.
Tal como já tinha avançado ao Publituris, em entrevista, “temos de pensar que o último grande aeroporto a ser construído na Europa (Berlim) demorou 16 anos a construir”. “Estou a pensar nos voos da Korean Air”, operação que se iniciou recentemente, salientando Francisco Calheiros que se trata de um tipo de turista “muitíssimo interessante, nomeadamente na vertente da fé. Mas sem voos diretos e sem capacidade aeroportuária tal não acontecerá”.
Já quanto à TAP, Francisco Calheiros voltou a clarificar a posição da CTP: “todas as companhias aéreas estão inseridas numa grande plataforma, a espanhola, a francesa, a inglesa, portanto a TAP também terá de ser inserida numa grande plataforma, e é isso por isso que lutaremos”.
Dito isto, o presidente da CTP destacou “algumas cautelas” a ter no processo, nomeadamente, com a “manutenção o hub em Lisboa que tem sido determinante, por exemplo, para que o turista americano que, neste momento, é um dos principais turistas a dormir nos nossos hotéis de 4 e 5 estrelas”.
Relativamente ao tema do turismo massivo, Francisco Calheiros, voltou a destacar o facto de um turismo ser “vital para a economia portuguesa. Há três anos diziam que não havia turismo, que temos de fazer pelo turismo. Fizemos tudo para que o turismo renascesse. Agora há turismo a mais. É muito difícil seguir nessas condições”.
Por isso, Francisco Calheiros afirmou que “não há turismo a mais, o que há é economia a menos. E não há turismo a mais, mas sim uma gestão de território a menos. Dizer que qualquer atividade económica não tem pegada, claro que tem, e o turismo também. Dizer que há três, quatro ou cinco freguesias com turistas a mais, também é verdade. Mas Portugal possui três mil freguesias”.
Finalmente, quanto à aprovação do Governo para a recolha de dados biométricos para cidadãos que chegam fora do espaço Schengen, o presidente da CTP receia que esta situação “possa ter algum impacto à chegada dos aeroportos”, falando, novamente, dos turistas norte-americanos que, “depois de termos feito um esforço para atrair este turista, não é simpático que estes demorem demasiado tempo no controlo no aeroporto”.
“Todas essas questões são fundamentais para nós e não podemos nunca esquecer que não há uma segunda oportunidade de criar uma primeira boa impressão”, concluiu o presidente da CTP.